sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Lago Paranoá

Galeria sofrerá limpeza


Técnicos continuam com o trabalho de contenção e retirada do óleo
O acidente ambiental ocorrido no Lago Paranoá poderia ter sido bem maior. Além do óleo encontrado na superfície e no fundo do espelho d’água, uma quantidade considerável do resíduo ficou impregnado na rede de águas pluviais. Para evitar que um segundo desastre ocorra durante a próxima chuva, equipes da Petrobras, do Instituto Brasília Ambiental (Ibram), da Secretaria de Meio Ambiente e recursos hídricos e do Corpo de Bombeiros preparam uma megaoperação para corrigir dos efeitos do vazamento.

Um robô com uma câmera percorreu toda a galeria, nesta semana, e confirmou que o óleo veio da galeria abaixo do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN). A partir das 7h de hoje, os técnicos farão o arraste do óleo por etapas. Em um primeiro momento, é jogado um vapor quente para amolecer o combustível preso às paredes. Depois, coloca-se no canal uma espécie de espuma absorvente, do tamanho de um colchão de solteiro, com o objetivo de trazer o material para a saída do ponto de visita (com acesso na superfície) mais próximo. ...

Para retirar o excesso do material, cria-se uma enxurrada por meio de um caminhão-pipa. Passada a tromba d’água, entra o equipamento de videoinspeção. Sua função é verificar se ainda há óleo na rede. Na extremidade final da galeria, à beira do lago, ficará outra equipe, responsável por recolher, em tonéis e sacos plásticos com capacidade de 200kg, a substância escoada. O resíduo será levado, então, a uma cimenteira a 40km de Brasília para ser incinerado. As barreiras de contenção, montadas desde quinta-feira passada, devem ser reforçadas nas laterais para suportar a vazão que descerá canal abaixo.

A primeira parte do trabalho fica a cargo de técnicos da Novacap e de militares especializados do Corpo de Bombeiros, equipados com máscaras de filtragem de gases tóxicos, como o metano. Já funcionários do Serviço de Limpeza Urbana (SLU) recolherão o óleo empurrado. O trabalho de contenção na orla do Paranoá permanece com as barreiras de contenção.

Teste definitivo
O laudo comparativo do óleo encontrado no Paranoá com o combustível utilizado na caldeira do Hospital Regional da Asa Norte e o usado no recapeamento das vias do DF pelo programa Asfalto Novo estava previsto para sair ontem, mas não foi divulgado. O embate entre diferentes órgãos do GDF e a empresa responsável pela operação e manutenção das caldeiras, Técnica Construção, Comércio e Indústria Ltda., começou há uma semana, quando um teste preliminar apontou a origem do vazamento no hospital. O proprietário da Técnica, Jair Rodrigues, argumentou que o combustível utilizado para o aquecimento das caldeiras, de Baixo Ponto de Fluidez (BPF), ficaria na superfície devido à baixa densidade. Somente o Prime CM-30, utilizado no recapeamento, desceria para o fundo do lago.

Professor do laboratório de materiais combustíveis da Universidade de Brasília (UnB), Paulo Anselmo Ziani Suarez rebate a tese e reforça a necessidade de um estudo mais aprofundado. “Concordo com o argumento de que o Prime CM-30 desce, mas, como a densidade do BPF é superior a da água, então ele também tem condição de afundar. Os derivados de petróleo, em geral, são misturas complexas, é preciso avaliar as composições químicas. Esperamos ter evidências que descartem uma e comprove a outra teoria”, alega.

"Os derivados de petróleo, em geral, são misturas complexas, é preciso avaliar as composições químicas. Esperamos ter evidências que descartem uma e comprove a outra teoria”

Paulo Anselmo Ziani Suarez, professor do laboratório de materiais combustíveis da UnB.
Fonte: BLOG DO SOMBRA

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