terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Análise: Rogério Ceni faz ajuste, Flamengo volta a vencer, mas desempenho ainda precisa evoluir

 

Por Felipe Schmidt — Rio de Janeiro

 


Melhores momentos de Goiás 0 x 3 Flamengo pela 30ª rodada do Brasileirão
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Melhores momentos de Goiás 0 x 3 Flamengo pela 30ª rodada do Brasileirão

Após três jogos sem vencer, o Flamengo voltou a triunfar no Campeonato Brasileiro e se recuperou na briga pelo título. Um pequeno ajuste feito por Rogério Ceni surtiu efeito e ajudou no resultado, mas o placar por 3 a 0 pode indicar erroneamente uma facilidade maior do que realmente foi o jogo. O time ainda pode mostrar mais com as peças que tem à disposição.

A principal mudança para o jogo foi uma leve alteração na formação. Em vez do 4-4-2 tradicional dos tempos de Jorge Jesus, Rogério Ceni escalou o Flamengo num 4-2-3-1 - esquema já utilizado eventualmente pelo treinador, mas raramente desde o início.

Com a reorganização das peças, Arrascaeta passou a jogar centralizado, onde teve suas melhores atuações neste Brasileirão. Foi assim que o uruguaio rendeu melhor sob o comando de Domènec Torrent, e a sacada de Rogério Ceni merece elogios por potencializar um dos jogadores de maior capacidade técnica do elenco rubro-negro.

Arrascaeta comemora gol pelo Flamengo — Foto: Alexandre Vidal / Flamengo

Arrascaeta comemora gol pelo Flamengo — Foto: Alexandre Vidal / Flamengo

Com Arrascaeta pelo centro e um Diego bastante participativo atuando mais recuado, o Flamengo conseguiu ter mais controle no meio-campo.

A posse de bola foi rubro-negra desde o início, embora o time continue com dificuldade para criar muitas oportunidades de gol. Foi numa rara jogada acelerada, com Diego servindo Arrascaeta, que a equipe abriu o placar.

Formação do Flamengo contra o Goiás: centralizado, Arrascaeta cresceu de produção — Foto: ge

Formação do Flamengo contra o Goiás: centralizado, Arrascaeta cresceu de produção — Foto: ge

A vantagem deu, principalmente, tranquilidade para o Flamengo. O time sofreu nas bolas aéreas no primeiro tempo, quando Rafael Moura teve duas boas chances de cabeça. Depois do gol de Arrascaeta, porém, a equipe ficou mais confortável em campo e correu menos riscos.

O Goiás se lançou em busca do empate no segundo tempo e passou a dar muito campo para o contra-ataque do Flamengo.

Gabigol e Bruno Henrique tiveram boas ocasiões de forma isolada, sem sucesso. Num raro momento em que se combinaram, saiu o gol: arrancada em velocidade de BH e passe para Gabigol ampliar. Eficiência demonstrada também na finalização de Pedro, no fim do jogo, que definiu o placar.

Vitória estabiliza time em momento decisivo

Não foi uma atuação exuberante do Flamengo, mas a vitória ajuda a estabilizar o time num momento decisivo do Brasileiro. A equipe recupera confiança - a zaga conseguiu terminar um jogo sem ser vazada, o que é sempre um alento -, volta a se aproximar do líder São Paulo e pode se preparar para uma sequência difícil de jogos fora de casa.

A principal lição que Rogério Ceni pode levar deste jogo é a nova formação tática. No 4-2-3-1, Arrascaeta voltou a ser decisivo e participou mais da partida. Por outro lado, os pontas - Bruno Henrique e Everton Ribeiro - ainda estiveram aquém do que podem mostrar, o que dá margem de evolução para o time.

A boa atuação de Diego, novamente atuando mais recuado, rendeu elogios de Ceni e dá mais uma opção para o treinador montar seu meio-campo. Contra o Palmeiras, na quinta-feira, ele terá novamente Gerson à disposição.

O Flamengo ainda precisa melhorar seu desempenho para voltar de vez à briga pelo título - e o duelo com o Palmeiras será um teste importante. Mas a vitória sobre o Goiás e o ajuste feito por Rogério Ceni dão uma base sobre a qual trabalhar nesta reta final de Campeonato Brasileiro.

