terça-feira, 23 de março de 2021

Senadores fazem apelo à comunidade internacional por vacinas para o Brasil

 


Marcella Cunha | 22/03/2021, 16h58

Presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), a senadora Kátia Abreu (PP-TO) enviou uma moção de apelo à comunidade internacional para o envio de vacinas contra a covid-19 para o Brasil. A informação foi passada nesta segunda-feira (22) durante audiência pública na comissão temporária da covid-19, que acompanha as ações de combate à pandemia. O relator, senador Wellington Fagundes (PL-MT), disse que o isolamento internacional do governo Bolsonaro obrigou o Senado a tomar as rédeas da diplomacia.

Fonte: Agência Senado

Câmara: projetos sobre teste do pezinho e violência contra a mulher têm prioridade

 


Rádio Câmara dos Deputados | 22/03/2021, 17h39

O editor da Rádio Câmara, Marcello Larcher, destaca as prioridades da Câmara dos Deputados para esta semana. Ele citou, entre outros, dois projetos de lei que podem ser votados nesta semana pelos deputados federais: o PL 5.043/2020, que visa ampliar o número de doenças a serem rastreadas pelo teste do pezinho (que é realizado com a coleta de gotas de sangue dos pés do bebê recém-nascido), e o PL 598/2019, que prevê a inclusão de conteúdo sobre prevenção da violência contra a mulher em currículos escolares.

Fonte: Agência Senado

Máscaras PFF2 poderão ser distribuídas pelo SUS

 


Rodrigo Resende | 22/03/2021, 18h07

Projeto do Senador Rogério Carvalho (PT-SE) prevê a distribuição de máscaras do tipo PFF2 pelo SUS (PL 762/2021). Esse é um tipo de máscara já utilizado em obras e por trabalhadores que lidam com poeira. Bruno Carvalho, um dos líderes do projeto "PFF para todos" (@PFFparatodos e pffparatodos.com), afirma que existem máscaras PFF2 de todos os valores, chegando a menos de R$ 3, e que deve-se buscar marcas que tenham o Certificado de Aprovação para o uso, o CA.

Fonte: Agência Senado

Modelo de desenvolvimento prejudica conservação dos recursos hídricos, avaliam especialistas

 


Da Redação | 22/03/2021, 19h29

Um dos principais impactos que o Brasil vai sofrer com o aquecimento global é a redução da disponibilidade de água. Sem uma mudança estrutural no modelo de desenvolvimento, não vai ser possível reduzir a emissão de poluentes de forma sustentável e ter uma gestão eficiente dos recursos hídricos. O alerta foi feito nesta segunda-feira (22) em um webinar promovido pela Comissão de Meio Ambiente (CMA) para celebrar o Dia Mundial da Água, comemorado anualmente nesta data.

Proposto pelo senador Jacques Wagner (PT-BA), que preside a comissão, o debate reuniu especialistas que apontaram os principais desafios da gestão de recursos hídricos no Brasil.

Ameaças

Bispo auxiliar de Belo Horizonte (MG), membro da Comissão Episcopal Especial para Ecologia Integral e Mineração da Confederência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Vicente Ferreira foi enfático ao apontar como a destruição provocada pela atividade mineradora como ameaça aos rios do país. Além de mencionar a destruição da bacia do rio Doce e do rio Paraopeba, provocada pelo rompimento de barragens da mineradora Vale em Mariana (MG) e Brumadinho (MG), ele afirmou que a forma de exploração mineral em atividade é extremamente destrutivo do lençol freático e das nascentes, e profundamente comprometedor da questão hídrica. 

— O que nos preocupa é que, depois dos crimes ambientais, as leis ainda estão sendo mais flexibilizadas no que tange ao meio ambiente. A mineração se torna mais agressiva. E a gente lança esse apelo para que se olhe a relação entre os empreendimentos minerários e a questão relativa à água. A mineração consome muita água em seu processo, polui muito e tudo isso vai trazendo danificações nos territórios, sobretudo nas comunidades menores, quilombolas, indígenas, e ainda as regiões metropolitanas das grandes cidades.

