terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

TSE confirma que suplente de deputado federal de SP deve devolver recursos aos cofres públicos

 


Laércio Lopes contratou serviço de impulsionamento de conteúdo que não foi totalmente prestado

TSE - Sessão jurisdicional em 01.02.2021

Na sessão extraordinária de abertura do Ano Judiciário de 2021, realizada nesta segunda-feira (1º) o Plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) manteve decisão do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) que desaprovou as contas de campanha de Laércio Benko Lopes (PHS), diplomado suplente de deputado federal na eleição de 2018.

Por unanimidade, os ministros mantiveram o entendimento da Corte Regional que determinou que Laércio Lopes devolva R$ 63,3 mil ao Tesouro Nacional em razão de irregularidades identificadas em suas contas. Porém, o Plenário afastou a necessidade de o candidato repassar R$ 30,5 mil ao PHS, partido pelo qual disputou o pleito, como havia sido determinado pelo TRE.

Desse modo, o TSE acompanhou a decisão individual do ministro Alexandre de Moraes, relator do recurso apresentado por Laércio Lopes, que acolheu parte das sanções aplicadas pelo Regional, mantendo a desaprovação das contas do candidato.

Do total de R$ 143,8 mil pagos previamente à empresa de impulsionamento, uma parcela foi saldada com verbas do Fundo Eleitoral Financiamento de Campanhas (FEFC), também conhecido como Fundo Eleitoral. A empresa prestou efetivamente R$ 49,9 mil em serviços na área.

O ministro Alexandre de Moraes confirmou que o candidato deve devolver os recursos do FEFC não utilizados efetivamente no impulsionamento de conteúdo, previamente contratado por Laércio.

O TRE de São Paulo classificou a diferença entre o valor do serviço contratado e o realmente prestado como “sobra de campanha”. Porém, o ministro relator lembrou que a Resolução TSE n. 23.553/2017 (artigo 53, inciso I e parágrafo 1º) não enumerou como sobras de campanha diferenças de “possíveis falhas nos serviços contratados ou de eventuais defeitos dos bens angariados durante a campanha”.

“Com efeito, o quadro fático descrito sugere a existência de um típico desajuste envolvendo o tomador do serviço e a empresa contratada, consubstanciado na entrega de um volume de impulsionamentos virtuais menor do que aquele adquirido pelo candidato, sobre o qual não cabe à Justiça Eleitoral se imiscuir”, afirma o ministro Alexandre de Moraes na decisão.

Segundo o relator, no caso da parcela do serviço paga com verbas do FEFC, “a irregularidade pode ser enquadrada perfeitamente como malversação de recurso em campanha, o que justifica, por si só, a desaprovação das contas e a devolução de recursos ao Tesouro Nacional, sob pena, inclusive, de enriquecimento sem causa do candidato”.

Quanto à parte paga com outros recursos, o ministro entendeu que, embora a empresa não tenha prestado integralmente o serviço e tenha emitido notas fiscais com o valor total contratado, é “incontroverso o fato de que o candidato comprovou, por meios idôneos, ter quitado a dívida contratada com a empresa”, devendo ressarcir ao erário a parcela relativa ao FEFC.

EM/LG, DM

Processo relacionado: AgR no Ag de Inst 0608305-62

“A violência e a intolerância são incompatíveis com a democracia”, diz Barroso

 


Declaração foi dada nesta segunda-feira (1º), durante a sessão de abertura do Ano Judiciário de 2021

sessão plenária

“A violência, a agressão e a intolerância são incompatíveis com a democracia”, disse o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, durante sessão de abertura do ano Judiciário de 2021, na noite desta segunda-feira (1º). Barroso ressaltou, na ocasião, que mesmo nas democracias mais consolidadas do mundo há riscos, por isso é preciso nunca baixar a guarda na defesa dos valores que efetivamente consagram a democracia, que são eleições livres, poder limitado, respeito aos direitos fundamentais e alternância no poder.

“A divergência sempre existiu e sempre existirá enquanto houver liberdade. As pessoas que pensam diferente não são inimigas, e, sim, contribuem conjuntamente para um mundo democrático e uma sociedade aberta e plural”, disse ministro ao comentar a invasão da sede do poder legislativo dos Estados Unidos da América, situação que gerou violência, mortes e mais uma vez colocou em risco o processo democrático.