GE

Ex-vereador é preso em esquema de desvio de combustíveis no Rio

 


A investigação faz parte da segunda etapa da Operação Pit-Stop

Publicado em 19/01/2021 - 10:16 Por Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

Um ex-vereador do município de Duque de Caxias, Baixada Fluminense, e ex-policial militar foi preso hoje (19) na segunda fase da Operação Pit-Stop, deflagrada por policiais civis da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados do Rio de Janeiro. O homem é apontado como chefe da organização criminosa que atua em um esquema de desvio de combustíveis. Também foram presas outras quatro pessoas, que segundo a Secretaria de Polícia Civil do Rio, estão envolvidas com ele. De acordo com a secretaria, todos são investigados no esquema de desvio de combustíveis.

Além de Duque de Caxias, os mandados se estendem à cidade do Rio de Janeiro. As investigações apontam que o lucro líquido da organização criminosa alcança cerca de R $1,5 milhão por mês.

A secretaria informou que a investigação começou em junho de 2020. Na época, houve uma ação em um depósito em Campos Elíseos, em Duque de Caxias, que fazia a receptação de combustível. De acordo com a pasta, no local havia quatro tanques com capacidade para 15 mil litros cada, lacres de transporte, dois caminhões-tanque e veículos do restaurante que pertencia ao então vereador.

Na primeira fase da Operação Pit-Stop, realizada em agosto de 2020, foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão, inclusive na residência e no gabinete do ex-vereador na Câmara de Duque de Caxias. Os policiais apreenderam telefones celulares, computadores e documentos que indicaram a participação dos envolvidos no esquema de desvio de combustível conhecido como Bica ou Baldinho. Nele, motoristas desviavam parte do material transportado para depósitos clandestinos de abastecimento.

A Polícia Civil afirmou que os depósitos clandestinos eram “estrategicamente localizados próximos às distribuidoras em Duque de Caxias, para não configurar desvio de rota”. Na avaliação da polícia, os depósitos funcionavam  “como uma espécie de Pit-Stop para os motoristas, que furtam partes fracionadas do material transportado, adulterando o lacre e ludibriando o destinatário final da entrega. O combustível desviado é redistribuído em postos de gasolina do investigado, onde é revendido a preço de mercado”.

Edição: Valéria Aguiar



Por Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

MEC divulga selecionados na primeira chamada do Prouni 2021

 


Candidatos têm até 27 de janeiro para comprovar informações

Publicado em 19/01/2021 - 09:47 Por Heloisa Cristaldo - Repórter da Agência Brasil - Brasília

O Ministério da Educação (MEC) divulgou, hoje (19), a relação dos candidatos aprovados na primeira chamada do Programa Universidade para Todos (Prouni) de 2021.

Os selecionados terão até o dia 27 de janeiro para comprovar as informações prestadas na inscrição. O resultado da segunda chamada será divulgado em 1º de fevereiro. A lista está disponível no site.

Neste ano, o programa oferece bolsas para 13.117 cursos em 1.031 instituições de ensino, localizadas em todos os estados e no Distrito Federal. Só para cursos na modalidade de educação a distância, a oferta é de 52.839 bolsas. No total, mais de 162 mil bolsas estão sendo ofertadas nesta edição do Prouni.

Critérios

Para ter acesso à bolsa integral, o estudante deve comprovar renda familiar bruta mensal de até 1,5 salário mínimo (R$ 1.650) por pessoa. Para a bolsa parcial, a renda familiar bruta mensal deve ser de até 3 salários mínimos por pessoa (R$ 3.300).

É necessário também que o interessado tenha cursado o ensino médio completo em escola da rede pública ou da rede privada, desde que na condição de bolsista integral. Professores da rede pública de ensino também podem disputar uma bolsa, e, nesse caso não se aplica o limite de renda exigido dos demais candidatos.

É preciso ainda que o candidato tenha feito a edição mais recente do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), tenha alcançado, no mínimo, 450 pontos de média das notas e não tenha tirado zero na redação. 

Neste ano, excepcionalmente, os interessados serão selecionados de acordo com as notas do Enem de 2019, uma vez que as provas do Enem 2020 foram adiadas em razão da pandemia da covid-19 e apenas o primeiro dia de provas foi realizado.

