sexta-feira, 26 de março de 2021

IFI responde a críticas de Paulo Guedes: 'Não são condizentes'

 


Da Redação | 25/03/2021, 23h18

A Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado rebateu nesta quinta-feira (25) críticas feitas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, ao trabalho do órgão. Em audiência na comissão temporária da covid-19 durante a manhã, Guedes disse que o órgão “tem previsões muito fracas” e "trabalha mal". A IFI destacou que afirmações atribuídas a ela pelo ministro não são verdadeiras.

Em nota assinada por seus diretores e conselheiros, o órgão informa que não prevê recessão ou rompimento do teto no ano de 2021, como Guedes alegou. Também não previu que a dívida pública atingiria 100% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, ao contrário do que disse o ministro.

“Os comentários feitos sobre as projeções da IFI para o PIB não são condizentes com a análise contida no Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) de março.  A IFI mantém uma metodologia própria e transparente, também passível de avaliações. Os cenários preditivos são feitos com base em dados realizados e modelos matemáticos. É evidente que projeções podem ser frustradas, e isso não é demérito”, diz o documento.

O RAF de março — edição mais recente do estudo fiscal mensal publicado pela IFI — projeta um crescimento de 2,99% do PIB para 2021 (não uma recessão), e faz observações sobre o impacto negativo de medidas de restrição à circulação nessa taxa. A previsão para o teto de gastos é que ele seja rompido em 2025, com risco moderado de isso acontecer antes. Quanto ao endividamento do setor público, estima-se que ele encerrará o ano em 92,67% do PIB. As previsões são atualizadas e explicadas a cada nova edição do RAF.

Na nota, a IFI também ressalta que o seu relacionamento com a área técnica do Ministério da Economia “sempre foi profícuo” desde a criação do órgão do Senado, em 2016.

Repercussão

Durante a reunião da comissão que trata das ações de enfrentamento à pandemia, Paulo Guedes respondeu a um questionamento do senador Wellington Fagundes (PL-MT) que usava os dados da IFI sobre a possibilidade de menor crescimento da economia em função de medidas restritivas de circulação. O ministro rejeitou o uso da IFI como fonte para a questão.

— Eu acho que a IFI tem previsões muito fracas, tem trabalhado muito mal. Eu acho que até o Senado deveria rever um pouco quem é que lidera a IFI, porque, aparentemente, é um economista que tem errado dez em cada dez — disse Guedes.

Em rede social, o diretor-executivo da IFI, Felipe Salto, comentou o episódio, que disse lamentar. Para ele, tratou-se de um “ataque pessoal” do ministro Paulo Guedes, que revela “aversão ao contraditório”.

O senador José Serra (PSDB-SP), autor do projeto de resolução que criou a IFI, escreveu em apoio à instituição, afirmando ter confiança no trabalho feito por ela.

“A IFI é um instrumento do Estado para monitorar o cumprimento das regras fiscais. Sua função de comunicar com isenção e transparência é essencial.

Outros senadores também se manifestaram em apoio à IFI e repudiaram as declarações do ministro Paulo Guedes. O senador Antonio Anastasia (PSD-MG) escreveu que a instituição é “uma das mais relevantes e confiáveis” do país. O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) classificou o trabalho do órgão como “qualificado e reconhecido nacionalmente”. O senador Tasso Jereissati afirmou que a IFI é “fundamental para o conhecimento das contas públicas”.

A senadora Simone Tebet (MDB-MS) criticou Guedes por tentar “tapar o sol com a peneira” ao tentar desacreditar a IFI. Já o senador Fabiano Contarato (Rede-ES) opinou que o ministro “detestou ser desmascarado” pelas avaliações da instituição, e pediu que o ministro “cumpra seu papel e trabalhe”.

A economista Monica de Bolle, uma das integrantes do conselho da IFI, também repudiou a fala de Paulo Guedes, que afirmou ser uma postura “autoritária” e que ameaça a independência do órgão auxiliar do Senado.

Outras personalidades que se manifestaram em apoio à IFI e contra as declarações de Paulo Guedes foram como o ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e o ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega, além de inúmeros jornalistas e economistas.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Aprovado Orçamento de 2021 com déficit de R$ 247,1 bilhões

 


Da Redação | 25/03/2021, 23h18

O Congresso Nacional concluiu nesta quinta-feira (21) a aprovação do Orçamento de 2021. Estão previstos R$ 125 bilhões para a área da saúde. O PLN 28/2020 foi aprovado com 346 votos favoráveis e 110 contrários na votação na Câmara dos Deputados. No Senado Federal foram 60 votos a favor e 12 contrários. Houve ainda uma abstenção em cada Casa. O texto aprovado segue agora para sanção presidencial. 

Em 2020, o orçamento da saúde estava previsto em R$ 121 bilhões, mas os gastos acabaram por passar dos R$ 160 bilhões, o que foi possível graças a projetos de crédito aprovados pelo Congresso, o que poderá voltar a ocorrer em 2021 caso seja necessário, ressaltaram parlamentares da base do governo.

Números

No Orçamento 2021 as receitas estão estimadas em R$ 4,324 trilhões, das quais cerca de R$ 2,576 trilhões são para o refinanciamento da dívida e as empresas estatais. O teto dos gastos é de R$ 1,48 trilhão. A meta fiscal para 2021 é um déficit de R$ 247,1 bilhões para o governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência).

Relatado pelo senador Marcio Bittar (MDB-AC), o texto prevê um déficit total recorde de R$ 251,1 bilhões para o setor público consolidado (União, estados, DF e municípios), reforça o teto de gastos e sugere a retomada do crescimento econômico já em 2021, com previsão de aumento de 3,2% do produto interno bruto (PIB). A proposta não contém a previsão do pagamento do novo auxílio emergencial, que deverá vir da abertura de crédito extraordinário a ser autorizado pelo Congresso.

Segundo a peça orçamentária, o déficit de 2021 equivale a 3,21% do PIB, estimado em R$ 7,81 trilhões pelo Congresso, e inclui R$ 4 bilhões de prejuízo das estatais, exceto Petrobras e Eletrobrás. Já para 2022, a equipe econômica espera uma redução do déficit para R$ 237,3 bilhões (3,1% do PIB), e, em 2023, para R$ 152,6 bilhões (1,7%). Caso o déficit seja menor que o previsto, os recursos extras deverão ser usados para o abatimento da dívida, que aumenta desde 2014 e deverá continuar crescendo nos próximos anos. O texto prevê, no entanto, um superávit dos estados e municípios de R$ 200 milhões.

Pelo Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA – PLN 28/2020) aprovado, do total de R$ 4,324 trilhões do Orçamento, R$ 1,603 trilhão será destinado ao refinanciamento da dívida pública, restando R$ 1,171 trilhão para a Seguridade Social (aposentadorias, benefícios), R$ 1,405 trilhão para o custeio da máquina pública federal e R$ 144,4 bilhões para investimento.

— Aumentamos o dinheiro para saúde e educação, garantimos os recursos para pesquisa da vacina brasileira, que vai acontecer ainda neste ano, e mais de R$ 20 bilhões para o governo federal continuar comprando vacinas — disse Bittar ao destacar, também, a garantia de recursos para impedir a paralisação de obras fundamentais de infraestrutura.

Teto de gastos

O limite de gastos da União para 2021 é de R$ 1,486 trilhão, que corresponde ao R$ 1,455 trilhão de 2020 corrigido em 2,13%, a variação da inflação (IPCA) entre julho de 2019 e junho de 2020. Desse valor, o Poder Legislativo (Senado, Câmara dos Deputados e Tribunal de Contas da União) poderá gastar até R$ 13,51 bilhões em 2021 e o Judiciário, R$ 50,52 bilhões. Juntos, o Ministério Público e a Defensoria Pública da União terão outros R$ 8,22 bilhões. Já o gasto total com pessoal foi estimado em R$ 286,7 bilhões.

No PLOA aprovado os gastos com servidores permanecem abaixo dos limites estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) para o comprometimento da receita com gastos com pessoal.

Despesas com pessoal

PODER/ÓRGÃO VALOR
(em R$ milhões)
Limite permitido LRF Limite PLOA aprovado
Executivo e DPU 287 40,37% 35,1%
Judiciário e MPU 35,7 6,4% 4,3%
Legislativo e TCU 10,2 2,5% 1,2%
Ministério Público 5,3 0,7% 0,6%

Fonte: Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA – PLN 28/2020) aprovado pelo Congresso Nacional

Algumas das principais despesas totais da União previstas para 2021

(em R$ bilhões)

DESPESA 2021
Aposentadorias 712
Pessoal e encargos sociais 286,7
Saúde 125,7
Educação (incluindo o Fundeb) 119,6
Assistência social 66,1
Bolsa família 34,8
Emendas parlamentares 22,2
Meio ambiente 2,9

Fonte: Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA – PLN 28/2020) aprovado pelo Congresso Nacional

Regra de ouro

Outros R$ 451,1 bilhões necessários ao pagamento de despesas de custeio e da seguridade (25,9% do total) foram condicionados à aprovação do Congresso por maioria absoluta a fim de contornar a chamada “regra de ouro”. Prevista na Constituição, a norma proíbe o governo de fazer dívidas para pagar despesas como salários, aposentadorias, contas de luz e outros gastos da máquina pública. Quando a regra é descumprida, os gestores e o presidente da República podem ser enquadrados em crime de responsabilidade.

Assim, em 2021 esses gastos serão computados “por fora” do PLOA e terão que ser futuramente autorizados por, no mínimo, 257 deputados e 41 senadores. Pelo texto, se houver decretação de estado de calamidade pública este ano que suspenda a regra de ouro, o governo federal poderá fazer operações de crédito e pagar as despesas sem necessidade de autorização do Congresso.

Indicadores

O PLOA estima a a inflação, em 3,24% (IPCA). Já a taxa de juros básica da economia, a Selic, embora prevista em 2,13% no documento, deve terminar o ano em 4,5%, informa Bittar, citando as estimativas de mercado. Desde 2016 não havia previsão de aumento da Selic.

Já o PIB de 2021 foi estimado pelo governo em R$ 7,66 trilhões. Segundo o IBGE, o PIB teve no ano passado o maior tombo desde 1996. O PIB per capita também teve queda recorde, de 4,8%. Apenas a agropecuária cresceu, enquanto a indústria recuou 3,5% e os serviços, 4,5%.

Investimentos

Além dos R$ 144,42 bilhões do Orçamento de Investimentos, o PLOA aprovado prevê para 2021 cerca de R$ 37,6 bilhões em investimentos dentro dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social, equivalentes a 0,9% da soma dos dois. O valor original proposto pelo Executivo era de R$ 25,9 bilhões, mas Bittar entendeu ser possível o acréscimo dos R$ 11,7 bilhões dado o aumento da estimativa da receita.

O Ministério da Economia, que responde pela maior parte dos gastos em razão da dívida pública, teve seu orçamento livre aumentado em 19% em relação a 2020, passando a R$ 12,98 bilhões. A pasta administra ainda despesas obrigatórias com previdência (R$ 712 bilhões) e transferências de recursos arrecadados com impostos entre estados e municípios (R$ 216,9 bilhões). Os benefícios de abono salarial e seguro-desemprego foram calculados em R$ 58,9 bilhões.

A proposta orçamentária também traz um aumento de 401% no orçamento livre do Ministério de Minas e Energia, que passará do R$ 1,011 bilhão previsto em 2020 para R$ 5,067 bilhões em 2021. O salto deve-se aos R$ 4 bilhões previstos para a capitalização da Eletrobras Eletronuclear e de Itaipu.

Emendas parlamentares

Outro item de despesa do Orçamento 2021 são as emendas impositivas, no valor de R$ 182,1 milhões, destinadas obrigatoriamente a atender as indicações de gastos feitas por parlamentares (apenas uma parcela de R$ 1,55 milhão desse valor não é de pagamento obrigatório). As chamadas emendas parlamentares impositivas são um instrumento em que o deputado, senador, comissão ou a bancada estadual indicam projetos e obras em seu reduto eleitoral para receber os recursos da sua cota. 

Obras bloqueadas

O PLOA 2021 lista sete obras com irregularidades graves que não poderão receber recursos, a menos que os problemas sejam resolvidos: o Canal Adutor do Sertão Alagoano (AL); a adequação de trecho da BR-116 (BA); a construção da BR-040 (RJ); o BRT de Palmas (TO); a ampliação de capacidade da BR-209 (RS); a Ferrovia Transnordestina; e o Sistema Adutor do Ramal do Piancó (PB).

Receitas

Quanto à entrada de recursos, o texto enviado pelo Poder Executivo prevê para este ano um total de R$ 1,56 trilhão em receita primária, o equivalente a 20,4% do PIB. As receitas totais esperadas para 2021 cresceriam, segundo o PLOA, R$ 128,9 bilhões, ou 8,8%, em relação ao executado em 2020.

A receita primária já contém o desconto das isenções da contribuição previdenciária para alguns setores da economia, estimadas em R$ 308 bilhões (4% do PIB), e as transferências obrigatórias a estados e municípios relativas a alguns tributos. O relator aumentou em R$ 35,3 bilhões (2,3%) o valor da receita primária originalmente apresentada pelo Poder Executivo em agosto (R$ 1,56 trilhão).

O relator da parte de receita do Orçamento — receitas e despesas são analisadas separadamente — deputado Beto Pereira (PSDB-MS), destacou que, apesar da profunda alteração do cenário econômico e social para 2021, o governo não enviou uma retificação da proposta, deixando ao Congresso a responsabilidade de suprir essa lacuna. Ele acredita que as receitas irão melhorar em 2021, especialmente com a arrecadação do Imposto de Renda, do IPI e da CSLL.

O líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO), afirmou que a aprovação do Orçamento de 2021 é a única maneira de manter empregos no interior do Brasil. Ele também declarou que os recursos de Ciência e Tecnologia não serão contingenciados.

— Conseguimos avançar bastante em temas sociais importantes, com recursos suficientes para manter minimamente a atividade econômica nos municípios brasileiros, para que a população brasileira não sofra com a fome.

Críticas

No Senado, ainda que pontuando críticas ao projeto orçamentário, as lideranças partidárias majoritariamente indicaram votos pela aprovação da proposta e elogiaram o trabalho do relator. Mas os líderes da minoria, Jean Paul Prates (PT-RN), da oposição, Fabiano Contarato (Rede-ES), do PSB, Leila Barros (DF) e do PT, Paulo Rocha (PA), manifestaram votos contrários.

Mesmo reconhecendo o esforço do relator, Marcio Bittar, eles apontaram diminuição dos gastos com a saúde quando comparados ao Orçamento do ano anterior. Além disso, criticaram cortes em diversas áreas sociais. Para a oposição, a situação de crise humanitária causada pela pandemia de covid-19 exige mais investimentos sociais.

Orçamento fácil

Saiba mais sobre o Orçamento com os vídeos do Orçamento Fácil, um jeito divertido de entender o orçamento público.

