sexta-feira, 19 de março de 2021

Hospitais recebem doações de máscaras e álcool gel

 


Materiais foram entregues pelo Comitê Todos Contra a Covid, coordenado pelo vice-governador Paco Britto, e por empresárias do DF

Quatro hospitais da rede pública do DF recebem insumos para reforçar o combate à pandemia. A entrega das doações teve a participação do vice-governador Paco Brito (à direita) | Foto: Vinícius de Melo/ Agência Brasília

Quatro hospitais públicos do Distrito Federal receberam, na manhã desta sexta-feira (19), por meio de doações, cerca de 500 frascos de álcool em gel e 40 mil máscaras descartáveis para reforçar o enfrentamento da pandemia.

Os frascos foram entregues pelo Comitê Todos Contra a Covid, coordenado pelo vice-governador do DF, Paco Britto. Já as máscaras são resultado de ações de empresárias do DF que compõem a Liderança Empresarial Mulheres Empresárias (LIDE) encaminhadas à esposa do vice-governador, Ana Paula Hoff.

“Não sei se estaríamos vivendo um momento melhor, mas certamente, com mais consciência, estaríamos com uma perspectiva melhor, isso é fato”Paco Britto, vice-governador do Distrito Federal

Esses materiais serão usados nas unidades de saúde para atender servidores que não estão na linha de frente, funcionários terceirizados e por pacientes e familiares que chegam sem esse tipo de proteção individual. Servirá também para a troca de máscaras usadas por esses frequentadores das unidades.

Com as doações, foram atendidos: o Hospital Regional da Asa Norte (Hran), o Hospital Regional de Taguatinga (HRT), o Hospital Regional do Gama (HRG) e o Hospital Regional de Samambaia (HRSan). Os representantes das quatro unidades recebram, cada um, 10 mil máscaras e 20 caixas de álcool gel.

De acordo com o vice-governador, o momento que o DF atravessa com a nova onda da Covid-19 exige consciência. “Não sei se estaríamos vivendo um momento melhor, mas certamente, com mais consciência, estaríamos com uma perspectiva melhor, isso é fato”, frisou Paco.

Empresárias do DF encaminharam as doações, com o apoio da esposa a do vice-governador, Ana Paula Hoff (segunda da esquerda para a direita) | Foto: Vinícius de Melo/ Agência Brasília

Proteção ampliada

Segundo o superintendente da Região Sudoeste de Saúde, Luciano Gomes, as unidades contam com estoque de insumos que são usados para atender os médicos e enfermeiros lotados na linha de frente de atendimento dos pacientes em estado grave da doença.

Por isso, Gomes apontou que os novos insumos chegam em boa hora, pois serão usados para atender outras pessoas que também necessitam de proteção, em razão do “gigantesco” aumento do volume de atendimentos e de pacientes graves nos hospitais do DF.

“Temos que unir esforços e conscientizar a população que o uso de máscaras é muito importante”Lívia Faria, presidente da Liderança Empresarial Mulheres Empresárias (LIDE)

“A máscara e o álcool são de extrema importância. A chance de se contaminar usando a máscara e limpando as mãos com constância com o álcool é bem menor, está comprovado”, explicou.

Ainda de acordo com gestor de Saúde, os hospitais têm que atender, muitas vezes, funcionários e até usuários. “Acredite, mas têm pessoas que chegam aos hospitais sem máscaras. Então, temos que tê-las ali para o paciente, além de garantir a segurança de funcionários que não estão na linha de frente, mas que circulam pelo hospital, como o administrativo, os profissionais da enfermaria, do atendimento, da segurança”, detalhou.

Parceria do bem

Também nesta sexta-feira, três empresárias locais marcaram encontro com a esposa do vice-governador, Ana Paula Hoff, para fazer a doação das máscaras. Aproveitaram a solenidade de doação de álcool para garantir que as unidades de saúde ganhassem também esse instrumento de proteção individual.

“A parceira, neste momento, é muito importante. A solidariedade é necessária”, afirmou Fátima Viana, proprietária de uma loja de uniformes hospitalares do DF. “Temos que unir esforços e conscientizar a população que o uso de máscaras é muito importante”, frisou a presidente da LIDE no DF, Lívia Faria.

