sábado, 13 de fevereiro de 2021

Universidade de Oxford testará vacina contra covid-19 em crianças

 


Pela primeira vez, teste será feito em quem tem entre 6 e 17 anos

Publicado em 13/02/2021 - 16:14 Por Derek Francis - Bangalore (Índia)

Reuters

A Universidade de Oxford lançou um estudo para avaliar a segurança e a resposta imune da vacina contra covid-19 que desenvolveu com o laboratório AstraZeneca em crianças pela primeira vez.

O novo teste de fase intermediária vai determinar se a vacina é eficaz em pessoas entre 6 e 17 anos, de acordo com um comunicado por e-mail enviado pela universidade.

Cerca de 300 voluntários serão inscritos e as primeiras vacinas são esperadas este mês, disse Oxford.

A vacina Oxford-AstraZeneca realizada em duas doses foi aclamada como uma espécie de "vacina para o mundo" por ser mais barata e mais fácil de distribuir do que algumas rivais.

A AstraZeneca tem uma meta de produzir 3 bilhões de doses este ano e mais de 200 milhões de doses por mês até abril.


Por Derek Francis - Bangalore (Índia)

ONG produz vídeos para alegrar carnaval de crianças e jovens em casa

 


Redes sociais da Favela Mundo apresentam vídeos até o dia 18

Publicado em 13/02/2021 - 12:04 Por Alana Gandra – Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

O carnaval deste ano será diferente, sem blocos nas ruas e sem aglomerações, para evitar contágio pelo novo coronavírus, mas, para a data não passar em branco, a organização não governamental (ONG) Favela Mundo produziu vídeos que resgatam o clima e a cultura da festa brasileira, com músicas, danças e alegria, voltados para crianças e adolescentes de todas as idades. O objetivo é estimular o carnaval em casa, para a criançada curtir a folia.

Os vídeos incluem desde a contação de histórias de duas das personagens mais populares da festa, o Pierrô e a Colombina, até aulas que ensinam os ritmos e manifestações tradicionais de várias partes do Brasil, como o frevo, afoxé e o samba.

Os vídeos especiais de carnaval vão ao ar nas redes sociais da ONG Instagram.com/favela.mundoFacebook e no YouTube, às terças e quintas-feiras, às 10h, até o próximo dia 18.

Em entrevista à Agência Brasil, o fundador da Favela Mundo, Marcelo Andriotti, informou que as famílias poderão assistir aos vídeos também em outros horários à sua escolha, nos canais da ONG na internet. Ao todos, são cinco vídeos.

Dentro de casa

Superfolião, Marcelo Andriotti considera o carnaval uma das mais importantes festas populares do país. “Além de toda alegria e de toda a folia que o carnaval proporciona, ele é fonte de congraçamento no Rio de Janeiro e em todo o país. A forma que a gente encontrou de brincar o carnaval é para que a festa seja comemorada e aproveitada da maneira possível neste momento de pandemia, que é dentro de casa”, afirmou Andriotti.

A ideia é brincar, mas protegendo o amigo, o vizinho, a população em si, reforçou o fundador da ONG Favela Mundo. “O carnaval deste ano pode ser comemorado, mas da maneira que a gente pode fazer, de uma forma saudável e sem colocar ninguém em risco.”

O projeto Favela Mundo tem patrocínio da prefeitura e da Secretaria Municipal de Cultura do Rio, além de entidades como Lamsa, ICTSIRIO e MetrôRio, por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura (Lei do ISS), e é apoiado pelo Instituto Invepar.

Fundada em setembro de 2010, a Favela Mundo passou por 12 comunidades e beneficiou 6.129 crianças e adolescentes. A ONG tem em seu currículo o reconhecimento de Modelo de Inclusão Social nas Grandes Cidades, concedido pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2014, no World Cities Day, em Nova York, e já representou o Brasil em eventos nos Estados Unidos, no Canadá, México, em Cuba e no Marrocos.

Edição: Nádia Franco


Por Alana Gandra – Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

Sambódromo do Anhembi recebe pintura em defesa da vacinação

 


Mensagem “Todos pelas vacinas” foi pintada em passarela do Anhembi

Publicado em 13/02/2021 - 15:03 Por Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil - São Paulo

Sem carnaval este ano por causa da pandemia de covid-19, o Sambódromo do Anhembi, na capital paulista, recebeu hoje (13) uma pintura especial para estimular as pessoas a se vacinarem contra a covid-19.

A pintura é parte da campanha chamada Todos Pelas Vacinas, organizada por diversas instituições ligadas à divulgação científica, com apoio de integrantes de escolas de samba e do carnaval paulistano.

A mensagem Todos Pelas Vacinas foi pintada na passarela do Anhembi, por onde teriam, nessa madrugada, desfilado as escolas de samba de São Paulo, caso o carnaval não tivesse sido adiado.

Além da pintura na passarela do samba paulistano, duas princesas, um casal da velha guarda e o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da escola de samba Vai-Vai passaram pelo Anhembi para homenagear o carnaval e chamar a atenção para a campanha.

A diretora de Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC), Kimberly Mann, destacou que a mensagem da campanha não é somente de âmbito nacional. “A superação da pandemia depende da nossa solidariedade, de uma cooperação global contra o vírus que seja transparente, equitativa e justa”, disse.

Ela ressaltou ainda que somente quando a vacinação atingir todos os países “o turismo e economia voltarão à ativa” e será possível realizar desfiles de carnaval. “É por isso que a mensagem Todos Pelas Vacinas é tão poderosa, pois ela reforça o quanto nosso otimismo frente ao futuro depende de que todos, ao redor do mundo, sejam vacinados", afirmou.

A pintura no Sambódromo é parte do Festival Tô me Guardando, promovida pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo e que prevê, até o dia 28 de fevereiro, uma série de 380 atividades virtuais para celebrar o carnaval.

Entre as atividades previstas, há uma que será realizada próxima ao Theatro Municipal. Lá, o bloco Explode Coração vai pintar no chão a frase “Tô me guardando pra quando o carnaval chegar”.

Já na Praça do Ciclista, na Avenida Paulista, há uma exposição digital chamada Manhãs de Carnaval, com imagens da festa popular exibidas em um telão.

Amanhã (14), o bloco Minhoqueens vai fazer performances curtas em janelas de apartamentos localizados ao longo do Minhocão.

As intervenções serão registradas em vídeo e, posteriormente, o material editado será publicado nas redes do Minhoqueens e nos canais da Secretaria de Cultura.

A programação completa do festival pode ser consultada em no site da Prefeitura de São Paulo.

Edição: Kelly Oliveira


Por Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil - São Paulo

Com carnaval cancelado, turismo e comércio tomam medidas contra crise

 


Maior atração turística brasileira, carnaval de 2021 será restrito

Publicado em 13/02/2021 - 08:15 Por Luciano Nascimento, Cristina Índio do Brasil e Marcelo Brandão - Repórteres da Agência Brasil - Brasília

O carnaval é considerado a maior comemoração popular do país. É o momento esperado por muita gente para viajar e aproveitar intensamente a folia. A tradição brasileira reúne multidões em diversas cidades - cenário perfeito para a transmissão generalizada do novo coronavírus. A questão sanitária resultou no cancelamento da festa deste ano.

A preocupação com a inviabilidade de grandes carnavais já estava em discussão desde o ano passado, quando governadores e órgãos de turismo e saúde se reuniram em diversos estados para discutir o cenário. Algumas das maiores festividades de rua do Brasil, como as das cidades de São PauloSalvador e Rio de Janeiro já tinham sido avaliadas como impraticáveis, quebrando tradições que duravam mais de um século.

O prejuízo causado pelo cancelamento não se resume à saudade da folia. O carnaval movimenta a economia brasileira e é, em muitos pontos turísticos, o ápice de arrecadação anual e a maior oportunidade de novos negócios para micro, pequenos e médios empresários. Entretanto, a preocupação com a possibilidade de contágio acelerado de covid-19 em decorrência do carnaval resultou em medidas severas para o período.

Trabalhadores de diversos setores que dependem da movimentação comercial gerada pelo turismo e pelo consumo do carnaval buscam alternativas e apoio do governo para mitigar o impacto das perdas financeiras inevitáveis.

Agência Brasil reuniu as principais medidas e reflexos em relação ao cancelamento das festividades em locais com grande fluxo de pessoas e intensa movimentação econômica durante o período do carnaval. Confira:

Rio de Janeiro

Para as escolas de samba do grupo especial, considerado a elite do carnaval do Rio, é grande o baque com a suspensão dos desfiles neste ano. O impacto vai desde a perda de receitas até os reflexos na vida dos trabalhadores da extensa cadeia que envolve os desfiles para a escola chegar à passarela do samba no domingo (14) ou na segunda-feira (15) de carnaval. Para o presidente da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa), Jorge Castanheira, a preocupação é que grande parte dessas pessoas não tem emprego fixo durante o ano e só quando começa a movimentação dos barracões que conseguem um trabalho com remuneração.

“O objetivo nosso é dar condição de suporte financeiro às pessoas que trabalham no carnaval e que ao longo do ano de 2020 e agora no início de 2021 estão sem atividade. A quantidade de pessoas varia, porque alguns trabalham para mais de uma escola, por exemplo, o ferreiro, o carpinteiro. Evidente que é muito difícil para todos nós, mas temos que administrar em função do que está acontecendo”, disse Jorge Castanheira à Agência Brasil.

Receita

Segundo o presidente, a receita anual com venda de ingressos, direitos de transmissão televisivos e patrocínios varia entre R$ 120 milhões e R$ 150 milhões. Nada disto vai ocorrer este ano, mas as escolas Beija-Flor, Grande Rio, Mocidade e Viradouro receberão R$ 150 mil cada para a escolha dos samba-enredos. O evento terá transmissão online. Em contrapartida, as escolas deverão fazer quatro apresentações durante a classificação.

Com o tema
Considerado um dos maiores carnavais do mundo, folia no Rio de Janeiro é responsável por grande parte da movimentação financeira de pequenos comerciantes - Tânia Rêgo/Agência Brasil

Os recursos serão captados por meio da Lei Aldir Blanc, nos termos do edital Fomenta Festival RJ. De acordo com a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, a Liesa também recebeu R$ 100 mil com o edital Retomada Cultural RJ, vinculado à Lei Aldir Blanc.

A Liga Independente das Escolas de Samba do Brasil (Liesb), que reúne escolas da Série A e dos grupos da Intendente Magalhães, na zona norte, será contemplada com o mesmo valor.

Para as escolas do grupo especial que não se enquadraram no edital, a secretaria analisou a liberação de valor igual para cobrir as despesas com a escolha do samba de forma virtual.

Na visão da secretária Danielle Barros, o carnaval do Rio tem enorme importância cultural e econômica para a cidade e para o estado. “É fundamental manter ativa essa indústria que gera tantos empregos e serve de vitrine para o Brasil e o mundo”, disse.

Hotelaria

Outro setor que sofre impacto com a suspensão do carnaval este ano é o da hotelaria. Embora uma prévia da pesquisa do Sindicato dos Meios de Hospedagens do Município (Hotéis Rio) referente à demanda para o período entre 12 e 16 de fevereiro tenha indicado uma média de ocupação de 41% da rede da capital, o presidente da entidade, Alfredo Lopes, está apostando que o percentual vai alcançar 65%.

Hotel Copacabana Palace
Hotéis cariocas se preparam para ocupação abaixo da média para o período - Arquivo/Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

“É uma ocupação muito boa e prova a atratividade do Rio como cidade independente do carnaval. As pessoas que fizeram reservas já sabiam que não ia ter carnaval. Elas vêm para cá em troca do que a cidade pode oferecer: praias, Floresta da Tijuca, roda gigante, museus, shoppings e restaurantes. A diversidade do Rio encanta as pessoas, por isso teremos essa ocupação”, disse.

Lopes acrescentou que o turismo interno atualmente sustenta o setor. A maior parte de visitantes vem de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. O setor de hotelaria se organizou para garantir segurança aos turistas com medidas sanitárias, o que influenciou na escolha pelo Rio, afirmou o dirigente.

Bares e restaurantes

A preocupação do setor de bares e restaurantes com o cancelamento do carnaval este ano é focada nos estabelecimentos do centro da capital. Empresários da região da Lapa estimaram queda de até 70% em relação ao carnaval do ano passado. Já na zona sul, o faturamento de restaurantes pode ter perda de até 50% na comparação com o período de 2020. Na zona norte, restaurantes estimaram crescimento nas vendas.

Bares e restaurantes de Botafogo ficam vazios na hora do almoço, no Rio de Janeiro.
Bares e restaurantes não terão a movimentação tradicional durante o período de carnaval - Tomaz Silva/Agência Brasil

Comércio

Um estudo do Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises indicou que, por causa do cancelamento do feriadão de carnaval, boa parte da população do estado do Rio de Janeiro não deve viajar. Apenas 10,6% dos entrevistados pretendem sair da cidade. 

A pesquisa mostrou ainda que 39,1% dos fluminenses ficarão em casa, 21,9% vão trabalhar, 11,1% ainda não decidiram o que farão no período e 10,6% pretendem realizar alguma atividade de lazer. Entre os que vão viajar, 78,9% vão para lugares dentro do estado e 21,1% para outras regiões. A pesquisa foi feita entre os dias 5 e 7 de fevereiro e teve a participação de 539 consumidores do Rio de Janeiro.

Com a falta do carnaval em 2021, a cidade do Rio de janeiro perderá cerca de R$ 5,5 bilhões neste ano, conforme o estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE). Segundo o levantamento, as perdas somam 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB) carioca.

Se não houvesse o cancelamento por causa da pandemia, segundo a pesquisa, a economia do Rio movimentaria R$ 4,4 bilhões. Destes, 88% seriam gerados por turistas brasileiros, com permanência média de 6,6 dias na cidade e gastos diários de cerca de R$ 280,32.

Os 12% restantes viriam de turistas estrangeiros, que teriam estadia média de 7,7 dias e gastos diários de cerca de R$ 334,01. O impacto dos moradores da região metropolitana do Rio e gastos operacionais seriam de pouco mais de R$ 1 bilhão.

A economista Juliana Trece, uma das responsáveis pelo estudo da FGV, destaca que a velocidade da recuperação econômica vai depender do calendário de vacinação. "Vacinar a população é importante para a saúde do brasileiro, mas também para a saúde da economia. Quanto mais rápido conseguirmos retomar a normalidade das atividades, mais rapidamente conseguiremos ver uma retomada mais consistente da economia”, comentou.

Pernambuco

O cancelamento do carnaval em Pernambuco não afetou apenas o folião. A medida mexeu também com uma grande cadeia econômica, que passa por agremiações, artistas, músicos, comércio, setor hoteleiro e de turismo. Atingiu até os catadores de latas de alumínio, que aumentam a renda nos dias de folia.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), o cenário é preocupante com a média de ocupação mais baixa que em anos anteriores, menor procura nas capitais e maior demanda por destinos menores. Com o cancelamento das prévias e das festas de carnaval pelas autoridades, a ocupação hoteleira durante o período - que em anos anteriores, nos principais destinos do estado (Recife e Porto de Galinhas) chegava a 97% - em 2021 não deve ultrapassar os 60%. No início deste ano, a queda chegou a 60%.

Olinda (PE) - Bonecos gigantes, tradição do carnaval pernambucano, desfilaram pelas ruas da cidade  (Sumaia Villela/Agência Brasil)
Olinda (PE) - Bonecos gigantes, tradição do carnaval pernambucano, não ocuparão ruas da cidade neste ano - Sumaia Villela/Agência Brasil


"Ainda esperamos para 2021 uma retomada. Para que as empresas continuem suas atividades, precisamos do apoio em todos os níveis e a cooperação dos governos municipais e estaduais com medidas de redução de impostos, como o IPTU - despesa com forte impacto nos custos dos hotéis - e de tarifas - como a de água e energia. [Essas medidas servem] para não só amenizar os efeitos econômicos do momento, mas também preservar empregos e renda, já que muitas unidades hoteleiras encerraram suas atividades em todo o país”, disse o presidente da ABIH Nacional, Manoel Linhares.

Auxílio

O impacto financeiro na indústria carnavalesca de Pernambuco levou o governador do estado, Paulo Câmara, a criar um auxílio financeiro em caráter emergencial para artistas vinculados ao ciclo carnavalesco do estado.

A medida, encaminhada para a Assembleia Legislativa de Pernambuco, prevê o pagamento de auxílios que vão de R$ 3 mil a R$ 15 mil. O auxílio deve beneficiar cerca de 450 artistas e agremiações. No total, serão investidos R$ 3 milhões para a concessão do benefício, que deve ser pago até abril. Os recursos sairão do Tesouro estadual.

A iniciativa foi seguida pelas duas maiores representantes do carnaval pernambucano, Olinda e Recife, que também decidiram cancelar o ponto facultativo.

Com a suspensão do carnaval, a prefeitura de Olinda anunciou que também terá um auxílio emergencial no município. O valor disponível é de cerca de R$ 1 milhão, fruto dos cofres da prefeitura.

Olinda - Cortejo de abertura do carnaval de Olinda percorre ladeiras da Cidade Alta (Sumaia Villela/Agência Brasil )
O carnaval de Olinda, um dos mais tradicionais do Brasil, não terá desfiles e folias de rua em 2021 - Sumaia Villela/Agência Brasil

De acordo com a prefeitura, os artistas, agremiações e grupos receberão 35% do valor pago no carnaval do ano passado. O limite estabelecido é de R$ 10 mil. O auxílio será oferecido apenas aos artistas e agremiações de Olinda. O benefício será concedido com base na lista de contratação do carnaval do ano passado.

Além dos artistas e agremiações, a prefeitura disse ainda que vai incluir os catadores de recicláveis entre os beneficiados pela lei de auxílio emergencial. Serão utilizados os cadastros de cooperativas que já trabalham na cidade, no período de folia. O valor será de R$ 250.

Recife

Na capital pernambucana, a prefeitura também disse que pagará um benefício para artistas, agremiações e outras pessoas que fazem parte da cadeia produtiva do carnaval de Recife, batizado de auxílio municipal emergencial (AME). Está previsto o pagamento de até R$ 10 mil para os beneficiados.

No total, a prefeitura planeja investir cerca de R$ 4 milhões para o pagamento desse benefício. Desse total, R$ 1,5 milhão são provenientes da iniciativa privada. O auxílio será concedido para as agremiações sediadas no Recife e que integraram a programação oficial do carnaval 2020.

A expectativa é que sejam beneficiadas cerca de 27 mil pessoas de 160 agremiações e 900 atrações. De acordo coma prefeitura, o pagamento deve ser de 50% da subvenção no caso de agremiações, e de 50% do cachê, no caso de atrações artísticas pagas no carnaval de 2020, respeitando o teto de R$ 10 mil para cada pagamento.

Nenhuma contrapartida obrigatória será exigida aos contemplados pelos recursos, destinados à sobrevivência das classes artísticas às quais a maior celebração do calendário festivo pernambucano costuma assegurar palco e passarela, trabalho e renda.

Agência Brasil também buscou saber a extensão das perdas no comércio varejista do estado. Procurada, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Pernambuco (Fecomércio-PE) não retornou.

Salvador

O ponto facultativo na cidade de Salvador, decretado todos os anos desde 1981, foi suspenso. O comércio funcionará normalmente e os circuitos por onde passariam os trios elétricos estarão abertos à circulação dos carros.

Shows e apresentações devem ocorrer apenas em lives de artistas pela internet. A prefeitura reconhece que há um prejuízo financeiro com esta decisão, mas garantiu que não voltará atrás. “Para Salvador é muito pior do que para outras capitais, nós não temos grandes indústrias, a maior atividade aqui é o turismo, é a cultura, e o carnaval representa muito”, disse Fábio Mota, secretário de Cultura da cidade.

Segundo Mota, o carnaval de 2020 levou 16,5 milhões de pessoas à capital da Bahia, com a injeção de R$ 1,8 bilhão no período e geração de 2,5 mil empregos.

Carnaval de Salvador homenageia 100 anos do samba
Carnaval de Salvador movimenta mercado bilionário e é a principal atração turística da região - Sayonara Moreno/Agência Brasil


O setor hoteleiro também sofreu impacto com a decisão, mas soluções alternativas para atrair turistas para roteiros tradicionais têm ajudado. “Estamos com mais de 50% de ocupação nos hotéis e 70% nos fins de semana. É uma ação da prefeitura nessa linha de incentivar o turista local a conhecer a capital da cidade. Isso tem surtido efeito. Evidente que para o hotel carnaval é uma espécie de décimo terceiro, mas está todo mundo entendendo”, afirmou.

Ele garante que o turismo fora de época de carnaval, com visitas a pontos turísticos e históricos, não gera aglomerações. “Não tem tido aglomeração durante os finais de semana e não terá também na época do carnaval. Os pontos históricos estão em várias partes da cidade, então conseguimos diluir bem a quantidade de pessoas.”

Segundo o secretário, ainda há possibilidade de um carnaval fora de época caso o processo de imunização esteja adiantado a partir do terceiro trimestre de 2021. “Estamos com o planejamento pronto. Vai depender da imunização das pessoas com a vacina e o controle da pandemia.”

Interior de Minas Gerais

O carnaval sobre as ladeiras íngremes da histórica Ouro Preto também está cancelado. Os eventos públicos e privados estão proibidos na cidade. A prefeitura deverá investir em eventos online, como concursos de marchinhas de carnaval.

As pousadas locais não estão funcionando com máxima capacidade, o que só deverá ocorrer quando os casos de covid-19 diminuírem na cidade. A prefeitura tem fiscalizado os estabelecimentos para garantir que eles não estejam lotados.

Vizinha a Ouro Preto, o município de Mariana também cancelou a folia. O ponto facultativo foi suspenso e estão proibidos eventos em ruas, casas de festas, bares, sítios e locais similares.

Em Diamantina, as festas de carnaval também estão suspensas. A prefeitura não promoverá eventos e, no momento, realiza uma campanha de conscientização para que a população não faça festas e nem aglomerações; seja nas ruas ou em locais privados e fechados. Agentes publicos farão a fiscalização durante o feriado.

Em Tiradentes o cenário se repete. Não haverá quaisquer celebrações na cidade. Para não deixar a data passar em branco, a prefeitura está organizando um concurso de marchinhas de carnaval. O enredo é “Tiradentes em tempos de coronavírus”.

Em Lavras, festas estão proibidas. Não haverá ponto facultativo na cidade. No entanto, na segunda-feira de carnaval (14) será comemorado o feriado local do Dia do Comerciário. Neste dia o comércio ficará fechado e as celebrações permanecerão proibidas.

Edição: Pedro Ivo de Oliveira


Por Luciano Nascimento, Cristina Índio do Brasil e Marcelo Brandão - Repórteres da Agência Brasil - Brasília

Bloquinho de carnaval para bebês internados no HRSM

 


Fantasiados e com um cenário especial, os minifoliões posaram para a sessão de fotos

As fantasias e os brinquedos foram lavados antes do ensaio fotográfico com os bebês | Foto: Thais Umbelino/Iges-DF

“Ô abre alas…” que o bloquinho da Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal (Ucin) do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) quer passar. Fantasiados de princesa, Super-Homem, bailarina e até de cachorrinho, os bebês — internados por conta da prematuridade — comemoraram o primeiro carnaval de suas vidas.

A cena foi registrada pelas profissionais da unidade e pelas mamães dos minifoliões. Levar um pouco de alegria para as mães foi o objetivo da ação, segundo a supervisora de enfermagem, Lívia De Piéri. “É uma forma de elas terem uma lembrança especial do período em que seus bebês estiveram internados na Ucin”, explicou.

A iniciativa foi possível após mobilização da equipe. Enfermeiros, médicos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, entre outros profissionais, doaram fantasias, acessórios e brinquedos. “Todo mundo ajudou com algo, e pedimos para os funcionários da lavanderia lavarem tudo”, comentou Lívia.

Com uma bandeja recheada de itens carnavalescos, as profissionais abusaram da imaginação. Cada bebê tinha uma fantasia e um cenário próprio, repleto de bichos de pelúcias, bonecas e super-heróis.

The Flash Gabriel e o Super-Homem Miguel tiveram alta e vão passar a folia em casa | Foto: Thais Umbelino/Iges-DF

Comemoração dupla

A festa marcou o dia da alta dos gêmeos Gabriel e Miguel e foi um motivo extra para Janaína Alves, 41 anos, comemorar. “Parece que estavam adivinhando”, brincou. Com mais dois filhos aguardando fora do hospital, a moradora de Valparaíso contou que a equipe da Ucin foi a responsável por amenizar a ansiedade durante quase um mês longe do restante da família.

Vestidos dos heróis The Flash e Super-homem, os irmãos posaram para as fotos enquanto dormiam profundamente. “Os profissionais foram ótimos e, com o bloquinho, fecharam com chave de ouro todo esse ciclo de amparo e suporte que recebi desde o nascimento dos meus filhos”, elogiou Janaína.

Karla Rhaphaela, 20 anos, também agradeceu pela iniciativa. “Essa atitude ajuda a descontrair um pouco, faz a gente sair do quarto e interagir mais com a equipe da Ucin”, disse a mãe da pequena Elisa. Ela está há um mês internada no Hospital de Santa Maria e ainda não tem previsão de alta.

*Com informações do Iges-DF

AGÊNCIA BRASÍLIA

População opina sobre projeto de puxadinhos

 


Durante audiência pública, interessados puderam discutir ideias de forma presencial e on-line

Audiência reuniu moradores e comerciantes do Plano Piloto | Foto: Divulgação/Seduh

Em mais de três horas de audiência pública realizada na noite de quinta-feira (11) pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh), comerciantes e moradores do Plano Piloto fizeram sugestões e contribuições à minuta do projeto de lei do Comércio Local Sul. O texto revisa a Lei Complementar nº 766/2008 e disciplina a ocupação de área pública no comércio local na Asa Sul, os chamados “puxadinhos”.

O encontro foi promovido na sede da Seduh, de forma presencial e virtual. Em respeito às medidas de segurança por conta da pandemia, foi autorizada a participação presencial de até 30 pessoas no auditório, enquanto os demais interessados se inscreverem e fizeram perguntas de forma on-line por meio da plataforma Google Meet.

Na avaliação do secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Mateus Oliveira, a audiência pública contou com uma participação expressiva, não só no número de pessoas, mas na qualidade das participações. “A audiência fez com que fosse possível a Seduh esclarecer aspectos importantes da proposta”, resume o titular da pasta. “A nossa equipe técnica fará a devida análise das contribuições apresentadas. Esse é um processo que enriquece ainda mais o projeto de lei, para que seja enviado à Câmara Legislativa o resultado de uma proposta bastante debatida com a sociedade”.

Melhorias

Um dos pontos abordados na reunião foi a cobrança pelo uso da área pública, uma das melhorias mais importantes trazidas pelo novo projeto. Atualmente, a Lei n° 766 exige que a taxa seja paga pela metragem da área construída. O projeto propõe o cálculo de uma nova forma, substituindo pela cobrança da área ocupada. Assim, o comerciante só vai pagar pela área de superfície. O valor poderá ser parcelado, conforme regulamentação.

Atualmente, há casos em que o empresário paga um preço público pela ocupação da área pública mais alto que o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) de toda a loja. A nova fórmula de cálculo deverá ajustar para menos o valor devido.

“É preciso deixar claro essa cobrança do espaço e o período dela; seria por ano?”, ponderou, durante a audiência, o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-DF), Beto Pinheiro. “Se for vinculado ao IPTU, creio que poderia eliminar o INPC do cálculo para ser atualizado somente quando o IPTU for atualizado, para não ter confusão.”

Experiências

O engenheiro Benedito Luizari Filho contou sua experiência como proprietário de cinco unidades imobiliárias na 113 Sul nas quais precisou fazer uma reforma. “Faço uma observação de segurança: ninguém consegue hoje com tranquilidade mexer em uma platibanda sem mexer na laje”, pontuou. “Quando se pensa em fazer uma intervenção em um prédio tão antigo, ela pode não ser tão factível”.

Presente à audiência, o presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar), Jael Antônio Silva, representante da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio), elogiou a iniciativa. “O trabalho de vocês [Seduh] ao longo desse tempo é quatro vezes mais rápido do que até então já tinha acontecido”, comentou.

“A audiência pública cumpriu seu objetivo, não só de apreciação de projeto de lei, mas, principalmente, de ouvir todos os lados dessa matéria” avaliou a secretária executiva da Seduh, Giselle Moll. “Não é uma questão fácil, tanto que ela é discutida há 60 anos e há pelo menos 45 anos tem sido estudada. Cabe a nós do governo ser o mediador dessa diversidade de opiniões e ouvir as propostas.”

Objetivos e alterações

Na primeira parte da audiência ,a minuta do projeto de lei foi apresentada aos participantes. Foram mostrados os objetivos da iniciativa, como melhorar o planejamento urbano para o uso da área pública e simplificar procedimentos burocráticos. Depois, foram apresentadas as principais alterações propostas pelo projeto. Ao todo, dez aspectos que mudam a Lei n° 766 foram pontuados e esclarecidos à população.

Entre esses aspectos, destacam-se a possibilidade de ocupação da área pública entre blocos por concessão onerosa; o remanejamento das redes de infraestrutura, como de energia elétrica, que será feito com base em critérios estabelecidos pelo poder público, e a ocupação posterior voltada à superquadra e entre blocos, que poderá ser concedida a outras unidades imobiliárias mediante anuência entre os proprietários.

Outra mudança é que a ocupação com edificações de alvenaria só será permitida nas fachadas posteriores das lojas, enquanto o restante pode ser ocupado apenas com mesas, cadeiras e outros mobiliários removíveis. Entre os blocos e nas lojas das extremidades das quadras, a ocupação com mesas e cadeiras só é possível no caso de as lojas exercerem atividades do tipo alimentação, como restaurantes, bares e lanchonetes, e durante o horário de funcionamento do estabelecimento.

Na audiência, a Seduh recebeu pedidos para que fosse estendida a possibilidade de ocupação da área pública para outras atividades além de bares e restaurantes, como academias, por exemplo. “A secretaria esclarece, porém, que neste momento está sendo cumprida a visão da legislação de 2008, que define como possibilidade de ocupação de área pública apenas para bares e restaurantes; então, neste momento, não é possível atender”, informou Mateus Oliveira.

Rumo à atualização

Segundo o titular da Seduh, o próximo passo é a análise de todas as contribuições feitas pela população, para atualizar a proposta do projeto de lei que será enviada à Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).

“O principal objetivo da audiência foi dar a oportunidade de esclarecer que esse projeto faz adequações, especialmente de procedimentos, na lei que já vigora desde 2008”, ressaltou. “Foi possível esclarecer que não há alteração nas áreas passíveis de ocupações já previstas na legislação em vigor. É uma revisão da legislação, de fluxos e procedimentos, e não uma alteração de parâmetros.”

Com informações da Seduh

AGÊNCIA BRASÍLIA

Mais R$ 5,8 milhões do Pdaf para as regionais de ensino

 


No segundo mês deste ano, os recursos do programa já somam R$ 57,4 milhões

Verba é destinada a cobrir despesas das escolas | Foto: Wladimir Luiz/SEE

Mais investimentos para a educação pública do Distrito Federal: foi liberada a complementação de R$ 5,8 milhões do Programa de Descentralização Administrativa e Financeira (Pdaf) para as 14 coordenações regionais de ensino do DF. Os recursos beneficiam as escolas e as próprias regionais. Com isso, estão garantidos R$ 57,4 milhões de Pdaf  no primeiro semestre de 2021, ou seja, as escolas públicas já ingressam no ano letivo com dinheiro em caixa.

Os R$ 5,8 milhões recém-liberados se destinam especificamente a cobrir despesas de capital – compra de materiais permanentes, que se incorporam ao patrimônio, como computadores, material de informática, impressoras, câmeras de vigilância, mobiliário, equipamentos de áudio e vídeo.

Inclusão geral

As escolas com especificidades na área de atuação podem comprar materiais permanentes apropriados. Isso inclui as escolas do campo, as que oferecem educação em tempo integral, educação profissional, especial e infantil.

As regionais com unidades recém-criadas ou em fase de criação vão receber R$ 30 mil para cada uma dessas escolas, verba a ser utilizada na compra de mobiliário e de equipamentos. Aí se incluem o Centro Educacional Águas do Cerrado e o Centro de Educação Infantil Pipiripau, ambos de Planaltina; a Escola Parque da Natureza e Esporte do Núcleo Bandeirante; o Centro de Educação Infantil Parque dos Ipês e a escola que está sendo adaptada no abrigo público de São Sebastião.

A Coordenação Regional de Ensino (CRE) do Plano Piloto terá também o valor de R$ 30 mil, para apoio ao Centro de Aperfeiçoamento dos Profissionais de Educação (Eape). Já a Regional de Brazlândia receberá R$ 150 mil para a Escola Classe Chapadinha.

Confira, abaixo, os valores por regional.

  • Brazlândia: R$ 406 mil
  • Ceilândia: R$ 776 mil
  • Gama: R$ 400 mil
  • Guará: R$ 232 mil
  • Núcleo Bandeirante: R$ 310 mil
  • Paranoá: R$ 280 mil
  • Planaltina: R$ 580 mil
  • Plano Piloto: R$ 878 mil
  • Recanto das Emas: R$ 232 mil
  • Samambaia: R$ 336 mil
  • Santa Maria: R$ 232 mil
  • São Sebastião: R$ 252 mil
  • Sobradinho: R$ 376 mil
  • Taguatinga: R$ 512 mil
    Total : R$ 5.802.000* Os recursos foram liberados por meio da Portaria nº 62, publicada nesta sexta-feira (12) no Diário Oficial do Distrito Federal.

O programa

O Pdaf foi criado para dar autonomia financeira às unidades escolares e coordenações regionais de ensino (CREs), de acordo com o plano de trabalho de cada uma. Além das despesas de capital, os recursos podem ser utilizados também para custeio, o que inclui reparos como pintura, consertos em telhados e pisos, e ainda aquisição de materiais de consumo. Os valores servem ainda para a contratação de serviços de pessoa física ou pessoa jurídica, pagamento de despesas com água e esgoto, entre outros.

Para o primeiro semestre, já haviam sido liberados R$ 50 milhões a 704 unidades escolares.

Com informações da Secretaria de Educação