Variação no valor das despesas não obrigatórias em relação a 2020

Comparativo entre as despesas previstas no PLOA 2020, as propostas pelo governo para 2021 e o que foi aprovado pelo Congresso
(em R$ bilhões)

ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO
Orçamento 2020 (a) 2,4 − 21,7%
Previsão para 2021 Executivo 1,89
Congresso (b) 1,88
AGRICULTURA
Orçamento 2020 (a) 10,44 − 0,2%
Previsão para 2021 Executivo 9,5
Congresso (b) 10,42
CIDADANIA
Orçamento 2020 (a) 85,08 + 22,1%
Previsão para 2021 Executivo 103,22
Congresso (b) 103,9
CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Orçamento 2020 (a) 11,72 − 28,7%
Previsão para 2021 Executivo 8,07
Congresso (b) 8,36
COMUNICAÇÕES*
Orçamento 2020 (a)
Previsão para 2021 Executivo 2,02
Congresso (b) 2,07
CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO
Orçamento 2020 (a) 1,02 − 48%
Previsão para 2021 Executivo 0,54
Congresso (b) 0,53
DEFESA
Orçamento 2020 (a) 72,39 − 9,8%
Previsão para 2021 Executivo 65,2
Congresso (b) 65,33
DESENVOLVIMENTO REGIONAL
Orçamento 2020 (a) 8,64 + 23,6%
Previsão para 2021 Executivo 6,48
Congresso (b) 10,68
ECONOMIA
Orçamento 2020 (a) 596,78 − 4,6%
Previsão para 2021 Executivo 564,44
Congresso (b) 569,49
EDUCAÇÃO
Orçamento 2020 (a) 102,27 − 27,1%
Previsão para 2021 Executivo 73,52
Congresso (b) 74,56
ENCARGOS FINANCEIROS DA UNIÃO
Orçamento 2020 (a) 27,07 − 0,5%
Previsão para 2021 Executivo 27,07
Congresso (b) 26,93
INFRAESTRUTURA
Orçamento 2020 (a) 18,82 − 8,1%
Previsão para 2021 Executivo 16,8
Congresso (b) 17,29
JUDICIÁRIO
Orçamento 2020 (a) 48,46 + 4,3%
Previsão para 2021 Executivo 50,52
Congresso (b) 50,52
JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA
Orçamento 2020 (a) 12,98 − 11,7%
Previsão para 2021 Executivo 11,08
Congresso (b) 11,46
LEGISLATIVO
Orçamento 2020 (a) 13,09 + 3,2%
Previsão para 2021 Executivo 13,51
Congresso (b) 13,51
MEIO AMBIENTE
Orçamento 2020 (a) 2,67 − 25,1%
Previsão para 2021 Executivo 1,72
Congresso (b) 2
MINAS E ENERGIA
Orçamento 2020 (a) 6,2 + 44,2%
Previsão para 2021 Executivo 8,91
Congresso (b) 8,94
MINISTÉRIO PÚBLICO E DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
Orçamento 2020 (a) 8,32 − 1,2%
Previsão para 2021 Executivo 8,22
Congresso (b) 8,22
MULHER, FAMÍLIA E DIREITOS HUMANOS
Orçamento 2020 (a) 0,36 + 44,4%
Previsão para 2021 Executivo 0,31
Congresso (b) 0,52
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
Orçamento 2020 (a) 2,35 − 65,1%
Previsão para 2021 Executivo 0,82
Congresso (b) 0,82
RELAÇÕES EXTERIORES
Orçamento 2020 (a) 2,38 − 17,2%
Previsão para 2021 Executivo 2,01
Congresso (b) 1,97
SAÚDE
Orçamento 2020 (a) 129,93 + 4,8%
Previsão para 2021 Executivo 134,5
Congresso (b) 136,23
TRANSFERÊNCIAS A ESTADOS, DISTRITO FEDERAL E MUNICÍPIOS
Orçamento 2020 (a) 301,94 + 1,9%
Previsão para 2021 Executivo 288,67
Congresso (b) 307,69
TURISMO
Orçamento 2020 (a) 1,83 − 5,5%
Previsão para 2021 Executivo 1,4
Congresso (b) 1,73

* O ministério não existia em 2020
Fontes: Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA – PLN 28/2020) com as alterações do Congresso Nacional e Consultoria de Orçamento do Senado Federal

Com informações da Consultoria de Orçamentos do Senado Federal e da Agência Câmara

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Orçamento de 2021 foi aprovado sob pesadas críticas

 


Da Redação | 25/03/2021, 23h49

Antes de ser aprovado, na noite desta quinta-feira (25), o Orçamento de 2021 foi alvo de pesadas críticas durante todo o dia por parte de parlamentares da oposição, acompanhados por colegas de outros partidos e blocos. Já a defesa da aprovação da peça orçamentária começou com o relator-geral do projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2021, senador Marcio Bittar (MDB-AC). Ele ponderou durante a sessão do Congresso Nacional que os orçamentos anuais nunca conseguem agradar a todos e que o texto final é aquele “que foi possível no consenso”.

— Nós estamos conseguindo fazer um Orçamento que preserva. Do projeto que chegou às minhas mãos, por mais que alguém diga que não, nós aumentamos o dinheiro para educação e para saúde, garantimos os recursos para a continuidade da pesquisa sobre a vacina brasileira, que vai acontecer ainda este ano, garantimos a continuidade no Orçamento de mais de R$ 20 bilhões para que o governo federal continue comprando as vacinas.