“Agradeço bastante, em nome do Comitê, em nome do governador Ibaneis Rocha, embora a doação esteja sendo feita diretamente pela instituição para os hospitais, mas neste momento, essa ajuda é bem-vinda para que possamos vencer este desafio”, afirmou Paco Britto. “É uma guerra que estamos enfrentando e certamente as máscaras que vocês estão entregando aos hospitais do DF fará uma enorme diferença”, completou Ana Paula.


AGÊNCIA BRASÍLIA

‘Estamos preservando vidas’

 


Superintendente de Conservação e Pesquisa do Zoo de Brasília fala sobre a importância da educação ambiental de crianças e para a preservação da fauna

Atualmente, uma das poucas alternativas de lazer da criançada, em função das restrições impostas com a chegada do novo coronavírus, é o Jardim Zoológico de Brasília. O local segue funcionando de terça a domingo, das 9h às 17h, com capacidade limitada em 1,5 mil pessoas por dia. Na casa da bicharada vive um total de 168 espécies: 63 mamíferos, 73 aves e 32 répteis. Mas, além da simples oferta de diversão, o local é principalmente um ponto de educação ambiental.   

“A intenção é fazer com que as pessoas entendam que esses animais estão aqui dentro de um objetivo, não simplesmente que elas vejam e tenham um momento de lazer”, explica a superintendente de Conservação e Pesquisa do Jardim Zoológico de Brasília, Luísa Helena Rocha da Silva, em entrevista à Agência Brasília. Ela conta um pouco como é o trabalho do órgão no cuidado e preservação da fauna e alerta à população sobre a criação ilegal de animais selvagem.

Luísa também fala um pouco sobre o funcionamento do zoo durante a pandemia e aponta que protocolos de segurança estão sendo adotados para evitar a infecção dos bichos e dos servidores e visitantes.

Acompanhe, abaixo, os principais trechos da entrevista.

Foto: Acácio Pinheiro/Agência Brasília

Quantas espécies, hoje, são cuidadas no Zoológico?

Atualmente, temos um total de 168 espécies, sendo 63 de mamíferos, 73 de aves e 32 de répteis – isso se a gente contabilizar apenas as espécies do plantel, que são os animais cadastrados somente no zoológico. Com os animais que entram no zoo de resgate, que os órgãos ambientais trazem, daria um número bem maior de espécies. Mas é um número bastante flutuante. Eles entram no zoológico, nós cuidamos e depois eles são destinados pelo Ibama.

“Hoje em dia, os zoológicos modernos tentam se enquadrar e participar de programas de conservação, não simplesmente manter o animal em exibição para o público, visando ao lazer, como eram os zoológicos antigos”

Quais são os órgãos que trazem os animais feridos ou acidentados para serem tratados em Brasília?

Nossa rotina veterinária é cuidar dos animais do plantel e, também, prestar o apoio necessário aos órgãos ambientais. Durante a pandemia, desde o mês de agosto, nós temos dado um suporte maior ao Ibama, cuidando dos animais que estão feridos ou machucados e que deveriam estar sendo cuidados no Cetas [Centro de Triagem de Animais Silvestres do Ibama]. Devido aos problemas da pandemia que estão passando, eles pediram o nosso apoio. Normalmente, os órgãos ambientais que trazem animais são o BPMA [Batalhão de Polícia Militar Ambiental] e o Ibama. Eventualmente, algum outro órgão também traz para nós algum animal encontrado ferido ou que necessita de resgate. Independentemente de quem resgata e traz para o zoo, quem define a destinação final do animal é sempre o Ibama – se o animal será reintroduzido na natureza ou se vai ficar em alguma instituição.

O que representa o nascimento de espécies dentro do Zoológico, principalmente daquelas ameaçadas de extinção?

Hoje em dia, os zoológicos modernos tentam se enquadrar e participar de programas de conservação, não simplesmente manter o animal em exibição para o público, visando ao lazer, como eram os zoológicos antigos. Nós priorizamos a participação nesses programas de conservação, tanto os nacionais quanto os internacionais. Quando nasce alguma espécie, principalmente sendo ameaçada, para nós é uma alegria misturada com esperança, porque vemos que é uma chance de ter sucesso na reprodução e uma forma de vermos que, mais adiante, se essa espécie precisar de variabilidade genética, nós vamos ter condição de ajudar no futuro daquela espécie. Com o mico-leão-dourado, houve uma movimentação mundial para poder salvar essa espécie. O próprio Zoológico de Brasília tem histórico de participação com a reprodução desse animal. Então, sempre que acontece, é muito gratificante saber que estamos contribuindo para a conservação das espécies.

“A domesticação é um processo que leva milhares de anos, mas as pessoas acham que podem pegar um animal silvestre e criá-lo dentro de casa como se fosse doméstico”

Antigamente, os zoológicos eram lugares somente para exibir os animais. Com a modernização desses espaços, o que se pode esperar nesses locais?

Hoje em dia, o que os zoológicos mais sérios têm procurado é justamente participar dos programas de conservação e de programas de educação ambiental para que as pessoas vejam a importância desse trabalho desenvolvido em cativeiro. Não temos mais a intenção de simplesmente exibir os animais. Atualmente, isso ainda é complicado, porque muitos visitantes reclamam, inclusive na Ouvidoria, a respeito da ausência de determinadas espécies, como o leão. As pessoas imaginam que podemos conseguir rapidamente um casal de tigres ou um casal de leões, mas não é bem assim. Não é tão fácil, e isso é até uma vantagem para as espécies – o fato de não se poder buscá-las com facilidade. Antes, era muito fácil, porque todos os zoológicos e muitos lugares tinham porque eles eram caçados na natureza ou resgatados de circos. Hoje, o Zoológico de Brasília não busca animais simplesmente para exibicionismo e entretenimento. O objetivo é receber animais com algum fator de conservação, dentro de programas de conservação da espécie, para poder contribuir com o cenário atual por meio da reprodução em cativeiro e da educação ambiental perante a sociedade.

O caso de uma naja que apareceu obteve repercussão em todo o país. Quais ensinamentos foram aprendidos de toda aquela situação?

Todos nós aprendemos muito. Foi uma situação que pegou todos de surpresa, afinal não esperávamos ter uma naja no Distrito Federal, nem mesmo a víbora-verde-de-vogel. Aprendemos, principalmente, que a população precisa se conscientizar mais. Também precisamos de mais educação ambiental, porque muitas pessoas não têm noção do perigo e do desequilíbrio para a fauna que é criar animais simplesmente porque gostam daquela espécie, acham bonita ou pensam que podem domesticar. A domesticação é um processo que leva milhares de anos, mas as pessoas acham que podem pegar um animal silvestre e criá-lo dentro de casa como se fosse doméstico. O que talvez a pessoa tenha é um animal “manso”, não domesticado. Além de ser uma espécie perigosa, a naja é uma espécie exótica, ou seja, não é daqui do Brasil. Isso quer dizer que ela poderia ter fugido e causado um impacto na fauna brasileira, como até já vimos ao longo dos anos. De vez em quando, vemos reportagens sobre a cobra-do-milho, encontrada em alguns edifícios – todas essas espécies que são exóticas têm um impacto na natureza muito grande, além de ser um crime ambiental criar e manter essas espécies em cativeiro sem autorização dos órgãos ambientais. Precisamos ter um pouco mais de cuidado quando buscamos animais. Existem muitos animais que já são domesticados, como o cão, o gato e até algumas aves, que já são próprios para criarmos em casa – até mesmo animais que originalmente já foram silvestres e hoje já são considerados domesticados, como a calopsita e o periquito-australiano. Tem muitas espécies que podemos criar em casa para satisfazer essa nossa necessidade de estar próximo à natureza. É uma necessidade que faz parte do ser humano, mas é importante pensarmos no impacto que isso pode causar e se temos as devidas condições de mantê-los em cativeiro. Sem falar, claro, na autorização que deve ser emitida pelo órgão ambiental para se criar determinada espécie silvestre. Para criar espécies silvestres, acredito que a responsabilidade é até maior. Precisa de cuidados específicos.

“A intenção é fazer com que as pessoas entendam que esses animais estão no zoo dentro de um objetivo, não simplesmente para que elas vejam e tenham um momento de lazer”

Quais têm sido os maiores desafios do Zoológico durante a pandemia?

Manter os cuidados com os animais ao mesmo tempo dos cuidados com as pessoas. Tentamos diminuir a quantidade de pessoas no mesmo local, fazendo escala, e reforçamos, o tempo todo, os cuidados que as pessoas devem ter, como usar a máscara e manter o distanciamento. E isso é difícil em um local de trabalho. Por mais que todos já saibam, no dia a dia, até por ser um ambiente de pessoas amigas com quem convivemos todos os dias, isso é um desafio. Estamos tomando um cuidado especial de nos manter atentos para verificar se algum animal apresenta algum sintoma que possa ser da covid. Até agora, nenhum apresentou.

Como o Zoológico pode influenciar seus visitantes para a conservação da fauna?

A coisa mais importante é a empatia. A gente não ama o que não conhece. É muito difícil alguém amar um pedaço de coral que nunca viu – nem na televisão. A pessoa nem sabe que existe. A partir do momento em que a pessoa vê um animal na TV ou mesmo ao vivo, isso toca muito, principalmente as crianças, que criam empatia por aquele ser que está na sua frente. As crianças criam empatia por aquele ser vivo, elas veem que esse ser se movimenta, que ele tem vida. A outra maneira de envolver as pessoas é relacionada à forma como apresentamos os animais no seu habitat natural, juntamente com os programas de educação ambiental. A intenção é fazer com que as pessoas entendam que esses animais estão no zoo dentro de um objetivo, não simplesmente para que elas vejam e tenham um momento de lazer. As pessoas precisam entender o porquê de esses animais estarem no zoo: estamos preservando vidas. São indivíduos que foram atropelados ou que têm algum problema e não podem mais voltar à natureza, ou ainda são espécies que precisam ser preservadas.

Qual a importância do zoo moderno na conservação de espécies ameaçadas de extinção?

Toda a concepção dos zoos modernos é diferente. Ele [o zoo moderno] não é um lugar para simplesmente exibir os animais, como se fosse um recinto quadrado para as pessoas simplesmente verem os animais. Hoje, tentamos colocar os animais em um local similar ao deles, em um ambiente que seja rico para eles manifestarem o seu comportamento natural e também onde eles estejam com mais bem-estar. Todos os recintos são ambientados de forma que os animais estejam bem.  Esperamos contribuir com os programas de preservação de espécies ameaçadas e com a reprodução dos animais. Quanto melhor o animal se sentir dentro de determinado ambiente, mais ele vai se reproduzir e ter resultados positivos. Isso não quer dizer que queremos reproduzir todas as espécies que estão no zoo. Buscamos a reprodução de espécies de acordo com o nosso Plano de Populações.

AGÊNCIA BRASÍLIA

Caic do Gama se transforma em uma nova escola

 


Localizado no Setor Oeste, o Castello Branco está sendo reconstruído, com investimento de R$ 10,4 milhões do GDF

Foto: Acácio Pineiro/Agência Brasília
Máquinas começam a trabalhar na perfuração do terreno para instalar as estacas que farão parte da fundação da nova escola. E operários retiram a antiga estrutura da cobertura | Foto: Acácio Pineiro/Agência Brasília

As obras de reconstrução do Caic Castello Branco, no Setor Oeste do Gama, estão a todo vapor. De acordo com a equipe de engenharia que coordena os trabalhos, cerca de 10% do serviço já foi concluído. Ao todo, o GDF investe R$ 10,4 milhões na reedificação da unidade, serviço que gerou 130 empregos.

Atualmente, máquinas começam a trabalhar na perfuração do terreno para instalar as estacas que farão parte da fundação da nova escola. Um momento significativo nos trabalhos ocorreu nos últimos dias: a derrubada das antigas caixas d’água. As duas estruturas, feitas de concreto, eram um dos últimos resquícios do que era o antigo Caic. O outro é a cobertura do antigo ginásio, no qual os operários também já trabalham no desmonte.

