segunda-feira, 15 de março de 2021

Congresso promulga emenda que permite retomar auxílio emergencial

 


Da Redação | 15/03/2021, 10h37 - ATUALIZADO EM 15/03/2021, 13h10

As Mesas do Senado e da Câmara promulgaram, nesta segunda-feira (15), proposta que vai permitir ao governo federal pagar um novo auxílio emergencial aos mais vulneráveis. De acordo com a Emenda Constitucional 109,  o valor total gasto com o auxílio poderá até ser maior, mas somente R$ 44 bilhões poderão ficar de fora do teto de gastos ((Emenda Constitucional 95) e da meta de resultado primário (estimada em deficit de R$ 247 bilhões). O texto também prevê regras mais rígidas para contenção fiscal, controle de despesas com pessoal e ainda a redução de incentivos tributários a setores da economia.

Com as alterações aprovadas pelos deputados, foi retirada do texto que originou a Emenda 95 (PEC 186/2019) a proibição de promoção funcional ou progressão de carreira de qualquer servidor ou empregado público. Essa proibição era um dos pontos criticados pela bancada de militares e policiais.

A mudança beneficia servidores da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, inclusive no caso de se decretar estado de calamidade pública de âmbito nacional. Também se retirou do texto a proibição à vinculação de qualquer receita pública a fundos específicos.

O presidente do Senado e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, comemorou a mudança.

— É necessário e urgente que retomemos o pagamento do auxílio emergencial por mais algum tempo, na esperança de que a situação se normalize o mais rápido possível, mas ele não pode ser dar de forma irresponsável, sem que olhemos para as contas públicas — salientou.

Pacheco também destacou que, apesar da retomada do pagamento, é essencial que a população prossiga mantendo os cuidados sanitários e o distanciamento social, quando possível, para diminuir a propagação da covid-19 enquanto a vacina não chega para todos.

— Para vencer em definitivo, não bastará o pagamento do auxílio emergencial. Devemos continuar firmes recorrendo às medidas preventivas de saúde pública, igualmente a urgente vacinação em massa da população, essencial para que consigamos voltar a normalidade que tanto nos falta. Vacina, vacina e vacina. Nosso concidadãos permanecem em nossos pensamentos e orações, sendo nosso dever prosseguir na luta pela vida — acrescentou.

O presidente da Câmara, Arthur Lira, frisou o quanto viabilizar o pagamento de um novo auxílio emergencial é importante para a população. Segundo ele, o gasto não deve comprometer as contas públicas.

— O foco da nação é enfrentar a epidemia, salvando vidas e apoiando aqueles brasileiros que foram mais afetados pela crise. Nesse sentido, a Emenda Constitucional nº 109 permitirá que o Estado pague um novo auxílio emergencial sem aventuras fiscais, sem comprometer as finanças públicas e a moeda nacional. Essa emenda é também uma prova de que o Parlamento brasileiro está pronto para tomar medidas robustas e céleres que respondam ao interesse nacional.

Compuseram a Mesa da sessão de promulgação os relatores nas duas Casas, senador Marcio Bittar (MDB-AC) e deputado Daniel Freitas (PSL-SC), o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Davi Alcolumbre (DEM-AC), e o primeiro vice-presidente do Senado, Veneziano Vital do Rego (MDB-PB).

Mudanças

Além de permitir uma nova rodada do auxílio, o texto, cujo primeiro signatário foi Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), estabelece regras claras para ação em momentos de crise fiscal e de calamidade pública no Brasil, explicou o senador, em participação remota.

Segundo Bezerra, essa maior previsibilidade fiscal tem efeitos positivos sobre os preços da economia, com mais controle da inflação, dos juros e tem como consequência maior geração de emprego e renda para a população. No caso de emergência fiscal, os instrumentos previstos controlam a velocidade de crescimento da despesa e preservam o espaço no Orçamento para investimentos em outras despesas de capital. Quando decretada a calamidade pública pelo presidente da República e validada pelo Congresso Nacional, a União, os estados e os municípios terão capacidade de ação para socorrer a população, preservar a saúde e manter os serviços públicos essenciais.

—A PEC 186 estabelece o compromisso com o equilíbrio das finanças do país olhando para todos os entes da Federação. Com responsabilidade fiscal e social, o Brasil atrairá investimentos que impactam diretamente na geração de emprego e renda das famílias — defendeu.

Bezerra destacou os principais pontos da emenda, além do crédito extraordinário para viabilizar a concessão do auxílio:

. Nova âncora fiscal. A PEC traz uma série de regras fiscais que possibilitam a melhoria do quadro das finanças públicas no país. O nível de endividamento é o verdadeiro indicador de saúde das finanças públicas. A relação dívida/PIB está em 90%, enquanto a média dos países emergentes é de uma dívida de cerca de 50% do PIB.

. Instrumentos de controles de gasto para a União. Serão acionadas medidas de controle de gasto quando a despesa obrigatória ultrapassar 95% da despesa primária total sob o teto de gastos, como a proibição de criação de cargos no serviço público e a realização de concursos. Será permitido o uso de instrumentos de contenção de gastos, antes que as despesas discricionárias sejam zeradas.

. Instrumentos de controle de gastos para governadores e prefeitos em emergência fiscal. Se a despesa corrente for superior a 95% da receita corrente, medidas de controle de gastos obrigatórios podem ser acionadas pelo gestor público. Se o indicador estiver acima de 85%, o administrador já terá a opção de usar os instrumentos por 180 dias e, depois, a continuidade destes deverá ser referendada pelo Legislativo.

. Cláusula de calamidade pública. É o regime extraordinário fiscal inspirado na chamada PEC de guerra, exclusivo para combate à calamidade.

. Redução e avaliação de gastos tributários. Com a promulgação da PEC, o presidente da República terá seis meses para enviar ao Congresso Nacional um plano para reduzir, ao longo dos próximos oito anos, os gastos tributários, que serão isenções e benefícios concedidos a segmentos da sociedade, mas que implicam um custo extra para todos. O objetivo é limitar esse gasto a 2% do PIB, que é a média praticada em outros países. Atualmente, o Brasil gasta cerca de 4%, o que representa mais de R$300 bilhões com essas renúncias tributárias.

. Desvinculação dos recursos de fundos para o controle da dívida. Os recursos de fundos que já tenham sido contabilizados em orçamentos de anos anteriores e integram o superavit financeiro da União serão usados para abater os juros da dívida pública. Esses recursos ficaram por anos empossados e não poderiam reduzir o endividamento do país, explicou o senador. Quando esses recursos ficam presos nos fundos, o Tesouro Nacional precisa emitir mais dívida para financiar as outras despesas, mesmo tendo em caixa recursos carimbados. Quanto maior a necessidade de emissão de dívida, maiores juros pagos pelo país, o que dificulta a gestão da dívida pública.

Fundos públicos

A desvinculação dos recursos dos fundos públicos gerou conflitos quanto à redação final da Emenda Constitucional 109, com protestos da bancada da oposição. O texto que saiu do Senado desvinculava as receitas tributárias dos fundos, mas listava cerca de 30 deles para os quais estava vedada a desvinculação. Na Câmara, os deputados suprimiram um trecho da PEC, autorizando o governo a usar cerca de R$ 200 bilhões do superavit dos fundos para amortizar a dívida, mas a supressão acabou derrubando o dispositivo que listava as exceções.

Com isso, abriu-se brecha para que cerca de R$ 65 bilhões de superavit de fundos como o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, o Fundo Nacional de Cultura e os Fundos de Segurança e dos militares, que não eram o objetivo original da PEC, também sejam incluídos. O PT quer corrigir o problema com uma PEC paralela.

— Que nós façamos uma intervenção aqui também de caráter propositivo, para que corrijamos isso através de uma PEC complementar, uma espécie de PEC paralela, para restituir a excepcionalização desses fundos, pois em momento nenhum foi deliberada a liberação do seu superávit financeiro — explicou o líder da Minoria, senador Jean Paul Prates (PT-RN).

A senadora Zenaide Maia (Pros-RN) também lamentou o erro na redação final do texto e que na recriação do auxílio para a população necessitada o Congresso tenha aprovado medidas de arrocho fiscal.

— O auxílio emergencial é necessário, ajuda as micros e pequenas empresas, mas não havia necessidade de o governo federal, mais uma vez, perseguir quem trabalha, inclusive os cientistas, a segurança pública, e esse povo todo se elegeu prometendo segurança pública. E agora até o Fundo Nacional de Segurança Pública, o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, todos foram para o pagamento, para aumentar um deficit primário, o mercado financeiro — disse.

