Juíza que pediu preventiva de homem que matou pai e filho no DF fala em execução
Responsável por audiência de custódia de Roney Sereno, juíza disse houve 'crueldade e frieza' no crime. Prisão em flagrante foi convertida em preventiva por 'risco à segurança' de outras pessoas.
A juíza do Tribunal do Júri do Paranoá responsável pelaaudiência de custódia de Roney Ramalho Sereno, que matou os vizinhos na última sexta-feira (8) dentro do condomínio onde moravam, em Brasília, disse que o crime aparenta ter sido uma execução. Ela determinou a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva.
Sereno atirou contra Anderson Ferreira de Aguiar, de 49 anos, e o filho Rafael de 21 após uma discussão na porta de casa, no condomínio Estância Quintas da Alvorada, no Jardim Botânico.
Ele foi indiciado por duplo homicídio, ameaça a um dos filhos da vítima e por porte de munição de uso restrito das Forças Armadas. As vítimas foram veladas neste domingo (10) no Cemitério da Boa Esperança.
Prisão preventiva
Ao acatar o pedido do Ministério Público para que a prisão em flagrante fosse convertida em prisão preventiva (por prazo indeterminado), a juíza Luana Lopes Silva argumentou que o caso "se reveste de especial gravidade", porque Sereno teria atirado entre 7 e 8 vezes contra os vizinhos, "de modo que tudo indica a crueldade e frieza do acusado na prática do delito".
"Assemelhando-se à hipótese a uma execução."
A defesa de Sereno pediu liberdade provisória, para que ele pudesse aguardar à decisão final da Justiça, com a setença do crime, em casa. O advogado também pediu que fossem aplicadas medidas cautelares em vez da prisão.
Ao contrário, a juíza entendeu que conceder liberdade ao acusado seria "colocar em risco a segurança das demais pessoas que com ele convivem, inclusive no ambiente de trabalho". No entanto, ela pediu que Sereno seja alocado em cela "apropriada àqueles que exercem profissão de segurança".
Premeditado?
Na decisão, a juíza mencionou, ainda, que o crime pode ter sido sido premeditado, "vez que [Sereno] teria enviado anteriormente um envelope às vítimas com uma munição". Na casa dele, foram encontrados um revólver, uma pistola, uma espingarda e ao menos 30 mil projéteis – incluindo munições do tipo .50, usadas exclusivamente por militares das Forças Armadas.
"Como servidor responsável pela segurança de autoridades, o que se espera do atuado é justamente garantir a segurança de pessoas e não o contrário."