Os candidatos não convocados nas duas primeiras chamadas devem manifestar interesse em continuar no processo seletivo entre os dias 18 e 19 de fevereiro. A lista de espera estará disponível para consulta em 22 de fevereiro.

Edição: Kleber Sampaio


Por Heloisa Cristaldo - Repórter da Agência Brasil - Brasília

EUA e Europa cobram libertação do opositor russo Alexei Navalny

 


Ele foi preso no aeroporto, ao desembarcar em Moscou

Publicado em 19/01/2021 - 09:26 Por Agência Brasil* - Brasília

RTP - Rádio e Televisão de Portugal

Os Estados Unidos e vários governos europeus exigem a libertação de Alexei Navalny, opositor de Vladimir Putin que foi detido no aeroporto de Moscou, logo após chegar ao país, por agentes dos serviços prisionais russos (FSIN). Alexei Navalny é acusado de ter violado os termos de uma pena de prisão suspensa a que foi condenado em 2014.

Alexei Navalny voltava para a Rússia vindo da Alemanha, onde estava desde agosto do ano passado, para se tratar de um caso de envenenamento. O Serviço Federal de Prisões da Rússia solicitou à Justiça a prisão do opositor do Kremlin para tornar efetiva uma pena suspensa de três anos e meio a que foi condenado. Em 2017, a sentença foi considerada "arbitrária" pelo Tribunal Europeu dos Direitos Humanos e vários governos ocidentais já condenaram a recente detenção do ativista.

Navalny foi recebido no aeroporto por quatro agentes policiais. Em comunicado, o FSIN informou que Alexei Navalny "permanecerá detido até à decisão do tribunal" sobre o seu caso, sem especificar uma data.

De acordo com os serviços prisionais russos, Navalny "figura em uma lista de pessoas procuradas desde 29 de dezembro de 2020 por diversas violações ao seu período probatório". Além do opositor de Vladimir Putin, vários aliados e apoiadores de Navalny, incluindo seu irmão, Oleg, também foram detidos em Moscou e em São Petersburgo no domingo.

"Alexei foi detido sem que o motivo fosse explicado (...). Não me deixaram regressar para junto dele" após ter passado pelos serviços de migração, disse a advogada de Navalny, Olga Mikhailova.

Repercussão internacional

A União Europeia e os Estados Unidos já reagiram e exigiram a libertação do opositor russo. No Twitter, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, considerou "inaceitável" a detenção e apelou às autoridades russas para que o libertem "imediatamente".

Ontem, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Heiko Maas, pediu à Rússia para "libertar imediatamente" Alexei Navalny.

Reconhecendo que a Rússia está vinculada pela própria Constituição e obrigações internacionais ao Estado de direito e à proteção dos direitos civis, o ministro alemão acrescentou: "evidentemente, estes princípios também devem ser aplicados" a Alexei Navalny, que "deve ser libertado imediatamente".

Após "grave ataque de envenenamento" cometido em solo russo contra Navalny, a Alemanha apelou à Rússia para "investigar minuciosamente este ataque e levar os perpetradores à Justiça".

Os governos da França e da Itália também pediram a libertação de Navalny. Já a Lituânia e a República Checa apelaram à UE que impusesse rapidamente sanções à Rússia como forma de pressionar pela libertação do russo.

Já os EUA condenaram "veementemente" a detenção do opositor russo, segundo declarou o chefe da diplomacia norte-americana, Mike Pompeo.

"Os Estados Unidos condenam firmemente a decisão da Rússia de prender Alexei Navalny", disse Pompeo, em comunicado, expressando "grande preocupação".

Para o secretário de Estado da administração Trump, esta detenção "é a última de uma série de tentativas para silenciar Navalny e outras figuras da oposição e vozes independentes que criticam as autoridades russas".

No Twitter, Pompeo acrescentou que "líderes políticos confiantes não temem vozes concorrentes, nem cometem violência ou detêm opositores políticos injustamente".

No mesmo dia da prisão, o conselheiro de segurança nacional do Presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, também exigiu a libertação imediata do russo.

"Navalny deve ser libertado imediatamente e os responsáveis pelo ataque inadmissível à sua vida devem ser responsabilizados", escreveu Jake Sullivan numa mensagem publicada no Twitter.