O presidente da Corte Eleitoral defendeu a eficiência do processo eleitoral brasileiro. “Lembro a todos que a história da República brasileira por muitas décadas foi a das fraudes eleitorais. Foi a eleição em cédula de papel e o lançamento nos mapas eleitorais, a bico de pena, que marcaram o desencontro da república velha e motivaram movimentos como o tenentismo e a revolução de 1930”.

“Por isso, é impossível, respeitando quem pensa divergente, defender a volta do voto em cédula, que precisa ser contado manualmente, o que gera toda a potencialidade de fraudes e que foram superadas com a implantação, em 1996, do sistema digital de votação por meio das urnas eletrônicas”, apontou Barroso. 

Urna Eletrônica

De acordo com o ministro, o ano de 2020 foi muito difícil para o mundo e para o Brasil, em que morreram mais de 220 mil pessoas por causa da Covid-19, em que o Real foi uma moeda de altíssima desvalorização e em que boa parte da Amazônia e do Pantanal sofreram com queimadas e desmatamento. Apesar disso, algo funcionou bem: o sistema eleitoral.

“Não é nisso que se deve mexer. Esse é um time que vem ganhando e, portanto, a Justiça Eleitoral é fiadora desse sistema. Os eleitos foram efetivamente sagrados pela vontade popular, e não há nenhuma razão para supor o contrário”, afirmou Barroso, que aproveitou a oportunidade para contar que o sistema eleitoral brasileiro foi elogiado mais uma vez pela Organização dos Estados Americanos (OEA), que destacou sua confiabilidade e transparência.

Em seu discurso, Barroso também foi categórico ao afirmar que, em nenhum momento, durante os 24 anos de utilização das urnas eletrônica no processo eleitoral, foi documentado qualquer tipo de fraude.

Agradecimento ao SUS

O ministro não se esqueceu de agradecer o trabalho do Sistema Único de Saúde e dos milhares de profissionais que estão à frente do combate da Covid 19, que ajudam minimizar a angústia na frente de combate a essa doença. “A ciência venceu todas as visões obscurantistas, e estamos conseguindo nas circunstâncias possíveis ampliar a vacinação da população brasileira e imunizar o maior número de pessoas”, relatou.

Democracia Digital

Barroso destacou, ainda, o esforço do TSE para a atualização e apoio das mídias sociais como aliadas da Justiça Eleitoral para a modernização e facilitação do acesso às informações. No Tribunal, as redes sociais cresceram significativamente e continuarão desempenhando papel de destaque este ano.

Segundo ele, o TSE finalizou 2020 com um aumento importante nesses novos meios: o Instagram do TSE passou de 77 mil seguidores para 207 mil. O canal no YouTube passou de 5.632 visualizações para 360.400 visualizações de material produzido pela Justiça Eleitoral. O Twitter passou de 308 mil para 380 mil seguidores. Já no Facebook, o número saltou de 215 mil seguidores para 244 mil. O portal virtual do TSE teve, em 2020, mais de 278 milhões de visualizações. E a novidade foi a inclusão do perfil do Tribunal no TikTok, em que um único vídeo conseguiu alcançar 1,2 milhões de visualizações.

Projetos para 2021

O presidente destacou ainda a continuidade de projetos para ampliação ao acesso democrático da política brasileira. Ele cita o desenvolvimento das campanhas como “Mais mulheres na política”, o combate à violência política, a sequência de estudos para o desenvolvimento da sustentabilidade e redução de carbono, a inclusão de jovens lideranças na política e as análises de projetos para o programa “Eleições do Futuro”.

IC, TP/LG, DM

Hugo Leonardo: a força da parceria no Tribunal Regional do Piauí

 


Entre outros trabalhos importantes, ele participou da implantação do ciclo de inspeções da Corregedoria Regional Eleitoral nos cartórios eleitorais do estado

 Hugo Leonardo - TRE-PI

A parceria é sempre o caminho trilhado por Hugo Leonardo na sua atuação como chefe da Seção de Orientação das Zonas Eleitorais da Corregedoria Regional Eleitoral (CRE) do Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI).  No último dia 10 de janeiro, ele completou 16 anos na Justiça Eleitoral, nove deles no cartório da 85ª Zona Eleitoral, em Joaquim Pires. Hugo Leonardo também assessorou por um ano o procurador regional eleitoral, entre outras funções ocupadas.

Na hora de rever a sua trajetória no TRE do Piauí, ele enumera, com orgulho e gratidão, alguns trabalhos mais significativos, mas sempre destacando o papel dos colegas e a importância da parceria. “Por envolver mais pessoas, a parceria é, realmente, um mecanismo bastante produtivo que permite o surgimento de novas ideias, revelando pontos de vista que se somam”, afirmou.

Hugo coordenou os trabalhos de revisão do Manual de Procedimentos Cartorários da Corregedoria Regional Eleitoral da Corte por duas vezes, em 2013 e 2019. Na ocasião, sua equipe fez algumas modificações importantes no material, tornando-o mais atraente para a leitura. “O diferencial é que o manual, que era praticamente um compilado de normas, passou a ser mais didático e prático. Passou a contar com a participação de servidores dos cartórios eleitorais na revisão do seu conteúdo”, informa Leonardo.

Com o sucesso do trabalho, veio outra inovação. Foram disponibilizados modelos on-line e uma versão para aplicativos de smartphones, o SOPHOS. Segundo Hugo Leonardo, a novidade amplia o acesso dos servidores ao documento e facilita o processo de consulta.

Treinamento para mesários

O servidor integra também os grupos de Trabalho (GTs) Mesários e de Cadastro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Hugo Leonardo foi o responsável por coordenar o subgrupo que mapeou os pontos mais relevantes que deveriam ser alterados, para possibilitar o treinamento de mesários de forma remota.

Os mesários também puderam obter, via internet, a Declaração dos Trabalhos Eleitorais (DTE), o que dispensou a necessidade de deslocamento dos colaboradores da JE aos cartórios eleitorais para conseguir o documento. Tanto o treinamento remoto quanto a liberação da DTE de maneira digital foram medidas tomadas pela Justiça Eleitoral para garantir a segurança dos mesários nesse momento de pandemia da Covid-19, evitando o comparecimento presencial e filas.

A partir de 2013, Hugo Leonardo implantou o ciclo de inspeções da CRE/PI nos cartórios eleitorais do estado. A Corregedoria Regional realiza inspeções presenciais na totalidade dos cartórios eleitorais a cada cinco anos. Essa prática deu maior uniformidade aos procedimentos referentes ao assunto.

“A inspeção tem um caráter duplo: de fiscalização e de orientação. Isso permite a correção de eventuais erros e a padronização dos serviços cartoriais. É um trabalho muito importante e que tem repercutido na porta de entrada da JE, que é o cartório eleitoral”, explica.

Este texto faz parte da série “Nós somos a Justiça Eleitoral”, que vai mostrar a todos os brasileiros quem são as pessoas que trabalham diariamente para oferecer o melhor serviço ao eleitor. A série será publicada durante todos os dias de fevereiro, mês em que se comemora o aniversário de 89 anos de criação da Justiça Eleitoral.

EM/CM, DM

Confira a pauta de julgamento da sessão plenária desta terça-feira (2)

 


Sessão será transmitida a partir das 19h pelo canal da Justiça Eleitoral no YouTube e pela TV Justiça

Plenário vazio

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deve julgar nesta terça-feira (2), a partir das 19h, recurso da Google Brasil Ltda. contra acórdão do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) favorável à senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP). A sessão será realizada por videoconferência e transmitida ao vivo pelo canal do TSE no Youtube e também pela TV Justiça.

Durante a campanha ao Senado Federal, em 2018, a candidata por São Paulo Mara Gabrilli processou a Google Brasil e o também candidato Jilmar Augustinho Tatto (PT) por propaganda eleitoral irregular na internet. Gabrilli alegou no processo que Tatto estaria usando a ferramenta Google Ads para fazer com que as buscas por ela no Google fossem direcionadas a um link de propaganda eleitoral que o beneficiava.

Os ministros também julgarão um Recurso de Habeas Corpus que pede o trancamento de uma ação penal eleitoral que tramita contra o ex-governador de Goiás, Marconi Perillo, e ainda dois recursos oriundos do Rio de Janeiro (RJ) e Maceió (AL).

Sustentação oral

Os advogados que pretendam fazer sustentação oral durante as sessões por videoconferência devem preencher o formulário disponível no Portal do TSE com 24 horas de antecedência.

Transmissão on-line

A sessão de julgamento poderá ser assistida, ao vivo, pela TV Justiça e pelo canal oficial da Justiça Eleitoral no YouTube. Os vídeos com a íntegra de todos os julgamentos ficam disponíveis na página para consulta logo após o encerramento da sessão.

Confira a relação completa dos processos da sessão de julgamento desta terça-feira (2). A pauta está sujeita a alterações.

Acompanhe também as decisões da Corte Eleitoral no Twitter.

Processos relacionados: Respe 0605327-15 e RHC 0600364-98

RG/CM