Dom Vicente Ferreira destacou ainda que a atuação das mineradoras, que parece estar acima da lei, compromete a segurança hídrica presente e futura em todas as regiões do país.

— As mineradoras são muito poderosíssimas, as questões legais não são respeitadas. É preciso sempre escutar os atingidos, as lideranças que vivem a dureza de ter o recurso hídrico, mas tê-lo contaminado e, cotidianamente, sendo ameaçado, sem responsabilidade por parte de quem ameaça. O processo de reparação é violento, passa por cima de muitas coisas, o drama da questão ambiental hoje no país é muito grave. Temos o país que tem mais água potável no mundo, mas estamos caminhando aceleradamente para trazer muitos problemas para a população num futuro muito próximo.

Bem comum 

Coordenadora geral da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Sônia Guajajara disse que o Dia Mundial da Água deveria ser comemorado em todo o mundo, mas que, infelizmente, passa despercebido pela maioria das pessoas. Ela disse ainda que é preciso acabar com a visão mercantilista sobre um bem comum como a água, fundamental para a sobrevivência de todos os seres vivos, “porque é duro constatar que muitas pessoas não têm água nem para beber e, agora, nesse período da pandemia, vivendo o pior março de nossa história”.

— Enquanto a orientação principal da OMS é lavar as mãos, nós ainda temos milhões de pessoas que não têm água nem para beber, muito menos para lavar as mãos. Essa história do lucro acima da vida, a destruição em detrimento da preservação, são os motivos que levam muita gente a não ter agua. É a contaminação pelo agronegócio, pelo minério das grandes mineradoras, a tentativa de legalizar mineração nos territórios indígenas, que já causou a perda de muitas vidas. A culpa de tanta destruição é do comportamento humano e dos acordos econômicos que põem em risco um bem comum e a vida no planeta. E quando a gente tenta um projeto de lei que garanta agua potável para as famílias, temos a negativa do presidente do país de não garantir agua potável para indígenas e quilombolas — afirmou Sônia Guajajara, referindo-se ao PL 1.142/2020, que deu origem à Lei 14.021, de 2020,  sancionada com vetos pelo presidente da República, Jair Bolsonaro. Entre os dispositivos vetados, está o que previa acesso das aldeias a água potável, materiais de higiene, leitos hospitalares e respiradores mecânicos para o combate à pandemia de covid-19.

Saneamento básico 

Coordenador da Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA), Cícero Félix dos Santos ressaltou que a água é um bem vital de direito público previsto na Constituição, e não uma mercadoria.

— Nesse momento de pandemia, é preciso garantir o saneamento básico no Brasil como investimento público, um direito de todos e dever do Estado, das cidades e do meio rural. Esse avançar do mundo rural significa estar também de olho nas mudanças climáticas, no enfrentamento às mudanças climáticas ou combate ao processo de desertificação que ocorre no Nordeste e outras regiões brasileiras. Não dá para falar em cuidar das águas sem cuidar dos biomas. O semiárido, conhecido como a região da seca, tem 26 milhões de pessoas, ou 12 por cento da população brasileira, e mais de 1.200 municípios — afirmou Santos.

Consultora e especialista em recursos hídricos, Patrícia Boson ressaltou a questão da governabilidade. Ela disse que no Brasil não há órgãos gestores capacitados para lidar com questão da água, sendo que muitos não dispõem de equipe ou recursos para funcionar. É preciso reforçar a governabilidade, e isso só se faz reforçando os organismos encarregados de lidar com a questão, afirmou.

Pesquisadora do Observatório do Clima, consultora legislativa da Câmara dos Deputados e ex-presidente do Ibama, Suely Araújo defendeu o monitoramento dos contratos feitos sob a égide do novo marco legal do saneamento o tempo todo, visto que os recursos costumam ser direcionados apenas para os locais onde o serviço  for rentável.

Representante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Andréa Neiva disse que a água deve ser vista como um direito universal à disposição de todos. Ela criticou a privatização da oferta de água e salientou que 36 milhões de pessoas não tem saneamento básico no Brasil.

— Somos a parte mais afetada pelas decisões políticas e econômicas, nos vemos diante de situações que aprofundam ainda mais a violação de nossos direitos. As medidas de ajuste nos marcos legais e a privatização significam a morte dos povos indígenas. A água, hoje, é instrumento de especulação — afirmou.

