sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Congresso analisa 14 projetos que prorrogam auxílio emergencial

 


Da Redação | 05/02/2021, 15h52

A prorrogação do auxílio emergencial deve ocupar o centro dos debates do Congresso Nacional nas próximas semanas. Enquanto senadores e deputados federais negociam com o Poder Executivo a inclusão do programa de forma definitiva no Orçamento Geral da União de 2021, uma série de projetos de lei “correm por fora” para tentar assegurar a extensão do benefício pago aos brasileiros mais vulneráveis durante a pandemia de covid-19. Após destinar R$ 330 bilhões a 68 milhões de pessoas desde abril de 2020, o programa perdeu vigência em janeiro e não foi renovado pelo Poder Executivo.

O Senado e a Câmara analisam 14 proposições que pretendem prolongar o auxílio emergencial. São quatro matérias apresentadas por senadores e dez por deputados federais, que sugerem valores e prazos diferentes para a liberação do benefício. O mais recente deles é o Projeto de Lei (PL) 22/2021, do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). O texto prevê o pagamento de R$ 600 durante quatro meses, com um impacto orçamentário estimado em R$ 138,4 bilhões no período.

Randolfe sugere que parte do valor — R$ 104,4 bilhões — seja coberto com uma redução de 30% em todos os incentivos tributários, financeiros e creditícios concedidos pelo Poder Executivo. “É evidente que, dada a situação atual de permanência da pandemia e da crise econômica, as famílias não podem ser abandonadas à própria sorte. O Estado brasileiro tem o dever de ampliar a proteção social e garantir a subsistência dessas famílias, evitando, assim, que milhões de brasileiros sejam empurrados para a miséria”, argumenta.

O PL 5.584/2020, projeto de lei do senador Jaques Wagner (PT-BA), recomenda a prorrogação do auxílio de R$ 600 por três meses. De acordo com o texto, o prazo poderia ser estendido por ato do Poder Executivo dependendo da evolução da pandemia e da vacinação contra o novo coronavírus. Para pagar a conta do benefício, Wagner defende a tributação em 15% sobre lucros e dividendos a partir de 2021. Segundo ele, a medida incrementaria a arrecadação da União em mais R$ 50 bilhões por ano.

Os senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Esperidião Amin (PP-SC) são autores do PL 5.495/2020, projeto de lei que estende o auxílio emergencial até 31 de março. Eles defendem o pagamento de R$ 300 a todos os que foram beneficiários do programa até janeiro, independentemente do número de parcelas recebidas. “A aprovação do auxílio emergencial foi um passo correto e essencial para darmos uma primeira resposta à crise que a pandemia acarreta. Mas, para combatermos os prejuízos econômicos que se estendem, faz-se necessário prorrogar o prazo inicialmente previsto. Não podemos cogitar de subitamente retirar das famílias a renda que até aqui garantimos”, afirmam na justificativa do projeto.

O Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 1/2021, do senador Weverton (PDT-MA), também pretende retomar o benefício. Para isso, o parlamentar defende a prorrogação até 30 de junho de 2021 do estado de calamidade pública provocado pela pandemia. De acordo com o Decreto Legislativo 6, de 2020, esse prazo acabou no dia 31 de dezembro de 2020.

Para Weverton, com a extensão do estado de calamidade, seria possível voltar a pagar o auxílio. “O alívio temporário e excepcionalíssimo das exigências de austeridade e responsabilidade fiscal em momento de emergência permitirá a renovação de medidas que se revelaram efetivas na mitigação dos desdobramentos econômico-sociais da pandemia. Em especial, o auxílio emergencial em valor digno”, pontua.

Projetos na Câmara

Quase todos os projetos de lei em tramitação na Câmara alteram a norma que criou o auxílio emergencial (Lei 13.982, de 2020). Das dez matérias apresentadas por deputados federais, cinco preveem a extensão do benefício até dezembro de 2021. São os seguintes projetos de lei: PL 24/2021, PL 72/2021, PL 121/2021, PL 130/2021 e PL 202/2021, apresentados, respectivamente, pelos deputados Delegado Pablo (PSL-AM), Léo Moraes (Podemos-RO), Boca Aberta (Pros-PR), Altineu Côrtes (PL-RJ) e Sidney Leite (PSD-AM).

