quinta-feira, 11 de março de 2021

Governadores cobram mais UTIs e compra unificada de medicamentos pela União

 


Da Redação | 11/03/2021, 14h36

Governadores de cinco estados cobraram nesta quinta-feira (11) que o Ministério da Saúde volte a pagar por leitos de UTI usados no tratamento de pacientes com covid-19. Eles defenderam ainda a compra unificada de medicamentos e insumos pela União para evitar a alta de preços impostos por fornecedores. Os representantes de Amazonas, Bahia, Ceará, Piauí e Santa Catarina participaram de audiência pública remota promovida pela Comissão Temporária Covid-19 (CTCOVID19).

O governador do Ceará, Camilo Santana, informou que, dos 1.013 leitos de UTI exclusivos para covid no estado, apenas 56 são credenciados pelo Ministério da Saúde — o equivalente a 5,5% do total. Ele disse que já cobrou do ministro da saúde, Eduardo Pazuello, o pagamento pelos leitos instalados e defendeu a intermediação do Congresso Nacional para superar o impasse.

— O que está acontecendo? É a dificuldade de credenciamento. Eu tenho colocado isso com muita transparência para o ministro Pazuello. Estamos bancando esses leitos, mas tem um limite pelas condições econômicas dos estados e municípios. A minha sugestão é que o Senado e o Congresso ajudem a encontrar um mecanismo — disse.

O senador Otto Alencar (PSD-BA) sugeriu que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, trate com o Poder Executivo sobre a possibilidade de renovação do auxílio financeiro pago no ano passado a estados, Distrito Federal e municípios. Dos R$ 63,19 bilhões autorizados em 2020 por meio de créditos extraordinários, foram liberados R$ 63,15 bilhões — o equivalente a 99,94% do total.

— O socorro a estados e municípios deu uma condição de atendimento razoável para instalação de hospitais de campanha e UTIs e para compra de equipamentos de proteção individual e insumos. Eu faria um apelo ao presidente Rodrigo Pacheco para observar a possibilidade de um novo projeto de socorro. Os estados não vão ter condição de tocar sozinhos com suas finanças esse trabalho de atendimento hospitalar, que é caríssimo — afirmou

Bahia, São Paulo e Maranhão entraram na Justiça para assegurar o credenciamento dos leitos para covid-19 no Ministério da Saúde. Para o governador baiano, Rui Costa, a gravidade das novas cepas do coronavírus exige uma resposta rápida da União.

— Nós abrimos 200 leitos na semana passada. Agora, estamos abrindo mais 200. As características dessa doença levam mais pessoas para a UTI. Só para dar um dado comparativo: no pico da doença no ano passado, tínhamos 30 mil casos ativos e chegamos a ter no máximo 800 pacientes na UTI. Agora, chegamos a 20 mil casos ativos e 1,4 mil pacientes na UTI. Ou seja: temos 10 mil casos ativos a menos e 600 pacientes a mais em UTI. Isso mostra a gravidade dessa nova variante e o quanto ela é mais agressiva — explicou.

O governador de Santa Catarina, Carlos Moisés, também relaciona o “novo perfil” do coronavírus com a demanda por mais vagas em unidades de terapia intensiva. Embora o estado tenha criado mais de 400 leitos nos últimos 30 dias, há fila de espera por UTIs na capital e no interior.

— Estamos vivendo um momento novo. Há uma diferença muito clara entre o que estamos vivendo em 2021 e o que vivemos em 2020. O que está por vir é algo extremamente sério e grave. O apoio federal para a remuneração de leitos de UTI para o enfrentamento dessa crise é fundamental — disse.

O governador do Piauí, Wellington Dias, classificou como “um problema realmente grave” a falta de leitos de UTIs nos estados. Para ele, o Brasil já enfrenta a falência na rede de atendimento à população.

— Nós já estamos dentro de um colapso nacional na rede hospitalar. Não vamos para ele, já estamos. Tem neste instante uma fila gigante. Estou falando de milhares, algo como 30 mil, 40 mil pessoas em todas as filas hospitalares por vagas de UTI e leito clínico. Ou seja: gente morrendo sem respirador. O pulmão não funciona mais, e ele não consegue ter o equipamento para auxiliar — alertou.

“Leilão e chantagem”

Os governadores criticaram a decisão do governo federal de deixar a cargo de estados e municípios a compra de medicamentos e insumos necessários para o tratamento dos pacientes com covid-19. Para eles, a medida provocou a elevação de preços — já pressionados pela escassez da oferta e pelo aumento da demanda internacional.

Rui Costa classificou como “uma chantagem” a postura de laboratórios e fornecedores de equipamentos, medicamentos e insumos, que — segundo ele — fazem “um leilão” entre estados e municípios para elevar os preços. Costa ressaltou, no entanto, que a União também é responsável pelo aumento dos custos.

— Dada a situação grave de todo o país, os insumos começam a ficar escassos. Como a compra infelizmente tem sido descentralizada, isso leva à elevação dos preços. Nós temos 27 estados e 5 mil municípios disputando preços de medicamentos. O beabá de economia diz: aumentou a procura, aumenta o preço. Se houvesse uma compra centralizada pelo governo federal, isso conseguiria segurar os preços — afirmou.

Costa citou como exemplo a bomba de infusão, instrumento usado em UTIs para fazer a dosagem dos medicamentos. Antes da pandemia, o equipamento era cedido em comodato pelos fornecedoras. Agora, são oferecidos apenas para venda, a preços que o governador classifica como “extorsivos”.

— É preciso conter esse abuso dos fornecedores, que estão buscando ganhos super extras nesse momento de desespero de estados e municípios. Eles cobram o preço que bem entendem. Os preços estão subindo à estratosfera. É fundamental que o Ministério da Saúde busque centralizar a aquisição de insumos para evitar esse leilão e essa chantagem. O mercado, que é cruel, fica usando o desespero de governadores e prefeitos para elevar de forma exorbitante o preço dos insumos — disse.

Carlos Moisés deu outro exemplo concreto da distorção nos preços dos insumos. Ele abriu uma licitação para a compra de sete medicamentos usados na intubação de pacientes com covid-19. Após o estado divulgar quanto pagaria pelos produtos, os fornecedores apresentam proposta para vender apenas um item. Ainda assim, com quantidade limitada a 10% do que Santa Catarina demandava.

— Tem que ter uma aquisição centralizada. O Ministério da Saúde deve intervir nos fabricantes, especialmente para esses sete medicamentos utilizados no kit de intubação. Uma intervenção de fato do governo para não desabastecer qualquer estado — defendeu.

O relator da comissão temporária, senador Wellington Fagundes (PL-MT), demonstrou preocupação com o tema.

— Na questão dos insumos, há necessidade talvez de compras centralizadas. O tabelamento de preços é um caminho? O governo federal tem instrumentos maiores do que governadores e prefeitos. Por isso, acredito mais do que nunca na colocação dos governadores: tem que ser tomada uma direção nacional única — disse.

Oxigênio

Os governadores comentaram ainda a possibilidade de colapso no fornecimento de oxigênio. O representante do Amazonas, Wilson Lima, lembrou que o estado foi o primeiro a atingir “um nível muito agudo de casos” e sofreu com a falta do produto. Em apenas 18 dias, o consumo de oxigênio mais que quintuplicou: saltou de 15 mil para 80 mil metros cúbicos por dia. Lima assegura que o Amazonas não corre mais risco de desabastecimento. Mas fez um alerta para o cenário que as outras regiões podem enfrentar nas próximas semanas.

— Baseado no que a gente passou aqui, há uma perspectiva muito ruim no país. Os próximos dez dias serão muito difíceis. O risco de desabastecimento de oxigênio e medicamentos utilizados para intubação é de fato real. A diferença que temos no Amazonas em relação aos outros estados é que a logística é bem mais fácil para Sul, Sudeste Centro-Oeste e Nordeste — ponderou.

Rui Costa assegura que na Bahia os hospitais estaduais e estabelecimentos equipados com UTIs não correm risco de desabastecimento. Mas admitiu que “municípios pequenos e mais distantes” podem enfrentar dificuldades no acesso a cilindros de oxigênio.

— Nos hospitais estaduais e nos hospitais que têm UTIs, esse risco não existe porque trabalhamos com grandes tanques, grandes reservatórios. Temos um pulmão de reserva em cada unidade hospitalar, o que garante o abastecimento. O mesmo não posso dizer dos municípios pequenos e mais distantes que não têm UTIs, mas que fazem uso dos cilindros para a manutenção e o transporte do paciente. Os prefeitos relatam que as empresas não estão conseguindo fazer a reposição dos cilindros — disse.

Recursos humanos

Outro problema que preocupa os governadores é a falta de profissionais especializados. Para Rui Costa, a falta de pessoal é “o maior gargalo para expandir a rede de assistência”.

— A formação de equipes — fechar plantão sete dias por semana, 24 horas por dia — tem sido o maior limitador para garantir a velocidade na abertura de leitos. Temos uma distribuição desproporcional no conjunto de médicos e especialistas no Brasil. As regiões Norte e Nordeste contam com uma proporção menor de médicos per capita do que o Sudeste e o Sul. De especialistas, uma proporção ainda menor. Esse até agora tem sido um limitador grande — disse o governador baiano.

Wilson Lima alertou para a elevação na remuneração desses profissionais durante a pandemia.

— Os recursos humanos são um problema que a gente começa a ter. Mão de obra especializada, principalmente médicos, intensivistas e enfermeiros. Há uma majoração nos preços e aí também naturalmente começa uma concorrência muito grande para que essa mão de obra possa ser disponibilizada — disse.

Sequelas

Wellington Dias, alerta para a proposta orçamentária de este ano (PLN 28/2020) que reduz em R$ 43 bilhões a verba prevista para a saúde em comparação com o ano passado. Ele lembra que, além dos pacientes com covid-19, o país precisa se preparar para atender “uma fila gigante de outras doenças e ainda os sequelados pós-covid”. Wilson Lima também demonstra preocupação com os pacientes já curados de covid-19.

— Tem pacientes sequelados que precisam de um atendimento continuado. Dos pacientes que tiveram sequela e iniciaram o tratamento de recuperação, 70% abandonam o tratamento e, daqui a alguns dias, voltam de forma agravada e acabam indo a óbito. Esse é um desafio que a gente ainda precisa superar, de convencimento desses pacientes continuarem o tratamento pós-covid — afirma.

Para o senador Omar Aziz (PSD-AM), a rede hospitalar do país não está preparada para o tratamento das sequelas deixadas pela covid-19.

— Essas sequelas são muitas vezes mentais, coronárias, renais. Quantas pessoas estão com problemas mentais por causa dessa doença? Quantas pessoas vão precisar de hemodiálise para o resto da vida? Nós não estamos preparados. Não tem um estado preparado para dar assistência a essas pessoas. Isso trará um problema muito grande para a saúde e para a gestão de governadores e prefeitos quando a covid-19 passar — afirmou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Senadores aplaudem indicação de Alysson Paolinelli ao Nobel da Paz

 


Bruno Lourenço | 11/03/2021, 13h58

Senadores aprovaram voto de aplauso para indicação do ex-ministro da Agricultura, Alysson Paolinelli, ao Prêmio Nobel da Paz. Kátia Abreu (PP-TO) e Esperidião Amin (PP-SC) destacaram empenho do brasileiro na criação da Embrapa e sua atuação para tornar o Cerrado um exemplo de produtividade de alimentos.

Fonte: Agência Senado

Lei abre caminho para compra de vacinas que requerem responsabilização civil

 


Da Redação | 11/03/2021, 13h45

Os estados, o Distrito Federal e os munícipios estão autorizados a adquirir vacinas contra a covid-19 e assumir a responsabilidade civil em relação a efeitos adversos pós-vacinação. A permissão foi dada pela Lei 14.125, publicada no Diário Oficial da União em edição extra na noite de quarta-feira (10), e pode abrir caminho para a entrada de novos imunizantes no país, já que essa era uma exigência de fabricantes como a Pfizer e a Janssen. 

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, autor do projeto que originou a lei (PL 534/2021), explicou que foi a partir de uma conversa com as indústrias farmacêuticas, para descobrir por que as negociações para a aquisição de vacinas da Pfizer estavam travadas, que surgiu a ideia da proposta. As farmacêuticas têm exigido em seus contratos cláusulas que as isentam de responsabilidades por efeitos adversos.

A nova lei permite que entes federados constituam garantias ou contratem seguro privado, nacional ou internacional, para a cobertura dos riscos relativos à imunização. A permissão para aquisição de vacinas se dá desde que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tenha concedido o respectivo registro ou autorização temporária de uso emergencial. 

As pessoas jurídicas de direito privado também poderão adquirir diretamente vacinas contra a covid-19 desde que sejam integralmente doadas ao Sistema Único de Saúde (SUS), a fim de serem utilizadas no Programa Nacional de Imunizações (PNI). Após o término da imunização dos grupos prioritários previstos no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19, as pessoas jurídicas poderão adquirir, distribuir e administrar vacinas, desde que pelo menos 50% das doses sejam doadas ao SUS e as demais sejam utilizadas de forma gratuita.

Vetos

O presidente Jair Bolsonaro fez três vetos à nova lei, que serão apreciados pelo Congresso Nacional em data a ser definida. Foi vetada a autorização para que estados e municípios pudessem comprar vacinas de forma suplementar, com recursos da União ou, excepcionalmente, com recursos próprios, no caso de descumprimento do Plano Nacional de Imunização (PNI) contra a covid-19. Ou na hipótese do governo federal não garantir cobertura imunológica "tempestiva e suficiente" contra a doença.

— De forma clara, para não haver dúvida, independentemente de quem compre a vacina, uma vez autorizado pela Anvisa em sua segurança e eficácia, essa vacina será coordenada, a sua distribuição, pelo Programa Nacional de Imunização — disse o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, durante a cerimônia de sanção da lei na quarta-feira, 

Em nota, a Secretaria-Geral da Presidência da República acrescentou que esse ponto vetado criaria despesa adicional para a União sem estudos de impactos orçamentários e financeiros, o que contraria a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Outro dispositivo vetado é o que determinava que os efeitos da lei retroagissem à data de declaração da emergência em saúde pública pela covid-19. O Planalto alega que a regra incidiria sobre contratos celebrados anteriormente com o Poder Público, o que violaria princípios do direito adquirido e do ato jurídico perfeito.

Também foi vetado o trecho que estabelecia a obrigação de que o Ministério da Saúde atualizasse, em até 48 horas, os painéis de informação sobre a aquisição e aplicação das vacinas por parte do setor privado. O governo alega que essa determinação só poderia ser efetivada a partir de projeto de lei do Executivo.

Durante reunião da Comissão Temporária Covid-19, o senador Rodrigo Pacheco sugeriu que o colegiado avalie os desdobramentos das respostas de ofício encaminhado ao Ministério da Saúde e acompanhe as ações, assim como analise os três vetos feitos à Lei 14.125.

— São duas missões importantes: avaliação das respostas do Ministério da Saúde e análise dos vetos à lei que nós concebemos no Congresso Nacional — disse.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Covid-19 mata mais de 2,2 mil pessoas por dia no Brasil

 


Raquel Teixeira | 11/03/2021, 13h32

O Brasil registrou mais de 2,2 mil mortes por covid-19 em 24 horas, ultrapassando o total de 270 mil vítimas da doença desde o início da pandemia. Com o novo recorde, o país fica atrás apenas dos Estados Unidos em número de mortos pelo novo coronavírus. Senadores debatem o assunto e tentam encontrar solução para a crise sanitária.

Fonte: Agência Senado

Comissão da Covid-19 divide tarefas entre senadores

 


Da Redação | 11/03/2021, 13h21

Durante reunião nesta quinta-feira (11) para ouvir governadores sobre o enfrentamento à pandemia nos estados, o presidente da comissão temporária criada para acompanhar as ações contra a covid-19 (CTCovid19), senador Confúcio Moura (MDB-RO), designou tarefas específicas aos membro da comissão.

O vice-presidente do colegiado, senador Styvenson Valentim (Podemos-RN), está responsável pela interlocução com o Ministério das Relações Exteriores. Styvenson também vai fazer, com o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), um estudo completo sobre o abastecimento de oxigênio no país e a situação dos estados e municípios, para que não haja colapso e falta da matéria-prima.

Os senadores Nelsinho Trad (PSD-MS) e Zenaide Maia (Pros-RN), ambos médicos, ficaram responsáveis pelo acompanhamento das negociações para a aquisição de vacinas, fazendo articulação política com a diplomacia. Os dois também vão acompanhar a relação do Ministério da Saúde com as farmacêuticas, inclusive as que não participam ainda de negócios com o Brasil.

Lockdown

As senadoras Rose de Freitas (MDB-ES) e Daniella Ribeiro (PP-PB) vão tratar de lockdown e paralisações totais e parciais decretadas por prefeitos e governadores. Segundo Confúcio, essa foi uma sugestão da senadora Kátia Abreu (PP-TO) para saber por que as Forças Armadas não estão participando desse trabalho. 

— As polícias e as guardas municipais sozinhas não têm dado conta do recado. Será importante que Daniella e Rose façam essa articulação com os ministérios correspondentes e observem também as experiências nacionais e internacionais de lockdowns bem-sucedidos em países e cidades — destacou o presidente.

O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) está responsável pelo contato direto com o Ministério da Economia. Izalci também vai analisar, ao lado do senador Marcos Rogério (DEM-RO), carta publicada por 21 governadores nesta quarta-feira (10). No texto, os governadores defendem ampliar a vacinação contra a covid-19 e manifestam apoio a medidas restritivas. Também se comprometem a atuar pela manutenção e ampliação da rede de leitos no sistema de saúde.

— O apoio aos estados e municípios que consta na carta, a ampliação dos leitos, a integração dos sistemas e o protagonismo do trabalho do Senado e da Câmara, junto com os demais Poderes, para um atendimento conjunto e colaborativo no enfrentamento dessa dramática situação da covid-19 no Brasil — especificou Confúcio.

O senador Otto Alencar (PSD-BA), que é médico, ficará responsável pelo contato com o Instituto Butantan. Otto já havia sido designado, na reunião de segunda-feira (8), para acompanhar as ações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Ele também está trabalhando, ao lado de Confúcio, com o Ministério da Saúde.

O senador Ciro Nogueira (PP-PI) também já havia sido designado, na segunda, para contatar o ministro das Comunicações, Fábio Faria, para discutir a divulgação dos programas de vacinação.

O relator da comissão, senador Wellington Fagundes (PL-MT), elogiou a divisão feita por Confúcio.

— Quero parabenizá-lo, presidente, por dividir as tarefas. Aqui todos os membros da comissão terão funções e por isso quero cumprimentar nossos companheiros — disse Wellington.

Na segunda-feira (15), a comissão vai continuar ouvindo governadores.

Veja as próximas reuniões do colegiado:

  CRONOGRAMA DE TRABALHO  

15/março

Reunião

 PAUTA: Reunião para debater as dificuldades encontradas por estados no enfrentamento da pandemia e vacinação. Debate sobre o colapso no sistema de saúde no estado e o estágio da pandemia e da vacinação.

18/março

Reunião

 PAUTA: Reunião mensal com Ministro da Saúde para debater o Plano Nacional de Vacinação contra covid-19 e o cumprimento dos respectivos prazos, bem como as medidas de combate à pandemia.

 AUDIÊNCIA COM: ministro da Saúde Eduardo Pazuello

22/março

Reunião

 PAUTA: Reunião mensal com o Ministro da Economia para debater o Plano Nacional de Vacinação contra covid-19 e o cumprimento dos respectivos prazos, bem como a situação fiscal.

 AUDIÊNCIA COM: ministro da Economia Paulo Roberto Nunes Guedes

25/março

Reunião

 PAUTA: Reunião com representantes das fabricantes de vacina.

 AUDIÊNCIA COM:
• Presidente do Instituto Butantan
• Presidente da Fiocruz
• Representante de farmacêuticas

29/março

Reunião

 PAUTA: Reunião com o Ministro das Relações Exteriores para debater os entraves à aquisição de vacinas e medidas que podem ou devem ser tomadas para agilizar a aquisição de vacinas pelo País.

 AUDIÊNCIA COM: ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo

1º/abril

Reunião

 PAUTA: Reunião com o Presidente do Tribunal de Contas da União e o Ministro da Controladoria-Geral da União para debater o acompanhamento dos gastos públicos relacionados ao combate à pandemia e campanha de vacinação.

 AUDIÊNCIA COM:
Ana Arraes, presidente do Tribunal de Contas da União
Wagner Rosário, ministro da Controladoria-Geral da União

5/abril

Reunião

 PAUTA: Reunião para elencar e priorizar projetos legislativos em andamento considerados relevantes para a aquisição de vacinas.

8/abril

Reunião

 PAUTA: Reunião com prefeitos municipais – indicação da Frente Nacional de Prefeitos e da Confederação Nacional dos Municípios.

12/abril

Reunião

 PAUTA: Reunião com representantes dos secretários estaduais de Saúde – indicação do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS).

15/abril

Reunião

 PAUTA: Reunião com representantes dos secretários municipais de Saúde – indicação do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS).

19/abril

Reunião

 PAUTA: Reunião mensal com o Ministro da Saúde para debater o Plano Nacional de Vacinação contra covid-19 e o cumprimento dos respectivos prazos, bem como as medidas de combate à pandemia.

 AUDIÊNCIA COM: ministro da Saúde Eduardo Pazuello

22/abril

Reunião

 PAUTA: Reunião mensal com o Ministro da Economia para debater o Plano Nacional de Vacinação contra covid-19 e o cumprimento dos respectivos prazos, bem como a situação fiscal.

 AUDIÊNCIA COM: ministro da Economia Paulo Roberto Nunes Guedes

26/abril

Reunião

 PAUTA: Reunião com representantes do empresariado para discutir a coparticipação de empresas no plano de vacinação.

 AUDIÊNCIA COM:
Josué de Alencar
Luíza Trajano

29/abril

Reunião

 PAUTA: Reunião com representantes de usuários com assento no Conselho Nacional de Saúde (CNS).

3/maio

Reunião

 PAUTA: Reunião a ser definida na comissão, avaliando o estágio da pandemia e da vacinação.

6/maio

Reunião

 PAUTA: Reunião a ser definida na comissão, avaliando o estágio da pandemia e da vacinação.

10/maio

Reunião

 PAUTA: Reunião a ser definida na comissão, avaliando o estágio da pandemia e da vacinação.

13/maio

Reunião

 PAUTA: Reunião a ser definida na comissão, avaliando o estágio da pandemia e da vacinação.

17/maio

Reunião

 PAUTA: Reunião a ser definida na comissão, avaliando o estágio da pandemia e da vacinação.

20/maio

Reunião

 PAUTA: Reunião mensal com o Ministro da Saúde para debater o Plano Nacional de Vacinação contra covid-19 e o cumprimento dos respectivos prazos, bem como as medidas de combate à pandemia.

 AUDIÊNCIA COM: ministro da Saúde Eduardo Pazuello

24/maio

Reunião

 PAUTA: Reunião mensal com o Ministro da Economia para debater o Plano Nacional de Vacinação contra covid-19 e o cumprimento dos respectivos prazos, bem como a situação fiscal.

 AUDIÊNCIA COM: ministro da Economia Paulo Roberto Nunes Guedes

27/maio

Reunião

 PAUTA: Reunião a ser definida na comissão, avaliando o estágio da pandemia e da vacinação.

3/junho

Reunião

 PAUTA: Reunião a ser definida na comissão, avaliando o estágio da pandemia e da vacinação.

7/junho

Reunião

 PAUTA: Reunião a ser definida na comissão, avaliando o estágio da pandemia e da vacinação.

10/junho

Reunião

 PAUTA: Reunião a ser definida na comissão, avaliando o estágio da pandemia e da vacinação.

14/junho

Reunião

 PAUTA: Reunião com o Presidente do Tribunal de Contas da União e o Ministro da Controladoria-Geral da União para debater o acompanhamento dos gastos públicos relacionados ao combate à pandemia e campanha de vacinação.

 AUDIÊNCIA COM:
Ana Arraes, presidente do Tribunal de Contas da União
Wagner Rosário, ministro da Controladoria-Geral da União

17/junho

Reunião

 PAUTA: Reunião mensal com o Ministro da Saúde para debater o Plano Nacional de Vacinação contra covid-19 e o cumprimento dos respectivos prazos, bem como as medidas de combate à pandemia.

 AUDIÊNCIA COM: ministro da Saúde Eduardo Pazuello

21/junho

Reunião

 PAUTA: Reunião mensal com o Ministro da Economia para debater o Plano Nacional de Vacinação contra covid-19 e o cumprimento dos respectivos prazos, bem como a situação fiscal.

 AUDIÊNCIA COM: ministro da Economia Paulo Roberto Nunes Guedes

24/junho

Reunião

 PAUTA: Disponibilização do relatório final da comissão aos seus membros, para sugestões.

28/junho

Reunião

 PAUTA: Deliberação do relatório final da comissão.

30/junho

Reunião

 PAUTA: Divulgação do relatório final da comissão.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Veto de Bolsonaro não impede compra de vacinas por estados e municípios, diz Pacheco

 


Da Redação | 11/03/2021, 17h50

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse nesta quinta-feira (11) que o veto parcial do presidente da República, Jair Bolsonaro, ao  PL 534/2021 não impede que estados, Distrito Federal e municípios comprem vacinas. O projeto, transformado na Lei 14.125, autoriza a União e os demais entes a adquirir vacinas contra a covid-19 e assumir a responsabilidade civil em relação a efeitos adversos pós-vacinação. A resposta de Pacheco foi a uma questão de ordem feita pela senadora Kátia Abreu (PP-TO).

— Entendemos que o projeto aprovado e sancionado não dá permissão para que os governadores possam comprar ou ganhar vacina. Eu gostaria que Vossa Excelência, antes de mais nada, pudesse nos dar esta luz: os governadores agora têm autonomia para comprar ou ganhar vacina de algum lugar do mundo? — questionou a senadora.

Em resposta, o presidente da Casa, que é o autor do projeto, explicou que, apesar do veto, está mantida no texto a parte que autoriza de todos os entes federados a adquirirem vacinas durante a pandemia. Ele afirmou que o objetivo principal do projeto era a segurança jurídica, já que as negociações para a aquisição de vacinas estavam travadas porque algumas farmacêuticas exigem em seus contratos cláusulas que as isentam de responsabilidades por efeitos adversos.

Trecho vetado

O trecho vetado pelo presidente que gerou a dúvida na senadora foi o que tratava a compra de vacinas pelos demais entes federados como suplementar à da União, com recursos do governo federal ou, excepcionalmente, com recursos próprios. Essa compra poderia ser feita no caso de descumprimento do Plano Nacional de Imunização (PNI) contra a covid-19 ou na hipótese do governo federal não garantir cobertura imunológica "tempestiva e suficiente" contra a doença.

— Respondendo à sua pergunta, pela lei editada e sancionada ontem, é perfeitamente possível a todos os entes federados, inclusive Estados, Municípios e Distrito Federal, além da União, adquirirem as vacinas contra o coronavírus.

O presidente do Senado lembrou que também foi preservada no texto a possibilidade de que empresas comprem as vacinas, desde que destinem 100% da aquisição para o Sistema Único de Saúde até que sejam vacinadas as prioridades no Brasil. Depois dessa fase, as empresas poderão adquirir, distribuir e administrar vacinas, desde que pelo menos 50% das doses sejam doadas ao SUS e as demais sejam aplicadas de forma gratuita.

— Do jeito que ficou, a lei permitirá o aumento de escala da vacinação, porque mais sujeitos, mais entes federados e iniciativa privada poderão adquirir vacinas num ambiente de solidariedade mútua, para podermos ganhar a escala da vacinação do Brasil — declarou Pacheco.

Dúvida

A senadora Simone Tebet (MDB-MS) disse entender a preocupação de Kátia Abreu porque, da maneira como foi sancionado, sem o artigo que explicitava o caráter suplementar da compra por estados e municípios, a segurança desses entes não estaria garantida. Na visão da senadora, poderia haver a interpretação de que eles seriam obrigados a comprar vacinas.

Essa preocupação, de acordo com Simone Tebet, foi levada ao senador Antonio Anastasia (PSD-MG) por governadores e prefeitos. Apesar dessas questões, ela disse acreditar que o projeto representa um avanço.

— Não acho que, se houver outra lei, precisemos fazer um cavalo de batalha. Um projeto importante foi sancionado e tenho certeza de que o governo federal vai assinar convênios com estados e municípios, porque tem dinheiro e todos nós agora estamos unidos na vacinação.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

STJ promove nesta quinta (11) debate com mulheres que inspiram

 EVENTOS

11/03/2021 11:26


Com o objetivo de sensibilizar as mulheres sobre suas competências e sobre como alcançar a realização pessoal e profissional, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) vai promover nesta quinta-feira (11), das 14h às 16h, um momento de troca de experiências: o talk show Mulheres que inspiram.

Com transmissão pelo canal do STJ no YouTube​, o evento será aberto pelo presidente do tribunal, ministro Humberto Martins, e contará com a participação da deputada distrital Júlia Lucy, servidora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e das servidoras do STJ Thais Nerys e Fernanda Zago.

As inscrições para o talk show podem ser feitas neste link. O controle de frequência será realizado em link disponibilizado na descrição do vídeo, no YouTube.

Umas das debatedoras, a deputada distrital, morou na Ceilândia (DF) na juventude e foi mãe aos 17 anos. Júlia Lucy conseguiu vencer as dificuldades; hoje é cientista política, formada pela Universidade de Brasília, e funcionária pública de carreira, desde os 18 anos. Foi eleita em 2018 e é procuradora especial da mulher na Câmara Legislativa do Distrito Federal desde 2019.

Júlia fundou a Rede Liga Delas, projeto que capacita mulheres em situação de vulnerabilidade social, proporcionando ambientes de debate, conexão e desenvolvimento. Ela é autora do livro Manual do Candidato de Primeira Viagem – Do anonimato ao mandato. Atualmente, viaja pelo Brasil motivada a convencer as mulheres sobre a importância de ingressarem na política.

As servidoras Thais Nerys e Fernanda Zago também compartilharão suas histórias de superação.​

Igualdade de gênero

O STJ está comprometido com a Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas, e tem pautado suas ações no alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), fazendo as escolhas necessárias para melhorar a vida das pessoas, agora e no futuro. As informações desta matéria estão relacionadas ao ODS 5. Igualdade de Gênero – Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.​

STJ

Reynaldo Soares da Fonseca é o novo presidente da Terceira Seção

 INSTITUCIONAL

11/03/2021 09:05


​O ministro Reynaldo Soares da Fonseca assume a presidência da Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) a partir desta quinta-feira (11). A mudança se deve à aposentadoria do ministro Nefi Cordeiro, que ocupava o cargo desde 28 de maio de 2019. A Portaria STJ/GP 79, de 10 de março de 2021, assinada pelo presidente do tribunal, ministro Humberto Martins, traz a designação do ministro, que vai presidir o colegiado pelos próximos dois anos.   

Natural de São Luís, Reynaldo Soares da Fonseca é mestre em direito público pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e doutor em direito constitucional pela Faculdade Autônoma de Direito de São Paulo (Fadisp). Antes de chegar ao STJ, foi procurador do Estado do Maranhão, juiz de direito, juiz federal e membro do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1). Além das atividades na magistratura, é professor universitário e autor de vários livros e estudos jurídicos.

A Terceira Seção é o órgão julgador composto pelos dez ministros da Quinta e da Sexta Turmas. Especializado em direito penal, o colegiado julga mandados de segurança, reclamações, conflitos de competência, pedidos de federalização de casos que envolvam graves violações dos direitos humanos e recursos repetitivos da área criminal, entre outras matérias.

STJ

Pesquisa Pronta destaca isenção fiscal para veículos de pessoas com deficiência dirigidos por terceiros

 JURISPRUDÊNCIA

11/03/2021 09:00


​A página da Pesquisa Pronta disponibilizou quatro entendimentos do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Produzida pela Secretaria de Jurisprudência do tribunal, a nova edição aborda temas como a possibilidade de isenção tributária a veículos de pessoas com deficiência dirigidos por terceiros e o prazo recursal quando se trata de procedimentos afetos à Justiça da Infância e da Juventude.

O serviço tem o objetivo de divulgar os entendimentos jurídicos do STJ por meio da consulta, em tempo real, sobre determinados temas. A organização dos assuntos é feita de acordo com o ramo do direito ou por meio de categorias predefinidas (assuntos recentes, casos notórios e teses de recursos repetitivos).

Direito tributário – Isenção tributária

Portadores de necessidades especiais. Aquisição de veículo automotor. Condução por terceira pessoa. Isenção tributária: possibilidade? 

"Extrai-se da jurisprudência desta corte a conclusão de que a peculiaridade de que o veículo seja conduzido por terceira pessoa não constitui óbice razoável ao gozo da isenção fiscal, de sorte que, preponderando o princípio da proteção aos deficientes (físicos ou mentais), ante os desfavores sociais de que tais pessoas são vítimas, deve ser superado o alcance da norma em prol das ações afirmativas, já que incumbe ao Estado soberano assegurar por si ou por seus delegatários o cumprimento do postulado do acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência."

O entendimento foi da Primeira Turma do STJ ao julgar o AgRg no AREsp 137.112, de relatoria do ministro Napoleão Nunes Maia Filho.

Direito tributário – Contribuição previdenciária

Contribuição previdenciária. Operadora de plano de saúde. Valores repassados aos médicos credenciados. Incidência?

"Este Superior Tribunal de Justiça tem entendido que não incide contribuição previdenciária sobre os valores repassados aos médicos pelas operadoras de plano de saúde."  A conclusão foi da Primeira Turma, ao julgar o AgInt no REsp 1.574.080, também de relatoria do ministro Napoleão Nunes Maia Filho.

Direito processual civil – Jurisdição e ação

Magistrado ou tribunal. Decisão com fundamentos diversos dos apresentados pelas partes: julgamento extra ou ultra petita?

A Quarta Turma destacou que, "de acordo com a jurisprudência do STJ, 'não se configura julgamento extra petita quando o julgador, adstrito às circunstâncias fáticas e ao pedido constante nos autos, procede à subsunção normativa com amparo em fundamentos jurídicos diversos dos suscitados pelas partes'". O AgInt no REsp 1.692.558 foi relatado pelo ministro Antonio Carlos Ferreira.

Direito da criança e do adolescente – Prazos

Procedimentos especiais. Estatuto da Criança e do Adolescente. Prazo recursal.

Em caso relatado pela ministra Isabel Gallotti, a Quarta Turma entendeu que, "nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e da Juventude, prevalece o prazo recursal decendial previsto no artigo 198, II, do Estatuto da Criança e do Adolescente, combinado com os artigos 152, parágrafo 2º, da Lei 8.069/1990 e 186, caput, 994 e incisos, e 1.003, parágrafo 5º, do CPC/2015. Precedentes". (AgInt no AREsp 1.706.270).

Sempre disponível

A Pesquisa Pronta está permanentemente disponível no portal do STJ. Para acessá-la, basta clicar em Jurisprudência > Pesquisa Pronta, a partir do menu na barra superior do site.​

STJ

Núcleo da presidência do STJ contribuiu para a redução do acervo processual da corte

 INSTITUCIONAL

11/03/2021 08:45


​​​​​​​​​No ano passado, o Núcleo de Admissibilidade e Recursos Repetitivos (Narer) do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Justiça, vinculado à Presidência do tribunal, atuou na baixa definitiva para a origem de mais de 100 mil processos. Esse trabalho contribuiu para a redução de 7,1​% no acervo processual, alcançada em 2020, apesar das dificuldades impostas pela pandemia da Covid-19.

 


De acordo com o presidente do STJ, ministro Humberto Martins, o desempenho do Narer demonstra a importância da informatização processual para oferecer à sociedade brasileira uma Justiça acessível, rápida e eficiente.

"Somente um tribunal cada vez mais moderno será capaz de atender aos anseios da cidadania por um país com mais dignidade e oportunidades para todos. A análise criteriosa dos processos é fundamental não só para trazer maior celeridade no retorno à população, mas também para o fortalecimento da segurança jurídica por meio do papel do STJ enquanto último intérprete do direito federal", declarou Humberto Martins.

Novas tecnologias

Ao todo, o STJ recebeu em torno de 345 mil processos em 2020. Desse total, o Narer analisou mais de 177 mil recursos, elaborou minutas para cerca de 130 mil decisões e devolveu para a origem um volume de aproximadamente 101 mil processos.

Segundo o assessor-chefe substituto do Narer, Tiago Irber, as ferramentas digitais aplicadas na triagem processual permitem o exame de admissibilidade de forma padronizada e roteirizada. "A avaliação feita por nossos servidores e colaboradores desenvolve-se como uma verdadeira linha de produção, com o empenho de setores altamente especializados ao longo de toda a cadeia analítica", destacou. 

Atualmente, o Narer emprega como plataforma de inteligência artificial o sistema Athos, que ajuda a identificar processos que possam ser submetidos à afetação para julgamento sob o rito dos recursos repetitivos e também, dentro da unidade, é usado como ferramenta de triagem para agrupamento de processos semelhantes.

Em outra frente, o núcleo desenvolve o software Sócrates 2.0, em parceria com a Assessoria de Inteligência Artificial e a Secretaria de Tecnologia da Informação e Comunicação do tribunal. O sistema utiliza técnicas de machine learning para extrair as controvérsias apresentadas no recurso especial, comparando com o acórdão do tribunal de origem e reunindo a jurisprudência relacionada ao tema em discussão, bem como apresentando sugestão de minuta.

Além disso, são adotados questionários processuais eletrônicos para a filtragem dos processos, com a produção automática de decisões quanto ao juízo de admissibilidade.

Engajamento

Para o assessor-chefe substituto do Narer, o fator humano foi tão decisivo quanto o suporte tecnológico para manter a produtividade em meio à pandemia.

"Tivemos um engajamento muito profundo de nossos servidores e colaboradores, apesar de muitos deles terem enfrentando momentos de angústia com amigos e familiares adoecidos ou vitimados pela Covid. Mesmo com tantos desafios, eles vestiram a camisa e prestaram um serviço com extrema dedicação e qualidade", ressaltou Tiago Irber.​

Agend​​a 2030

O STJ está comprometido com a Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas, e tem pautado suas ações no alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), fazendo as escolhas necessárias para melhorar a vida das pessoas, agora e no futuro. As informações desta matéria estão relacionadas ao ODS 16. Paz, Justiça e Instituições Eficazes – Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis.​

STJ

Grupo Globo não pagará indenização por vinheta que passou a identificar emissora

 DECISÃO

11/03/2021 08:10


​​A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou recurso especial interposto por um compositor que buscava a condenação da Rádio Globo e da Globo Comunicação e Participações ao pagamento de indenização pelo uso de vinhetas como "Rádio Globooo" e "Fluminenseee", criadas por ele em 1969 e veiculadas permanentemente na programação da emissora.

Ao manter acórdão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), o colegiado entendeu que foi reconhecida no processo a existência de contrato entre as partes para a utilização gratuita das vinhetas – o qual foi observado de modo pacífico durante quatro décadas. Assim, para a turma, incide no caso a supressio – instituto que prevê a perda da eficácia de um direito quando ele não é exercido durante longo período, levando a outra parte a alimentar a legítima expectativa de que não será mais exigido.

Segundo o compositor, as vinhetas se tornaram uma espécie de marca sonora corporativa da emissora. Mesmo assim, ele nunca teria recebido remuneração pelo uso de suas criações.

Em primeira instância, o grupo Globo foi condenado a pagar ao compositor valores referentes à utilização dos jingles nos três anos anteriores ao ajuizamento da ação. A sentença foi reformada pelo TJRJ, que aplicou a supressio por concluir que a emissora utilizou as criações durante décadas, sem oposição do autor.

Legítima expectativa

No recurso especial, o compositor alegou que não houve prova da celebração de contrato com a emissora, e que ele preservaria os direitos em relação à sua obra por toda a vida, e ainda os transmitiria pelo prazo de 70 anos após a morte. Para ele, o direito de criação é personalíssimo, indisponível e irrenunciável – o que afastaria a incidência do instituto da supressio.

O ministro Marco Aurélio Bellizze explicou que a boa-fé objetiva exige comportamento condizente com um padrão ético de confiança e lealdade, no qual também se insere o dever de respeitar a legítima expectativa das partes de um contrato ou obrigação. "Essa legítima expectativa é precisamente o objeto de tutela do instituto da suppressio, distinguindo-o dos institutos legais da prescrição e decadência", disse o relator.

De acordo com o ministro, na época da criação das vinhetas, os direitos do autor eram regidos pelo Código Civil de 1916, que já assegurava ao criador a exclusividade sobre sua obra, mas admitia a ampla cessão desses direitos por convenção entre as partes, ainda que não exigisse a formalização de vínculo por escrito.

Conhecimento e consentimento

Em seu voto, Bellizze ressaltou que as vinhetas foram usadas como marca sonora da Rádio Globo desde a sua criação, com conhecimento e consentimento do autor. Essa relação amistosa de utilização da obra protegida é que, segundo o ministro, gerou a expectativa legítima da emissora em aproveitar os jingles na programação – até que, décadas depois, o compositor modificasse sua postura de forma abrupta.

"Com efeito, o que se verifica é que a parte utente agiu sempre de forma condizente com a boa-fé objetiva; seus atos externados e indicados pelo próprio recorrente evidenciam que ela acreditava utilizar a obra de forma gratuita, lícita e contratualmente consentida, tanto que reiteradamente reconhecia a autoria das vinhetas publicamente", concluiu o ministro.

STJ