Mudanças climáticas

Professor associado e chefe do Departamento de Engenharia e Biossistemas da Unesp, Rodrigo Lilla Manzione destacou que as mudanças climáticas já podem ser sentidas e estão afetando a produção de alimentos, como o milho e o trigo.

— As adaptações ocorrem, mas não na velocidade necessária, precisam ser potencializadas. Os produtores em pequenas escalas vão precisar de suporte, assistência técnica e a gente precisa investir nisso. O Brasil expandiu a rede de monitoramento climático, mas a manutenção desses equipamentos não está prevista no orçamento do governo. Não adianta levar cisternas para o semiárido sem assistência. É preciso cumprir a lei, somos ótimos em fazer leis, mas na hora de aplica-las ficamos um pouco para trás — afirmou.

Diretor regional na The Nature Conservancy (TNC), Fernando Veiga disse que a proteção das fontes de água e das florestas é a tecnologia mais eficiente para a sobrevivência dos recursos hídricos.

— A floresta tem papel muito grande e a gente tem o desafio de manutenção desses ecossistemas — afirmou.

Doutora em Economia da Mudança Climática e pesquisadora da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), Camila Gramkow disse que é preciso pensar na água no contexto das políticas de recuperação no contexto da pandemia. Ela apontou a insustentabilidade dos estilos de desenvolvimento atuais, que podem ser transformados em investimentos sustentáveis, e disse que a inação agrava os problemas estruturais do desenvolvimento. A crise ambiental pode ser considerada a crise das crises, porque agrava a crise da fome, a crise da desigualdade, a crise da pobreza, afirmou.

Agrotóxicos 

Durante o debate, o senador Jacques Wagner (PT-BA) disse que o surgimento de doenças e outros males que afligem a Humanidade pode estar relacionado a concepção de um modelo de crescimento econômico nocivo que tem a usura como principal elemento, e não leva em conta o equilíbrio dos recursos ambientais.

— Querem acumular mais, ganhar mais, deixando para trás um rastro de destruição e de mortos. A elite brasileira nunca está à frente do tempo, mas atrás do tempo, não há concepção de desenvolvimento — afirmou.

O senador Fabiano Contarato destacou que o Brasil carrega consigo uma responsabilidade ecológica, social e econômica, visto que o país detém 12% do volume de água doce do mundo.

— O atual governo, em um ano, autorizou quase mil tipos de agrotóxicos diferentes que vão fazer com que sejam contaminados os risos e os mares. A herbicida da água brasileira é 300 vezes vezes mais forte do que a tolerada pela União Europeia. Como é que fica essa nossa responsabilidade? Um dia de funcionamento da floresta amazônica significa equivale a 20 bilhões de toneladas de chuva, que vão fazer no Norte, no Nordeste, no Sul, no Sudeste, que vai chover nos mares, vai controlar a salinidade. Para fazer o que a floresta faz, nós precisaríamos de 150 mil Itaipus, e para fazer o que as Itaipus fariam levaríamos 150 anos — afirmou.

O senador Confúcio Moura (MDB-RO) destacou a grandeza dos recursos hídricos amazônicos, e apontou as mudanças havidas nos últimos 45 anos na região, a exemplo da seca de rios, riachos e pastagens.

— A destruição da Amazônia prejudica o Brasil e o mundo no equilíbrio do aquecimento global. Os rios amazônicos são as estradas por onde circulam as pessoas e as riquezas. As comunidades e populações indígenas dependem desses rios para a sobrevivência — afirmou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Senadores protestam contra possível falta do chamado kit intubação

 


Pedro Pincer | 22/03/2021, 19h41

Médicos e entidades da saúde estão em alerta para uma possível crise de desabastecimento de remédios cruciais usados no combate à covid-19 em todas as regiões do país. Trata-se de um conjunto de medicamentos que deve ser utilizado toda vez que o paciente precisa ser intubado e adaptado ao ventilador mecânico. Isso inclui medicamentos para controlar a dor, sedar e relaxar a musculatura. A possível falta do kit também é motivo de preocupação para os senadores Nelsinho Trad (PSD-MS) e Otto Alencar (PSD-BA).

Fonte: Agência Senado

Semana tem discussão sobre cronograma e compra de vacinas

 


Hérica Christian | 22/03/2021, 20h21

Nesta terça-feira (23), os senadores vão ouvir representantes de laboratórios brasileiros e estrangeiros, além de empresas farmacêuticas, sobre a produção e a importação de vacinas contra a covid-19. Entre os convidados estão porta-vozes do Instituto Butatan e da Pfeizer e Janssen. Também será discutida a crise no fornecimento de oxigênio. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) alertou que a prefeitura de Macapá foi orientada a não abrir mais novos leitos de UTIs que necessitem de oxigênio. Na quarta-feira (24), deverá participar de outra reunião virtual o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, sobre a compra dos imunizantes no mercado internacional.

Fonte: Agência Senado

Demora na vacinação traz maior impacto econômico, aponta relatório da IFI

 


Da Redação | 22/03/2021, 20h38

Quanto mais tempo o governo demorar a vacinar a população, maior será o impacto econômico. O alerta está no Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) do mês de março, divulgado nesta segunda-feira (22) pela Instituição Fiscal Independente (IFI). De acordo com o texto, cada mês de isolamento social, necessário para conter o avanço pandemia, significa um ponto percentual a menos no crescimento do produto interno bruto (PIB).

“O quadro fiscal continua a ser o nó a desatar para o médio prazo. Mas, como vimos, as perspectivas de recuperação da economia (e das receitas, consequentemente) estão diretamente associadas ao sucesso no combate à pandemia. A vacina é o passo zero ainda não dado para valer”, apontou o diretor-executivo da IFI, Felipe Salto.

A vacinação em massa como forma de retomar a confiança no Brasil foi defendida no último domingo pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Em uma live na internet, ele admitiu que a vacinação é a melhor política fiscal, a mais barata e a de maior impacto sobre a oferta.

O relatório do IFI aponta risco de recessão técnica no primeiro semestre. O texto diz que, caso o PIB registrasse variação nula em todos os trimestres de 2021, a atividade econômica ainda apresentaria crescimento de 3,6% no ano, graças à “forte herança estatística positiva” do último trimestre de 2020. Mesmo assim, segundo o RAF, a projeção atual é menor e está em 3%.

Como o primeiro semestre do ano deve ter desempenho fraco, a estimativa depende de uma recuperação no segundo semestre, que, por sua vez, depende da vacinação. O recrudescimento da crise sanitária, segundo o IFI, pode provocar rodada de revisões baixistas para o PIB. “Dessa forma, é possível que a atual projeção de crescimento econômico da IFI, de 3%, possa se transformar, rapidamente, em patamar máximo para 2021”.

Recuo

O recuo do PIB em 2020 foi de 4,1% em 2020, com desaceleração no quarto trimestre influenciada pela redução do auxílio emergencial. Segundo o relatório, a aceleração da inflação e o avanço da pandemia contribuíram a diminuição do consumo. O resultado ficou acima da estimativa apresentada no RAF de fevereiro, de -4,5%, e poderia ter sido pior sem o auxílio emergencial.

“Não fosse o impulso gerado pelo pagamento do auxílio emergencial, cujo gasto somou R$ 293,1 bilhões entre abril e dezembro do ano passado (montante equivalente a 4% do PIB), o impacto negativo sobre o PIB decorrente da retração do consumo das famílias teria sido ainda mais expressivo”, aponta o estudo.

Taxa de juros

O relatório também trata da elevação da taxa Selic em 0,75 ponto percentual em 17 de março, de 2% para 2,75% ao ano. Segundo o texto, a redução da percepção do risco fiscal, a condução responsável do país na pandemia e a aceleração da imunização da população poderiam contribuir para atenuar as pressões sobre a taxa de câmbio e a elevação dos juros.

Desemprego

A taxa de desemprego no Brasil atingiu 13,9% da força de trabalho no quarto trimestre de 2020, três pontos percentuais acima do registrado no mesmo período do ano anterior. Esse resultado, segundo o IFI, reflete o declínio da força de trabalho e da população ocupada. A taxa só não foi maior, como aponta o relatório, porque parte das pessoas que perderam o emprego deixaram a força de trabalho. “A pandemia tem afetado a demanda (contratações) e a oferta (participação)”, diz o texto.

Em termos absolutos, a população ocupada diminuiu em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, passando de 94,6 milhões no trimestre encerrado em dezembro de 2019 para 86,1 milhões no mesmo período de 2020, 8,9% a menos. Apesar de o rendimento médio real ter subido 2,7% (de R$ 2.440 para R$ 2.507), a massa salarial registrou variação de -6,5% no período, em razão do número menor de pessoas empregadas.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

PEC Emergencial não evita risco de descumprir teto de gastos, aponta IFI

 


Da Redação | 22/03/2021, 21h39

Relatório divulgado nesta segunda-feira (22) pela Instituição Fiscal Independente (IFI) aponta risco de que o teto de gastos seja descumprido antes que o limite de gastos obrigatórios previsto na PEC Emergencial seja atingido. O Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) de março traz, ainda, análises sobre as medidas provisórias do novo auxílio emergencial e do aumento da taxação de bancos.

Promulgada no dia 15 de março, a Emenda Constitucional 109, resultante da chamada PEC Emergencial (PEC 186/2019), estabeleceu um “subteto de gastos” para o acionamento de medidas de contenção de despesas. O teto de gastos já limitava o crescimento das despesas primárias à inflação do ano anterior. A nova proposta aprovada em 2021 estabeleceu o acionamento das medidas de contenção quando os gastos obrigatórios da União superarem 95% dos gastos primários. Essa nova regra, no entanto, pode não impedir o rompimento do teto.

“É muito provável que, antes de o gasto discricionário chegar a 5% do total (isto é, o obrigatório atinja 95%), condição para acionamento dos gatilhos, o próprio teto de gastos se torne insustentável”, apontou o texto. Para o diretor-executivo da IFI, Felipe Salto, a regra ficou “mal calibrada”.

Auxílio emergencial

Além da PEC Emergencial, o relatório traz uma análise da MP 1.039/2021, medida provisória que estabelece os detalhes da nova rodada do auxílio emergencial. O novo benefício, de acordo com a MP 1.039, terá valor padrão de R$ 250, pagos em quatro parcelas mensais a partir de abril.

A previsão da IFI é de que o auxílio vai custar ao governo R$ 45 bilhões. A MP que trata do auxílio estabelece que, nas situações em que for mais vantajoso, essa ajuda substituirá o benefício do Bolsa Família. Segundo o relatório, isso fará com que parte do gasto previsto para o Bolsa Família migre para o auxílio emergencial, o que deve gerar uma folga no teto de gastos. Isso ocorre porque os recursos para o Bolsa Família são sujeitos ao teto de gastos e os do auxílio não são.

Contribuição dos bancos

O Relatório de Acompanhamento Fiscal de março também trouxe uma análise da Medida Provisória (MP) 1.034/2021, que aumenta a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) de instituições financeiras para compensar a redução tributária sobre o diesel e o gás de cozinha.

O relatório estima que os ganhos gerados pelas medidas compensatórias serão suficientes para compensar a queda na arrecadação: de acordo com os cálculos da IFI, o ganho de arrecadação com as medidas previstas pode ficar entre R$ 3,5 bilhões e R$ 4 bilhões (em ganhos de arrecadação em 2021), enquanto a redução dos tributos federais sobre o óleo diesel e o gás de cozinha, por sua vez, geraria perda de arrecadação de R$ 3,7 bilhões.

“Naturalmente, a extensão dessa desoneração pode suscitar a necessidade de novas medidas de compensação por parte da Receita Federal”, conclui o documento.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Candidatos ao Legislativo também devem registrar propostas, defende Contarato

 


Da Redação | 23/03/2021, 08h44

O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) quer estabelecer a todos os candidatos a cargos públicos o dever de registrar as propostas que defendem em suas campanhas. Para isso, ele apresentou o Projeto de Lei (PL) 438/2021, que modifica a Lei das Eleições (Lei 9.504, de 1997).

Hoje a legislação já exige que os candidatos a prefeito, governador e presidente da República apresentem suas propostas no ato do registro da candidatura. O texto de Contarato estende a obrigação também às candidaturas do Poder Legislativo nos três níveis da Federação (para vereador, deputado estadual, deputado federal e senador).

Segundo o senador, ao longo das últimas eleições, estão sendo vistas discussões rasas, candidaturas inexpressivas e fantasiosas e partidos fisiológicos sem consistência ideológica. Para fortalecer o Poder Legislativo, na opinião dele, é essencial que todos aqueles que pretendem disputar um mandato eletivo façam uma reflexão sobre a contribuição que pretendem levar como parlamentares e a compartilhem com os eleitores. A apresentação das propostas permitirá ao eleitor comparar os candidatos e candidatas e escolher quem esteja mais alinhado a suas crenças e preferências, acredita.

“Com essa alteração legislativa, candidatos e candidatas ao Poder Legislativo deverão, para que o registro de suas candidaturas seja deferido, apresentar aos eleitores suas ideias, áreas/temas de prioridade, propostas de atuação caso eleitos(as). Isso permitirá, inclusive, ao eleitor e à eleitora avaliar, no decorrer e, principalmente, ao fim do mandato se a atuação do parlamentar correspondeu às promessas realizadas e propostas apresentas durante a campanha eleitoral”, justifica na proposta.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Lei abre espaço em regra orçamentária para governo quitar despesas urgentes

 


Da Redação | 23/03/2021, 09h59

O presidente Jair Bolsonaro sancionou na segunda-feira (22), sem vetos, a Lei 14.127, que permite ao Poder Executivo realocar recursos e efetuar a quitação de despesas que dependem de autorização da maioria absoluta de deputados e senadores.

O projeto de lei, encaminhado ao Congresso Nacional no dia 15 de março, foi aprovado no dia 17. O relator, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), líder do governo no Senado, recomendou a aprovação sem mudança alguma.

Com a sanção, a equipe econômica tentará fazer frente a despesas condicionadas que não podem esperar pela aprovação do Orçamento, como os repasses para o Fundeb e os salários das Forças Armadas e de algumas estatais.

Regra de ouro

No ano passado, ao enviar a Proposta de Lei Orçamentária Anual (PLOA - PLN 28/2020) para 2021, a equipe econômica condicionou gastos no total de R$ 453,7 bilhões a um crédito suplementar, para contornar a chamada regra de ouro, que proíbe o endividamento da União para pagar despesas correntes (custeio da máquina pública).

Ocorre que o projeto com esse crédito suplementar só poderá ser apresentado após a aprovação da proposta orçamentária, que está atrasada. Pela Constituição, o texto do Executivo deveria ter sido aprovado em dezembro.

O cronograma da Comissão Mista de Orçamento (CMO) prevê a votação, nesta quarta-feira (24), do relatório final do Orçamento para 2021, em sessão conjunta de deputados e senadores. O parecer do relator-geral, senador Márcio Bittar (MDB-AC), foi divulgado no domingo (21).

“A lei orçamentária de 2021 poderá ser publicada somente na primeira quinzena de abril, o que impossibilita a abertura de crédito adicional para o atendimento de despesas cuja execução já se mostra necessária no decorrer de março”, disse o ministro da Economia, Paulo Guedes, ao sugerir as mudanças.

Segundo Guedes, entre as despesas condicionadas que ficarão sem recursos no final deste mês, estão os precatórios, as aposentadorias e pensões do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) e alguns serviços públicos essenciais, como a operação com carros-pipa para o fornecimento de água no Semiárido.

Superavit e balanço

A proposta altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias em vigor (Lei 14.116/2020) e permite que a equipe econômica utilize outras fontes de recursos para cobrir as despesas condicionadas a operações de crédito (emissão de títulos públicos).

Fontes de recursos poderão ser localizadas no superavit financeiro do Tesouro Nacional e no balanço patrimonial da União. Com a promulgação da Emenda Constitucional 109 (oriunda da PEC Emergencial), também estão disponíveis recursos de alguns fundos setoriais.

Da Agência Câmara de Notícias

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Wellington Fagundes: comissão espera ouvir novo ministro da Saúde na sexta

 


Adriano Faria | 23/03/2021, 10h11

Pela primeira vez desde o início da pandemia, a média móvel brasileira de novos casos de covid-19 ficou acima dos 75 mil: são 75.163 diagnósticos a cada 24 horas nos últimos sete dias. A média móvel de mortes bateu o 24º recorde seguido. São mais de 2 mil óbitos por dia, em média. O número de brasileiros que morreram de covid-19 se aproxima dos 300 mil. Em meio a esse quadro dramático, a Comissão Temporária da Covid-19 (CTCOVID19) tenta encontrar saídas para o país conter o avanço da pandemia. Segundo o relator da comissão, senador Wellington Fagundes (PL-MT), os brasileiros querem saber quando receberão a vacina.​ Ele também cobrou a posse do novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para que possa comparecer à comissão na sexta-feira (26). "Nós temos um ministro que não saiu e um ministro que não entrou. Isso causa um transtorno, causa uma intranquilidade", disse à Rádio Senado. Ouça a entrevista.

Fonte: Agência Senado

Demora na vacinação traz maior impacto econômico, aponta relatório da IFI

 


Da Redação | 22/03/2021, 20h38

Quanto mais tempo o governo demorar a vacinar a população, maior será o impacto econômico. O alerta está no Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) do mês de março, divulgado nesta segunda-feira (22) pela Instituição Fiscal Independente (IFI). De acordo com o texto, cada mês de isolamento social, necessário para conter o avanço pandemia, significa um ponto percentual a menos no crescimento do produto interno bruto (PIB).

“O quadro fiscal continua a ser o nó a desatar para o médio prazo. Mas, como vimos, as perspectivas de recuperação da economia (e das receitas, consequentemente) estão diretamente associadas ao sucesso no combate à pandemia. A vacina é o passo zero ainda não dado para valer”, apontou o diretor-executivo da IFI, Felipe Salto.

A vacinação em massa como forma de retomar a confiança no Brasil foi defendida no último domingo pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Em uma live na internet, ele admitiu que a vacinação é a melhor política fiscal, a mais barata e a de maior impacto sobre a oferta.

O relatório do IFI aponta risco de recessão técnica no primeiro semestre. O texto diz que, caso o PIB registrasse variação nula em todos os trimestres de 2021, a atividade econômica ainda apresentaria crescimento de 3,6% no ano, graças à “forte herança estatística positiva” do último trimestre de 2020. Mesmo assim, segundo o RAF, a projeção atual é menor e está em 3%.

Como o primeiro semestre do ano deve ter desempenho fraco, a estimativa depende de uma recuperação no segundo semestre, que, por sua vez, depende da vacinação. O recrudescimento da crise sanitária, segundo o IFI, pode provocar rodada de revisões baixistas para o PIB. “Dessa forma, é possível que a atual projeção de crescimento econômico da IFI, de 3%, possa se transformar, rapidamente, em patamar máximo para 2021”.

Recuo

O recuo do PIB em 2020 foi de 4,1% em 2020, com desaceleração no quarto trimestre influenciada pela redução do auxílio emergencial. Segundo o relatório, a aceleração da inflação e o avanço da pandemia contribuíram a diminuição do consumo. O resultado ficou acima da estimativa apresentada no RAF de fevereiro, de -4,5%, e poderia ter sido pior sem o auxílio emergencial.

“Não fosse o impulso gerado pelo pagamento do auxílio emergencial, cujo gasto somou R$ 293,1 bilhões entre abril e dezembro do ano passado (montante equivalente a 4% do PIB), o impacto negativo sobre o PIB decorrente da retração do consumo das famílias teria sido ainda mais expressivo”, aponta o estudo.

Taxa de juros

O relatório também trata da elevação da taxa Selic em 0,75 ponto percentual em 17 de março, de 2% para 2,75% ao ano. Segundo o texto, a redução da percepção do risco fiscal, a condução responsável do país na pandemia e a aceleração da imunização da população poderiam contribuir para atenuar as pressões sobre a taxa de câmbio e a elevação dos juros.

Desemprego

A taxa de desemprego no Brasil atingiu 13,9% da força de trabalho no quarto trimestre de 2020, três pontos percentuais acima do registrado no mesmo período do ano anterior. Esse resultado, segundo o IFI, reflete o declínio da força de trabalho e da população ocupada. A taxa só não foi maior, como aponta o relatório, porque parte das pessoas que perderam o emprego deixaram a força de trabalho. “A pandemia tem afetado a demanda (contratações) e a oferta (participação)”, diz o texto.

Em termos absolutos, a população ocupada diminuiu em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, passando de 94,6 milhões no trimestre encerrado em dezembro de 2019 para 86,1 milhões no mesmo período de 2020, 8,9% a menos. Apesar de o rendimento médio real ter subido 2,7% (de R$ 2.440 para R$ 2.507), a massa salarial registrou variação de -6,5% no período, em razão do número menor de pessoas empregadas.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Covid: corpos são deixados por horas no chão no DF, diz associação

 DF

Corpo de vítima de covid-19 em corredor de hospital no Distrito Federal



Corpo de vítima de covid-19 em corredor de hospital no Distrito Federal   Imagem: Arquivo pessoal

Em meio ao caos nos hospitais públicos do Distrito Federal, funcionários de funerárias denunciam que pacientes contaminados com o coronavírus que morreram estão sendo deixados nos corredores e no chão por horas, até a chegada do serviço de remoção.Imagens feitas pelos servidores mostram os cadáveres ensacados, no chão do necrotério ou apenas cobertos por lençóis brancos. As imagens foram feitas no final de semana nos Hospitais Regionais de Ceilândia e do Guará, ambos a poucos quilômetros do centro.Segundo a Associação das Funerárias do Distrito Federal, alguns cadáveres não estão sendo devidamente ensacados e identificados pelo hospital, por isso, os trabalhadores têm se recusado a removê-los.
A presidente da entidade, Tânia Batista, afirma que a categoria está correndo sérios riscos de contaminação. "Hoje há um número bem maior de cadáveres e aqueles que estão contaminados precisam ficar em um necrotério isolado. Só que muitos contêineres foram desativados e não tem espaço para todos os corpos. Quando a gente chega para recolher o corpo, alguns não estão identificados e nem ensacados", explica, em entrevista ao UOL.

Esse foi o problema que ocorreu, segundo a associação, com o cadáver de um homem de 45 anos que era obeso. Quando a equipe chegou para removê-lo, ele estava apenas enrolado em um lençol no corredor, sem qualquer identificação. Batista diz que o corpo ficou 24 horas em uma maca no corredor até o problema ser resolvido.

O secretário da Casa Civil do DF, Gustavo Rocha, afirmou hoje que se trata de um problema pontual. "O paciente pesava mais de 200 quilos. No momento em que a funerária foi buscá-lo, não tinha o invólucro grande o suficiente para colocá-lo. Por isso ele ficou mais tempo lá", explicou.
A Secretaria de Saúde do DF rebateu a declaração de Tânia Batista e negou que houve desativação dos contêineres. "Essa afirmação é absolutamente improcedente. A SES nunca desativou qualquer câmara mortuária (fria). As câmaras continuam funcionando nos hospitais da rede pública e atendendo as necessidades adequadamente", explicou o órgão.

Em relação aos cadáveres aguardando remoção no Hospital Regional do Guará, a secretaria afirmou que "segue o preconizado no protocolo específico de preparo e armazenamento dos corpos de vítimas de Covid-19". A pasta afirmou ainda que, quando não há espaço, os corpos não são deixados em contato direto com o chão, mas sim em cima de um tablado de madeira enquanto aguardam transição para o serviço funerário.


Pandemia no DF

Os hospitais do Distrito Federal operam com a capacidade máxima desde o início do mês — são ao todo 861 leitos de UTI exclusivos para covid-19, contando a rede privada, e todos eles estão ocupados. A lista de espera está com 423 pessoas. Cerca de 300 delas estão com covid-19.O governador Ibaneis Rocha prometeu montar três hospitais de campanha na capital, mas a previsão de início do atendimento é só para 14 de abril.

Por Nathalia Zôrzo  Colaboração para o UOL, em Brasília