sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Wellington defende apresentação da carteira de vacinação no ato da matrícula



Da Rádio Senado | 20/02/2020, 18h02
O senador Wellington Fagundes (PL-MT) defendeu nesta quinta-feira (20), em Plenário, projeto de lei (PL 5.542/2019) de sua autoria que determina que as escolas das redes pública e privada exijam dos pais ou responsáveis, no ato da matrícula ou rematrícula, a apresentação da carteira de vacinação dos estudantes, devidamente atualizada para a sua faixa etária. Segundo o parlamentar, o objetivo do projeto não é tirar a criança da escola.
— Não pretendo impedir a matrícula das crianças nas instituições de ensino. Parece-nos muito mais desejável e eficiente ter as crianças na escola e, a partir daí, realizar um trabalho de sensibilização para que sejam vacinadas. Assim, quando da identificação de uma situação de falha na vacinação obrigatória de uma criança, evidenciada pela carteira de vacinação apresentada pelos pais ou responsáveis no ato de uma matrícula ou rematrícula do aluno, a escola deverá comunicar à unidade básica de saúde responsável pela vacinação da criança para que essa adote as providências para regularizar a situação — disse o senador.
De acordo com Wellington, apesar das campanhas e busca do controle da doença, muitas crianças ainda deixam de serem vacinadas no Brasil. Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), 20 milhões de crianças em todo o mundo não foram vacinadas contra doenças como o sarampo, a difteria e o tétano em 2018
— É indiscutível a importância que as vacinas têm na proteção da saúde e na prevenção de doenças transmissíveis, sobretudo durante a infância. Basta lembrarmos que até meados do século 20 uma em cada cinco crianças morria de doença infecciosa antes mesmo de completar cinco anos de idade. E foi graças às vacinas que moléstias terríveis e altamente contagiosas foram praticamente erradicadas. Algumas, como a varíola, de fato sumiram do mapa — ressaltou Wellington.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Comissão de Migrações e Refugiados faz primeira reunião em 5 de março



Carlos Penna Brescianini | 20/02/2020, 18h38
No dia 5 de março ocorrerá a primeira reunião de trabalho da Comissão Mista Permanente sobre Migrações Internacionais e Refugiados. A intenção é convidar entidades como o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) para debater a política brasileira de acolhimento a essas pessoas.
De acordo com a ACNUR e o Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE), o Brasil está em quinto lugar no ranking dos países que mais recebem os mais de 4 milhões de venezuelanos que fogem da situação política-econômica em seu país. Segundo essas entidades, em primeiro lugar está a Colômbia (1,3 milhão), seguida por Peru (800 mil), Chile (300 mil), Equador (280 mil) e Brasil (170 mil).
Além dos venezuelanos, o país tem recebido haitianos (mais de 60 mil desde 2010), cubanos (cerca de 2 mil nos últimos 5 anos) e sírios (em torno de 1.500 também nos últimos cinco anos), de acordo com dados oficiais.
Na segunda parte da reunião, os deputados e senadores que integram o colegiado devem elaborar um plano de trabalho e um cronograma de atividades para 2020. A comissão tem como presidente e vice-presidente, respectivamente, a deputada Bruna Furlan (PSDB-SP) e o senador Paulo Paim (PT-SP).
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado




Partidos entram com ação contra Bolsonaro por ofensas a jornalista



Hérica Christian (Rádio Senado) | 20/02/2020, 19h35
Um grupo de 71 senadores e deputados da Rede Sustentabilidade, do PSol e do PT entrou com uma representação contra o presidente da República, Jair Bolsonaro, na Procuradoria Geral da República. Eles argumentam que Bolsonaro quebrou o decoro exigido para o cargo máximo do país “ao se utilizar de declarações potencialmente falsas para fazer insinuações levianas, sexistas, machistas e misóginas” contra a jornalista da Folha de S.Paulo, Patrícia Campos Mello.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que esse é um ataque contra as mulheres e a democracia. Ele questionou o fato de um presidente da República proferir ataques contra jornalistas, a oposição e até o Congresso Nacional. Ao negar motivação política, Randolfe declarou que Bolsonaro atentou contra a dignidade humana, assegurada na Constituição, e as mulheres. Ele citou ainda que a representação tem como base um julgamento recente do Supremo Tribunal Federal (STF).
— Fundamentamos este crime baseado inclusive no mandado de injunção julgado ano passado pelo Supremo Tribunal Federal, número 4.733, que estabeleceu que qualquer tipo de preconceito contra grupos vulneráveis, e se trata aqui da vulnerabilidade de ofensas às mulheres, compreende na sua dimensão social crime de todos os tipos — declarou Randolfe.

Fake news

Vice-líder do governo, senador Chico Rodrigues (DEM-RR) negou que Bolsonaro tenha ofendido a jornalista.
— O presidente Bolsonaro tem um jeito diferente de tratar várias situações, e, na verdade, sem nenhuma humilhação sem nenhum ataque, sem diminuir a qualidade a importância dos jornalistas. Às vezes, ele é provocado e qualquer ser humano quando provocado reage. Portanto, eu acho que isso é mais política do que mais um problema jurídico, um problema que possa levar o presente aos tribunais — afirmou.
Se o procurador-geral da República, Augusto Aras, acatar a representação, poderá oferecer denúncia ao STF por crime comum contra Bolsonaro.
Em depoimento à CPI das Fake News, o ex-funcionário da empresa de marketing digital, Hans River, acusou a repórter de oferecer sexo em troca de informação sobre o disparo de notícias falsas na campanha eleitoral contra o PT. Em resposta, o jornal Folha de S.Paulo publicou as transcrições das conversas entre o depoente e a jornalista, o que contradiz Hans River. Por seu depoimento falso, ele será reconvocado e poderá ter os sigilos quebrados.
Da Rádio Senado
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado




Lei Maria da Penha é tema de cartilha da coleção 'Em Miúdos'



Da Comunicação Interna | 20/02/2020, 19h18
A Lei Maria da Penha é o tema da nova cartilha da coleção Em Miúdos, do Senado Federal. Com texto de Madu Macedo e ilustrações de Jorge Luis Amorim Junior, a cartilha apresenta a dinâmica dos quadrinhos, com linguagem voltada para adolescentes. O conteúdo ajuda a identificar as principais formas de violência praticadas contra a mulher, elenca as conquistas trazidas pela Lei Maria da Penha e revela as formas de combate e denúncia a esse tipo de crime.
A publicação, que está alinhada às reivindicações previstas no Plano de Equidade de Gênero e Raça do Senado, é fruto da parceria entre o Senado, a Associação Brasileira das Escolas do Legislativo e de Contas (ABEL) e a Câmara Municipal de Pouso Alegre (MG).
Aloysio de Brito, gestor da Coordenação de Edições Técnicas do Senado (Coedit) e um dos idealizadores da coleção, enfatiza que a ideia é abordar várias leis, "para que o aluno do ensino fundamental e médio comece a conhecer seus direitos e deveres desde cedo". Sua expectativa é lançar, até o final de 2020, uma cartilha sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
A cartilha sobre a Lei Maria da Penha custa R$ 3,00 e pode ser adquirida, sem custo de frete, na Livraria Digital do Senado. Ela também está sendo vendida na própria Coedit e na Biblioteca do Senado.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Kajuru defende uma reforma que torne o sistema tributário menos complexo



