domingo, 14 de fevereiro de 2021

Em forma, CR7 e Ibrahimovic ignoram rótulo de veteranos e impressionam com números

 

Por Raphael de Angeli e Igor Castello Branco — Rio de Janeiro

 


Veteranos? Cristiano Ronaldo e Ibrahimovic desafiam o tempo e brigam pela artilharia do Campeonato Italiano
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Veteranos? Cristiano Ronaldo e Ibrahimovic desafiam o tempo e brigam pela artilharia do Campeonato Italiano

Cristiano Ronaldo e Ibrahimovic seguem impressionando o planeta com seus gols, técnica, habilidade e precisão há aproximadamente duas décadas. Mas o cuidado dos craques com o corpo nunca foi segredo para ninguém. E tanto esforço resultou em uma condição física impecável para chegar a essa altura da vida e da carreira jogando no mais alto nível. Disputam a artilharia do Campeonato Italiano nesta temporada. Neste domingo, o Esporte Espetacular mostrou como os craques de Juventus e Milan, com 36 e 39 anos, respectivamente, parecem não sentir o peso da idade e mantêm números impressionantes, ignorando temporada após temporada o rótulo de "veteranos" - às vezes, cruel no futebol (assista acima).

- A realidade é que esses valores mudaram. Antigamente, década de 80 e 90, a gente tinha os atletas perto dos 30 anos já encerrando carreira e sendo considerados já jogadores veteranos e em final de carreira. Hoje, com a evolução dos processos dos treinamentos e recuperação, esses atletas estão conseguindo estender suas carreiras e já vemos jogadores com mais de 40 anos atuando em suas equipes profissionais com bom desempenho atlético - disse Marcos Seixas, preparador físico do Fluminense.

Nesta temporada, os números de CR7 e Ibrahimovic seguem em constante atualização. Quem acompanha o Campeonato Italiano está impressionado com a longevidade e o desempenho dos dois atacantes. Algo construído com obsessão, anos dedicados a rotineiros treinos físicos e específicos. Cada passo, cada exercício, cada respiração. Situação parecida viveu o meio-campo Zé Roberto, referência pelo condicionamento físico e que encerrou a carreira aos 43 anos, ainda conquistando o título do Campeonato Brasileiro de 2016, com a camisa do Palmeiras.

- Começaram a me chamar de veterano a partir dos 32 anos de idade, mas eu estava na minha melhor performance física. Eu acho que eu teria encerrado a minha carreira com 35, 36 anos. Eu acho que seria mais ou menos com essa idade. Mas como eu me preparei lá atrás e quando cheguei nessa idade eu ainda percebi e vi que estava batendo metas, tendo resultado, eu só dei continuidade, né?! - contou o ex-jogador brasileiro Zé Roberto.

Ibrahimovic x Cristiano Ronaldo  — Foto: Alberto Pizzoli/AFP

Ibrahimovic x Cristiano Ronaldo — Foto: Alberto Pizzoli/AFP

Sósias vibram com veteranos

O atacante Ibrahimovic voltou à Itália em janeiro do ano passado. E, nessa temporada, já foram 15 gols em 20 jogos, o que dá uma média comparável aos melhores anos da carreira. E olha que ele ainda teve que superar o Covid-19 e uma lesão muscular. Mesmo assim, o sueco é a grande referência do Milan, líder do Campeonato Italiano. O rendimento é tão bom que o clube estuda renovar o contrato de 7 milhões de Euros por ano, que se encerra em junho. Alegria de uma torcida e de um fã brasileiro.

- Eu acho que só tem eu de sósia do Ibra, até aparece uns aí querendo fazer um coquinho na cabeça, mas na verdade assim, tanto a altura minha, lapa de nariz... Acho que outro sósia do Ibra não tem não. Só tem eu mesmo. Eu já tive momentos de o cara vir correndo e falar Ibrahimovic, tira uma foto comigo. Na hora que eu falo português, o cara começou a me xingar, a falar, não acredito meu que você não é o Ibra, você me enganou. É muito show, mano, muito show. É muito bom ver o Ibra ainda jogando em alto nível, mesmo já com uma certa idade - afirmou César Mota, sósia do Ibrahimovic e jogador de futebol de várzea em São Paulo.

César Mota, o sósia de Ibrahimovic — Foto: Arquivo pessoal

César Mota, o sósia de Ibrahimovic — Foto: Arquivo pessoal

O que dizer, então, do craque português que também está próximo dos 40 anos e ainda é o principal jogador de um dos maiores times da Europa. Com mais de 260 milhões de seguidores em uma rede social, CR7 recebe da Juventus 31 milhões de Euros por temporada. O atual contrato acaba no ano que vem, quando já vai ter 37 aninhos. Já são mais de 20 gols nesta temporada. Rendimento que é acompanhado jogo a jogo por Lucas Mendes, o dono das duas maiores páginas brasileiras de fãs do CR7, com quase 2 milhões de seguidores.

- O que eu mais admiro no Cristiano é a ambição dele. A vontade de querer sempre melhorar, independente de ter 5 prêmios de melhor do mundo ou um, independente de ter feito um gol na partida ou três, ele sempre quer mais - finalizou o fã.

Lucas Mendes e o ídolo Cristiano Ronaldo — Foto: Arquivo pessoal

Lucas Mendes e o ídolo Cristiano Ronaldo — Foto: Arquivo pessoal

GE

Doido, que nada! "Do povo" e família, Lisca abre o jogo sobre carreira após ano de sucesso no América-MG

 

Por Redação do ge — de Belo Horizonte

 


Lisca fala sobre futuro, e apresenta a família em churrasco
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Lisca fala sobre futuro, e apresenta a família em churrasco

Há vários anos, Lisca carrega o estigma de “doido” na carreira. Em alguns clubes, inclusive, as músicas da arquibancada carregavam essa característica atrelada ao seu nome. Mas em campo – e até mesmo fora dele –, o treinador mostra que de doido não tem nada.

Resultados dentro das quatro linhas e ótimas entrevistas, sobre futebol e outros vários assuntos, marcam a passagem de sucesso dele pelo América-MG (confira no vídeo acima).

Luiz Carlos Cirne Lima de Lorenzi, dono de um dos melhores trabalhos do futebol brasileiro na temporada 2020, abriu sua casa, em Belo Horizonte, para conversar com a reportagem do Esporte Espetacular. Falou sobre a família, o estigma de “doido” e contou diversas histórias da já longa carreira, apesar de ter apenas 48 anos.

Durante boa parte deste primeiro ano no América – foi contratado em janeiro do ano passado –, Lisca morou longe da esposa e das filhas, que recentemente se mudaram para Belo Horizonte. Família apresentada a ele pelo futebol. O treinador conheceu a esposa Dani quando trabalhava no Internacional e relembra a história com o costumeiro bom humor.

- A Dani eu conheci dentro do Inter, né? Ele era dona dos bares no Beira-Rio, onde eu ficava dando treino e gritando.

"Ela diz que não, mas eu já chamava atenção dela, né? Eu costumo dizer que o Inter me deu até minha família. Minha esposa e as duas filhas"

Lisca, técnico do América-MG, em entrevista ao Esporte Espetacular  — Foto: ge

Lisca, técnico do América-MG, em entrevista ao Esporte Espetacular — Foto: ge

A fama de doido chegou para Lisca muito em função da relação dele com a torcida. E essa relação não é só dentro do estádio. O treinador se considera “do povo”, por fazer coisas normais do dia a dia, que muitos treinadores não fazem.

- As pessoas realmente me veem como mais um, não aquele negócio: “Ah, o treinador... ah, o glamour do treinador... é um cara diferente, é um cara mais reservado”.

“Eu sou um cara do povo. Eu vou na praia, vou na farmácia... eu vou no supermercado”

Lisca, técnico do América-MG — Foto: GE

Lisca, técnico do América-MG — Foto: GE

Lisca ficou nove meses sem trabalhar, até aceitar o convite para substituir Felipe Conceição no América. Fez o time crescer, chegou à semifinal do Mineiro com bons enfrentamentos contra o Atlético-MG e surpreendeu também na Copa do Brasil, chegando à inédita semifinal. Na Série B, depois de conseguir o acesso com quatro rodadas de antecedência, brigou pelo título até o último minuto, ficando com vice-campeonato.

Lei garante respeito e dignidade para as mulheres do campo

 


Lei sancionada pelo GDF trata da plenitude emocional da trabalhadora rural e envolve o respeito à atividade e à capacidade produtiva dessas cidadãs

Foto: Divulgação/Emater-DF
As trabalhadoras rurais representaram, em 2020, 36% dos 12.918 beneficiários atendidos pela Emater. Foram quase 4.800 mulheres | Foto: Renato Alves / Agência Brasília

Reafirmar o compromisso do Governo do Distrito Federal (GDF) com a mulher no campo e assegurar que ela possa ter dignidade em seu trabalho e acesso a garantias básicas. Com esse propósito, o governador Ibaneis Rocha sancionou a Lei 6.812/21, que trata da plenitude emocional da mulher da área rural.

Segundo o texto, a plenitude, para ser alcançada, envolve o respeito ao trabalho dessas cidadãs, a capacidade produtiva, as potencialidades mentais e físicas, o ofício profissional e familiar como produtora rural, entre outros pontos.

Elas dividem uma série de responsabilidades e, muitas vezes, se veem em conflito, como lembra a coordenadora do Projeto de Valorização das Mulheres Rurais da Emater, Selma Tavares. “As mulheres rurais respondem por parte da produção agrícola mas, ao mesmo tempo, têm seus afazeres domésticos e muitas são chefes de família. Precisam ser olhadas com toda a atenção”, diz Selma.

Pastas como a Secretaria da Mulher e a Emater-DF têm se empenhado nesse papel em busca da referida plenitude. “A mulher rural é uma prioridade para o governo. Temos programadas ações em parceria com a Secretaria de Saúde, oficinas de capacitação e de geração de renda, além do Fórum da Mulher do Campo e do Cerrado, um espaço para ouvir suas demandas”, destaca a secretária da Mulher, Ericka Filippelli. “A lei vem para chamar a atenção do cuidado que deve ser aprimorado com esse público“, acredita.

A Secretaria da Mulher criou, na atual gestão, a Diretoria de Mulheres Rurais e oferece atendimento às vítimas de violência em seus equipamentos (Ceams e Casa Abrigo, entre outros). Além disso, tem programas direcionados a elas como o Oportunidade Mulher Rural.

A Secretaria da Mulher criou, na atual gestão, a Diretoria de Mulheres Rurais e oferece atendimento às vítimas de violência em seus equipamentos (Ceams e Casa Abrigo, entre outros). Além disso, tem programas direcionados a elas como o Oportunidade Mulher Rural.

A Emater também se faz presente na vida da trabalhadora rural. Elas representaram, em 2020, 36% dos 12.918 beneficiários atendidos pelo órgão. Foram quase 4.800 mulheres contempladas nas ações de assistência técnica e extensão. Oficinas que levam até elas novas tecnologias agrícolas e agroindustriais e capacitações para inclusão nos trabalhos de manutenção de equipamentos agrícolas. Aulas de como operar um trator, por exemplo. Uma atividade essencialmente tocada  por homens.

Protagonismo no campo

Todavia, ainda existe um caminho a percorrer. Selma Tavares revela que no último Encontro de Mulheres da Agricultura Familiar, promovido pela empresa em 2018, a pauta de reivindicações foi extensa: ações voltadas para a saúde, planejamento familiar, auxílio na gravidez, ações preventivas sobre violência contra a mulher, crédito e fomento, entre outras.

“O que mais querem é buscar o protagonismo delas no campo. Geralmente, a mulher do campo tem um papel de ajudante. E a nossa luta é para mudar isso”, afirma a coordenadora. A cada dois anos, o encontro é realizado no DF.

Creches rurais

O cuidado para com os filhos na hora do trabalho é outro pleito antigo, mas que logo vai sair do papel. As primeiras duas creches na zona rural do DF estão em fase de implantação. Estabelecimentos que vão atender crianças até três anos serão erguidos nos núcleos rurais do Pipiripau, em Planaltina, e do Jardim, no PAD-DF. Os projetos estão sendo finalizados, para, em seguida, vir o processo licitatório.

“Não restam dúvidas que precisamos promover a mulher do campo.  Para que ela siga produzindo, viva com dignidade e tenha mais acesso às políticas públicas”, afirma a subsecretária de Promoção das Mulheres, Fernanda Falcomer.


 AGÊNCIA BRASÍLIA