domingo, 10 de novembro de 2013

Apenas 2% do lixo produzido no Distrito Federal é reciclado

Falta de coleta seletiva é o principal motivo do não aproveitamento dos resíduos sólidos


Governo promete construir centros de triagem de material reciclável para empregar catadores que trabalham no Lixão da EstruturalJosé Cruz/ABr
Apenas 2% das nove toneladas de lixo descartadas diariamente no Distrito Federal são reciclados. A informação é da Semarh (Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do DF).   
O principal motivo de o lixo ser tão pouco reaproveitado é a falta de coleta seletiva no DF. A operação do serviço, ao lado da criação de um aterro sanitário, é promessa do GDF (Governo do Distrito Federal) para o final deste ano.  
O subsecretário de políticas de resíduos sólidos da Semarh, Paulo Celso dos Reis, diz que a empresa que fará a coleta seletiva no DF deve ser contratada no início de dezembro de 2013. A partir dessa data, a companhia terá 45 dias para começar o trabalho. Paulo Celso diz que em dezembro alguns setores do DF já contarão com o serviço e todo o DF será atendido até meados de fevereiro. 
Hoje, os principais agentes de reciclagem no DF são os catadores que trabalham no Lixão da Estrutural.  O subsecretário diz que quando o aterro sanitário for construído não será permitida a entrada de catadores. Segundo ele, além da coleta seletiva, o governo planeja construir centros de triagem do material reciclável que empreguem os catadores.  
— Há um comitê intersetorial de inclusão socioprodutiva dos catadores para evitar que haja prejuízo a eles. Nossa expectativa é de que até o meio do ano que vem, pelo menos oito de 12 centros de triagem sejam construídos.  
Para o professor do Núcleo de Estudos Ambientais da UnB (Universidade de Brasília), Gustavo Souto Maior, a falta de coleta seletiva gera risco para os catadores e até para os moradores da Estrutural (DF). O especialista chama atenção para o perigo de contaminação de doenças, devido ao descarte inadequado de lixo no local.   
— Eu já fui lá e vi lixo hospitalar, restos de seringa, soro. Aí de repente um catador ou uma criança que esteja brincando lá podem ser perfurados por um objeto desses e serem contaminados por uma doença gravíssima.   
Além da reciclagem, ele diz que também é importante que o governo incentive a redução do consumo, para diminuir a quantidade de lixo produzido diariamente, que em uma cidade com o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) alto como Brasília, chega a cerca de um quilo por habitante.  
—É importantíssimo que a gente reduza essa quantidade. E não vemos campanha na área educativa para sensibilizar as pessoas a reduzir o seu lixo.  Como vivemos nessa sociedade de consumo, onde tudo é descartável, isso é muito difícil.
FONTE: R7 DF

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