Angolano, no ES, sonha em ser juiz e reconstruir terra natal após Enem
Abel Cavalo teve que aprender história do Brasil em pouco tempo.
Ele se preparou para a prova em um pré-vestibular social.
O sonho do imigrante Abel Cavalo, de 25 anos, é se formar em direito, tornar-se juiz no Brasil e adquirir conhecimento para ajudar a reconstruir Angola - país onde ele nasceu e que foi arrasado pela guerra civil. Atualmente noEspírito Santo, o jovem vai fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), neste final de semana.
Ao lado de amigos angolanos, ele teve que aprender a história e a geografia brasileiras em poucos meses. O grupo vindo da África se preparou em um pré-vestibular social.
Abel veio morar no Espírito Santo para fazer teologia em uma faculdade que tem convênio com a igreja evangélica da qual ele faz parte, em Angola. O jovem mora, desde janeiro deste ano, em uma república no bairro Jardim Camburi, em Vitória. Mas após estudar na faculdade, ele planeja retornar para seu país.
Segundo Abel, o formato do ensino médio brasileiro é diferente do padrão angolano. No país africano, o ensino é técnico, focado em uma determinada área e essa deve ser a principal dificuldade dele durante as provas de ciências humanas e da natureza. “Em Angola, as universidades só têm provas de admissão de conhecimento específico e, geralmente, você continua na área que estudou no técnico”, comentou.
Ainda criança, Abel perdeu o avô na guerra e decidiu dedicar a vida a lutar pelos direitos dos mais necessitados. O Enem tem tirado o sono do rapaz, que, a cada aula do curso preparatório, brinca que tem a impressão de saber menos. “É muita coisa para estudar. Às vezes, fico até três horas acordado por causa desse clima da prova”, contou.
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