Da Rádio Senado | 21/02/2020, 10h18
O senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) afirmou, nesta sexta-feira (21), em Plenário, que a discussão da reforma tributária pela comissão especial mista instalada nesta semana deve observar princípios que tornem o sistema nacional menos complexo e atendam aos interesses do setor produtivo e dos contribuintes pessoas físicas.
Ele lembrou que o objetivo da comissão mista de senadores e deputados é formular um texto unificado, a partir de propostas que já tramitam nas duas casas, e lamentou que um grupo de trabalho criado pelo Executivo para estudar o tema está há três meses sem se reunir e não cumpriu o prazo estabelecido para a formulação de ideias.
Para Jorge Kajuru, o Brasil precisa ter um sistema tributário mais justo, fazendo com que os mais ricos passem a pagar impostos: "No Brasil, quem paga imposto é pobre. Ricos não pagam".
— Fundamental na discussão que vamos empreender sobre a reforma tributária é estarmos atentos para que o resultado do trabalho do Legislativo esteja à altura das necessidades do Brasil, um país extremamente rico, mas avaro na qualidade de vida que oferece para a sua população — disse.
Kajuru voltou a questionar quais foram os critérios usados pelo governo na distribuição de verba extra no valor de R$ 3,8 bilhões, por meio do Ministério do Desenvolvimento Regional, na última semana de dezembro. Segundo ele, é preciso dar transparência a essa medida, para que a população possa concluir se a distribuição tenha ou não sido direcionada para atender a interesses políticos e eleitorais de um pequeno grupo de parlamentares.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Confúcio defende 'enxugada' de folha de pagamento dos três Poderes


Da Rádio Senado | 21/02/2020, 11h33
O senador Confúcio Moura (MDB-RO) defendeu, nesta sexta-feira (21) em Plenário, uma "enxugada geral" de gastos com as folhas de pagamento dos três Poderes. Ele propôs que sejam procuradas inconsistências para evitar pagamentos desnecessários e ilegais.
— Caso não seja suficiente, será necessário um corte linear de salários e outros gastos, porque, do jeito que está, o Brasil não precisa de presidente, e, sim, de um gestor de recursos humanos — disse o senador.
Confúcio também criticou o aumento de salário aprovado pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais para diversas categorias, inclusive da segurança pública. Para o senador, a sucessão de crises dos últimos anos levou a uma profunda redução do crédito em diversas fontes do país e um baixo crescimento estrutural da economia, o que resultou em estados e municípios com as contas desequilibradas e sem perspectiva de ajuste.
O senador afirmou que é preciso acelerar a retomada do crescimento econômico e a geração de empregos, que têm de ocorrer em bases sustentáveis, regionalmente equilibradas, social e ambientalmente justas. Para ele, será necessário consolidar um ambiente institucional e político estável, propício aos negócios e voltado ao aumento de produtividade, do nível de emprego e da competitividade da economia.
— A mudança para melhor dependerá da nossa capacidade de integrar o aprimoramento da democracia, reduzir a desigualdade, combater a mudança do clima, temas-chave do mundo contemporâneo. A transformação é possível porque há conhecimento e há tecnologia. O problema, entretanto, é mais político do que técnico, é mais analógico do que digital. Dependemos de decisões tomadas a partir das relações políticas e sociais.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Controversa, regulamentação dos e-Sports pode ter ano decisivo no Senado







Rodrigo Baptista | 21/02/2020, 14h11
Passar de fase, expressão comum para aqueles que jogam videogames, significa avançar mais uma etapa no jogo e se aproximar do objetivo final. Assim como nos games, os projetos precisam passar por etapas no Congresso para virarem leis. Polêmico, o projeto de lei do Senado (PLS) 383/2017, que regulamenta os esportes eletrônicos (e-Sports ou eSports), enfrentou resistência da comunidade gamer em 2019 e poderá ter um ano decisivo em 2020. Essa comunidade alega não ter participado do processo de construção do projeto e ainda questiona a necessidade de a atividade ser regulada no país.
A violência presente em alguns dos jogos utilizados em competições e a submissão a confederações criadas para organizar os esportes eletrônicos são os pontos mais sensíveis. Para a senadora Leila Barros (PSB-DF), é preciso aprofundar o debate antes que qualquer regulamentação do esporte eletrônico aconteça no Brasil.
— Em geral, a comunidade gamer desaprova qualquer tentativa de regulamentação. Eles entendem que o Estado quer interferir em uma atividade que está consolidada e funcionando muito bem. Não podemos criar algo que engesse o crescimento do setor. Ele gera empregos e aquece a economia — avaliou a senadora.
Leila, aliás, se tornou uma personagem importante no aprofundamento do diálogo sobre o projeto. Foi dela a iniciativa de agendar audiências públicas no ano passado na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) para ouvir representantes do setor.
— As audiências públicas mostraram que os principais interessados na proposta de regulamentação dos eSports não foram ouvidos. Esse é o dever do Parlamento. Clubes, pro-players, federações e os desenvolvedores de jogos eletrônicos apontaram diversos pontos de preocupação — afirmou.
A senadora apresentou requerimento para que o texto passe por novo debate na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).

Mercado

games.jpgEx-atleta profissional de vôlei, Leila chegou a se envolver em uma polêmica com a comunidade gamer após criticar a equiparação dos eSports aos esportes tradicionais, durante a votação da proposta na CE. Leila reviu sua posição ao se dar conta da dimensão do mercado.
Em 2018, os games se tornaram mais lucrativos que a indústria cinematográfica e a indústria musical combinadas: foram US$ 138 bilhões em receita ao redor do mundo naquele ano, segundo a Newzoo, instituto global de pesquisa focado em games e eSports. De acordo com esses dados, o cinema alcançou a marca de US$ 42 bilhões, enquanto a indústria musical obteve uma receita de US$ 19 bilhões no mesmo período.
Estima-se que o mercado brasileiro de games movimente cerca de US$ 1,5 bilhão por ano. Segundo a NewZoo, o Brasil teria 12 milhões de torcedores ocasionais e 9,2 milhões de integrantes do público entusiasta, sendo a terceira maior audiência cativa de esporte eletrônico no mundo (atrás de China e Estados Unidos).

Violência

Apresentado em 2017 pelo senador Roberto Rocha (PSDB-MA) para propor o reconhecimento, o fomento e a regulamentação dos esportes eletrônicos no Brasil, o PLS 383/2017 foi aprovado na Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT) em 2018, sob a forma de um substitutivo apresentado pelo senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), atual presidente do Senado — e seguiu para a próxima fase.
Em 2019, o texto ganhou nova redação pelas mãos do relator na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), senador Eduardo Gomes (MDB-TO). Este último acatou sugestão de Eduardo Girão (Podemos-CE) para impedir que jogos violentos sejam considerados como eSport, o que acarretaria o não reconhecimento de atletas que disputam campeonatos de jogos populares como Rainbow Six e Counter-Strike: Global Offensive. Ambos são jogos táticos de tiro.
A medida desagradou a comunidade gamer e o ecossistema dos eSports, que abrangem, entre outros, os publishers (conhecidos por vezes como “publicadoras”, “produtoras” ou “desenvolvedoras de jogos”), jogadores, times e organizadores de campeonatos.
Leo de Biase, diretor-executivo da empresa BBL e-SPORTS, ponderou que já existe classificação indicativa dos jogos e que as competições esportivas de Counter Strike, por exemplo, não incluem menores de 18 anos.
— Esportes eletrônicos como Counter Strike são praticados por maiores de idade. Crianças não são o nosso público — afirmou.
Além de Leo de Biase, outras figuras do mercado de esporte eletrônico brasileiro participaram de audiências públicas em 2019, como o representante da Entertainment Software Association (ESA), Mario Marconini; o co-proprietário da INTZ, Lucas Almeida; a diretora-executiva da Black Dragons, Cherrygumms; e o presidente da Gamers Club, Yuri Uchiyama. Também foram ouvidos nessas audiência representantes de confederações criadas para organizar os esportes eletrônicos no país, como Daniel Cossi, presidente da Confederação Brasileira do Desporto Eletrônico (CBDEL), e Roberto Tavares, presidente da Confederação Brasileira de Games e e-Sports (CBGE).
Autor de emenda para excluir jogos violentos da classificação de esporte eletrônico, o senador Eduardo Girão ligou o massacre de Suzano (SP), ocorrido em março de 2019, a jogos do tipo. Na ocasião, dois ex-alunos entraram em uma escola portando diversos armamentos, mataram 11 jovens e deixaram outros 11 feridos.
— Hoje, milhares de crianças estão jogando isso. Há estudos que mostram o impacto disso na violência — afirmou.
Essa posição foi endossada pela médica psiquiatra Renata Figueiredo. Segundo ela, estudos evidenciam que esses jogos trazem malefícios como ansiedade e aumento da agressividade em curto prazo, e podem gerar sensações de abstinência e vício semelhantes ao uso de álcool e drogas.
— Os estudos convergem ao dizer que jogos violentos trazem riscos significativos relacionados a comportamentos violentos e agressivos — disse a psiquiatra.
Por outro lado, o professor de educação física e presidente da Federação de Esportes Eletrônicos do Distrito Federal, David Leonardo Teixeira, ressalta que há pesquisas com conclusões diferentes sobre o impacto dos games nas pessoas. Ele afirmou que há estudos rechaçando a possibilidade de influência dos jogos considerados violentos na agressividade de indivíduos.
— Vários estudos apontam que a dita influência dos jogos 'violentos' na agressividade não se sustenta, sendo apenas uma percepção do imaginário social para a qual faltam comprovação e estudo científico — argumentou.
Relator do projeto na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), o senador Eduardo Gomes (MDB-TO) defendeu os jogadores profissionais de esportes eletrônicos (pro-players) e descartou relação entre os episódios.
— O cidadão que cometeu a chacina de Suzano, como tantas outras atrocidades que acontecem no dia a dia no mundo, provavelmente, com certeza, não era um jogador profissional desse esporte. Isso é uma outra coisa. O esporte eletrônico é hoje fonte de renda para milhares de atletas no mundo — defendeu o senador.

Propriedade intelectual

Mesmo os termos originais do projeto de lei estão longe de consenso. A comunidade gamer questiona a necessidade de os esportes eletrônicos serem regulamentados no Brasil e manifesta o temor de que o projeto trave o crescimento do setor, isolando o país das competições internacionais.
Empresas desenvolvedoras de jogos, publicadoras, times e organizadores de campeonatos sustentam que, diferentemente do que ocorre com os esportes tradicionais, os eletrônicos são jogados numa plataforma que é um produto cuja propriedade intelectual pertence a empresas. Eles também contestam a legitimidade das confederações e federações existentes no Brasil, que se dizem representantes do eSport brasileiro. O grupo entregou uma carta à senadora Leila Barros listando críticas ao projeto de lei e reforçando que os esportes eletrônicos não têm paralelo com os esportes tradicionais.
— O eSport é baseado em direitos de propriedade intelectual. Quem desenvolve aquilo tem o direito. É a forma de desenvolver e inovar. Não precisa de uma federação. Por que inseri-lo em um sistema nacional de esporte que todo mundo sabe que tem seus problemas? — questionou Mario Marconino, da Entertainment Software Association (ESA), organização que representa algumas das maiores empresas de videogames do mundo.
Mas, para Daniel Cossi, presidente da Confederação Brasileira do Desporto Eletrônico (CBDEL), o esporte eletrônico é um esporte como qualquer outro. Segundo ele, a intenção da proposta não é interferir no mercado privado:
— O esporte eletrônico é uma ferramenta como qualquer outro esporte de formação do cidadão. E não só aqui no Brasil, mas no mundo. Do meu ponto de vista, o projeto fala sobre duas premissas básicas: esporte eletrônico é esporte; quem pratica é atleta. Une-se ao meio institucional quem deseja; é de livre associação — argumentou.

Regulamentação em São Paulo

Uma tentativa de regulamentar a prática esportiva eletrônica chegou a avançar em São Paulo, mas foi vetada em janeiro deste ano pelo governador João Dória. A Assembleia Legislativa do Estado aprovou no ano passado um projeto de lei para reconhecer como fomentadoras dessa atividade as confederações e federações criadas nos moldes das instituições que cuidam dos esportes tradicionais. O assunto se tornou alvo de crítica de parte da comunidade gamer, que considera esse modelo inadequado para os esportes eletrônicos.
A senadora Leila Barros aponta que o debate na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) pode ajudar a avaliar se é de fato necessário regulamentar o setor.
— Não dá para comparar os dois segmentos [esportes tradicionais e eletrônicos]. A começar pelo fato de que os eSports têm 'um dono da bola', pois envolvem o direito de propriedade intelectual das empresas que desenvolvem os games. Se houver consenso no sentido de que é melhor deixar as coisas como estão, para que inventar uma regulamentação? — ponderou.
Se depender do engajamento nas redes sociais, o projeto não passa de fase. No Portal e-Cidadania do Senado, onde é possível opinar sobre a proposta, aumentou a diferença entre os internautas que reprovam e os que apoiam a proposta. Em novembro, quando ocorreu o primeiro debate sobre o projeto, o placar marcava cerca de 8 mil votos “Não” — ou seja, contrários ao projeto — contra cerca de 6 mil favoráveis à regulamentação nos atuais termos do projeto. Conforme os votos apurados até 18 de fevereiro de 2020, mais de 43 mil pessoas registaram seu descontentamento em relação ao PLS 383/2017, enquanto o número de apoios chegou a 6.300.

Tramitação

Além do pedido de audiência na CAE, que depende de aprovação do respectivo requerimento no Plenário, o projeto passará novamente pela CCT e pela CE, que precisam analisar uma emenda de redação do senador Marcos Rogério (DEM-RO).
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Pilgrim’s Pride reverte prejuízo e tem lucro de US$ 92,1 milhões no 4º tri



Crédito: Divulgação


São Paulo, 21 – A processadora norte-americana de carne de frango Pilgrim’s Pride, controlada pela brasileira JBS, obteve lucro líquido de US$ 92,08 milhões, ou US$ 0,37 por ação, no quarto trimestre de 2019, informou a companhia na quinta-feira, 20, após o fechamento do mercado. Em igual período do ano anterior, a Pilgrim’s tinha registrado prejuízo de US$ 7,324 milhões, ou US$ 0,03 por ação. As vendas líquidas aumentaram 15% na mesma comparação, passando de US$ 2,66 bilhões para US$ 3,06 bilhões.


O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado aumentou 45,6%, para US$ 161,6 milhões. A margem Ebitda ajustado passou de 4,2% para 5,3%.


Os resultados a partir de 15 de outubro de 2019 incluem a produtora de carne suína e alimentos preparados Tulip, do Reino Unido, comprada pela Pilgrim’s por cerca de 290 milhões de libras esterlinas.
A companhia disse que seu desempenho operacional nos Estados Unidos continuou melhorando no quarto trimestre, embora o setor de commodities tenha representando um desafio.
O CEO da Pilgrim’s, Jayson Penn, destacou que a unidade de alimentos preparados nos EUA continuou evoluindo, “refletindo os investimentos feitos nos últimos anos”.
No México, as condições macroeconômicas mais fracas no quarto trimestre trouxeram incertezas. Embora o volume de vendas tenha aumentado de forma sólida, os preços ficaram abaixo da expectativa. “Apesar do ambiente de mercado difícil no quarto trimestre, nosso negócio no México manteve um bom desempenho operacional em comparação com outras empresas do setor”, disse Penn.
Os resultados das operações europeias continuaram melhorando, refletindo, entre outros fatores, maior eficiência operacional e investimentos em automação, segundo a Pilgrim’s.
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