"Os ataques do Kremlin a Navalny não são apenas uma violação aos direitos humanos, mas uma afronta ao povo russo, que deseja que as suas vozes sejam ouvidas", acrescentou.

Na segunda-feira, o Reino Unido exigiu que a Rússia libertasse imediatamente o opositor do Kremlin e que Moscou explicasse o envenenamento de Navalny.

"É espantoso que Alexei Navalny, vítima de um crime desprezível, tenha sido detido pelas autoridades russas. Ele deve ser libertado imediatamente", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros inglês, Dominic Raab, que emendou: "em vez de perseguir o Sr. Navalny, a Rússia devia explicar como é que uma arma química passou a ser usada em solo russo".

A organização de defesa dos Direitos Humanos Amnistia Internacional também condenou a detenção do ativista russo.

"Alexei Navalny foi privado da sua liberdade pelo seu ativismo político pacífico e por exercer a sua liberdade de expressão. A Amnistia Internacional considera-o um prisioneiro de consciência e apela à sua libertação imediata e incondicional", disse a organização não-governamental (ONG), numa declaração.

Resposta russa

A Rússia, contudo, rejeitou todos estes pedidos, apelando ao Ocidente para cuidar dos próprios problemas. "Respeitem o Direito Internacional, não invadam a legislação nacional de Estados soberanos e tratem dos problemas de seus próprios países", escreveu a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakharova, no Facebook.

O ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, também respondeu à consternação ocidental, classificando-o como uma tentativa de desviar a atenção dos próprios problemas do Ocidente. 

Relembro o caso

Navalny passou quase cinco meses em tratamento médico na Alemanha, após ter sido envenenado com uma substância tóxica de uso militar, ato que, segundo o ativista, foi ordenado pelo presidente russo, Vladimir Putin.

Em 20 de agosto de 2020, Navalny sentiu-se mal e desmaiou durante um voo doméstico na Rússia. Ele foi transportado dois dias depois, em coma, para a Alemanha. Laboratórios alemães, franceses e suecos, assim como a Organização para a Proibição de Armas Químicas acreditam que ele foi exposto a um agente neurotóxico, do tipo Novichok, da era soviética.

As autoridades russas, no entanto, rejeitam todas as acusações de participação no envenenamento.

O opositor russo partiu no domingo de Berlim rumo a Moscou, reafirmando ser "inocente" diante da ameaça de prisão, assim que chegasse em solo russo.

"Vou ser preso? É impossível. Sou inocente", disse Alexei Navalny aos jornalistas ainda a bordo do avião.

*Com informações da RTP



Por Agência Brasil* - Brasília

Justiça autoriza investigação contra deputado por assédio sexual em SP

 


O fato ocorreu no plenário da Assembleia Legislativa do Estado

Publicado em 19/01/2021 - 11:12 Por Daniel Mello - Repórter da Agência Brasil - São Paulo

A Justiça de São Paulo autorizou a abertura de investigação contra o deputado estadual Fernando Cury  (Cidadania) por importunação sexual. Em dezembro do ano passado, a deputada estadual Isa Penna (PSOL) prestou queixa contra Cury após um episódio em que ela afirma que foi apalpada pelo colega.

A cena foi registrada pelas câmeras do plenário da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). Em depoimento ao Ministério Público (MP) de São Paulo, Penna afirmou que foi surpreendida pela aproximação de Cury enquanto conversava com o presidente da assembleia, deputado Cauê Macris (PSDB).

“Reiterando ter sido sexualmente importunada pelo Deputado Fernando Cury, que lhe surpreendeu ‘com uma apalpada na lateral de seu seio direito, um abraço por trás (que vulgarmente chamamos de encoxada)’, sendo que, ainda, na ocasião ‘pôde identificar um cheiro forte de bebida alcoólica vindo do hálito e das roupas de seu agressor’”, diz o pedido feito pelo MP para a abertura da investigação.

Filmagens e depoimentos

O desembargador João Carlos Saletti determinou que todas as filmagens das câmeras da Alesp sejam anexadas ao inquérito e o depoimento de 11 deputados presentes na sessão, entre eles o próprio presidente Cauê Macris.

Outro lado

Em nota, o deputado Fernando Cury disse que ainda não teve acesso à íntegra da decisão sobre a investigação, mas negou ter agido de forma inapropriada.  “Através de prova pericial das imagens captadas pelas câmeras da Assembleia Legislativa, a defesa demonstrará, inclusive, que não houve apalpação de seio, mas, exclusivamente, um abraço sem malícia, sem conotação sexual e sem discriminação de gênero”, diz o posicionamento do deputado.

Edição: Valéria Aguiar


Por Daniel Mello - Repórter da Agência Brasil - São Paulo

Projeto da UFF fortalece produção agroecológica durante pandemia

 


Universidade busca ampliar circuitos de produção e consumo

Publicado em 19/01/2021 - 09:05 Por Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

 O projeto Alimentação e Solidariedade na Rede de Agroecologia, da Universidade Federal Fluminense (UFF), tem sido uma resposta de professores e alunos para diminuir o impacto da pandemia do novo coronavírus na sociedade. O projeto procura ampliar e fortalecer os circuitos de produção e consumo de alimentos agroecológicos existentes nos seis diferentes campi da universidade (Niterói, Macaé, Angra dos Reis, Santo Antônio de Pádua, Rio das Ostras e Campos dos Goytacazes). Ele é apoiado pelo Edital de Projetos de Pesquisa, Ensino e Extensão voltados para o enfrentamento da pandemia da covid-19, do governo federal, com execução por meio de arranjos locais nessas seis diferentes unidades da UFF.

A coordenadora do projeto, professora Ana Maria Motta Ribeiro, do Departamento de Sociologia e Metodologia das Ciências Sociais e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Direito (PPGSD/UFF), disse que esse é um projeto de pesquisa e extensão, que levanta informações em alguns setores da produção agrícola orgânica ou agroecológica no estado do Rio, situados no entorno de alguns campi da UFF. “Cada unidade dessas tem um grupo de professores com projeto de extensão e pesquisa sobre a organização do segmento dos trabalhadores rurais que produzem na base familiar, com qualidade, sem veneno, diferentemente das oligarquias do país”, informou Ana Maria. “São populações mais vulneráveis”, acrescentou.

Juntos, professores e alunos das seis unidades da UFF desenvolveram a Rede de Agroecologia, que está viabilizando a realização do projeto em diferentes regiões fluminenses. O “Alimentação e Solidariedade” está também articulado a um mapeamento colaborativo de âmbito nacional, que é a Ação Coletiva Comida de Verdade, iniciativa desenvolvida por organizações da sociedade civil ligadas à agroecologia, para o acompanhamento das estratégias e respostas que estão sendo organizadas para lidar com o contexto da pandemia.

Cadastro

O projeto procura levantar e cadastrar esses trabalhadores rurais e suas produções. Em Niterói, por exemplo, alunos e professores da UFF buscaram conhecer os armazéns de distribuição e circulação dos produtos agroecológicos que pertencem aos movimentos organizados do campo. “Agora, a gente está mapeando e desenhando o fluxo dessa distribuição. Isso ajuda no sentido que a gente pode dar suporte a esse segmento de trabalhadores rurais que produzem sem veneno e ajudarmos a construir formas de distribuição que facilitem a chegada dos produtos ao consumidor, que a gente chama de “alimentos de verdade”. Essa é a ideia geral do projeto”, disse Ana Maria.

O projeto está mapeando também como os trabalhadores rurais familiares organizados estão desenvolvendo e conseguindo fazer a distribuição durante a pandemia, como os alimentos saudáveis têm chegado ao Rio de Janeiro a partir desses grupos. A ideia é preparar esse material e oferecer depois aos agricultores familiares para que tenha utilidade na distribuição da produção agroecológica.

Como o trabalho é feito como atividade acadêmica dos alunos, a organização solicitou ao governo federal a extensão do projeto por mais três meses, até março próximo, visando a devolver o mapeamento com qualidade para as famílias de agricultores. O edital concede bolsas para somente três alunos.

O projeto articula os núcleos e coletivos de Pesquisa e Extensão em Agroecologia da UFF com movimentos e organizações da agricultura familiar, com o objetivo de fortalecer iniciativas de comercialização e abastecimento desses alimentos, a exemplo de feiras, programas de venda de cestas, armazéns e lojas, assim como ações organizadas em parceria com grupos de consumo.

Edição: Graça Adjuto



 Por Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro