Aliviado, Tite devolve afagos a atletas: “não tenho elenco de puxa-sacos”
A vitória por 2 a 0 do Corinthians contra o Bahia na noite de quarta-feira teve uma cena extremamente chamativa no Estádio Romildo Vitor Ferreira, em Mogi Mirim: após o segundo gol, marcado por Cleber, os jogadores foram comemorar junto ao técnico Tite, que foi abraçado e levou tapas na cabeça. Naquela jogada, o time concretizou o fim do jejum de oito jogos sem vitória no Campeonato Brasileiro e aliviou o treinador da pressão do cargo. Após a partida, Tite retribuiu os afagos.
“É um grupo muito consciente, muito equilibrado”, avaliou o treinador, sobre a postura dos jogadores durante o período de dificuldades. O auge disso aconteceu depois da derrota para a Portuguesa, por 4 a 0, quando os atletas tomaram o lugar de Tite e deram as caras para a entrevista pós-jogo. “Não tenho um grupo de puxa-sacos. Tenho um grupo leal, de coração, que abraça uma causa e veste a camisa a morrer”, elogiou.
Naquele momento crítico, não se sabia exatamente qual seria o futuro de Tite. Não que sua saída fosse iminente – o treinador sobreviveu a crises maiores como a eliminação para o Tolima na Copa Libertadores de 2011. Talvez a constatação de que o ciclo no Corinthians estaria no fim pudesse vir do próprio treinador. “Naquele momento era baixar a poeira. Eu não tinha condição de pensar em nada”, desconversou.
“Eu estava com a cabeça... a gente vinha de empate contra duas grandes equipes (Cruzeiro e Grêmio) e de estar muito perto de vencer esses jogos. Aí pega uma Portuguesa que teoricamente não faz boa campanha e, com 13min, já está com 2 a 0. Você sente para caramba”, disse Tite, que repetiu o discurso já apresentado durante a semana sobre sua vulnerabilidade: “não sou Super-Homem. Também tenho sentimentos. Sou um campeão de Segunda Divisão e do Mundo que também se emociona”.
A vitória em Mogi Mirim não acabou com os problemas do Corinthians, muito menos com a pressão, algo inerente a qualquer grande clube, segundo Tite. E não foi apenas a postura do grupo que levou à recuperação. “Tudo tem um peso, só não se sabe o quanto é o percentual de cada coisa. Teve cobrança de técnico, cobrança da direção, apoio, mobilização”, apontou o treinador. “Vai continuar sendo duro. É que agora estamos mais aliviados, mas é duro”, complementou.
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