Os valores dos pagamentos variam de R$ 300 a R$ 600. “Existe um custo fiscal elevado nessa ajuda na pandemia, mas ela é necessária para a crise que atravessamos. Não estender o benefício pode ser um desastre social para a população mais carente. Com o auxílio prolongado até o fim do ano, quase metade do seu custo total (45%) seria coberta pela elevação da arrecadação de impostos gerada pelo aumento da atividade econômica”, justifica o deputado Boca Aberta.

O PL 5.514/2020 e o PL 58/2021, dos deputados Fábio Henrique (PDT-SE) e Wilson Santiago (PTB-PB), determinam o pagamento de R$ 600 até junho. “Nas periferias do Brasil, sobretudo nas regiões mais pobres, a situação é extremamente preocupante, quando não alarmante! A maioria das pessoas vive da economia informal com dinheiro que recebem no dia a dia de suas atividades. São diaristas, comerciantes, pequenos agricultores, artesãos, marceneiros, motoristas de aplicativos. De uma hora para outra, perderam suas rendas e, desde 1º de janeiro, deixaram de receber o auxílio emergencial”, explica Wilson Santiago.

Outros dois projetos da Câmara estendem o programa até abril: o PL 5.650/2020, do deputado Chiquinho Brazão (Avante-RJ), e o PL 29/2021, do deputado José Guimarães (PT-CE). Em ambos, o benefício é fixado em R$ 600. “O fim do auxílio foi em 31 de dezembro, mas os efeitos na saúde pública e na economia vão continuar. As famílias brasileiras ainda precisam de ajuda do Poder Público para continuar sustentando seus lares”, afirma Brazão.

O PL 26/2021, do deputado Carlos Veras (PT-PE), não estabelece um prazo fixo para o fim do auxílio emergencial. Ele prevê o pagamento de R$ 600 mensais “até que se obtenha cobertura vacinal contra a covid-19 em percentual igual ou superior a 70% da população adulta brasileira”. Segundo o parlamentar, “não há mais como usar argumentos fiscais para ir contra o auxílio emergencial, quando até mesmo economistas renomados no mercado já se posicionaram em defesa da renovação da medida e mostraram que há espaço para o pagamento”.

Benefício no Orçamento

A Comissão Mista de Orçamento (CMO) deve ser instalada na próxima terça-feira (9). O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, classifica a prorrogação do auxílio emergencial como uma das prioridades do Congresso. Na quinta-feira (4), ele se reuniu com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para tentar costurar a inclusão do benefício no Projeto da Lei Orçamentária Anual (PLN 28/2020).

— A pandemia continua. Vim externar uma preocupação em relação à assistência social, a um socorro urgente para ajudar a camada mais vulnerável da população. Senti do ministro toda a boa vontade para encontrar uma solução. Obviamente faremos isso com cautela e prudência, mas temos que ter a sensibilidade humana — afirmou Pacheco.

Guedes condiciona a prorrogação do benefício à aprovação de “um novo marco fiscal”. O ministro defende, por exemplo, a aprovação de três propostas de emenda à Constituição (PECs) que aguardam votação no Senado: a PEC Emergencial (186/2019), a PEC dos Fundos Públicos (187/2019) e a PEC do Pacto Federativo (188/2019).

— É muito importante que seja dentro de um quadro de recuperação das finanças. É possível, temos como orçamentar isso, desde que seja dentro de um novo marco fiscal, robusto o suficiente para enfrentar eventuais desequilíbrios. Agora nós temos protocolo. Se o Congresso aciona o estado de emergência ou calamidade, temos condições de reagir rapidamente à crise — declarou Guedes.

Projetos prorrogam auxílio emergencial

No Senado

Projeto

Valor do Benefício

Validade do Programa

PL 22/2021 R$ 600 Quatro meses após publicação da lei
PL 5.584/2020 R$ 600 Março
PL 5.495/2020 R$ 300 Março
PDL 1/2021 Não especifica Junho

Na Câmara

Projeto

Valor do Benefício

Validade do Programa

PL 24/2021 R$ 600 Dezembro
PL 72/2021 Não especifica Dezembro
PL 121/2021 R$ 600 Dezembro
PL 130/2021 R$ 300 a R$ 600 Dezembro
PL 202/2021 R$ 300 Dezembro
PL 5.514/2020 R$ 600 Junho
PL 58/2021 R$ 600 Junho
PL 5.650/2020 R$ 600 Abril
PL 29/2021 R$ 600 Abril
PL 26/2021 R$ 600 Até vacinar 70% da população
 
Fonte: Senado Federal e Câmara dos Deputados

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Salvar vidas, um sonho que virou realidade

 


Primeira profissional de saúde do DF a ser vacinada, a enfermeira Lídia Dantas conta que, desde criança, desejava atuar nessa área

 

Lídia trabalha no Hran e atua na linha de  frente de combate ao coronvírus | Foto: Breno Esaki/Agência Saúde

Ser enfermeira sempre foi um sonho para Lídia Rodrigues Dantas. Desde criança, ela almejava trabalhar na área da saúde, ajudando a salvar vidas. O sonho tornou-se realidade: há mais de sete anos, Lídia atua na área de assistência. Somente no pronto-socorro do Hospital Regional da Asa Norte (Hran), a profissional está há três anos e meio.

Desde março de 2020, quando o Hran tornou-se referência para o atendimento de pacientes com Covid-19, Lídia se engajou na linha de frente do combate ao vírus Sars-Covs-2. Em 19 de janeiro, quando começaram a chegar os lotes de vacinas para grupos prioritários, ela foi a primeira profissional de saúde do DF a receber a dose.

“Senti muita gratidão pelo reconhecimento, por poder representar a enfermagem e a equipe do Hran no geral, foi uma honra”, revela. “Nunca passou pela minha cabeça que viveria essa experiência. A melhor sensação foi a esperança de que logo isso vai passar.”

“Nunca passou pela minha cabeça que viveria essa experiência. A melhor sensação foi a esperança de que logo isso vai passar”Lídia Rodrigues Dantas, enfermeira

Dia a dia

Estar longe da família, conta, é a parte mais difícil de sua missão. “Foi bem assustador no início, muitas mudanças dos protocolos”, conta. “Não sabíamos como seria, muitos colegas adoecendo, mas fomos vencendo um dia de cada vez”.

Ela lembra que todos os profissionais que estão na luta diária contra a pandemia estão muito cansados pela luta diária, mas avalia que a vacinação foi uma forma de motivar e passar mais segurança para todos.

“Vivemos sob pressão o tempo todo, e agora ainda mais”, afirma. “Mesmo assim, seguimos cuidando e fazendo o nosso melhor. Torço para que sejamos mais valorizados mesmo quando tudo isso passar.”

Com informações da SES

AGÊNCIA BRASÍLIA

Chega ao Noroeste a Campanha contra o Trabalho Infantil

 


A ideia é mobilizar comerciantes e moradores para eles não façam doações nem comprem mercadorias de crianças em situação de rua

A Campanha contra o Trabalho Infantil chegou ao Setor Habitacional Noroeste. Uma reunião realizada nessa quinta-feira (4) marcou o apoio da comunidade da área ao trabalho de conscientização organizado pelo GDF que já mobiliza moradores e comerciantes de várias regiões administrativas do Distrito Federal,  a exemplo de Asa Sul, Asa Norte, Sudoeste, Cruzeiro e Taguatinga.

É objetivo da Campanha sensibilizar as comunidades por meio da divulgação de material sobre os riscos de incentivo a  esse delito  com a compra de mercadorias oferecidas por crianças e adolescentes em situação de rua. Isso também pode ser feito, como foi orientado, por meio de conversa dos líderes de cada região com moradores para orientá-los para evitar doações porque também só favorecem os exploradores.

Mobilização contou com representantes dos moradores e comerciantes e de órgãos públicos / Foto: Renato Raphael / Sedes

A iniciativa tem o apoio dos Conselhos Tutelares, dos Conselhos Comunitários de Segurança (Conseg), da Polícia Militar, e do Fórum de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e de Proteção ao Trabalhador Adolescente no Distrito Federal (Fórum PETI-DF), coordenado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Em Taguatinga, a ação é integrada com o Creas Taguatinga.

Foco no comércio

Coordenadora do Creas Brasília, Juliana Castro aponta que o foco da campanha é o comércio da região, porque são nos estabelecimentos dessa atividade que se concentram os pedintes, entre eles crianças e adolescentes submetidos a esse tipo de exploração.

Na reunião com os comerciantes do Noroeste, a gestora explicou que, com a ajuda dos moradores, é possível identificar e levar esses casos ao Conselho Tutelar e ao Serviço Especializado de Abordagem Social para conversar com as famílias para que elas não venham com as crianças para rua. “Se quiser vir, que venha um adulto. O foco é evitar crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil nos espaços públicos”, destacou.

Tudo é moeda de troca na rua. Você doa comida, mas a comida, por exemplo, nem sempre é para servir de alimentação, pode ser trocada por uma pedra de crackJuliana Castro, coordenadora do Centro de Referência em Assistencia Social (Creas) Brasíliado

Moeda de crack

Segundo a coordenadora, o trabalho deve ser direcionado à população como um todo para que eles entendam que a doação e a compra das mercadorias incentivam o trabalho infantil.  “Eles ficam com pena, mas, quem está na rua, está exposto ao uso de drogas, ao tráfico, à exploração sexual, têm crianças alugadas, que a família empresta para o vizinho em troca de R$ 50 para eles passarem o dia na rua. Tudo é moeda de troca na rua. Você doa comida, mas a comida, por exemplo, nem sempre é para servir de alimentação, pode ser trocada por uma pedra de crack”, conta.

A Campanha ganhou o apoio de Glaucio Carmargos, proprietário de uma escola no Noroeste e morador da região há cinco anos. “Se nós não fizermos as doações de forma correta, seremos os primeiros a estimular que eles fiquem aqui. Essas explicações para nós são muito boas, porque, às vezes, ficamos iludidos com uma situação momentânea, e causando, na verdade, um mal aquela criança. O Noroeste é um bairro novo, temos que mudar agora essa hábito”, ressaltou.

Alexander Menezes, que é síndico do condomínio onde mora no Noroeste, avaliou que fazer essa prevenção também é importante para prevenir o aumento da criminalidade na região. “As pessoas são generosas, querem fazer doação, querem minimizar o problema e acabam fazendo da forma errada, que é doando, atraindo pessoas em situação de rua. O Noroeste é um bairro muito tranquilo ainda, com um índice de criminalidade muito baixo. Mas é preciso prevenir, até para evitar aumento de crimes, pequenos furtos”, ponderou.

 

* Com informações da Secretaria de Desenvolvimento Social

AGÊNCIA BRASÍLIA

Ação itinerante da Sejus imuniza 220 idosos

 


Parceria entre as secretarias de Justiça e Cidadania e da Saúde possibilitou, em dois dias, a vacinação de grupo com mais de 80 anos sem aglomeração

No segundo dia da ação, 89 idosos foram imunizados com a vacina da farmacêutica AstraZeneca, de Oxford | Foto: Jhonatan Ribeiro/Sejus

Espaço aberto, seguro e com acessibilidade atraiu a atenção de moradores de uma das regiões administrativas que tem o maior índice de população idosa do DF. O grupo prioritário – definido pelo calendário de vacinação do Ministério da Saúde, com mais de 80 anos – logo cedo, formava uma tímida fila na Praça dos Direitos, na QNN 13 de Ceilândia.

Expectativa, emoção e ansiedade foram relatos expressados pelos idosos e acompanhantes que passaram pelo local.

Após um ano à espera da vacina, dona Francisca Maria, de 86 anos, descreveu o momento como um misto de medo e felicidade. ” Estava muito preocupada por causa do vírus, a gente que é idosa sente que pode acontecer algo ruim, fica receosa, mas graças a Deus estou feliz demais agora”, afirmou.

Com uma cadeira de praia na mão, a filha de Dona Antônia Pereira de Souza, de 96 anos, se preparou para uma longa espera na fila para vacinar a mãe e se surpreendeu com a estrutura. “Pensamos que iria demorar, vimos que ontem estava vazio e que muita gente poderia ter tido a mesma ideia que a gente. Por isso, garantimos um local para ela sentar. Mas tem até cadeira de rodas para auxiliar as pessoas. Foi mais rápido do que a gente esperava”, comentou satisfeita.

A secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, destacou a responsabilidade do governo em trabalhar de forma unida, utilizando equipamentos públicos e projetos que possam expandir a imunização, nas regiões administrativas do DF. “De maneira rápida e sem aglomeração, trouxemos nossa ação ‘Sua Vida Vale Muito’ para Ceilândia. O sentimento de poder imunizar este primeiro grupo traz um senso de responsabilidade muito grande”.

A secretária também falou sobre a ação itinerante ter adaptado o tema para atender melhor a comunidade. “As ações da Sejus são idealizadas para levar, de diversas formas, serviços que fazem diferença às comunidades, desta forma, nos colocamos à disposição da secretaria de Saúde para trazer mais agilidade na imunização dos idosos”, completou.

A atividade ocorreu por meio do programa itinerante da Sejus: “Sua Vida Vale Muito”. Nesta primeira edição de 2021, a ação, que já percorreu várias cidades do DF e atendeu mais de seis mil pessoas, teve o foco adaptado para a expandir a imunização na cidade de Ceilândia.

De maneira rápida e sem aglomeração, trouxemos nossa ação ‘Sua Vida Vale Muito’ para Ceilândia. O sentimento de poder imunizar este primeiro grupo traz um senso de responsabilidade muito grandeMarcela Passamani, secretária de Justiça e Cidadania

No primeiro dia, 04 de fevereiro, 131 idosos foram vacinados. Nesta sexta (5), segundo dia da ação, 89 idosos foram imunizados. A vacina aplicada durante os dois dias foi a da farmacêutica AstraZeneca, da Oxford.

*Com informações da Sejus


AGÊNCIA BRASÍLIA

Vice-governador ouve demandas em São Sebastião

 


Conversa com lideranças da cidade é para diminuir a burocracia e enfatizar a importância de se registrar solicitações nas ouvidorias

Café com o Vice começou pela RA de São Sebastião reunindo lideranças locais e comunitárias | Fotos: Vinícius Melo/Agência Brasília

Moradores e lideranças comunitárias de São Sebastião tiveram, na manhã desta sexta-feira (5), a chance de conversar com o vice-governador Paco Britto, durante o primeiro Café com o Vice – projeto da ouvidoria da vice-governadoria para aproximar governo e comunidade. Paco reforçou a importância de o cidadão sempre registrar sua demanda nas ouvidorias das administrações regionais.

“Deixem registradas as reclamações, as sugestões, os elogios. Peço para vocês, porque com o registro, a demanda não se perde e conseguimos atuar de forma mais rápida, podemos cobrar dos órgãos responsáveis, podemos acompanhar com lupa a solução de um problema, acatar quando for uma sugestão, e receber, quando for um elogio”, explicou o vice-governador.

Em São Sebastião, Paco se encontrou com um  grupo de lideranças na administração regional da cidade. Chegou cedo. Tomou café com pão de queijo. Distribuiu álcool em gel e máscaras e lembrou a todos sobre as medidas de segurança contra a Covid-19. Para garantir o distanciamento social mínimo, apenas quem havia se inscrito pode permanecer no local. Em um bate papo informal, o vice-governador ouviu as demandas e as comentou, uma a uma.

Encontros vão promover a democracia participativa e o controle social | Fotos: Vinícius Melo/Agência Brasília

A questão fundiária foi a mais questionada pelos participantes, que receberam a boa notícia do vice-governador de que a Câmara Legislativa do DF já está analisando o Projeto de Lei Complementar para a regularização do Morro da Cruz, do Capão Comprido e da Vila do Boa. “São áreas passíveis de regularização e que obedecem às questões legais”, explicou o vice-governador.

Paco ressaltou, ainda, que a regularização fundiária é primordial para que outras demandas possam ser atendidas, como pedidos de asfalto, de esgoto, de luz. “Mas, com certeza, todos esses pedidos serão levados ao conhecimento dos órgãos gestores e farei a ponte. Por isso, ressalto, mais uma vez, a importância de registrar tudo na Ouvidoria”.

Nas ouvidorias

De acordo com o ouvidor da Administração Regional, Wilson Furtado, a maioria dos registros no órgão são referentes à tapa buracos e recolhimento de entulho. Somente em 2020, foram 2.723 registros no órgão e 663 resolvidos pela própria administração. “Em São Sebastião, temos um problema cultural com entulho. Retiramos hoje, amanhã está nas ruas novamente. Mas a população faz a reclamação e nós, prontamente, retiramos”, assegura o ouvidor. No ano passado, a administração recolheu 900 toneladas de entulho pela cidade.

Nas ouvidorias, o registro de uma reclamação, sugestão, elogio e até mesmo denúncia, é facilmente acatada e rapidamente respondida.  Por lei, as ouvidorias têm até 20 dias para dar retorno ao cidadão – com exceção das denúncias, que seguem trâmite diferenciado e vão para a Controladoria-Geral. O registro pode ser feito pelo telefone 162, por internet ou pessoalmente.

Demandas apresentadas no “Café com o Vice”

Transporte escolar – Está em licitação para atender a todas as cidades do DF.

Segurança na área rural – Tenente coronel Maciel, comandante do 21º batalhão de Polícia Militar, propôs uma reunião para encontrarem melhor solução para o tema.

Estradas rurais – Administração disponibiliza, pelo menos uma vez por mês, máquinas para atendimento à demanda.

Esgoto no residencial Vitória – Pode ser executado e vice-governadoria se propôs a cobrar da Caesb elaboração de projeto e ajudar a buscar recursos para a obra.

Pavimentação das vias São Lucas e Nacional e Vila do Boa – Projetos avançados por parte da administração e Novacap. Já há previsão de recursos por parte de emendas do deputado distrital Rafael Prudente e compromisso da Novacap de licitar ainda este ano.

Hospital – Já está à procura de uma área e o Comitê Todos Contra a Covid, coordenado pelo vice-governador, tenta, com empresários, a doações de um hospital para a cidade.

Creche – Área não é decidida pelo GDF, mas pelo Governo Federal. Assim que houver área destinada, governo pode sim fazer a ponte para implantação de creche na cidade.

Feira – Projeto para reforma completa da feira da cidade já foi entregue e aguarda aprovação. Licitação deve acontecer ainda em 2021.

AGÊNCIA BRASÍLIA

Canal de irrigação do Rodeador será recuperado

 


Aporte será de R$ 7 milhões para primeira etapa da maior obra do tipo na capital. Projeto terá início no principal ramal do sistema

Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília
O lançamento do convênio entre os órgãos ocorreu nesta sexta-feira (5) e a verba vai permitir a contratação de serviços de engenharia e a aquisição de material para a execução da obra | Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

Um dos principais canais de irrigação do Distrito Federal será recuperado, eliminando a perda de água que chega a 50% da captação. Trata-se do Rodeador, na região do Incra-06, em Brazlândia, que tem 33 quilômetros de extensão e beneficia mais de cem produtores rurais da região. A maior obra de irrigação da capital será dividida em etapas e vai começar pelo ramal mais significativo do sistema, de 6,4 metros. Isso será possível graças a uma parceria do Governo do Distrito Federal com a Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), que garantiu aporte de R$ 7 milhões para esta fase.  

O lançamento do convênio entre os órgãos ocorreu nesta sexta-feira (5) e a verba vai permitir a contratação de serviços de engenharia e a aquisição de material para a execução da obra. A iniciativa vai resolver uma demanda de mais de 15 anos, com a construção de tubulações para garantir o fluxo da água sem perdas de evaporação ou infiltração que ocorrem atualmente por ser canal a céu aberto, em uma vala. “Os recursos estão chegando e já estamos providenciando o processo de licitação para iniciar imediatamente a obra, que tem importância social e econômico”, avisa o secretário de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri), Candido Teles.

Técnico da Seagri lotado na Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Edvan Sousa Ribeiro explica que o canal se divide em nove ramais. “Ele capta água do Córrego Rodeador, que é um dos afluentes do Rio Descoberto, passa pelas propriedades e chega à Barragem. É um dos maiores canais do DF, foi construído há mais de 30 anos para desenvolver a região. É eficiente, mas tem perda muito grande de água”, diz. De acordo com ele, a tubulação vai acabar com desperdícios e permitir captação de 150 litros por segundo, suficiente para abastecer uma cidade de cem mil habitantes.

Na região, os produtores dedicam-se ao cultivo de frutas como goiaba e morango, além de hortaliças diversas. A produção de morango, inclusive, é a maior do DF.  “É a maior obra de um canal de irrigação no DF. É um canal com vazão grande e, neste caso, ele compete diretamente com a Barragem do Descoberto. A água que os produtores utilizam é a mesma que abastece a cidade, por isso torna-se importante canalizar toda esta água”, explica o secretário executivo de Agricultura, Luciano Mendes.

Diretor da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do DF (Adasa), Jorge Werneck conta que da forma como é atualmente, na terra, a água infiltra no solo. “Esse projeto quer garantir isso: que cada gota que saia do rio seja entregue aos produtores e aquilo que fica no rio, chegue ao reservatório. Isso garante segurança hídrica tanto para os produtores quanto para 1,8 milhão de pessoas que bebem a água desta bacia”, explica.

Benefício direto

“Esse é um pedido que fazemos há mais de 15 anos”, conta Ricardo Kiyoshi Sassa, 41 anos. A família dele é produtora rural de hortaliças desde 1978 e ele comemora a ação. “A revitalização desse canal é um sonho. Será um ganho para todos, especialmente depois da crise hídrica”, afirma. Ele também atua como presidente da Associação Condomínio do Sistema de Irrigação do Rodeador. Administrador regional de Brazlândia, Jesiel Costa Rosa valoriza o investimento no local. “Ficamos muito felizes por receber essa obra, que vai trazer um retorno maravilhoso para nossa região”, destaca.

Para família de Sassa e cerca de outros cem produtores, a mudança será na rotina diária. Presidente da Emater, Denise Fonseca revela que os trabalhadores da região estavam praticamente impedidos de produzir por falta de água.  “As famílias vão voltar a produzir alimentos e a abastecer o DF”, diz. O resultado será visto nas Centrais de Abastecimento (Ceasa). “Nós temos Brazlândia como principal polo de fornecimento de hortifrutigranjeiros de origem do DF. Essa obra vai impactar na capacidade de produção e vamos ter um abastecimento mais regularizado”, conta o presidente, Sebastião Márcio.

Panorama

O DF tem hoje 72 canais de irrigação, distribuídos em mais de 240 quilômetros de extensão. Toda essa faixa atende a cerca de dois mil produtores rurais, que produzem alimentos para todo o DF e outras localidades. Boa parte desses canais, conhecidos como regos d’água, foram construídos em uma época em que a irrigação era menor e mais simples. Não se utilizava o volume de água de hoje, e a população do Distrito Federal também era menor. Portanto, não havia tantos conflitos por água.

Com o passar do tempo, a perda de água por infiltração e a evaporação tornaram-se um problema. A crise hídrica que assolou o DF entre 2016 e 2017 reforçou a necessidade de investimentos na área. Agora, o GDF tem trabalhado para resolver este problema e canalizar boa parte destes canais. Pelo menos 80 quilômetros dos 240 quilômetros de canais do DF já estão tubulados e vem mais por aí. Este é um processo que consiste em colocar tubos de PVC e polietileno nos canais. A medida é essencial porque praticamente zera a perda de água. Assim, o produtor ganha na economia e o meio ambiente também agradece.
 
O DF é, inclusive, uma das poucas capitais do Brasil com área rural. São 404 mil hectares onde são produzidos soja, milho, frango, suínos e hortaliças diversas. Mais de 40 mil postos de trabalho são gerados por essa produção rural, o que coloca a capital  entre os dez maiores PIBs agropecuários do país.

AGÊNCIA BRASÍLIA