Pacheco garantiu não haver problemas para a promulgação e encorajou o PT a apresentar a nova proposta para ampliar o rol das exceções dos fundos que podem ter o superávit atingido pela mudança constitucional.

— Futuras alterações serão amadurecidas nas duas Casas Legislativas, inclusive à guisa de novas propostas de emenda è Constituição, porque é preciso que o Congresso tenha essa vitalidade política de identificar algo que pode ser modificado doravante. Mas, sob o ponto de vista regimental, formal, jurídico e político, a promulgação da proposta de emenda à Constituição é absolutamente adequada, pertinente, e, se houver a necessidade de uma atualização em função desses entendimentos, isso será feito e será muito bem recebido pelo Senado Federal.

Veja aqui mais detalhes da aprovação da PEC 186/2019, finalizada na semana passada pela Câmara.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Vida nova para mãe que sofreu AVC após dar à luz

 


Após 50 dias em tratamento no Hospital de Base, jovem de 21 anos recebe alta, retorna para casa e reencontra a filha

Gabrielle recebeu alta e já poderá acompanhar, em casa, sua pequena Eliza, nascida em janeiro | Foto: Divulgação/Iges-DF

“Ela saiu radiante do hospital, completamente feliz pela recuperação”Vera Lúcia Lopes, mãe de Gabrielle Lopes Landim

Depois de passar 50 dias internada na Unidade de Neurocirurgia do Hospital de Base, recuperando-se do acidente vascular cerebral (AVC) que sofreu após o parto, finalmente a jovem mãe Gabrielle Lopes Landim, 21 anos, pôde retornar para casa e reencontrar a filha Eliza.

O retorno foi na última sexta-feira (12), quando Gabrielle recebeu alta de uma dolorosa experiência. Logo após dar à luz e amamentar a filha pela primeira vez, ela sofreu um AVC e precisou ser internada. Foram 36 dias sem contato até ter novamente em seus braços a bebê.

A mãe de Gabrielle, Vera Lúcia Lopes, 51, ficou emocionada com a alegria da filha ao retornar para casa, em Ceilândia. “Ela saiu radiante do hospital, completamente feliz pela recuperação”, contou Vera, que ajudou nos cuidados. “Ela dormiu superbem, descansou e ficou admirando a bebê de longe”. A jovem ainda não pode se dedicar plenamente à filha. Por causa das sequelas do AVC, terá que passar por diversas sessões de fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional até que tenha autonomia física para cuidar de Eliza.

“A reabilitação vai acontecer de forma lenta e gradual, mas é um processo extremamente necessário para que ela consiga ter mobilidade e autonomia para desenvolver suas atividades de forma independente”, explica a supervisora de enfermagem da Unidade de Neurocirurgia do hospital, Amanda Borges Oliveira. Ela permanece sob acompanhamento da equipe do HB, mas agora já pode ficar perto da família.

A avó de Eliza acredita que, agora que estão todos juntos, Gabriela se sentirá mais tranquila e preparada para continuar o tratamento. “Ela já está muito apegada à bebê, e acho que isso será positivo na recuperação dela”, confia Vera, que agradeceu à equipe médica pelo tratamento no Hospital de Base, uma das oito unidades administradas pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (Iges-DF).

Relembre o caso

“São anjos que estão aqui para nos ajudar”Rômulo, irmão de Gabrielle

Eliza nasceu no Hospital Regional de Ceilândia em 21 de janeiro deste ano, às 15h45. Minutos após a cesariana, sua mãe, Gabrielle, teve um AVC hemorrágico e precisou ser transferida às pressas para o Hospital de Base. “Foi um grande susto para nós”, lembrou o irmão de Gabrielle, Rômulo Michael Lopes, 33 anos.

A paciente foi operada à noite daquele mesmo dia.  O procedimento foi bem-sucedido, e ela passou a ser atendida pelos profissionais da neurocirurgia. Rômulo, padrinho de Eliza, começou a acompanhar o tratamento da irmã e conheceu de perto o trabalho da equipe. “Eu já conheço muitos desses profissionais pelo nome; são anjos que estão aqui para nos ajudar”, elogiou.

Eliza nasceu com 3,4kg e 49cm. Agora, está com 4,6kg e 52cm. A pequena completou a prole de Vera Lopes, que, após cinco filhos, agora tem 12 netos.

*Com informações do Iges-DF


AGÊNCIA BRASÍLIA

Live explica o que é o Código do Sinal Vermelho

 


Ação incentiva as vítimas de violência doméstica e familiar a pedirem ajuda de forma silenciosa

Conheça o Código do Sinal Vermelho, programa que incentiva as vítimas de violência doméstica e familiar a pedirem ajuda de forma silenciosa, por meio de um “X” vermelho pintado na mão. Farmácias, condomínios, hotéis e supermercados já se engajaram na campanha.

Se você quer saber como participar da luta de combate de enfrentamento à violência e reforçar a rede de denúncias, não perca a live de lançamento do projeto nesta segunda-feira (15), às 18h.

A Secretária da Mulher, Ericka Filippelli; o Secretário de Segurança Pública, Anderson Torres; a presidente da Associação dos Magistrados do Brasil, Renata Gil; a Delegada-Chefe da Deam II, Adriana Romana, e o Comandante-Geral da Polícia Militar do Distrito Federal, Julian Rocha Pontes, irão esclarecer todas as dúvidas sobre a iniciativa, sobre como aderir à campanha e acolher uma mulher que pedir ajuda.

Quando?

É segunda-feira, dia 15 de março, às 18h. Transmissão ao vivo: Twitter da Agência Brasília (@AgenciaBrasilia) e na página do Facebook do Governo do Distrito Federal (@govdf)

O programa Código Sinal Vermelho foi criado pela Associação dos Magistrados do Brasil, pela Lei nº 6.713, de 10 de novembro de 2020, e regulamentado na Capital Federal pelo decreto Nº 41.695, em 7 janeiro de 2021.

* Com informações da Secretaria da Mulher


AGÊNCIA BRASÍLIA

União de esforços no Parque Ecológico do Paranoá

 


Força-tarefa do GDF executa diversos serviços na infraestrutura do local; parque é o 14º a receber as equipes da iniciativa

Além do Parque Ecológico do Paranoá, outros já contemplados com os serviços foram: Sucupira (Planaltina), Saburo Onoyama e Cortado (Taguatinga), Águas Claras, Olhos d’Água (Asa Norte), Areal, Copaíbas e Ermida Dom Bosco (Lago Sul), das Garças (Lago Norte), Ezechias Heringer e Denner (Guará), Tororó (Jardim Botânico) e Jequitibás (Sobradinho) | Foto: Paulo H Carvalho / Agência Brasília

Equipes da força-tarefa do Governo do Distrito Federal estão no Parque Ecológico do Paranoá realizando diversas reformas na infraestrutura, como reparos e vistorias. O local é a 14ª unidade de conservação a receber os trabalhos, que são coordenados pela Secretaria de Meio Ambiente (Sema) e pelo Instituto Brasília Ambiental (Ibram).

O parque possui uma área de 38 hectares (ou 0,38 quilômetros quadrados) e, entre as ações de manutenção programadas, estão incluídas troca de portões e reposição de cercas; limpeza e reparo da pista de cooper e da ciclovia; reforma da sede, dos banheiros públicos, do coreto e da quadra poliesportiva; reposição de areia no parque infantil; substituição de bancos quebrados por novos; instalação de placas para educação ambiental; manutenção da rede elétrica; entre outras.

A superintendente de Unidades de Conservação, Biodiversidade e Água do Instituto Brasília Ambiental, Rejane Pieratti, destaca a importância do trabalho que a força-tarefa executa nos parques administrados pelo órgão. “Quando as unidades precisam de manutenções pontuais, o instituto consegue fazer. Agora, quando são revitalizações de grande porte, como essa que está acontecendo no Parque do Paranoá, precisamos desses parceiros”, avalia.

Os trabalhos de recuperação do Parque Ecológico do Paranoá também foram exaltados pelas pastas que coordenam a força-tarefa. “O parque tem uma beleza extraordinária e uma infraestrutura que ajudará na sua recuperação, garantindo que a população usufrua ainda mais dele”, afirmou o presidente do Brasília Ambiental, Cláudio Trinchão.

