quinta-feira, 11 de março de 2021

Embarque + Seguro começa a ser testado no Aeroporto Santos Dumont (RJ)

 AEROPORTOS


Totalmente digital, projeto deve ser expandido para todos os aeroportos domésticos brasileiros nos próximos anos
Publicado em 11/03/2021 16h24 Atualizado em 11/03/2021 16h38
Embarque + Seguro começa a ser testado no Aeroporto Santos Dumont (RJ)

A ação tem como objetivo facilitar o embarque e trazer mais segurança aos passageiros e às empresas aéreas. Ilustração: Serpro

Utilizando reconhecimento facial, o projeto Embarque + Seguro foi inaugurado, nesta quinta-feira (11), em fase de testes, no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro. A ação, que deve ser expandida para todos os aeroportos do país nos próximos anos, tem como objetivo facilitar o embarque, trazer mais segurança aos passageiros e às empresas aéreas, além de reduzir o contato físico nos terminais, principalmente em tempos de distanciamento social.

“O Governo está trazendo aos aeroportos mais segurança e fluidez no embarque. Procuramos passageiros que participem de forma voluntária do projeto. Eles são validados biometricamente perante bases do Governo, como, por exemplo, da Carteira de Habilitação. Após ser feita essa validação biométrica, ele pode embarcar sem a necessidade de apresentar documentos. E, aqui no Santos Dumont, nós estamos trazendo uma novidade que é sem a necessidade também de apresentar o cartão de embarque”, anunciou Luciano Cunha, gestor do projeto Embarque + Seguro, do Serpro.

O Embarque + Seguro é um programa do Ministério da Infraestrutura, em parceria com o Serviço Federal de Processamento de Dados do Governo Federal (Serpro).

Como funciona o Embarque + Seguro

O Embarque + Seguro funciona assim: o passageiro, ao fazer o check in do voo, passará a ter a imagem de seu rosto e os dados biométricos capturados por um sistema. Basta olhar para uma tela. O sistema, neste primeiro momento, utiliza a base de dados oficiais do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), da Carteira de Motorista.

A partir de então, durante todo o processo nos terminais de embarque dos aeroportos brasileiros, o passageiro não precisará mais fornecer documento nem tocar em nada. Com o projeto, a ideia é que as autoridades públicas passem a ser responsáveis pela checagem das informações dos passageiros, a partir do cruzamento da biometria e dos dados da base do sistema, e não mais o funcionário da companhia aérea do embarque na aeronave.

“Eu consigo hoje evitar a falsificação de documentos se eu usar a biometria, porque só aquela pessoa é portadora daquela biometria dela, que são os pontos que são validados pelas fotos. Então, quando ela chega no aparelho, ele captura a foto, os pontos do rosto da pessoa, manda para gente e a gente devolve dizendo ‘ok’. Essa pessoa é ela mesma. Então, ela está autorizada a embarcar”, explicou Luciano Cunha.

Programa de transformação digital

O projeto Embarque + Seguro faz parte do processo de digitalização de serviços do Governo Federal, que visa a melhorar a qualidade dos produtos prestados, com menos gasto de tempo e dinheiro.

Mais de 5,2 mil computadores são doados pelo Governo

 INCLUSÃO


Máquinas que já não eram usadas pela Administração Pública ganham nova utilização em escolas, centros de inclusão digital, assentamentos rurais, entre outros
Publicado em 11/03/2021 16h02
Mais de 5,2 mil computadores são doados pelo Governo

Mais de 1,1 mil alunos serão beneficiados com a recente entrega. - Foto: MCom

Cem computadores foram doados, nesta semana, a escolas e assentamentos rurais no interior do Rio Grande do Norte. As máquinas fazem parte de um projeto do Ministério das Comunicações (MCom) que reforma peças de computadores, antes utilizados pelo Governo, deixando-os prontos para uma nova destinação a jovens e adultos. Mais de 1,1 mil alunos serão beneficiados com a recente entrega.

Dessas máquinas, 60 farão parte de escolas, que atendem alunos do 1º ao 9º ano do ensino fundamental, em três cidades do estado: São Miguel do Gostoso, Serra Caiada e Taipu. Outros 40 computadores chegaram a três assentamentos rurais nas cidades de São Bento do Norte, Bodó e Ceará-Mirim, que beneficiará mais de 260 famílias; e a um telecentro da cidade de Marcelino Vieira.

Desde 2019, mais de 5,2 mil computadores foram doados pelo Governo a escolas públicas, bibliotecas, Centros de Referência em Assistência Social (Cras), prefeituras e diversos outros pontos de inclusão digital. No total, 124 municípios de 21 estados já receberam as doações. A expectativa do MCom é que o número total de entregas chegue a mais de 21 mil até o fim de 2022.

Recuperação de computadores

O trabalho de recuperação dos equipamentos é feito por jovens de baixa renda, participantes de cursos profissionalizantes dos chamados Centros de Recondicionamento de Computadores (CRC’s).

“Os cursos são gratuitos e já capacitaram mais de 13 mil jovens que vivem em situação de vulnerabilidade social. Quem faz toda a reforma das peças dos computadores são os próprios alunos, que põem em prática os conhecimentos adquiridos. Isso demonstra a importância dessa iniciativa”, destacou o ministro Fábio Faria.

Atualmente, existem nove centros de recondicionamento de computadores nos estados de Pernambuco, Ceará, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Rio Grande do Sul, além do Distrito Federal.

 


Com informações do Ministério das Comunicações

Programa quer ampliar a regularização fundiária no país

 REGULARIZA+


A previsão é alcançar pelo menos 400 mil pessoas em terras da União
Publicado em 11/03/2021 15h46 Atualizado em 11/03/2021 16h20

Oprograma Regulariza+ foi instituído, pela Portaria nº 2.519, para ampliar a capacidade operacional da regularização fundiária e procedimentos de titulação das áreas urbanas e rurais da União. O objetivo é resgatar a cidadania e possibilitar o direito à moradia. O plano de ação da iniciativa se dará entre 2021 e 2022 e a expectativa é atingir cerca de 400 mil pessoas ocupantes regulares de terras da União e dos núcleos urbanos informais.

Segundo o secretário de Coordenação e Governança do Patrimônio da União, do Ministério da Economia, Mauro Filho, promover a regularização fundiária é importante, pois ela funciona como um instrumento fundamental para o ordenamento territorial e é indutora de desenvolvimento.

“Os benefícios do programa Regulariza+ são resgatar a cidadania e possibilitar o direito à moradia, fomentar o ciclo produtivo econômico nos estados e municípios e viabilizar o ordenamento territorial de baixo impacto ao meio ambiente. Toda a base operacional do Regulariza+ está assentada no sistema integrado de regularização fundiária”, explicou o secretário.

Modalidades

O Regulariza+ contempla três modalidades de regularização fundiária: Reurb-S, aplicável aos núcleos urbanos informais ocupados predominantemente por população de baixa renda; Reurb-E, aplicável aos núcleos urbanos informais ocupados por população que não é de baixa renda; e regularização de imóveis rurais sob gestão da Secretaria de Patrimônio da União (SPU), em qualquer modalidade prevista na legislação.

“Os efeitos esperados com a regularização fundiária são uma propriedade estabelecida e registrada, um plano diretor e um ordenamento habitacional, uma segurança jurídica e atos legais, inserção econômica e social, inclusão social e moradia inclusiva e, acima de tudo, a presença do Estado brasileiro”, ressaltou Mauro Filho.

Execução

A execução poderá ser feita diretamente pela SPU e ainda mediante celebração de convênios e contratos com estados, Distrito Federal, municípios e iniciativa privada.

De acordo com a portaria, os convênios e contratos terão como objetivo a execução das ações de demarcação, cadastramento, avaliação, venda e fiscalização de áreas do patrimônio da União, assim como para o planejamento, a execução e a aprovação dos parcelamentos urbanos e rurais

Programa SPU+

O Regulariza+ faz parte do Programa SPU+, que foi lançado no fim de 2020 e oficializado pela Portaria n° 2.517.

O Programa SPU+ visa a modernizar e transformar a gestão e a governança do patrimônio imobiliário da União. As ações estão divididas em três módulos: alienação, cessão e concessão e racionalização. O SPU+ tem a finalidade de reativar a economia por meio da contabilização de R$ 110 bilhões em imóveis da União até 2022.

Governo reajusta preços mínimos da laranja e do trigo

 ABASTECIMENTO


Produtos fazem parte da Política de Garantia de Preços Mínimos, ferramenta para diminuir oscilações na renda dos produtores e assegurar uma remuneração mínima
Publicado em 11/03/2021 15h23
Governo reajusta preços mínimos da laranja e do trigo

O novo valor da caixa de 40,8 kg da laranja in natura na safra 2021/2022 é de R$ 17,76. - Foto: Banco de imagens

Apartir de julho deste ano, os preços mínimos para laranja in natura, o trigo em grão e semente de trigo sofrerão reajustes. O novo valor da caixa de 40,8 kg da laranja in natura na safra 2021/2022 é de R$ 17,76, alta de 14,36%.

O trigo em grão e a semente de trigo tiveram um reajuste de 11,04% para o período de julho deste ano até junho de 2022. O trigo em grão, pão tipo 1, ficou estabelecido em R$ 48,18/sc 60 kg, para a região Sul - para as demais classes e tipos do trigo e demais regiões do Brasil, será corrigido pela variação de 11,04%.

E a semente de trigo, em R$ 1,98 (unidade), válido para os estados da região Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

Esses produtos fazem parte da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), que é uma importante ferramenta para diminuir oscilações na renda dos produtores rurais e assegurar uma remuneração mínima, atuando como balizadora da oferta de alimentos, incentivando ou desestimulando a produção e garantindo a regularidade do abastecimento nacional.

 


Com informações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Banco Nacional de Perfis Genéticos ultrapassa 100 mil perfis cadastrados

 SEGURANÇA PÚBLICA


Números revelam o comprometimento e a força-tarefa dos estados em coletar e inserir no banco o material biológico de condenados
Publicado em 11/03/2021 15h09
Banco Nacional de Perfis Genéticos ultrapassa 100 mil perfis cadastrados

No ano de 2020, foram investidos mais de R$ 80 milhões. - Foto: MJSP

OBanco Nacional de Perfis Genéticos ultrapassou a marca de 100 mil perfis cadastrados, sendo 75 mil de condenados e 16 mil de vestígios de local de crime. A maior parte é ligada a pessoas envolvidas em casos violentos e de abuso sexual. No Brasil, até o momento, mais de duas mil investigações foram auxiliadas pela ferramenta.

Para o perito criminal federal e coordenador do comitê gestor da Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos, do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), Ronaldo Carneiro, os números são resultado de um trabalho integrado. "Mais que uma marca atingida, esse número é a representação do trabalho de muitas pessoas e instituições, dentro de um projeto estratégico que proporciona à sociedade mais segurança e justiça, por meio de uma ferramenta científica. Cada vez mais conseguimos concluir investigações criminais e encontrar pessoas desaparecidas.”

Criado em 2013, o banco auxilia as investigações criminais de todo o Brasil por meio da prova pericial do DNA. Além de poder apontar a autoria de fatos criminosos sem solução, é capaz de comprovar a inocência de suspeitos ou ainda interligar um determinado caso com outras investigações das demais esferas policiais com provas robustas, tornando-se uma ferramenta eficiente na elucidação de crimes.

Até o fim de 2019, o banco possuía cerca de 70 mil perfis genéticos cadastrados e, em pouco mais de um ano, esse número aumentou em 40%. Atualmente, a Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos conta com 20 laboratórios estaduais, um do DF e um da Polícia Federal.

No ano de 2019, o ministério investiu mais de R$ 35 milhões na atividade e, em 2020, mais de R$ 80 milhões, numa ação conjunta entre a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), a Polícia Federal e as secretarias de segurança pública estaduais para o compartilhamento de perfis genéticos obtidos em laboratórios de Genética Forense.

Além disso, o projeto prevê inúmeras ações de capacitação de profissionais de segurança, desde os que atuam na preservação do local de crime até os peritos criminais que atuam no laboratório de DNA.

 


Com informações do Ministério da Justiça e Segurança Pública

Girão elogia decisão pela continuidade das competições de futebol na pandemia

 


Da Rádio Senado | 11/03/2021, 17h44

Em pronunciamento nesta quinta-feira (11), o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) reconheceu o empenho de autoridades públicas, dirigentes da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e de clubes, de atletas, de funcionários, de árbitros e de equipes da imprensa pela continuidade das competições no Brasil, durante a pandemia.

Na opinião dele, a permissão para a realização de jogos no ano passado e em 2021 é uma medida que contribui para manter as pessoas em casa, acompanhando a transmissão das partidas, e que, ao mesmo tempo, afasta os efeitos negativos do isolamento social, porque leva aos torcedores uma forma de entretenimento e alegria.

Girão lembrou que nada disso seria possível se as medidas de segurança sanitária não fossem rígidas e cientificamente comprovadas, com a testagem das cerca de 250 pessoas que trabalham a cada partida, num estádio vazio.

— Tem muita expertise, tem muita dedicação, tem muita responsabilidade, responsabilidade com o bem-estar do brasileiro, responsabilidade com algo que a gente exporta para o mundo, que é uma paixão nacional, que é o futebol. Quer dizer, ele tem de continuar, os governos têm de persistir, porque é uma desumanidade, não tem lógica parar. A ciência está ao lado do esporte controlado, é uma ambiente controlado, todo mundo testado e eu quero dar os parabéns a todos.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Governadores cobram mais UTIs e compra unificada de medicamentos pela União

 


Da Redação | 11/03/2021, 14h36

Governadores de cinco estados cobraram nesta quinta-feira (11) que o Ministério da Saúde volte a pagar por leitos de UTI usados no tratamento de pacientes com covid-19. Eles defenderam ainda a compra unificada de medicamentos e insumos pela União para evitar a alta de preços impostos por fornecedores. Os representantes de Amazonas, Bahia, Ceará, Piauí e Santa Catarina participaram de audiência pública remota promovida pela Comissão Temporária Covid-19 (CTCOVID19).

O governador do Ceará, Camilo Santana, informou que, dos 1.013 leitos de UTI exclusivos para covid no estado, apenas 56 são credenciados pelo Ministério da Saúde — o equivalente a 5,5% do total. Ele disse que já cobrou do ministro da saúde, Eduardo Pazuello, o pagamento pelos leitos instalados e defendeu a intermediação do Congresso Nacional para superar o impasse.

— O que está acontecendo? É a dificuldade de credenciamento. Eu tenho colocado isso com muita transparência para o ministro Pazuello. Estamos bancando esses leitos, mas tem um limite pelas condições econômicas dos estados e municípios. A minha sugestão é que o Senado e o Congresso ajudem a encontrar um mecanismo — disse.

O senador Otto Alencar (PSD-BA) sugeriu que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, trate com o Poder Executivo sobre a possibilidade de renovação do auxílio financeiro pago no ano passado a estados, Distrito Federal e municípios. Dos R$ 63,19 bilhões autorizados em 2020 por meio de créditos extraordinários, foram liberados R$ 63,15 bilhões — o equivalente a 99,94% do total.

— O socorro a estados e municípios deu uma condição de atendimento razoável para instalação de hospitais de campanha e UTIs e para compra de equipamentos de proteção individual e insumos. Eu faria um apelo ao presidente Rodrigo Pacheco para observar a possibilidade de um novo projeto de socorro. Os estados não vão ter condição de tocar sozinhos com suas finanças esse trabalho de atendimento hospitalar, que é caríssimo — afirmou

Bahia, São Paulo e Maranhão entraram na Justiça para assegurar o credenciamento dos leitos para covid-19 no Ministério da Saúde. Para o governador baiano, Rui Costa, a gravidade das novas cepas do coronavírus exige uma resposta rápida da União.

— Nós abrimos 200 leitos na semana passada. Agora, estamos abrindo mais 200. As características dessa doença levam mais pessoas para a UTI. Só para dar um dado comparativo: no pico da doença no ano passado, tínhamos 30 mil casos ativos e chegamos a ter no máximo 800 pacientes na UTI. Agora, chegamos a 20 mil casos ativos e 1,4 mil pacientes na UTI. Ou seja: temos 10 mil casos ativos a menos e 600 pacientes a mais em UTI. Isso mostra a gravidade dessa nova variante e o quanto ela é mais agressiva — explicou.