O relator também afirmou que, se comparado com o texto inicial enviado pelo Poder Executivo, o texto aprovado no Congresso Nacional conseguiu aumentar os recursos da saúde em R$ 10 bilhões e da educação em R$ 2 bilhões, além de garantir R$ 200 milhões para o desenvolvimento de uma vacina brasileira contra a covid-19.

A defesa do texto, aprovado mais cedo na Comissão Mista de Orçamento (CMO), foi feita também pelo líder do governo Bolsonaro no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO). Ele garantiu que o Orçamento de 2021 não vai acarretar contingenciamento de recursos para a área de ciência e tecnologia. Disse também que a aprovação do Orçamento garante os recursos mínimos para amenizar a tragédia social em andamento devido à pandemia. Na avaliação do líder governista, o Congresso poderá corrigir parte do Orçamento futuramente, se as condições assim exigirem.

— Nós estamos aqui lutando para conseguir recursos, mínimos, para que a população brasileira não sofra com as mazelas da fome. Se nós não estivéssemos hoje aprovando este orçamento, estaríamos colocando, a partir de agora, além da tragédia da pandemia, todos os municípios e todas as obras nacionais em dificuldade.

O deputado federal Cacá Leão (PP-BA) foi outro a elogiar o relatório de Bittar. Em sua opinião, o Orçamento de 2021 dá tranquilidade à população brasileira de que haverá dinheiro para o enfrentamento da pandemia, para a compra de vacinas e para ajudar a retomada da economia.

O texto de Bittar, segundo o deputado federal Cláudio Cajado (PP-BA), busca atender com prioridade as áreas da educação, da saúde e de políticas sociais. Além disso, ele avaliou que haverá muitos recursos para investimentos em infraestrutura em todo o país.

— São R$ 30 bilhões que serão revertidos em investimentos, em infraestrutura, em aquisição de máquinas e equipamentos, na área da agricultura, na área do MDR [Ministério do Desenvolvimento Regional], com melhorias na infraestrutura urbana e rural, na própria saúde, com aquisição de equipamentos hospitalares, na educação, enfim, nas áreas que fazem o conjunto das políticas públicas do Brasil.

A causa da maioria das críticas foi o fato de o relator ter apresentado uma complementação de voto por meio da qual promove o remanejamento de despesas em montante superior a R$ 26,4 bilhões. O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), com R$ 10,2 bilhões, e o Fundo Nacional de Saúde (FNS), com R$ 8,3 bilhões, são os mais favorecidos.

Para fazer as mudanças, foram canceladas dotações reservadas inicialmente pelo Poder Executivo para benefícios previdenciários (R$ 13,5 bilhões), cujo gasto depende de crédito adicional para contornar a chamada “regra de ouro”, para o pagamento do abono salarial (R$ 7,4 bilhões) e do seguro-desemprego (R$ 2,6 bilhões). O orçamento robusto para as Forças Armadas também causou protestos.

Outra mudança criticada por parlamentares foi o corte de R$ 1,75 bilhão nos recursos do Censo Demográfico. Na complementação de voto, Bittar retirou mais R$ 169,7 milhões dessa ação orçamentária, agora sem nada para gastar.

O senador Jaques Wagner (PT-BA) disse que o PT era contra a aprovação do Orçamento por entender que houve cortes nas áreas de saúde, previdência, agricultura familiar e outros.

— Na época da Guerra do Paraguai, o governo brasileiro gastou cinco orçamentos para defender a pátria. Eu acredito que, neste momento, na guerra contra a covid-19, nós deveríamos gastar mais para proteger a gente brasileira e, óbvio, depois voltarmos a arrumar aquilo que fosse violado na área fiscal.

O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) avaliou que o texto em votação diminuía recursos para a saúde, o meio ambiente e o IBGE enquanto destinava R$ 8 bilhões para investimentos na Defesa.

— O que é prioridade para este governo? — questionou.

A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) afirmou que, no Orçamento de 2021, o montante destinado para a Defesa é cinco vezes maior que os recursos para o Sistema Único de Saúde (SUS).

— A nossa guerra deveria ser contra o vírus e não [a favor] do fortalecimento dos privilégios daqueles que estão na cúpula das Forças Armadas, e que dão inclusive guarida para o discurso golpista do senhor Jair Bolsonaro.

A senadora Leila Barros (PSB-DF) disse que o texto em votação promove cortes na educação, no ensino universitário, na pesquisa, na ciência e tecnologia e no meio ambiente, mas aumenta as emendas parlamentares. 

— Há atenção insuficiente à saúde no momento em que vivemos a maior crise sanitária dos nossos tempos, em contraste com a elevação de gastos para o Ministério da Defesa. A guerra — eu quero lembrar a todos desta Casa — é contra o coronavírus. Nós estamos tirando simplesmente R$ 35 bilhões da saúde num momento como este.

Para a deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ), a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2021 “é o pior Orçamento da história”.

— O Orçamento votado hoje [quinta-feira] não está à altura das urgências que estão colocadas para a sociedade brasileira. Ele não responde ao maior momento de crise sanitária que as gerações vivas já experimentaram. Não responde à ampliação da pobreza, que está chegando na casa do povo, que está cada vez mais desnutrido nesse cenário. Não é um Orçamento que responde às demandas populares, que responde à tragédia que está em curso no Brasil. Mais de 300 mil pessoas perderam a vida e estão com as famílias em luto. E nós aqui, a partir de emendas inclusive individuais, estamos priorizando direcionar recursos para obras em estados. E, desculpe-me a sinceridade, no meu ponto de vista, isso é para fazer curral eleitoral. Não dá.

Após críticas de parlamentares, o senador Eduardo Gomes reconheceu a possibilidade de ajustar o Orçamento ao longo do ano devido à pandemia. "Queremos fazer este compromisso público com os partidos da oposição de [promover a] recomposição do Orçamento do IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística] para o censo. A correção do [orçamento destinado ao] censo é fundamental para a vida dos municípios", afirmou. Ele também prometeu recomposição dos orçamentos destinados às universidades federais e às áreas da saúde e da ciência e tecnologia.

Por sua vez, o senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) opinou que o Orçamento de 2021 é “uma peça de ficção”. Segundo ele, houve redução nas dotações para Previdência, seguro-desemprego, abono salarial, censo demográfico e outros.

— Apesar de todas essas incoerências, apesar de toda essa "matemágica" para poder acomodar emendas que, provavelmente, serão contingenciadas, nós vamos orientar o voto "sim" pela necessidade que existe da aprovação do Orçamento. Mas é uma tristeza, e ainda teremos ao final um déficit primário de R$ 247 bilhões. Vai muito mal o nosso país, vai muito mal a nossa economia, mas orientamos "sim" porque, senão, seria ainda pior.

O deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) afirmou que o texto do Orçamento estava cortando R$ 40 bilhões da área da saúde. Para ele, o momento deveria ser de dar prioridade à área e fortalecer o SUS. Ele pediu mais recursos para geração de empregos, agricultura familiar, assentamentos da reforma agrária e quilombolas.

— Como se não bastasse isso, o Orçamento corta os recursos das universidades, da educação. Nós não podemos concordar com isso. Nós temos que fortalecer a educação e criar oportunidades para as pessoas estudarem. Esse Orçamento corta recursos do seguro-desemprego em um período em que estão desempregados 15 milhões de brasileiros e numa crise econômica que vai aumentar o desemprego no país. O Congresso Nacional não pode ser conivente com essa política de forma nenhuma.

Por sua vez, o deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP) criticou os gastos com funcionários públicos. "O que mais choca foi o Parlamento ter aprovado, no meio da pandemia, congelamento de salário de professor, médico e enfermeiro, enquanto a peça orçamentária concede aumento de salário para militares. Estamos dando aumento de salário no meio da crise para quem nem sequer está enfrentando a pandemia”, disse. 

— O Congresso Nacional age como puxadinho do Palácio do Planalto.

Crítica semelhante foi feita pela deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RS). Ela declarou que a maior parte dos investimentos do Orçamento estão indo “para o Ministério da Defesa comprar submarinos, enquanto as pessoas estão morrendo sem leitos, sem oxigênio, sem vacina”. Ela criticou também o montante destinado ao pagamento de juros da dívida pública.

O deputado federal Vinicius Poit (Novo-SP) questionou o corte de recursos da Previdência e do seguro-desemprego para direcioná-los ao Desenvolvimento Regional, que não considera prioritário. "Não precisamos construir calçamento em rua enquanto falta vacina", protestou.

Já o deputado Jorge Solla (PT-BA) questionou o reajuste de R$ 7,1 bilhões para militares previsto no Orçamento de 2021. "Está faltando medicamento e oxigênio. Como é que, na maior tragédia sanitária, cortam-se R$ 36,1 bilhões da Saúde na comparação com o Orçamento de 2020?", indagou. Ele também disse que 22% de todos os investimentos do Orçamento estão no Ministério da Defesa, enquanto as universidades federais perderam 25% de seus orçamentos nos dois anos do governo Bolsonaro.

Após presidir mais de oito horas de sessão, o presidente do Senado e do Congresso, senador Rodrigo Pacheco, lembrou que a peça foi aprovada com atraso.

— É algo tardio, já é algo que se esperava. A votação do Orçamento de 2021 era para ter sido feita no ano passado. Houve um atraso. Mas agora nós demonstramos o nosso propósito de agilizar as questões do Brasil.

Também participaram dos debates os senadores Izalci Lucas (PSDB-DF), Kátia Abreu (PP-TO), Marcos Rogério (DEM-RO), Paulo Rocha (PT-PA), Jorginho Mello (PL-SC), Telmário Mota (Pros-RR), Soraya Thronicke (PSL-MS), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Alvaro Dias (Podemos-PR), Paulo Paim (PT-RS) e outros.

Saiba mais sobre o Orçamento com os vídeos do Orçamento Fácil. A Comissão Mista de Orçamento (CMO) 2020-2021 foi presidida pela deputada federal Flávia Arruda (PL-DF).

Com informações da Agência Câmara

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Pacheco se reúne com governadores para articular comitê contra a covid-19

 


Da Redação | 25/03/2021, 23h50

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, anunciou que realizará uma videoconferência com governadores nesta sexta-feira (26) para tratar dos temas relacionados às ações do comitê nacional criado para enfrentar a crise da covid-19.