“Determinadas pelo governador Ibaneis, as reformas que estão sendo feitas são necessárias para que possamos oferecer mais conforto e segurança para a população que frequenta o parque”, ressalta o secretário de Meio Ambiente, Sarney Filho.

Fora a Sema e o Brasília Ambiental, fazem parte da força-tarefa dos parques a Secretaria de Governo, a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), a Companhia Energética de Brasília (CEB), o Departamento de Trânsito (Detran) e de Estradas de Rodagem (DER/DF) e as Administrações Regionais.

Além do Parque Ecológico do Paranoá, outros já contemplados com os serviços foram: Sucupira (Planaltina), Saburo Onoyama e Cortado (Taguatinga), Águas Claras, Olhos d’Água (Asa Norte), Areal, Copaíbas e Ermida Dom Bosco (Lago Sul), das Garças (Lago Norte), Ezechias Heringer e Denner (Guará), Tororó (Jardim Botânico) e Jequitibás (Sobradinho).

* Com informações da Sema e do Brasília Ambiental

AGÊNCIA BRASÍLIA

Dignidade e respeito para todos, um compromisso

 


Parceria entre Creas Diversidade e Defensoria Pública do DF assegura a retificação de nome e gênero na documentação de pessoas trans

Creas Diversidade: garantia do livre exercício da cidadania, independentemente de gênero | Foto: Renato Raphael/Sedes

“Me incomodava ter um nome diferente na identidade; sempre tinha uma piadinha, mesmo eu estando lá, com aparência de mulher. Retificar o nome no meu documento me trouxe segurança”. Quem comemora a conquista é Rafaella Gomes Costa, de 37 anos. No mês passado, ela fez a alteração do nome e do gênero na Certidão de Nascimento, oficializando um desejo que tinha desde a adolescência.

Rafaella é atendida pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social Diversidade (Creas Diversidade) e teve a oportunidade de fazer a retificação gratuitamente. Isso ocorreu por conta de uma parceria entre a unidade, gerida pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), e o Núcleo de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, da Defensoria Pública do Distrito Federal.

“Ter o nome respeitado e reconhecido faz toda a diferença na vida de uma pessoa”Ludmylla Anderson Santiago, agente comunitária de saúde

Desde 2018, após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) reconhecendo a importância de retirar a obrigatoriedade de uma cirurgia de mudança de sexo para pessoas transexuais e trans mudarem o nome no registro civil, uma resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) autoriza os cartórios a fazerem a retificação, sem necessidade de laudos médicos e autorização judicial, como era exigido antes.

Retificação é possível

A decisão facilitou o processo, que, até então, era demorado e desgastante – mesmo para quem teve persistência de ir até o fim, como ocorreu com a agente comunitária de saúde Ludymilla Anderson Santiago. Em 2009, Ludmylla iniciou uma ação judicial para retificar o nome e o gênero no registro civil. Ela conta que o processo para retificação do nome foi rápido: em um ano, conseguiu fazer a alteração. Já a mudança do gênero foi negada pela Justiça. Somente em 2018, depois da decisão do STF, ela conseguiu fazê-la diretamente no cartório.

“Foi um avanço grande em relação ao que era antes”, destaca a agente comunitária, que também contou com o apoio do Creas Diversidade e da Defensoria Pública do DF. “Hoje, esse é um processo rápido. Temos muitas questões ainda, é claro, mas foi um passo muito importante. É diferente de ter somente o nome social. Ter o nome respeitado e reconhecido faz toda a diferença na vida de uma pessoa.”

Mediação do Creas

“Em alguns casos, nós também fazemos a mediação junto ao cartório para evitar cobranças extras”Kayodê da Silva Silvério, assistente social do Creas Diversidade

Sem a obrigatoriedade de uma decisão judicial, a retificação do nome e gênero no cartório ficou mais rápida, mas muitas pessoas trans ainda esbarram em outro problema: o alto custo com a emissão das certidões e das taxas do cartório.  Até nessa questão, porém, o governo pode ajudar. “A pessoa preenche declaração de hipossuficiência e nos envia os documentos pessoais, com o comprovante de residência, RG e CPF”, orienta o assistente social Kayodê da Silva Silvério, do Creas Diversidade.

A partir daí, explica, a unidade encaminha os documentos à Defensoria, com a solicitação de gratuidade de praticamente todas as taxas do cartório. “São pessoas em situação vulnerável”, pontua Kayodê. “Imprimimos todos os documentos necessários e entregamos tudo pronto somente para o usuário ir ao cartório. Em alguns casos, nós também fazemos a mediação junto ao cartório para evitar cobranças extras”.

Outro serviço importante feito por meio dessa parceria, reforça o servidor da Sedes, é a ajuda a pessoas que são de outros estados e moram no DF. “O defensor público entra em contato com o estado onde o usuário nasceu para garantir processo de retificação no cartório do estado de origem. Já atendemos casos do Pará, Maranhão, Amazonas, de Pernambuco, do Rio Grande do Sul”, enumera. Kayodê informa que esse suporte é oferecido mesmo ás pessoas que não estão em acompanhamento no Creas, por se tratar de um direito ao nome – o primeiro princípio da cidadania.

Wandô Santos Souza, de 46 anos, foi um dos que conseguiram fazer a retificação do nome e do gênero no mês passado. “Me perguntaram se era isso que eu realmente queria e eu disse que meu sonho era trocar o meu nome por Wandô, porque eu sempre fui Wandô, me sinto feliz sendo Wandô. Eu não me reconhecia por Erivânia”, relata o morador de Planaltina. “Se não tivesse essa ajuda, eu não poderia pagar”.

Nome social

“ Garantir o nome social é garantir uma segurança de acolhida em todos os nossos serviços”Felipe Areda, diretor de Serviços Especializados a Famílias e Indivíduos da Sedes

Desde 2010, a Sedes tem uma portaria que garante o registro do nome social de travestis e transexuais em documentos de atendimento em todas as unidades socioassistenciais. Nome social é o nome pelo qual pessoas trans e travestis geralmente desejam ser chamadas, mesmo que ainda não tenham feito retificação de nome e gênero no cartório. Para evitar qualquer constrangimento, o nome de registro ainda não retificado pode ser utilizado apenas para fins administrativos.

Na atual gestão, houve ainda investimento na formação de todos trabalhadores da assistência social para garantir o atendimento livre de qualquer discriminação e com reconhecimento à diversidade das identidades de gênero. “Nós não podemos usar as nossas concepções, os nossos preconceitos, as nossas visões normatizadas do que é certo e errado para constranger ninguém”, atenta o diretor de Serviços Especializados a Famílias e Indivíduos da Sedes, Felipe Areda. “Esse reconhecimento passa pelo reconhecimento da diversidade. Garantir o nome social é garantir uma segurança de acolhida em todos os nossos serviços”.

No acesso à inscrição no Cadastro Único e a todos os benefícios sociais gerenciados pela Sedes, incluindo agendamento para atendimento nos Centros de Referência em Assistência Social (Cras), há um campo para utilização do nome social.

Sem prejuízo ao atendimento em outros serviços, o Creas Diversidade é hoje o equipamento que realiza o maior número de atendimentos a pessoas trans em situação de vulnerabilidade social. A Sedes também tem uma equipe do Serviço Especializado em Abordagem Social responsável por atender pessoas LGBTQIA+ em situação de rua. Como as pessoas trans são o público mais vulnerável, há ainda a expectativa de implementação de um serviço de acolhimento em república para LGBTQIA+ em situação de desabrigo.

Além disso, o Decreto nº 37.982, de 2017, estabelece que é um direito o uso do nome social e o reconhecimento da identidade de gênero de pessoas trans – travestis, transexuais e transgêneros – no âmbito da administração pública direta e indireta do Distrito Federal. Ou seja: no DF, por lei, o nome social vale para utilização de serviços, atos administrativos e acesso a benefícios.

AGÊNCIA BRASÍLIA

Destino certo para equipamentos eletrônicos ociosos

 


Decreto regulamenta envio dos bens para o programa Reciclotech, do GDF

Governo investe no programa de descarte correto do lixo eletrônico: meio ambiente agradede | Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

Os órgãos do Governo do Distrito Federal já têm um local apropriado para o descarte de equipamentos eletrônicos ociosos. O Decreto nº 41.859, publicado no início deste mês, regulamenta o tema e indica que esses materiais em desuso, por defeitos ou porque já foram substituídos por outros mais modernos, devem ser encaminhados à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti-DF).

Uma vez reciclados, computadores podem ser doados a escolas públicas ou instituições sem fins lucrativos

O órgão vai destiná-los ao Programa de Recondicionamento de Equipamentos Eletrônicos (Reciclotech), uma iniciativa do GDF que recondiciona resíduos eletrônicos e outros materiais recicláveis e ajuda a preservar o meio ambiente. O programa foi idealizado pela Secti e é gerido pela Programando o Futuro, uma Organização da Sociedade Civil (OSC).

“O descarte de equipamentos pelos órgãos públicos foi institucionalizado”, explica o coordenador do Reciclotech, Anderson Freire. “Agora, após análise e classificação dos bens como de recuperação antieconômica e inservíveis, estes serão destinados para ser recondicionados ou desfeitos de forma correta. Com os computadores recondicionados, a Secti poderá doá-los às escolas, órgãos públicos ou outras instituições sem fins lucrativos.”

Para entregar o equipamento, o gestor do órgão deve preencher o formulário próprio disponível na página da Secti, informando o que será doado. A secretaria vai buscar o que está sendo ofertado e o equipamento passará pela avaliação de uma comissão que analisar diversos itens, inclusive o patrimônio, antes de dar a baixa.

Para conscientizar a população sobre a importância do descarte correto dos equipamentos eletrônicos, o  Reciclotech promove caravanas itinerantes que também arrecadam lixo dessa natureza. Estão programadas 52 ações ao longo do ano, nas 33 regiões administrativas do DF.


 AGÊNCIA BRASÍLIA

Nomeados 114 profissionais para a Secretaria de Saúde

 


Dentre eles, estão 49 enfermeiros obstetras e 15 enfermeiros da família e comunidade

Foto: Geovana Albuquerque/Agência Saúde-DF
A Secretaria de Saúde tem aproveitado as vacâncias (aposentadorias e exonerações, por exemplo) para nomear os servidores concursados | Foto: Geovana Albuquerque/Agência Saúde-DF

O Governo do Distrito Federal (GDF) nomeou, no Diário Oficial desta segunda-feira (15), 114 profissionais, em sete áreas de atuação, para a Secretaria de Saúde. Dentre eles, estão 49 enfermeiros obstetras e 15 enfermeiros da família e comunidade. Os profissionais foram nomeados para repor vacâncias, conforme prevê a Lei Federal n° 173/2020, que impõe limites nos gastos públicos em todas as unidades da Federação.

O secretário de Saúde, Osnei Okumoto, ressaltou a importância desse “reforço de profissionais num momento tão grave em que enfrentamos uma pandemia, com todas as áreas da Secretaria sobrecarregadas e precisando de reforço”. Okumoto disse que “o governador Ibaneis Rocha tem dado todo apoio e condições para que a saúde pública possa atender a população com eficiência e de forma humanizada”.

20farmacêuticos e 10 fonoaudiólogos foram nomeados na edição do DODF desta segunda-feira (15)

Para a subsecretária de Gestão de Pessoas, Silene Almeida, as ações para fortalecimento das equipes da Secretaria de Saúde vão continuar. “O governador Ibaneis Rocha autorizou milhares de nomeações em 2020 e já começamos o ano com esse incremento de profissionais que irão atuar no enfrentamento à covid-19, seja na assistência direta como na indireta, na área estratégica da gestão de processos, TI e comunicação”, afirmou.

Dentre as áreas em que houve a convocação de aprovados no último concurso estão: farmacêuticos (20 profissionais); fonoaudiólogos (10); administradores (10); analistas de sistemas (5); e técnicos de comunicação social (5).

De acordo com Silene Almeida, “a busca pelo atendimento nas unidades de saúde multiplicou e é neste contexto que os enfermeiros de família e comunidade e os obstetras, junto com os farmacêuticos e fonoaudiólogos, serão essenciais para diminuir a sobrecarga nos profissionais que estão atuando, possibilitando assegurar os cuidados à toda a população”.

A Secretaria de Saúde explica que tem trabalhado para recompor as equipes e melhorar a oferta de serviços à população e aproveitado todas as vacâncias (aposentadoria, exonerações e etc.) para nomear os servidores concursados.

*Com informações da Secretaria de Saúde


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