quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Belfort manda recado a Sarafian: “Vamos parar com essa picuinha”

O Fenômeno disse que será um prazer enfrentar Dan Henderson

Vitor Belfort enfrentará Dan Henderson sábado (© 9)
Vitor Belfort enfrentará Dan Henderson sábado (9), em Goiânia - Erik Engelhart
Escalado para enfrentar Dan Henderson na luta principal do UFC Goiânia, no próximo sábado (9), Vitor Belfort foi um dos grandes destaques do treino aberto, realizado nesta quinta-feira (7). Depois de demonstrar as suas técnicas aos presentes, Belfort conversou com os jornalistas e comentou as declarações de Daniel Sarafian.
Nesta semana, o lutador paulista afirmou que Belfort teria agido de maneira hipócrita, treinando com Sarafian em São Paulo e pedindo por uma luta entre ele e seu pupilo de longa data, Cezar ‘Mutante’, pouco tempo depois.
Em sua resposta, Belfort mandou um recado a todos os lutadores jovens, afirmando que eles deveriam dar mais valor às chances que têm.
“Valorizem, lutadores jovens, valorizem a plataforma onde vocês estão. Isso deveria ser um sonho realizado para eles. Quanto tempo demora para um cara lutar no co-main event? Os lutadores não fazem ideia, eles levam muito para o pessoal. Primeiro: eu sou lutador, entendeu? Ele está falando comigo por quê? Eu estou fazendo o meu trabalho [...]. A gente tem que parar com essa picuinha. Esquece. Eu tenho a minha mulher e os meus filhos em casa, e a minha mulher não fica cobrando nada de mim. Demorou anos para eu chegar a lutar em um evento desses, uma plataforma dessas”, disse o lutador.
Belfort ainda negou que tenha feito campanha pelo combate entre Mutante e Sarafian. “Eu não fiz campanha nenhuma. Eu sou lutador, não manager! Não sei de onde ele tirou isso. Eu sou lutador, meu trabalho é lutar”, sentenciou Belfort.
Confira a íntegra da entrevista com Vitor Belfort em Goiânia:
Está preparado? Vai derrubar o Dan Henderson em qual round?
É difícil dizer. Eu estou muito preparado, treinei muito para isso, então acho que agora é curtir o momento e curtir cada segundo. É um privilégio para mim poder chegar onde cheguei e ver tudo isso acontecendo.
Como foi a receptividade em Goiânia? Como está a expectativa de lutar mais uma vez em casa? É diferente para o lutador, traz uma pressão a mais?
Eu acho que traz alegria. Eu batalhei tanto para esse esporte estar onde está. Confiei e fiz parte não só dentro, mas fora. Eu respeito muito o trabalho dos repórteres, apesar de às vezes a gente ter algumas divergências, mas eu tenho muita gratidão por isso.
Qual é a estratégia para vencer?
Lutar. Batalhar e buscar a vitória em cada segundo. A gente não vai bater em ninguém, a gente vai lutar. (A estratégia) é vencer, lutar em todas as áreas e tentar dominá-lo em cada momento da luta.Os dois atletas com o maior tempo de atividade no UFC vão se enfrentar três dias antes do aniversário de 20 anos da organização. Você se sente homenageado?
Com certeza. É uma homenagem muito grande, e para mim é um privilégio lutar com um lutador do calibre do Dan Henderson. Estou muito satisfeito. Acho que a gente define uma pessoa por aquilo que ela enfrentou, e não pelo o que ela é. Acho que a definição de um campeão é pelos seus adversários. Fico muito feliz de enfrentar um verdadeiro campeão.
Qual a diferença entre o Vitor que enfrentou o Dan Henderson em 2006 e o Vitor de agora?
Tudo é diferente. Se você me der um dia, eu faço ele virar mil. Se você olhar para trás e ver que não evoluiu nada, qual foi o motivo de respirar? O grande lance é você olhara para trás e ver que arriscou, que você aprimorou, que você não teve medo, que você enfrentou. Isso é o verdadeiro espírito de lutador: não ter vergonha de mudar e crescer. Ir para cima, e não para baixo.
O que você vai fazer para matar a mão direita dele?
É difícil te falar tecnicamente. Vou manter a guarda alta, não deixar ela entrar.
Você pode fazer um balanço de como foi o seu ano?
Eu acho que foi muito gratificante. Primeiro por poder estar vivo, respirando, com uma família maravilhosa, um trabalho maravilhoso. Há alguns anos atrás, muitos dos que estão aqui presentes não faziam ideia do que esse esporte era. Eu fui uma pessoa que investi. Escolhi esse esporte como o meu trabalho, sempre acreditei que isso era um esporte. Nós somos exemplos. Nós temos não só a obrigação de lutar, como também passar algo de valor para a sociedade brasileira.
Para você, como é representar esse país?
É um orgulho. O verdadeiro patriotismo é você viver os princípios daquilo que você prega. A gente não pode ser hipócrita, pregar uma coisa e não viver. Se a gente conseguir colocar isso em prática, se você cumprir com a sua palavra, você já está fazendo com que o valor de um país seja valorizado. Isso é o que eu passo dentro de casa. É ser um campeão na vida também, não adianta a gente só buscar o êxito na vida profissional. Eu conheço muitos homens que são de grande sucesso, mas que na verdade são vazios, sem caráter. Acho que o lema do brasileiro sempre foi ser valorizado, e o princípio de valorizar a sua família é como você valoriza o seu país. A liderança sempre influencia quem está embaixo. É valorizando a minha família que eu vou valorizar o meu país.
É bom ver que seu esporte está se tornando uma paixão nacional, como o futebol?
Com certeza. O futebol é diferenciado pela organização e pelo tempo que ele tem. Mas é legal ver o UFC crescer e se tornar uma empresa que contrata grandes profissionais brasileiros, valorizando o Brasil. Isso é uma vitória, e para mim é um privilégio fazer parte dessa empresa.
O Lyoto Machida te apontou como favorito. Você acha que é o favorito?
Favoritismo, para mim, é vencer o dia. Eu quero vencer o dia de hoje. Eu respeito os meus oponentes e estou em busca da vitória, confiante na vitória.
O Dana White já falou que você pode disputar o cinturão em caso de vitória. Você já pensou no risco desta luta?
(Tapando os ouvidos) Não me fala nada, não quer nem ouvir o que está acontecendo fora. Eu repreendo essa pergunta, não quero nem saber. Minha luta é vitória, estou confiando na vitória, e estou recebendo só coisas positivas. Nada negativo vai entrar na minha mente. O business funciona assim: você é lembrado pela sua última luta. As pessoas tem medo de arriscar. Tudo é um risco. Acho que a gente tem que ter a ousadia de arriscar, a ousadia de vencer. As pessoas ficam muito focadas no negativo.
O Dan Henderson abandonou o wrestling em suas últimas lutas e tem confiado muito nas mãos. Isso é melhor ou pior para você?
Eu não estou pensando no que vai vir de lá. Eu estou pensando como é que eu vou lutar, quero lutar a minha luta, aquilo que eu treinei. O importante é estar focado naquilo em que você se preparou.
O Sarafian...
Não quero saber. Valorizem, lutadores jovens, valorizem a plataforma onde vocês estão. Isso deveria ser um sonho realizado para eles. Quanto tempo demora para um cara lutar no co-main event? Os lutadores não fazem ideia, eles levam muito para o pessoal. Primeiro: eu sou lutador, entendeu? Ele está falando comigo por quê? Eu estou fazendo o meu trabalho. Valorizem, curtam, porque é o seguinte: milhões de brasileiros sonham em um dia poder estar na sua posição. A gente tem que parar com essa picuinha. Esquece. Eu tenho a minha mulher e os meus filhos em casa, e a minha mulher não fica cobrando nada de mim. Tem que valorizar, curtir, torcer. Demorou anos para eu chegar a lutar em um evento desses, uma plataforma dessas. Os lutadores têm que valorizar muito.
Por isso que você fez a campanha...
Eu não fiz campanha nenhuma. Eu sou lutador, não manager! Não sei de onde ele tirou isso. Eu sou lutador, meu trabalho é lutar.
Você espera remendar essa amizade?
Nunca deixei de ter essa amizade. Da minha parte, nada mudou. Eu sou o que eu sou. Sobre a entrada do Lyoto e do Gegard Mousasi na categoria, você acha que subiu o nível?
Eu achei ótimo. São lutadores de alto nível.
O que você achou da escolha do Wanderlei Silva e do Chael Sonnen como treinadores do TUF Brasil 3?
Eu, como lutador, acho que quem sabe mais é quem escolheu. Vão ser dois caras de altíssimo nível. O Wanderlei é uma lenda, e acho que vai ser um bom reality-show. O Wanderlei sabe fazer um trabalho bem feito, e vai honrar nós lutadores.

fonte: msn

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