O governador de Santa Catarina, Carlos Moisés, também relaciona o “novo perfil” do coronavírus com a demanda por mais vagas em unidades de terapia intensiva. Embora o estado tenha criado mais de 400 leitos nos últimos 30 dias, há fila de espera por UTIs na capital e no interior.

— Estamos vivendo um momento novo. Há uma diferença muito clara entre o que estamos vivendo em 2021 e o que vivemos em 2020. O que está por vir é algo extremamente sério e grave. O apoio federal para a remuneração de leitos de UTI para o enfrentamento dessa crise é fundamental — disse.

O governador do Piauí, Wellington Dias, classificou como “um problema realmente grave” a falta de leitos de UTIs nos estados. Para ele, o Brasil já enfrenta a falência na rede de atendimento à população.

— Nós já estamos dentro de um colapso nacional na rede hospitalar. Não vamos para ele, já estamos. Tem neste instante uma fila gigante. Estou falando de milhares, algo como 30 mil, 40 mil pessoas em todas as filas hospitalares por vagas de UTI e leito clínico. Ou seja: gente morrendo sem respirador. O pulmão não funciona mais, e ele não consegue ter o equipamento para auxiliar — alertou.

“Leilão e chantagem”

Os governadores criticaram a decisão do governo federal de deixar a cargo de estados e municípios a compra de medicamentos e insumos necessários para o tratamento dos pacientes com covid-19. Para eles, a medida provocou a elevação de preços — já pressionados pela escassez da oferta e pelo aumento da demanda internacional.

Rui Costa classificou como “uma chantagem” a postura de laboratórios e fornecedores de equipamentos, medicamentos e insumos, que — segundo ele — fazem “um leilão” entre estados e municípios para elevar os preços. Costa ressaltou, no entanto, que a União também é responsável pelo aumento dos custos.

— Dada a situação grave de todo o país, os insumos começam a ficar escassos. Como a compra infelizmente tem sido descentralizada, isso leva à elevação dos preços. Nós temos 27 estados e 5 mil municípios disputando preços de medicamentos. O beabá de economia diz: aumentou a procura, aumenta o preço. Se houvesse uma compra centralizada pelo governo federal, isso conseguiria segurar os preços — afirmou.

Costa citou como exemplo a bomba de infusão, instrumento usado em UTIs para fazer a dosagem dos medicamentos. Antes da pandemia, o equipamento era cedido em comodato pelos fornecedoras. Agora, são oferecidos apenas para venda, a preços que o governador classifica como “extorsivos”.

— É preciso conter esse abuso dos fornecedores, que estão buscando ganhos super extras nesse momento de desespero de estados e municípios. Eles cobram o preço que bem entendem. Os preços estão subindo à estratosfera. É fundamental que o Ministério da Saúde busque centralizar a aquisição de insumos para evitar esse leilão e essa chantagem. O mercado, que é cruel, fica usando o desespero de governadores e prefeitos para elevar de forma exorbitante o preço dos insumos — disse.

Carlos Moisés deu outro exemplo concreto da distorção nos preços dos insumos. Ele abriu uma licitação para a compra de sete medicamentos usados na intubação de pacientes com covid-19. Após o estado divulgar quanto pagaria pelos produtos, os fornecedores apresentam proposta para vender apenas um item. Ainda assim, com quantidade limitada a 10% do que Santa Catarina demandava.

— Tem que ter uma aquisição centralizada. O Ministério da Saúde deve intervir nos fabricantes, especialmente para esses sete medicamentos utilizados no kit de intubação. Uma intervenção de fato do governo para não desabastecer qualquer estado — defendeu.

O relator da comissão temporária, senador Wellington Fagundes (PL-MT), demonstrou preocupação com o tema.

— Na questão dos insumos, há necessidade talvez de compras centralizadas. O tabelamento de preços é um caminho? O governo federal tem instrumentos maiores do que governadores e prefeitos. Por isso, acredito mais do que nunca na colocação dos governadores: tem que ser tomada uma direção nacional única — disse.

Oxigênio

Os governadores comentaram ainda a possibilidade de colapso no fornecimento de oxigênio. O representante do Amazonas, Wilson Lima, lembrou que o estado foi o primeiro a atingir “um nível muito agudo de casos” e sofreu com a falta do produto. Em apenas 18 dias, o consumo de oxigênio mais que quintuplicou: saltou de 15 mil para 80 mil metros cúbicos por dia. Lima assegura que o Amazonas não corre mais risco de desabastecimento. Mas fez um alerta para o cenário que as outras regiões podem enfrentar nas próximas semanas.

— Baseado no que a gente passou aqui, há uma perspectiva muito ruim no país. Os próximos dez dias serão muito difíceis. O risco de desabastecimento de oxigênio e medicamentos utilizados para intubação é de fato real. A diferença que temos no Amazonas em relação aos outros estados é que a logística é bem mais fácil para Sul, Sudeste Centro-Oeste e Nordeste — ponderou.

Rui Costa assegura que na Bahia os hospitais estaduais e estabelecimentos equipados com UTIs não correm risco de desabastecimento. Mas admitiu que “municípios pequenos e mais distantes” podem enfrentar dificuldades no acesso a cilindros de oxigênio.

— Nos hospitais estaduais e nos hospitais que têm UTIs, esse risco não existe porque trabalhamos com grandes tanques, grandes reservatórios. Temos um pulmão de reserva em cada unidade hospitalar, o que garante o abastecimento. O mesmo não posso dizer dos municípios pequenos e mais distantes que não têm UTIs, mas que fazem uso dos cilindros para a manutenção e o transporte do paciente. Os prefeitos relatam que as empresas não estão conseguindo fazer a reposição dos cilindros — disse.

Recursos humanos

Outro problema que preocupa os governadores é a falta de profissionais especializados. Para Rui Costa, a falta de pessoal é “o maior gargalo para expandir a rede de assistência”.

— A formação de equipes — fechar plantão sete dias por semana, 24 horas por dia — tem sido o maior limitador para garantir a velocidade na abertura de leitos. Temos uma distribuição desproporcional no conjunto de médicos e especialistas no Brasil. As regiões Norte e Nordeste contam com uma proporção menor de médicos per capita do que o Sudeste e o Sul. De especialistas, uma proporção ainda menor. Esse até agora tem sido um limitador grande — disse o governador baiano.

Wilson Lima alertou para a elevação na remuneração desses profissionais durante a pandemia.

— Os recursos humanos são um problema que a gente começa a ter. Mão de obra especializada, principalmente médicos, intensivistas e enfermeiros. Há uma majoração nos preços e aí também naturalmente começa uma concorrência muito grande para que essa mão de obra possa ser disponibilizada — disse.

Sequelas

Wellington Dias, alerta para a proposta orçamentária de este ano (PLN 28/2020) que reduz em R$ 43 bilhões a verba prevista para a saúde em comparação com o ano passado. Ele lembra que, além dos pacientes com covid-19, o país precisa se preparar para atender “uma fila gigante de outras doenças e ainda os sequelados pós-covid”. Wilson Lima também demonstra preocupação com os pacientes já curados de covid-19.

— Tem pacientes sequelados que precisam de um atendimento continuado. Dos pacientes que tiveram sequela e iniciaram o tratamento de recuperação, 70% abandonam o tratamento e, daqui a alguns dias, voltam de forma agravada e acabam indo a óbito. Esse é um desafio que a gente ainda precisa superar, de convencimento desses pacientes continuarem o tratamento pós-covid — afirma.

Para o senador Omar Aziz (PSD-AM), a rede hospitalar do país não está preparada para o tratamento das sequelas deixadas pela covid-19.

— Essas sequelas são muitas vezes mentais, coronárias, renais. Quantas pessoas estão com problemas mentais por causa dessa doença? Quantas pessoas vão precisar de hemodiálise para o resto da vida? Nós não estamos preparados. Não tem um estado preparado para dar assistência a essas pessoas. Isso trará um problema muito grande para a saúde e para a gestão de governadores e prefeitos quando a covid-19 passar — afirmou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Senadores aplaudem indicação de Alysson Paolinelli ao Nobel da Paz

 


Bruno Lourenço | 11/03/2021, 13h58

Senadores aprovaram voto de aplauso para indicação do ex-ministro da Agricultura, Alysson Paolinelli, ao Prêmio Nobel da Paz. Kátia Abreu (PP-TO) e Esperidião Amin (PP-SC) destacaram empenho do brasileiro na criação da Embrapa e sua atuação para tornar o Cerrado um exemplo de produtividade de alimentos.

Fonte: Agência Senado

Lei abre caminho para compra de vacinas que requerem responsabilização civil

 


Da Redação | 11/03/2021, 13h45

Os estados, o Distrito Federal e os munícipios estão autorizados a adquirir vacinas contra a covid-19 e assumir a responsabilidade civil em relação a efeitos adversos pós-vacinação. A permissão foi dada pela Lei 14.125, publicada no Diário Oficial da União em edição extra na noite de quarta-feira (10), e pode abrir caminho para a entrada de novos imunizantes no país, já que essa era uma exigência de fabricantes como a Pfizer e a Janssen. 

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, autor do projeto que originou a lei (PL 534/2021), explicou que foi a partir de uma conversa com as indústrias farmacêuticas, para descobrir por que as negociações para a aquisição de vacinas da Pfizer estavam travadas, que surgiu a ideia da proposta. As farmacêuticas têm exigido em seus contratos cláusulas que as isentam de responsabilidades por efeitos adversos.

A nova lei permite que entes federados constituam garantias ou contratem seguro privado, nacional ou internacional, para a cobertura dos riscos relativos à imunização. A permissão para aquisição de vacinas se dá desde que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tenha concedido o respectivo registro ou autorização temporária de uso emergencial. 

As pessoas jurídicas de direito privado também poderão adquirir diretamente vacinas contra a covid-19 desde que sejam integralmente doadas ao Sistema Único de Saúde (SUS), a fim de serem utilizadas no Programa Nacional de Imunizações (PNI). Após o término da imunização dos grupos prioritários previstos no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19, as pessoas jurídicas poderão adquirir, distribuir e administrar vacinas, desde que pelo menos 50% das doses sejam doadas ao SUS e as demais sejam utilizadas de forma gratuita.

Vetos

O presidente Jair Bolsonaro fez três vetos à nova lei, que serão apreciados pelo Congresso Nacional em data a ser definida. Foi vetada a autorização para que estados e municípios pudessem comprar vacinas de forma suplementar, com recursos da União ou, excepcionalmente, com recursos próprios, no caso de descumprimento do Plano Nacional de Imunização (PNI) contra a covid-19. Ou na hipótese do governo federal não garantir cobertura imunológica "tempestiva e suficiente" contra a doença.

— De forma clara, para não haver dúvida, independentemente de quem compre a vacina, uma vez autorizado pela Anvisa em sua segurança e eficácia, essa vacina será coordenada, a sua distribuição, pelo Programa Nacional de Imunização — disse o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, durante a cerimônia de sanção da lei na quarta-feira, 

Em nota, a Secretaria-Geral da Presidência da República acrescentou que esse ponto vetado criaria despesa adicional para a União sem estudos de impactos orçamentários e financeiros, o que contraria a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Outro dispositivo vetado é o que determinava que os efeitos da lei retroagissem à data de declaração da emergência em saúde pública pela covid-19. O Planalto alega que a regra incidiria sobre contratos celebrados anteriormente com o Poder Público, o que violaria princípios do direito adquirido e do ato jurídico perfeito.

Também foi vetado o trecho que estabelecia a obrigação de que o Ministério da Saúde atualizasse, em até 48 horas, os painéis de informação sobre a aquisição e aplicação das vacinas por parte do setor privado. O governo alega que essa determinação só poderia ser efetivada a partir de projeto de lei do Executivo.

Durante reunião da Comissão Temporária Covid-19, o senador Rodrigo Pacheco sugeriu que o colegiado avalie os desdobramentos das respostas de ofício encaminhado ao Ministério da Saúde e acompanhe as ações, assim como analise os três vetos feitos à Lei 14.125.

— São duas missões importantes: avaliação das respostas do Ministério da Saúde e análise dos vetos à lei que nós concebemos no Congresso Nacional — disse.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado