Judiciário
Isentos do crime de corrupção
Por unanimidade, o Conselho Especial do TJDFT absolveu o distrital Wellington Luiz e o ex-deputado Carlos Xavier, que foram acusados pelo Ministério Público de usar carros alugados com dinheiro público durante uma suposta investigação paralela na Polícia Civil.
Wellington Luiz era presidente do Sinpol à época da acusação |
O Conselho Especial do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), por unanimidade, absolveu o deputado distrital Wellington Luiz (PMDB) e o ex-distrital Carlos Xavier (PHS), respectivamente, das acusações de corrupção passiva e ativa denunciadas pelo Ministério Público do DF (MPDFT). Os supostos crimes teriam ocorrido em 2004, quando Wellington, então presidente do Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol), aceitou utilizar dois carros alugados pelo gabinete do então deputado distrital Carlos Xavier, acusado de mandar matar um adolescente que seria amante de sua ex-esposa (confira Para saber mais). Segundo a denúncia do MPDFT, os veículos serviriam para Wellington produzir uma investigação paralela que pudesse inocentar o parlamentar. ...
Segundo a procuradora-geral de Justiça, Eunice Carvalhido, a utilização dos automóveis por Wellington Luiz se configurou vantagem financeira indevida, mas os desembargadores afastaram essa tese. Os carros foram alugados, em junho de 2004, por dois funcionários do gabinete de Carlos Xavier na Câmara Legislativa. À época, Wellington chegou a indicar dois policiais civis para conduzir as investigações — Francisco Fidel e José Ângelo —, mas a apuração só ocorreria com a autorização do então governador, Joaquim Roriz, que não deu essa permissão. A investigação, segundo a defesa de Xavier, ocorreu com a atuação do policial civil Luís Cláudio de Sousa sem autorização do Executivo.
Segundo a procuradora-geral de Justiça, Eunice Carvalhido, a utilização dos automóveis por Wellington Luiz se configurou vantagem financeira indevida, mas os desembargadores afastaram essa tese. Os carros foram alugados, em junho de 2004, por dois funcionários do gabinete de Carlos Xavier na Câmara Legislativa. À época, Wellington chegou a indicar dois policiais civis para conduzir as investigações — Francisco Fidel e José Ângelo —, mas a apuração só ocorreria com a autorização do então governador, Joaquim Roriz, que não deu essa permissão. A investigação, segundo a defesa de Xavier, ocorreu com a atuação do policial civil Luís Cláudio de Sousa sem autorização do Executivo.
Carlos Xavier foi cassado sob suspeita de participação em um assassinato |
Questionamento
Afastada a participação de Wellington na suposta investigação paralela, o advogado de Carlos Xavier passou a questionar o fato pelo qual o então presidente do Sinpol teria ido até a cela de Leandro Dias Duarte, um dos acusados pelo crime do adolescente, após o horário de visitas permitido. Ele se dirigiu à cela às 19h25 acompanhado da advogada do preso e de outros três agentes e lá permaneceram por duas horas. A mãe de Leandro é prima da esposa de Wellington Luiz e, segundo Carlos Xavier, a visita serviu para mudar a versão dos três depoimentos prestados pelo acusado à polícia.
“Se Leandro respondesse por latrocínio, poderia pegar 22 anos em regime fechado. Mudar sua versão para imputar a Carlos Xavier a responsabilidade pelo assassinato fez com que respondesse por um homicídio, que lhe rendeu apenas 13 anos de reclusão. Foi um ótimo negócio”, afirma o advogado de Carlos Xavier, Gilson Viana. Para o ex-distrital, a absolvição abre caminho para provar sua inocência na Justiça. Wellington nega as acusações de Xavier.
Para saber mais
Primeiro a ser cassado
Em agosto de 2004, a Câmara Legislativa cassou o mandato de Carlos Xavier. O distrital foi acusado de ser o mandante da morte do adolescente Ewerton da Rocha Ferreira, 16 anos, em março daquele ano. O corpo do jovem, que teria mantido um relacionamento com a ex-mulher de Xavier, foi encontrado em uma parada de ônibus no Recanto das Emas. Eleito com 7.804 votos, ele tinha base evangélica e entrou para a história do Distrito Federal como o primeiro deputado distrital cassado.
Afastada a participação de Wellington na suposta investigação paralela, o advogado de Carlos Xavier passou a questionar o fato pelo qual o então presidente do Sinpol teria ido até a cela de Leandro Dias Duarte, um dos acusados pelo crime do adolescente, após o horário de visitas permitido. Ele se dirigiu à cela às 19h25 acompanhado da advogada do preso e de outros três agentes e lá permaneceram por duas horas. A mãe de Leandro é prima da esposa de Wellington Luiz e, segundo Carlos Xavier, a visita serviu para mudar a versão dos três depoimentos prestados pelo acusado à polícia.
“Se Leandro respondesse por latrocínio, poderia pegar 22 anos em regime fechado. Mudar sua versão para imputar a Carlos Xavier a responsabilidade pelo assassinato fez com que respondesse por um homicídio, que lhe rendeu apenas 13 anos de reclusão. Foi um ótimo negócio”, afirma o advogado de Carlos Xavier, Gilson Viana. Para o ex-distrital, a absolvição abre caminho para provar sua inocência na Justiça. Wellington nega as acusações de Xavier.
Para saber mais
Primeiro a ser cassado
Em agosto de 2004, a Câmara Legislativa cassou o mandato de Carlos Xavier. O distrital foi acusado de ser o mandante da morte do adolescente Ewerton da Rocha Ferreira, 16 anos, em março daquele ano. O corpo do jovem, que teria mantido um relacionamento com a ex-mulher de Xavier, foi encontrado em uma parada de ônibus no Recanto das Emas. Eleito com 7.804 votos, ele tinha base evangélica e entrou para a história do Distrito Federal como o primeiro deputado distrital cassado.
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