“Foi uma grande luta, tivemos que lidar com muitos detalhes, além da transferência dos estudantes para outras escolas. Vai ser muito importante ter de volta essa escola, principalmente por causa da creche”Cássia Nunes, coordenadora regional de ensino do Gama

Uma obra necessária e que, quando concluída, será fundamental para a comunidade escolar do Setor Oeste do Gama, como conta a diretora do Caic Castello Branco, Yeda Rosa: “Estou aqui há 25 anos, e com o tempo começaram a aparecer problemas de vazamento e rachaduras, nas caixas d’água, e, por fim, a escola foi interditada definitivamente em 2018. É uma mistura de saudosismo com alegria, porque vamos poder voltar a atender a comunidade”.

Antes da pandemia, os cerca de 300 estudantes estavam em atividades presenciais na Escola Classe 29 do Gama. A nova unidade terá 22 salas de aula para meninos e meninas dos anos iniciais do Ensino Fundamental. A estrutura contará com dois laboratórios, salão multiuso, salas de leitura e de música, e ducha infantil, além de vários ambientes para convivência – pátios cobertos e descobertos, casa de boneca e parquinho. A quadra coberta também contará com vestiários de apoio.

O projeto do Caic possui quatro blocos, um deles de dois pavimentos e os demais, térreos. Uma cozinha industrial, refeitório, banheiros e diversas salas administrativas para a gestão da escola também constam do projeto, além de um estacionamento com cerca de 40 vagas para professores e técnicos pedagógicos.

A coordenadora regional de ensino do Gama, Cássia Nunes, ressalta a complexidade de se tirar um projeto desse tamanho do papel, mas também se mostra esperançosa quanto aos resultados para a comunidade escolar do Setor Oeste. “Foi uma grande luta, tivemos que lidar com muitos detalhes, além da transferência dos estudantes para outras escolas. Vai ser muito importante ter de volta essa escola, principalmente por causa da creche”, afirma.

De acordo com a Coordenação Regional do Gama, até o momento 38 escolas que estão sob sua responsabilidade e, inclusive, o prédio da sua sede, estão ou já passaram por algum serviço de manutenção ou reforma. O orçamento destinado para a reconstrução do Caic Castello Branco veio de emenda da bancada parlamentar federal do DF.

* Com informações da Secretaria de Educação

AGÊNCIA BRASÍLIA

Mais de 1,7 mil mães já receberam a Bolsa Maternidade

 


Destinado a mulheres que dão à luz em situação de vulnerabilidade, benefício do GDF pode ser retirado nos bancos de leite

Orientação da Sedes é que as mães façam a solicitação do benefício pela internet, por causa da pandemia| Foto: Divulgação/Sedes

As mães do DF que se encontram em situação de vulnerabilidade social podem solicitar um apoio extra para ajudar nos primeiros dias com o bebê. É a Bolsa Maternidade, um kit com 21 itens – roupinhas, mantas, fraldas, toalha, lenços umedecidos e pomada – fornecido nos bancos de leite das maternidade públicas para dar esse suporte às mulheres que não têm condições financeiras de comprar o enxoval.

O benefício foi incluído, em 2020, no Auxílio-Natalidade, pago pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) às mulheres em situação de risco social que deram à luz. Desde maio, quando o auxílio começou a ser emitido, já foram entregues 1.703 bolsas maternidade.

A Bolsa Maternidade pode ser solicitada diretamente nas unidades do Centro de Referência em Assistência Social (Cras) ou pelo site da Sedes – o que é mais recomendado neste momento de pandemia da covid-19, para evitar a disseminação do vírus. O pedido para a concessão do benefício deve ser feito a partir da confirmação da gravidez, até 30 dias após nascimento do bebê. O enxoval é retirado tão logo a mulher dê à luz nas maternidades públicas do DF.

Cadastro e inscrições 

“É uma forma que nós criamos, além da ajuda financeira, para dar a essa mulher um apoio. É o Estado presente na vida desses cidadãozinhos já nos primeiros dias de vida”Mayara Noronha Rocha, secretária de Desenvolvimento Social

Mãe da pequena Ana Laura, de 1 mês, a dona de casa Beatriz Lima Barbosa, 26 anos, seguiu o conselho de uma amiga sobre a possibilidade de receber a Bolsa Maternidade. Tão logo saiu do Hospital do Paranoá, onde a criança nasceu, ela entrou em ação. “Eu fiz o cadastro e foi muito fácil e rápido”, conta. “Agora, eu sempre aconselho que outras mães façam a inscrição para receber também essa ajuda”.

Beatriz reconhece que procurar a Bolsa Maternidade foi um passo importante. “Esse benefício foi muito importante, porque nós precisamos dessas roupinhas”, diz. “Nós até compramos, mas muita coisa já se perdeu; e, com tudo isso que está acontecendo, fica difícil ter o dinheiro para comprar, já que estamos com dificuldade de trabalhar”. Seu maior sonho, relata, é que a filha viva em um mundo sem covid. “Quero que minha filha seja muito feliz e tenha uma vida totalmente diferente desse momento que gente está vivendo, que ela possa sorrir sem máscara”.

A secretária de Desenvolvimento Social, Mayara Noronha Rocha, ressalta que, especialmente neste momento de crise gerada pela pandemia, o kit é uma ajuda fundamental. “São itens básicos que toda mãe precisa para poder cuidar do seu bebê”, explica. “É uma forma que nós criamos, além da ajuda financeira, para dar a essa mulher um apoio, um afago quando a criança nasce. É o Estado presente na vida desses cidadãozinhos já nos primeiros dias de vida”.

Benefício eventual

Além da Bolsa Maternidade, o Auxílio-Natalidade garante às mães em situação de vulnerabilidade social uma parcela única do benefício eventual de R$ 200, quando a criança nasce, para ajudar nos primeiros cuidados. Tanto esse valor quanto a bolsa são fornecidos por criança nascida e valem também para pais adotivos. O benefício só é pago para quem reside no DF há, pelo menos, seis meses.

A Bolsa Maternidade é voltada a famílias em situação de vulnerabilidade com renda per capita inferior a meio salário mínimo, inscritas no programa Criança Feliz Brasiliense. Também vale para famílias em situação de rua.

Iniciativa conjunta

Bolsa Maternidade pode ser retirada na unidade de saúde mais próxima à residência da mãe

Uma parceria entre a Sedes e a Secretaria de Saúde (SES) determina que a retirada das Bolsa Maternidade seja feita nos bancos de Leite das maternidades públicas do DF. A iniciativa é uma forma de garantir que as mães, quando forem retirar a bolsa, também recebam orientações sobre a amamentação.

“No ato da entrega, nós reforçamos as orientações gerais sobre os cuidados básicos com o bebê, com a saúde da mãe, e estimulamos essa mãe a amamentar o filho, o que é fundamental para a saúde do bebê e é preconizado pela Organização Mundial da Saúde”, explica coordenadora das Políticas de Aleitamento materno do Distrito Federal, Miriam Oliveira dos Santos.

A gestora orienta que, após ter alta do hospital, a mãe pode retirar a Bolsa Maternidade em outra unidade. “Ela deve ir ao banco de leite mais próximo da casa dela”, indica. Não há essa vinculação à maternidade em que a criança nasceu, até para evitar que essa mulher se exponha, para preservar a saúde dela e do bebê”. Uma providência, ressalta, é fundamental: “Agora, para retirar a bolsa, é importante reforçar que a mãe já deve estar com o cadastro aprovado, e a retirada autorizada pela Secretaria de Desenvolvimento Social”.

*Com informações da Sedes

AGÊNCIA BRASÍLIA

Grafite para celebrar o aniversário de Ceilândia

 


Trabalhos de artista da cidade embelezam estruturas importantes da região, como o hospital regional e o quartel dos bombeiros

Com obras espalhadas por todo o DF, Elom viu nestes projetos a oportunidade de retribuir à cidade que ama e reside. Todos os trabalhos contém referências à Ceilândia | Foto: Paulo H Carvalho / Agência Brasília

O que antes era uma parede branca, agora possui desenhos coloridos de casas, árvores e letras. Noutro tempo, o cinza que era tomado pelo concreto, ostenta, presentemente, formas geométricas e símbolos recheados de cores vivas. É pelo grafite que prédios públicos de Ceilândia estão ganhando uma nova decoração para a festa de aniversário de 50 anos da região administrativa, que será celebrado no próximo dia 27.

Toda a concepção e pintura dos trabalhos artísticos são feitos pelo grafiteiro Elom, filho e morador de Ceilândia de 43 anos de idade, 22 deles dedicados à arte em espaços públicos. Com obras espalhadas por todo o DF, Elom viu nestes projetos a oportunidade de retribuir à cidade que ama e reside. Todos os trabalhos contém referências à Ceilândia.

“Ficou muito bom, vai ficar divertido para as crianças”, diz a dona de casa, Eliane Aguiar que levou a filha para uma consulta no Hospital Regional de Ceilândia | Foto: Paulo H Carvalho / Agência Brasília

Um dos locais que recebeu nova decoração foi a pediatria do Hospital Regional de Ceilândia (HRC). As paredes, antes compostas apenas com clássico, abriga, agora, três painéis e todos remetem à infância. O maior possui desenhos de lugares significativos à vida das crianças, como escola e sorveteria, outro faz alusão à marcação na parede para registrar o crescimento e o terceiro homenageia o famoso jogo de videogame da década de 80, Pac-Man.

O diretor da unidade, Bruno Aires, conta o significado que o trabalho tem para a rotina do hospital: “A arte cura, e com ela trazemos um pouco de cor e de alegria para as crianças e suas famílias. Temos recebido muitos elogios, o que mostra a qualidade e a grandiosidade deste trabalho. É um orgulho ter uma obra do Elom porque estamos aqui por amor à Ceilândia e ficamos felizes de poder mostrar os talentos da cidade”.

A dona de casa Eliane Aguiar, de 28 anos, aguardava para uma consulta de retorno da sua filha Isis Helena, de seis meses, e aproveitou para admirar o grafite nas paredes do setor de pediatria do HRC. “Ficou muito bom, vai ficar divertido para as crianças”, afirma ela, que mora na parte Norte da RA.

“Faço esse trabalho por amor à cidade. É muito importante saber que minha arte está sendo apreciada pelas pessoas que vem até aqui. É bem melhor ser atendido em um ambiente mais agradável. Faço isso por mim e por aquele que está vindo aqui todos os dias, faço isso porque um dia sou eu que posso precisar”, destaca Elom.

Força feminina

Os bombeiros de Ceilândia também foram homenageados pelo grafiteiro Elom | Foto: Paulo H Carvalho / Agência Brasília

À beira da Av. Hélio Prates, principal via de Ceilândia, o muro do 8º Grupamento de Bombeiro Militar de Ceilândia nem parece que demarca uma área militar. A parede, agora colorida, possui diversos desenhos que retratam a corporação e também a caixa d’água de Ceilândia, símbolo da cidade.

Uma das ilustrações, que traz o rosto de uma mulher metade com os cabelos soltos, metade vestida de bombeira, foi inspirada em uma fotografia da Major do CBMDF Lorena Athaydes, chefe dos Programas Comunitários da corporação. “A ideia era a de incluir outras mulheres, principalmente pela referência dos cabelos soltos”, conta a militar, que não mede os adjetivos para enaltecer o trabalho de Elom.

“É uma inspiração para nós mulheres nessa busca por representatividade e empoderamento. Fiquei muito feliz e muito lisonjeada, tenho certeza que as mulheres do Corpo de Bombeiros do DF e as bombeiras do Brasil também se sentiram representadas, justamente em um quartel super representativo como o de Ceilândia”, finaliza a major.

Para conhecer mais do trabalho de Elom, basta acessar o seu perfil no Instagram.

 AGÊNCIA BRASÍLIA