A audiência remota começa às 8h da manhã. Na pauta, questões como a falta de insumos, de vacinas, de oxigênio e de leitos de UTI nos hospitais públicos e privados de todo o país. A proposta é o estabelecimento de um acordo de procedimento do comitê.

— Obviamente que os governadores têm autonomia como entes federados, os estados, de poder fazer a sua interlocução com o governo federal, de fazer o enfrentamento da pandemia, inclusive com a legitimação dada pela Constituição e pelas decisões do Supremo Tribunal Federal. Mas o que vamos buscar é estabelecer essa interface com os governadores e este comitê nesse enfrentamento da pandemia para corrigir os erros até aqui existentes — ressaltou.

Vacinas

Pacheco disse ainda que respeita a decisão judicial que considerou inconstitucional a obrigação da doação de vacinas da iniciativa privada para o Sistema Único de Saúde (SUS). O senador lembrou que foi autor de projeto (PL 534/2021) transformado na Lei 14.125, de 2021, que autorizou a União, estados, municípios e o Distrito Federal a adquirir vacinas contra a covid-19 e também permitiu a compra à inciativa privada, mas para destinação integral ao SUS.

— Para poder preservar algo muito importante que é o Programa Nacional de Imunização. E obviamente que essa decisão [do TRF1] poderá ser sujeita a recurso e, eventualmente, ser reformada — disse. 

Orçamento

Rodrigo Pacheco elogiou o trabalho da Comissão Mista de Orçamento (CMO) e destacou a aprovação do PLN 28/2020 durante oito horas de sessão do Congresso Nacional, que o senador presidiu nesta quinta-feira. 

— Era algo tardio, algo que já se esperava, a votação do Orçamento de 2021, que já era para ter sido feito no ano passado. Houve um atraso. E agora nós demonstramos o nosso propósito de agilizar questões do Brasil. E vamos partir agora para o Orçamento de 2022, nós temos que fazer tudo ao seu tempo — afirmou.      

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Auxílio-doença para gestante de alto risco pode ser dispensado de carência

 


Da Redação | 26/03/2021, 08h54

Exigir período de carência para a concessão do auxílio-doença em caso de gestação de alto risco pode ser definitivamente vedado. É o que determina um projeto do senador Fabiano Contarato (Rede-AP) apresentado em celebração ao Mês das Mulheres, para tentar diminuir os percalços que as trabalhadoras sofrem por causa da maternidade (PL 787/2021).

O auxílio-doença é um benefício previdenciário pago pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) ao trabalhador de carteira assinada que ficar incapacitado para sua atividade habitual por mais de 15 dias consecutivos. Mas, para ter direito a esse afastamento remunerado, é necessário já ter feito pelo menos 12 contribuições mensais à Previdência Social.

Há algumas exceções à regra, para as quais são dispensados os períodos de carência, como nos casos de acidente de qualquer natureza, doença profissional ou do trabalho e doenças graves. Apesar de os juristas entenderem que a gravidez de alto risco se enquadrava nessas exceções, o INSS vinha exigindo o cumprimento da carência para pagar o benefício, o que levou a Defensoria Pública da União (DPU) a propor uma ação judicial contra a “decisão descabida”, como classificou Contarato.

A DPU venceu, mas a decisão não foi definitivamente aplicada ainda, pois não teve o trânsito em julgado. Por isso, o senador decidiu propor a alteração definitiva da Lei 8.213, de 1994, que rege a Previdência Social, para deixar claro que o auxílio-doença deve ser pago sem necessidade de carência, no “caso de comprovação clínica de gestação de alto risco em que haja recomendação médica para afastamento do trabalho".

“Considerando o princípio da segurança jurídica, bem como o princípio da dignidade humana (art. 1º, III, CF), a proteção à família (art. 226, CF) e, principalmente, a obrigação de a Previdência Social proteger a maternidade e a gestante (art. 201, II, CF), elaboramos este projeto de lei que veda ao INSS exigir carência para concessão de auxílio-doença a grávidas de alto risco”, justificou o parlamentar.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

DataSenado: cresce apoio à educação domiciliar

 

Da Redação | 26/03/2021, 10h40

Apesar do crescimento expressivo do apoio popular à educação domiciliar, a maioria dos brasileiros continua contrária a essa modalidade de ensino, segundo comparação de pesquisas do Instituto DataSenado realizadas em 2019 e 2020. A apuração também revela aumento do número de pais e responsáveis que optariam por educar seus filhos em vez de matriculá-los na rede de ensino e apoio da maioria absoluta dos participantes ao modelo de aulas a distância.

Em pesquisa realizada em 2019, 20% dos entrevistados eram a favor do direito dos pais de educar os filhos em casa. Em 2020, esse número subiu para 36% — um aumento de 80%. No mesmo período, a parcela da população contra a educação domiciliar continua majoritária, mas desceu de 76% para 61%.

Você é a favor ou contra os pais ou responsáveis poderem educar os filhos em casa ao invés de levá-los à escola?

Fonte: DataSenado

Made with Flourish

O DataSenado também apurou melhora da expectativa sobre o efeito da educação domiciliar sobre a qualidade do ensino. 55% dos respondentes consideram que a qualidade vai piorar com a educação em casa — uma queda de sete pontos percentuais em relação à pesquisa de 2019. O número de entrevistados que espera aumento da qualidade do ensino subiu levemente, de 22% para 25%. De forma semelhante, caiu de 64% para 58% o número de brasileiros que consideram a educação domiciliar prejudicial para a socialização de crianças e adolescentes.

Entre os respondentes que se declararam responsáveis por algum menor de 18 anos, o percentual dos que escolheriam educar os filhos em casa se fosse possível subiu de 30% para 41%. E, entre os motivos que levariam os pais a optar pela educação domiciliar, 77% mencionam a prevenção do bullying, e 63%, o aumento da presença da família em casa. Os responsáveis que não optariam pelo ensino de seus filhos em casa — 58% — citam principalmente o prejuízo à qualidade de ensino (69%) e à formação da criança (68%) como motivos.

Aulas a distância

O regime de ensino remoto, adotado amplamente em 2020 em consequência da pandemia de covid-19, deveria ser continuado nesse formato em 2021, segundo 51% dos entrevistados — 44% se manifestaram contra. Ainda assim, dentre os que não apoiam aulas remotas, 38% concordam que as escolas ofereçam combinação de aulas a distância e presenciais, contra 58% que apoiam aulas exclusivamente presenciais.

A amostra total da pesquisa foi composta por 2,4 mil entrevistas por telefone realizadas entre 24 de novembro e 3 de dezembro de 2020, em amostra representativa da população brasileira.

Atualmente o ensino doméstico é proibido tanto pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) como pelo Código Penal, pois o entendem como abandono intelectual de um menor. Tramitam no Senado dois projetos do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) sobre o tema: PLS 28/2018, que descriminaliza o ensino das crianças em casa; e o PLS 490/2017, que regulamenta essa modalidade de ensino autorizando-a e estabelecendo regras como a avaliação periódica e a obrigação de seguir a Base Nacional Comum Curricular. Ideia legislativa submetida à avaliação dos usuários do e-Cidadania, em 2017, pedia a regulamentação legal da educação domiciliar, mas não alcançou os 20 mil apoios necessários para converter-se em sugestão legislativa.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Seis senadores do grupo prioritário estão vacinados contra covid-19

 


Aline Guedes | 26/03/2021, 11h11

Seis senadores do grupo prioritário da campanha de vacinação contra o coronavírus receberam a imunização, tendo três deles tomado a primeira dose nesta semana: Tasso Jereissati (PSDB-CE), Fernando Collor (Pros-AL) e Jaques Wagner (PT-BA). Antes, no começo de março, foram imunizados os senadores José Serra (PSDB-SP), Elmano Férrer (PP-PI) e Maria do Carmo Alves (DEM-SE). 

Aos 78 anos, Elmano tomou as duas doses da vacina em Brasília e, agora, está mantendo o isolamento social em Teresina, onde mora. Em entrevista à Agência Senado, ele observou que, mesmo após se vacinar todos devem continuar mantendo os cuidados básicos para a contenção do vírus: distanciamento social, uso de máscaras e álcool em gel. Elmano disse acreditar na ciência e aconselhou a população a não perder a oportunidade quando chegar o momento de se imunizar. 

— Com a vacinação, vamos vencer a pandemia da covid-19. Estou muito feliz por essa oportunidade, mas continuo atento a todos os cuidados, atendendo as pessoas com o devido distanciamento. Quando chegar sua vez, cada um vá ao posto e vacine-se. A responsabilidade é de todos nós — afirmou. 

Pelas redes sociais, os demais parlamentares manifestaram alívio pela imunização e o anseio para que todos os brasileiros tenham o mesmo direito. Para Tasso, que tem 73 anos, “a vacina significa que não devemos desanimar, que podemos confiar na ciência e que vamos atravessar esse momento difícil”. Ele foi atendido no Centro de Eventos de Fortaleza na quinta-feira (25). 

“Espero que todos os brasileiros sejam vacinados o quanto antes”, publicou. 

Jaques Wagner, de 70 anos, disse estar feliz por receber a primeira dose da vacina. Com identidade na mão e coração batendo firme, como disse na quinta (25), o parlamentar foi atendido na Arena Fonte Nova, em Salvador. Para ele, no entanto, essa felicidade só será completa quanto todos estiverem imunizados. 

“Vacina é esperança”, escreveu. 

Já Fernando Collor foi o último entre os ex-presidentes da República a tomar a vacina, na quarta-feira (24), em Brasília. Na segunda-feira (22), foi a vez de Dilma Rousseff, do grupo de ex-chefes do Executivo. Assim como Collor e Dilma, também já foram vacinados Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando Henrique Cardoso, Michel Temer e José Sarney. 

Por uma rede social, Collor, que tem 71 anos, enalteceu a vacina e se solidarizou com todos os brasileiros que perderam parentes e amigos na pandemia. 

“Vacinação é o único caminho para mudarmos o triste cenário que o Brasil enfrenta. Aproveito para me solidarizar com as famílias enlutadas e cumprimentar todos os trabalhadores da linha de frente. Viva o SUS. Vacine-se”, compartilhou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado