sábado, 13 de fevereiro de 2021

Dia Mundial do Rádio é celebrado neste sábado

 


Ondas eletromagnéticas ajudam na garantia de direitos e da democracia

Publicado em 13/02/2021 - 09:00 Por Pedro Peduzzi – Repórter da Agência Brasil - Brasília

Em todo país, circulam ondas eletromagnéticas que transmitem informações importantes para a garantia de direitos e para a democracia. Tais ondas são decodificadas por pequenas caixas que podem funcionar apenas com pilhas. De tão relevantes, essas caixas têm, a elas, um dia que foi mundialmente reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco): o Dia Mundial do Rádio, comemorado neste sábado, 13 de fevereiro.

O potencial comunicativo do rádio já foi comprovado em vários momentos ao longo da história. Em um deles, ocorrido em outubro de 1938, milhares de norte-americanos entraram em pânico ao ouvirem, na rádio CBS, o ator Orson Welles alertando sobre uma suposta invasão de marcianos.

Tratava-se apenas de um programa de teleteatro, uma versão radiofônica do livro A Guerra dos Mundos, de H.G Wells. Ao se dar conta do alvoroço entre a população, a emissora teve de interromper o programa para esclarecer o fato aos ouvintes que não haviam acompanhado a parte inicial da transmissão.

O mais democrático

Valter Lima
O jornalista Valter Lima comanda, desde 1986, o programa Revista Brasil, da Rádio Nacional Marcello Casal Jr/Agência Brasil

“O rádio é, sem dúvida, o mais democrático de todos os meios de comunicação. Para desfrutar dele, não há necessidade de pagar internet, nem de ter energia elétrica. Basta ter pilha ou uma bateria”, argumenta o jornalista Valter Lima, âncora, desde 1986, de um dos programas radiofônicos mais longevos do Brasil: o Revista Brasil, da Rádio Nacional, veículo da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

O aspecto democrático que compõe a essência do rádio é também corroborado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que instituiu a data de hoje, 13 de fevereiro, como o Dia Mundial do Rádio.

“A estratégia da Unesco é a de fortalecer o rádio, que é o veículo mais essencial, principalmente nos muitos países onde, seja por conflitos, catástrofes ou por falta de estrutura, não há internet nem energia elétrica acessível para a população. Nesses casos é o rádio que consegue localizar e salvar vidas, justamente por conta da possibilidade de depender apenas de pilha para ser usado”, disse à Agência Brasil o coordenador de comunicação e informação da Unesco no Brasil, Adauto Cândido Soares.

Violência contra radialistas

Adauto Soares acrescenta que o interesse da Unesco em trabalhar neste campo da comunicação está relacionado à visão de que o acesso à informação é parte integrante do direito à comunicação. “Até porque, sabemos, quando um país tem sua democracia atacada, é o direito à comunicação o primeiro a ser silenciado.”

Segundo o coordenador da Unesco, que desenvolve também um trabalho de denúncia de violações de direitos humanos contra jornalistas, os radialistas são as maiores vítimas desse e de outros tipos de violação.

“De um total de 56 jornalistas assassinados em todo o mundo em 2019, 34% atuavam no rádio; 25% em TV; 21% em mídia online; 13% em mídia impressa e 7% em plataformas mistas. Desse total, três mortes ocorreram no Brasil”, disse, citando números do levantamento Protect Journalists, Protect the Truth, publicado pela Unesco em 2020.

Novas tecnologias

A criatividade é uma das características que sempre acompanharam o rádio. Com a chegada de novas tecnologias, em especial, as ligadas à tecnologia da informação, o rádio manteve seu aspecto inovador e continua a se reinventar.

Presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Flávio Lara Resende lembra que muito se falou sobre a morte do rádio, com a chegada da TV. “Foi quando o rádio perdeu espaço. Mas não perdeu importância”, disse.

“Se perdeu alguma importância após a chegada da TV, depois voltou a ganhar [importância] quando apareceram novas plataformas, e ele se reinventou, apresentando programações segmentadas, canais específicos de jornalismo herdados, influenciados e influenciadores da TV”, disse o presidente da Abert.

Rádio Nacional lança perfil na plataforma Spotify
Listas foram criadas com curadoria de radialistas das emissoras da EBC
Rádio Nacional lança perfil na plataforma Spotify. Listas foram criadas com curadoria de radialistas das emissoras da EBC - Marcello Casal Jr/Agência Brasil

“Hoje, com a internet, ouve-se a notícia radiofônica e vê-se os jornalistas que fazem a notícia. O rádio continua a ter grande importância e está aumentando cada vez mais, reinventando-se diariamente”, acrescentou.

Diante da necessidade de se reinventar constantemente, a Rádio Nacional lançou recentemente (no dia 10 de fevereiro, em meio às celebrações pelo Dia Mundial do Rádio) seu perfil na plataforma Spotify no qual o público pode ouvir – onde e quando quiser – “o melhor da música brasileira”. Para acessar o serviço, basta acessar as playlists “É Nacional no Spotify”.

Estatísticas

Rádio,Monitor de volume, Loudness Monitor
O Brasil registra 5,1 mil rádios comerciais, 700 educativas, 458 rádios públicas e 4,6 mil comunitárias, segundo o Ministério das Comunicações - Marcello Casal Jr/Agência Brasil

De acordo com o Ministério das Comunicações há, no Brasil, cerca de 5,1 mil rádios comerciais (3.499 na banda FM; e 1325 nas bandas AM, entre ondas médias, curtas e tropicais). Há, ainda, cerca de 700 rádios educativas; 458 rádios públicas; e 4.634 rádios comunitárias.

Na pesquisa Inside Radio, na qual são apresentados aspectos relativos a comportamento e hábitos de ouvintes de rádio, a Kantar Ibope Media constatou que o rádio é ouvido por 78% da população nas 13 regiões metropolitanas pesquisadas. Além disso, três a cada cinco ouvintes escutam rádio todos os dias. E, em média, cada ouvinte passa cerca de 4h41m por dia ouvindo rádio.

O levantamento avalia também questões relativas à adaptação do rádio à web, bem como novas formas de consumo de áudio, como podcasts e conteúdo on demand.

De acordo com a pesquisa, 81% dos ouvintes escutam rádio por meio de rádio comum; 23% pelo celular; 3% pelo computador; e 4% por meio de outros equipamentos, como tablets.

O crescimento que vem sendo observado na audiência via web demonstra, segundo a Kantar, “a grande capacidade de adaptação do rádio”. Segundo a pesquisa, 9% da população que vive nas 13 regiões metropolitanas pesquisadas ouviram rádio web nos últimos dias. O percentual é 38% maior do que o registrado no mesmo período de 2019.

Em um ano (entre 2019 e 2020), o tempo médio diário dedicado ao rádio via web aumentou em 15 minutos, passando de 2h40 para 2h55, diz a pesquisa. Além disso, 16% dos ouvintes pesquisados escutam rádio enquanto acessam a internet.

Os podcasts também têm ganhado popularidade. Entre os ouvintes de rádio que acessaram a internet durante a pandemia, 24% ouviram podcasts; 10% aumentaram o uso de podcasts; e 7% ouviram um podcast pela primeira vez.

As chamadas lives também registraram aumento de audiência durante a pandemia, com 75% dos entrevistados dizendo ter começado a assistir lives de shows a partir do início das medidas de isolamento social impostas pela pandemia de covid-19. Ainda segundo o levantamento da Kantar, 75% dos ouvintes de rádio disseram ouvir rádio "com a mesma intensidade, ou até mais", após as medidas e 17% disseram ouvir "muito mais" rádio após o isolamento.

Preocupação

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Participação dos ouvintes é a essência do rádio, segundo o radialista da EBC Valter Lima.- Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A associação do rádio com novas tecnologias, no entanto, deve ser vista com cautela, para não acabar inviabilizando o formato tradicional desse tão importante veículo. “Emissoras de rádio hoje são em rede, mas a do interior, com outra realidade, não tem essa capacidade de recurso para investimento, como as grandes redes estão fazendo, em especial, quando transformam rádio em uma nova espécie de televisão”, alerta o jornalista Valter Lima.

Segundo ele, ao condicionar o rádio à necessidade de contratação de serviços como o de internet, perde-se exatamente o aspecto democrático que esse veículo sempre teve. “Uma coisa que achatou o desenvolvimento do rádio, infelizmente, foi o fato de ele estar nas mãos de grupos poderosos que possuem também emissoras de televisão [e, em alguns casos, vendem também serviços de internet]. Isso causa um grande desequilíbrio porque, enquanto as TVs estão com equipamentos cada vez mais modernos, há, no interior do Brasil, muitas rádios ainda operando com equipamentos que já até deixaram de ser fabricados”, acrescenta.

Rádios comunitárias

O radialista destaca também o importante papel que as emissoras de rádio comunitárias têm para as regiões “ainda que pequenas” às quais prestam o serviço. Segundo ele, pela proximidade que têm com suas comunidades, essas rádios estão muito mais “antenadas”, com as necessidades locais, do que os grandes grupos de radiodifusão.

Entre os muitos desafios das rádios comunitárias, Valter Lima destaca a necessidade de elas saírem das amarras burocráticas impostas pela legislação.

“É por causa disso que essas rádios, com serviços tão importantes para suas comunidades, não conseguem ir além daquele pedaço tão pequeno. Há também as dificuldades para conseguirem lucros mínimos, de forma a poderem investir e evoluir”, disse o jornalista.

Programas inteligentes

Valter Lima lembra que toda emissora de rádio precisa de ouvintes, e que, para alcançá-los, sempre teve de recorrer a programas inteligentes, criativos e, sobretudo, participativos.

“O conceito de rádio não é o de ser apenas uma caixinha para ser ouvida quando ligada. Rádio precisa ter participação. Precisa ser um espaço para o público dar a sua opinião aos chamados ‘formadores de opinião’. A TV até dá algum espaço para isso, mas nada se compara ao rádio.”

Lara Resende, da Abert, também vê, na interatividade do rádio, um de seus grandes méritos. “A fidelização do ouvinte de rádio é muito interessante porque ele passa a achar que faz parte do programa. Hoje, inúmeras plataformas permitem comentários. Com isso, o rádio ficou ainda mais participativo”, disse.

Tempo real

Um outro aspecto acompanhou o rádio ao longo de sua história: a rapidez com que a notícia é dada, quase que simultaneamente ao fato noticiado. Anos depois, com a ajuda de equipamentos tecnológicos como celulares e internet móvel, outros veículos ganharam velocidade e deram a esse novo tipo de jornalismo veloz o nome de tempo real.

“O rádio sempre foi e continua sendo o primeiro a dar a notícia. O furo é sempre do rádio. Essa é a nossa rotina. Enquanto o outro veículo está digitando texto ou preparando a transmissão nós já estamos no ar usando apenas um aparelho telefônico”, explica Valter Lima.

“Antes do advento do celular, a notícia era dada por meio dos famosos orelhões. Os repórteres andavam com umas 20 fichas no bolso e um cadeado. Sim, um cadeado para travar o telefone, de forma a inviabilizar seu uso pelo concorrente”, lembra o radialista.

 

Edição: Lílian Beraldo

Por Pedro Peduzzi – Repórter da Agência Brasil - Brasília


Rio vacina idosos acima de 85 anos sem saber quando recebe mais doses

 


Pessoas com 75 anos ou mais previsão é para última semana de fevereiro

Publicado em 13/02/2021 - 09:21 Por Agência Brasil - Rio de Janeiro

A cidade do Rio de Janeiro vacina hoje (13) pessoas com 85 anos de idade ou mais contra a covid-19. Postos de saúde e pontos de vacinação drive thru, entre eles o do Sambódromo, estão abertos até as 12h para aplicar a primeira dose da vacina nesse público-alvo.

A Secretaria Municipal de Saúde informou, no entanto, que só há doses de vacina garantidas para pessoas com 83 anos ou mais de idade, que devem ser imunizadas até terça-feira (15).

Para manter o calendário de vacinação já anunciado, que prevê a vacinação de pessoas com 80 anos ou mais até o fim da próxima semana e de pessoas com 75 anos ou mais na última semana de fevereiro, será preciso receber novas doses.

Até as 8h20 de hoje, a Secretaria Municipal de Saúde ainda não tinha informação sobre a chegada de novos carregamentos do imunizante. De acordo com a secretaria, são necessárias 36 horas para garantir a distribuição dos imunizantes aos postos de saúde de sua rede.

“A expectativa é que a gente possa manter nosso calendário, se a gente receber mais doses do Ministério da Saúde. A gente está aguardando essa definição, para saber como proceder ao longo da próxima semana”, disse o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz.

O Rio já deu a primeira dose da vacina a profissionais de saúde da linha de frente e com mais de 60 anos de idade, idosos em abrigos, quilombolas, indígenas e idosos com 85 anos ou mais. Para essas pessoas, a segunda dose está garantida.

“Hoje o Rio de Janeiro encerra a vacinação de todas as pessoas com 85 anos ou mais. Na semana que vem, a gente inicia a vacinação com a segunda dose da vacina CoronaVac/Butantan”, disse Soranz.

Até a noite de ontem (12) 240,5 mil pessoas já tinham recebido a primeira dose.

Edição: Fernando Fraga


Por Agência Brasil - Rio de Janeiro

Lei prevê multa de até R$ 98 mil para fura-fila da vacina em SP

 


Campanha de imunização no estado teve início no dia 17 de janeiro

Publicado em 13/02/2021 - 12:27 Por Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil - São Paulo

A pessoa que furar a fila da vacinação contra a covid-19 em todo o estado de São Paulo poderá ser multada em até R$ 98 mil a partir de hoje (13). A lei que prevê a multa para os que descumprirem a ordem de vacinação dos grupos prioritários foi publicada no Diário Oficial do estado deste sábado. Os valores recebidos por meio das multas serão recolhidos ao Fundo Estadual da Saúde.

Caso a pessoa imunizada descumpra o cronograma previsto de vacinação, a multa estabelecida é de 1.700 Unidades Fiscais do Estado de São Paulo (UFESPs), atualmente calculada em R$ 49.453,00. Essa multa ainda pode dobrar e chegar a R$ 98.906,00 se a pessoa que tomou a vacina for um agente público, cuja vacinação ainda não estava prevista pelo cronograma.

O agente público que aplicou a vacina na pessoa que furou a fila também será multado. A multa prevista, nesse caso, é de 850 UFESPs, calculada atualmente em R$ 24.726,50. A pena também pode recair para os superiores hierárquicos, caso seja comprovada que veio dele a ordem ou o consentimento para a vacinação.

A campanha de imunização em São Paulo contra o novo coronavírus (covid-19) teve início no dia 17 de janeiro com a vacinação de profissionais de saúde diretamente relacionados ao tratamento contra a covid-19, além de indígenas e quilombolas. 

Na semana passada teve início a vacinação de idosos com idade superior a 90 anos de idade e, ontem (12), a vacinação para o público acima de 85 anos de idade. O governo de São Paulo anunciou para o dia 1º de março o início da vacinação de idosos com idade superior a 80 anos de idade.

Edição: Fernando Fraga


Por Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil - São Paulo

Universidade de Oxford testará vacina contra covid-19 em crianças

 


Pela primeira vez, teste será feito em quem tem entre 6 e 17 anos

Publicado em 13/02/2021 - 16:14 Por Derek Francis - Bangalore (Índia)

Reuters

A Universidade de Oxford lançou um estudo para avaliar a segurança e a resposta imune da vacina contra covid-19 que desenvolveu com o laboratório AstraZeneca em crianças pela primeira vez.

O novo teste de fase intermediária vai determinar se a vacina é eficaz em pessoas entre 6 e 17 anos, de acordo com um comunicado por e-mail enviado pela universidade.

Cerca de 300 voluntários serão inscritos e as primeiras vacinas são esperadas este mês, disse Oxford.

A vacina Oxford-AstraZeneca realizada em duas doses foi aclamada como uma espécie de "vacina para o mundo" por ser mais barata e mais fácil de distribuir do que algumas rivais.

A AstraZeneca tem uma meta de produzir 3 bilhões de doses este ano e mais de 200 milhões de doses por mês até abril.


Por Derek Francis - Bangalore (Índia)

ONG produz vídeos para alegrar carnaval de crianças e jovens em casa

 


Redes sociais da Favela Mundo apresentam vídeos até o dia 18

Publicado em 13/02/2021 - 12:04 Por Alana Gandra – Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

O carnaval deste ano será diferente, sem blocos nas ruas e sem aglomerações, para evitar contágio pelo novo coronavírus, mas, para a data não passar em branco, a organização não governamental (ONG) Favela Mundo produziu vídeos que resgatam o clima e a cultura da festa brasileira, com músicas, danças e alegria, voltados para crianças e adolescentes de todas as idades. O objetivo é estimular o carnaval em casa, para a criançada curtir a folia.

Os vídeos incluem desde a contação de histórias de duas das personagens mais populares da festa, o Pierrô e a Colombina, até aulas que ensinam os ritmos e manifestações tradicionais de várias partes do Brasil, como o frevo, afoxé e o samba.

Os vídeos especiais de carnaval vão ao ar nas redes sociais da ONG Instagram.com/favela.mundoFacebook e no YouTube, às terças e quintas-feiras, às 10h, até o próximo dia 18.

Em entrevista à Agência Brasil, o fundador da Favela Mundo, Marcelo Andriotti, informou que as famílias poderão assistir aos vídeos também em outros horários à sua escolha, nos canais da ONG na internet. Ao todos, são cinco vídeos.

Dentro de casa

Superfolião, Marcelo Andriotti considera o carnaval uma das mais importantes festas populares do país. “Além de toda alegria e de toda a folia que o carnaval proporciona, ele é fonte de congraçamento no Rio de Janeiro e em todo o país. A forma que a gente encontrou de brincar o carnaval é para que a festa seja comemorada e aproveitada da maneira possível neste momento de pandemia, que é dentro de casa”, afirmou Andriotti.

A ideia é brincar, mas protegendo o amigo, o vizinho, a população em si, reforçou o fundador da ONG Favela Mundo. “O carnaval deste ano pode ser comemorado, mas da maneira que a gente pode fazer, de uma forma saudável e sem colocar ninguém em risco.”

O projeto Favela Mundo tem patrocínio da prefeitura e da Secretaria Municipal de Cultura do Rio, além de entidades como Lamsa, ICTSIRIO e MetrôRio, por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura (Lei do ISS), e é apoiado pelo Instituto Invepar.

Fundada em setembro de 2010, a Favela Mundo passou por 12 comunidades e beneficiou 6.129 crianças e adolescentes. A ONG tem em seu currículo o reconhecimento de Modelo de Inclusão Social nas Grandes Cidades, concedido pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2014, no World Cities Day, em Nova York, e já representou o Brasil em eventos nos Estados Unidos, no Canadá, México, em Cuba e no Marrocos.

Edição: Nádia Franco


Por Alana Gandra – Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

Sambódromo do Anhembi recebe pintura em defesa da vacinação

 


Mensagem “Todos pelas vacinas” foi pintada em passarela do Anhembi

Publicado em 13/02/2021 - 15:03 Por Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil - São Paulo

Sem carnaval este ano por causa da pandemia de covid-19, o Sambódromo do Anhembi, na capital paulista, recebeu hoje (13) uma pintura especial para estimular as pessoas a se vacinarem contra a covid-19.

A pintura é parte da campanha chamada Todos Pelas Vacinas, organizada por diversas instituições ligadas à divulgação científica, com apoio de integrantes de escolas de samba e do carnaval paulistano.

A mensagem Todos Pelas Vacinas foi pintada na passarela do Anhembi, por onde teriam, nessa madrugada, desfilado as escolas de samba de São Paulo, caso o carnaval não tivesse sido adiado.

Além da pintura na passarela do samba paulistano, duas princesas, um casal da velha guarda e o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da escola de samba Vai-Vai passaram pelo Anhembi para homenagear o carnaval e chamar a atenção para a campanha.

A diretora de Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC), Kimberly Mann, destacou que a mensagem da campanha não é somente de âmbito nacional. “A superação da pandemia depende da nossa solidariedade, de uma cooperação global contra o vírus que seja transparente, equitativa e justa”, disse.

Ela ressaltou ainda que somente quando a vacinação atingir todos os países “o turismo e economia voltarão à ativa” e será possível realizar desfiles de carnaval. “É por isso que a mensagem Todos Pelas Vacinas é tão poderosa, pois ela reforça o quanto nosso otimismo frente ao futuro depende de que todos, ao redor do mundo, sejam vacinados", afirmou.

A pintura no Sambódromo é parte do Festival Tô me Guardando, promovida pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo e que prevê, até o dia 28 de fevereiro, uma série de 380 atividades virtuais para celebrar o carnaval.

Entre as atividades previstas, há uma que será realizada próxima ao Theatro Municipal. Lá, o bloco Explode Coração vai pintar no chão a frase “Tô me guardando pra quando o carnaval chegar”.

Já na Praça do Ciclista, na Avenida Paulista, há uma exposição digital chamada Manhãs de Carnaval, com imagens da festa popular exibidas em um telão.

Amanhã (14), o bloco Minhoqueens vai fazer performances curtas em janelas de apartamentos localizados ao longo do Minhocão.

As intervenções serão registradas em vídeo e, posteriormente, o material editado será publicado nas redes do Minhoqueens e nos canais da Secretaria de Cultura.

A programação completa do festival pode ser consultada em no site da Prefeitura de São Paulo.

Edição: Kelly Oliveira


Por Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil - São Paulo

Com carnaval cancelado, turismo e comércio tomam medidas contra crise

 


Maior atração turística brasileira, carnaval de 2021 será restrito

Publicado em 13/02/2021 - 08:15 Por Luciano Nascimento, Cristina Índio do Brasil e Marcelo Brandão - Repórteres da Agência Brasil - Brasília

O carnaval é considerado a maior comemoração popular do país. É o momento esperado por muita gente para viajar e aproveitar intensamente a folia. A tradição brasileira reúne multidões em diversas cidades - cenário perfeito para a transmissão generalizada do novo coronavírus. A questão sanitária resultou no cancelamento da festa deste ano.

A preocupação com a inviabilidade de grandes carnavais já estava em discussão desde o ano passado, quando governadores e órgãos de turismo e saúde se reuniram em diversos estados para discutir o cenário. Algumas das maiores festividades de rua do Brasil, como as das cidades de São PauloSalvador e Rio de Janeiro já tinham sido avaliadas como impraticáveis, quebrando tradições que duravam mais de um século.

O prejuízo causado pelo cancelamento não se resume à saudade da folia. O carnaval movimenta a economia brasileira e é, em muitos pontos turísticos, o ápice de arrecadação anual e a maior oportunidade de novos negócios para micro, pequenos e médios empresários. Entretanto, a preocupação com a possibilidade de contágio acelerado de covid-19 em decorrência do carnaval resultou em medidas severas para o período.

Trabalhadores de diversos setores que dependem da movimentação comercial gerada pelo turismo e pelo consumo do carnaval buscam alternativas e apoio do governo para mitigar o impacto das perdas financeiras inevitáveis.

Agência Brasil reuniu as principais medidas e reflexos em relação ao cancelamento das festividades em locais com grande fluxo de pessoas e intensa movimentação econômica durante o período do carnaval. Confira:

Rio de Janeiro

Para as escolas de samba do grupo especial, considerado a elite do carnaval do Rio, é grande o baque com a suspensão dos desfiles neste ano. O impacto vai desde a perda de receitas até os reflexos na vida dos trabalhadores da extensa cadeia que envolve os desfiles para a escola chegar à passarela do samba no domingo (14) ou na segunda-feira (15) de carnaval. Para o presidente da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa), Jorge Castanheira, a preocupação é que grande parte dessas pessoas não tem emprego fixo durante o ano e só quando começa a movimentação dos barracões que conseguem um trabalho com remuneração.

“O objetivo nosso é dar condição de suporte financeiro às pessoas que trabalham no carnaval e que ao longo do ano de 2020 e agora no início de 2021 estão sem atividade. A quantidade de pessoas varia, porque alguns trabalham para mais de uma escola, por exemplo, o ferreiro, o carpinteiro. Evidente que é muito difícil para todos nós, mas temos que administrar em função do que está acontecendo”, disse Jorge Castanheira à Agência Brasil.

Receita

Segundo o presidente, a receita anual com venda de ingressos, direitos de transmissão televisivos e patrocínios varia entre R$ 120 milhões e R$ 150 milhões. Nada disto vai ocorrer este ano, mas as escolas Beija-Flor, Grande Rio, Mocidade e Viradouro receberão R$ 150 mil cada para a escolha dos samba-enredos. O evento terá transmissão online. Em contrapartida, as escolas deverão fazer quatro apresentações durante a classificação.

Com o tema
Considerado um dos maiores carnavais do mundo, folia no Rio de Janeiro é responsável por grande parte da movimentação financeira de pequenos comerciantes - Tânia Rêgo/Agência Brasil

Os recursos serão captados por meio da Lei Aldir Blanc, nos termos do edital Fomenta Festival RJ. De acordo com a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, a Liesa também recebeu R$ 100 mil com o edital Retomada Cultural RJ, vinculado à Lei Aldir Blanc.

A Liga Independente das Escolas de Samba do Brasil (Liesb), que reúne escolas da Série A e dos grupos da Intendente Magalhães, na zona norte, será contemplada com o mesmo valor.

Para as escolas do grupo especial que não se enquadraram no edital, a secretaria analisou a liberação de valor igual para cobrir as despesas com a escolha do samba de forma virtual.

Na visão da secretária Danielle Barros, o carnaval do Rio tem enorme importância cultural e econômica para a cidade e para o estado. “É fundamental manter ativa essa indústria que gera tantos empregos e serve de vitrine para o Brasil e o mundo”, disse.

Hotelaria

Outro setor que sofre impacto com a suspensão do carnaval este ano é o da hotelaria. Embora uma prévia da pesquisa do Sindicato dos Meios de Hospedagens do Município (Hotéis Rio) referente à demanda para o período entre 12 e 16 de fevereiro tenha indicado uma média de ocupação de 41% da rede da capital, o presidente da entidade, Alfredo Lopes, está apostando que o percentual vai alcançar 65%.

Hotel Copacabana Palace
Hotéis cariocas se preparam para ocupação abaixo da média para o período - Arquivo/Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

“É uma ocupação muito boa e prova a atratividade do Rio como cidade independente do carnaval. As pessoas que fizeram reservas já sabiam que não ia ter carnaval. Elas vêm para cá em troca do que a cidade pode oferecer: praias, Floresta da Tijuca, roda gigante, museus, shoppings e restaurantes. A diversidade do Rio encanta as pessoas, por isso teremos essa ocupação”, disse.

Lopes acrescentou que o turismo interno atualmente sustenta o setor. A maior parte de visitantes vem de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. O setor de hotelaria se organizou para garantir segurança aos turistas com medidas sanitárias, o que influenciou na escolha pelo Rio, afirmou o dirigente.

Bares e restaurantes

A preocupação do setor de bares e restaurantes com o cancelamento do carnaval este ano é focada nos estabelecimentos do centro da capital. Empresários da região da Lapa estimaram queda de até 70% em relação ao carnaval do ano passado. Já na zona sul, o faturamento de restaurantes pode ter perda de até 50% na comparação com o período de 2020. Na zona norte, restaurantes estimaram crescimento nas vendas.

Bares e restaurantes de Botafogo ficam vazios na hora do almoço, no Rio de Janeiro.
Bares e restaurantes não terão a movimentação tradicional durante o período de carnaval - Tomaz Silva/Agência Brasil

Comércio

Um estudo do Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises indicou que, por causa do cancelamento do feriadão de carnaval, boa parte da população do estado do Rio de Janeiro não deve viajar. Apenas 10,6% dos entrevistados pretendem sair da cidade. 

A pesquisa mostrou ainda que 39,1% dos fluminenses ficarão em casa, 21,9% vão trabalhar, 11,1% ainda não decidiram o que farão no período e 10,6% pretendem realizar alguma atividade de lazer. Entre os que vão viajar, 78,9% vão para lugares dentro do estado e 21,1% para outras regiões. A pesquisa foi feita entre os dias 5 e 7 de fevereiro e teve a participação de 539 consumidores do Rio de Janeiro.

Com a falta do carnaval em 2021, a cidade do Rio de janeiro perderá cerca de R$ 5,5 bilhões neste ano, conforme o estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE). Segundo o levantamento, as perdas somam 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB) carioca.

Se não houvesse o cancelamento por causa da pandemia, segundo a pesquisa, a economia do Rio movimentaria R$ 4,4 bilhões. Destes, 88% seriam gerados por turistas brasileiros, com permanência média de 6,6 dias na cidade e gastos diários de cerca de R$ 280,32.

Os 12% restantes viriam de turistas estrangeiros, que teriam estadia média de 7,7 dias e gastos diários de cerca de R$ 334,01. O impacto dos moradores da região metropolitana do Rio e gastos operacionais seriam de pouco mais de R$ 1 bilhão.

A economista Juliana Trece, uma das responsáveis pelo estudo da FGV, destaca que a velocidade da recuperação econômica vai depender do calendário de vacinação. "Vacinar a população é importante para a saúde do brasileiro, mas também para a saúde da economia. Quanto mais rápido conseguirmos retomar a normalidade das atividades, mais rapidamente conseguiremos ver uma retomada mais consistente da economia”, comentou.

Pernambuco

O cancelamento do carnaval em Pernambuco não afetou apenas o folião. A medida mexeu também com uma grande cadeia econômica, que passa por agremiações, artistas, músicos, comércio, setor hoteleiro e de turismo. Atingiu até os catadores de latas de alumínio, que aumentam a renda nos dias de folia.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), o cenário é preocupante com a média de ocupação mais baixa que em anos anteriores, menor procura nas capitais e maior demanda por destinos menores. Com o cancelamento das prévias e das festas de carnaval pelas autoridades, a ocupação hoteleira durante o período - que em anos anteriores, nos principais destinos do estado (Recife e Porto de Galinhas) chegava a 97% - em 2021 não deve ultrapassar os 60%. No início deste ano, a queda chegou a 60%.

Olinda (PE) - Bonecos gigantes, tradição do carnaval pernambucano, desfilaram pelas ruas da cidade  (Sumaia Villela/Agência Brasil)
Olinda (PE) - Bonecos gigantes, tradição do carnaval pernambucano, não ocuparão ruas da cidade neste ano - Sumaia Villela/Agência Brasil


"Ainda esperamos para 2021 uma retomada. Para que as empresas continuem suas atividades, precisamos do apoio em todos os níveis e a cooperação dos governos municipais e estaduais com medidas de redução de impostos, como o IPTU - despesa com forte impacto nos custos dos hotéis - e de tarifas - como a de água e energia. [Essas medidas servem] para não só amenizar os efeitos econômicos do momento, mas também preservar empregos e renda, já que muitas unidades hoteleiras encerraram suas atividades em todo o país”, disse o presidente da ABIH Nacional, Manoel Linhares.

Auxílio

O impacto financeiro na indústria carnavalesca de Pernambuco levou o governador do estado, Paulo Câmara, a criar um auxílio financeiro em caráter emergencial para artistas vinculados ao ciclo carnavalesco do estado.

A medida, encaminhada para a Assembleia Legislativa de Pernambuco, prevê o pagamento de auxílios que vão de R$ 3 mil a R$ 15 mil. O auxílio deve beneficiar cerca de 450 artistas e agremiações. No total, serão investidos R$ 3 milhões para a concessão do benefício, que deve ser pago até abril. Os recursos sairão do Tesouro estadual.

A iniciativa foi seguida pelas duas maiores representantes do carnaval pernambucano, Olinda e Recife, que também decidiram cancelar o ponto facultativo.

Com a suspensão do carnaval, a prefeitura de Olinda anunciou que também terá um auxílio emergencial no município. O valor disponível é de cerca de R$ 1 milhão, fruto dos cofres da prefeitura.

Olinda - Cortejo de abertura do carnaval de Olinda percorre ladeiras da Cidade Alta (Sumaia Villela/Agência Brasil )
O carnaval de Olinda, um dos mais tradicionais do Brasil, não terá desfiles e folias de rua em 2021 - Sumaia Villela/Agência Brasil

De acordo com a prefeitura, os artistas, agremiações e grupos receberão 35% do valor pago no carnaval do ano passado. O limite estabelecido é de R$ 10 mil. O auxílio será oferecido apenas aos artistas e agremiações de Olinda. O benefício será concedido com base na lista de contratação do carnaval do ano passado.

Além dos artistas e agremiações, a prefeitura disse ainda que vai incluir os catadores de recicláveis entre os beneficiados pela lei de auxílio emergencial. Serão utilizados os cadastros de cooperativas que já trabalham na cidade, no período de folia. O valor será de R$ 250.

Recife

Na capital pernambucana, a prefeitura também disse que pagará um benefício para artistas, agremiações e outras pessoas que fazem parte da cadeia produtiva do carnaval de Recife, batizado de auxílio municipal emergencial (AME). Está previsto o pagamento de até R$ 10 mil para os beneficiados.

No total, a prefeitura planeja investir cerca de R$ 4 milhões para o pagamento desse benefício. Desse total, R$ 1,5 milhão são provenientes da iniciativa privada. O auxílio será concedido para as agremiações sediadas no Recife e que integraram a programação oficial do carnaval 2020.

A expectativa é que sejam beneficiadas cerca de 27 mil pessoas de 160 agremiações e 900 atrações. De acordo coma prefeitura, o pagamento deve ser de 50% da subvenção no caso de agremiações, e de 50% do cachê, no caso de atrações artísticas pagas no carnaval de 2020, respeitando o teto de R$ 10 mil para cada pagamento.

Nenhuma contrapartida obrigatória será exigida aos contemplados pelos recursos, destinados à sobrevivência das classes artísticas às quais a maior celebração do calendário festivo pernambucano costuma assegurar palco e passarela, trabalho e renda.

Agência Brasil também buscou saber a extensão das perdas no comércio varejista do estado. Procurada, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Pernambuco (Fecomércio-PE) não retornou.

Salvador

O ponto facultativo na cidade de Salvador, decretado todos os anos desde 1981, foi suspenso. O comércio funcionará normalmente e os circuitos por onde passariam os trios elétricos estarão abertos à circulação dos carros.

Shows e apresentações devem ocorrer apenas em lives de artistas pela internet. A prefeitura reconhece que há um prejuízo financeiro com esta decisão, mas garantiu que não voltará atrás. “Para Salvador é muito pior do que para outras capitais, nós não temos grandes indústrias, a maior atividade aqui é o turismo, é a cultura, e o carnaval representa muito”, disse Fábio Mota, secretário de Cultura da cidade.

Segundo Mota, o carnaval de 2020 levou 16,5 milhões de pessoas à capital da Bahia, com a injeção de R$ 1,8 bilhão no período e geração de 2,5 mil empregos.

Carnaval de Salvador homenageia 100 anos do samba
Carnaval de Salvador movimenta mercado bilionário e é a principal atração turística da região - Sayonara Moreno/Agência Brasil


O setor hoteleiro também sofreu impacto com a decisão, mas soluções alternativas para atrair turistas para roteiros tradicionais têm ajudado. “Estamos com mais de 50% de ocupação nos hotéis e 70% nos fins de semana. É uma ação da prefeitura nessa linha de incentivar o turista local a conhecer a capital da cidade. Isso tem surtido efeito. Evidente que para o hotel carnaval é uma espécie de décimo terceiro, mas está todo mundo entendendo”, afirmou.

Ele garante que o turismo fora de época de carnaval, com visitas a pontos turísticos e históricos, não gera aglomerações. “Não tem tido aglomeração durante os finais de semana e não terá também na época do carnaval. Os pontos históricos estão em várias partes da cidade, então conseguimos diluir bem a quantidade de pessoas.”

Segundo o secretário, ainda há possibilidade de um carnaval fora de época caso o processo de imunização esteja adiantado a partir do terceiro trimestre de 2021. “Estamos com o planejamento pronto. Vai depender da imunização das pessoas com a vacina e o controle da pandemia.”

Interior de Minas Gerais

O carnaval sobre as ladeiras íngremes da histórica Ouro Preto também está cancelado. Os eventos públicos e privados estão proibidos na cidade. A prefeitura deverá investir em eventos online, como concursos de marchinhas de carnaval.

As pousadas locais não estão funcionando com máxima capacidade, o que só deverá ocorrer quando os casos de covid-19 diminuírem na cidade. A prefeitura tem fiscalizado os estabelecimentos para garantir que eles não estejam lotados.

Vizinha a Ouro Preto, o município de Mariana também cancelou a folia. O ponto facultativo foi suspenso e estão proibidos eventos em ruas, casas de festas, bares, sítios e locais similares.

Em Diamantina, as festas de carnaval também estão suspensas. A prefeitura não promoverá eventos e, no momento, realiza uma campanha de conscientização para que a população não faça festas e nem aglomerações; seja nas ruas ou em locais privados e fechados. Agentes publicos farão a fiscalização durante o feriado.

Em Tiradentes o cenário se repete. Não haverá quaisquer celebrações na cidade. Para não deixar a data passar em branco, a prefeitura está organizando um concurso de marchinhas de carnaval. O enredo é “Tiradentes em tempos de coronavírus”.

Em Lavras, festas estão proibidas. Não haverá ponto facultativo na cidade. No entanto, na segunda-feira de carnaval (14) será comemorado o feriado local do Dia do Comerciário. Neste dia o comércio ficará fechado e as celebrações permanecerão proibidas.

Edição: Pedro Ivo de Oliveira


Por Luciano Nascimento, Cristina Índio do Brasil e Marcelo Brandão - Repórteres da Agência Brasil - Brasília

Bloquinho de carnaval para bebês internados no HRSM

 


Fantasiados e com um cenário especial, os minifoliões posaram para a sessão de fotos

As fantasias e os brinquedos foram lavados antes do ensaio fotográfico com os bebês | Foto: Thais Umbelino/Iges-DF

“Ô abre alas…” que o bloquinho da Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal (Ucin) do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) quer passar. Fantasiados de princesa, Super-Homem, bailarina e até de cachorrinho, os bebês — internados por conta da prematuridade — comemoraram o primeiro carnaval de suas vidas.

A cena foi registrada pelas profissionais da unidade e pelas mamães dos minifoliões. Levar um pouco de alegria para as mães foi o objetivo da ação, segundo a supervisora de enfermagem, Lívia De Piéri. “É uma forma de elas terem uma lembrança especial do período em que seus bebês estiveram internados na Ucin”, explicou.

A iniciativa foi possível após mobilização da equipe. Enfermeiros, médicos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, entre outros profissionais, doaram fantasias, acessórios e brinquedos. “Todo mundo ajudou com algo, e pedimos para os funcionários da lavanderia lavarem tudo”, comentou Lívia.

Com uma bandeja recheada de itens carnavalescos, as profissionais abusaram da imaginação. Cada bebê tinha uma fantasia e um cenário próprio, repleto de bichos de pelúcias, bonecas e super-heróis.

The Flash Gabriel e o Super-Homem Miguel tiveram alta e vão passar a folia em casa | Foto: Thais Umbelino/Iges-DF

Comemoração dupla

A festa marcou o dia da alta dos gêmeos Gabriel e Miguel e foi um motivo extra para Janaína Alves, 41 anos, comemorar. “Parece que estavam adivinhando”, brincou. Com mais dois filhos aguardando fora do hospital, a moradora de Valparaíso contou que a equipe da Ucin foi a responsável por amenizar a ansiedade durante quase um mês longe do restante da família.

Vestidos dos heróis The Flash e Super-homem, os irmãos posaram para as fotos enquanto dormiam profundamente. “Os profissionais foram ótimos e, com o bloquinho, fecharam com chave de ouro todo esse ciclo de amparo e suporte que recebi desde o nascimento dos meus filhos”, elogiou Janaína.

Karla Rhaphaela, 20 anos, também agradeceu pela iniciativa. “Essa atitude ajuda a descontrair um pouco, faz a gente sair do quarto e interagir mais com a equipe da Ucin”, disse a mãe da pequena Elisa. Ela está há um mês internada no Hospital de Santa Maria e ainda não tem previsão de alta.

*Com informações do Iges-DF

AGÊNCIA BRASÍLIA