domingo, 10 de janeiro de 2021

À frente na vacinação, Israel vai emitir 'passaportes verdes' a imunizados

 MUNDO

O ritmo da vacinação em massa no país é o mais acelerado do mundo neste momento


         Israel segue em ritmo acelerado de vacinação; na imagem, o premiê Binyamin Netanyah toma a primeira dose 

         - Foto: Miriam ALSTER / POOL / AFP


Documentos com validade de 72 horas também serão concedidos a quem tiver teste de detecção negativo para o vírus.  

Pelo ritmo da vacinação em massa no país, a maior do mundo neste momento, a demanda será grande. Cerca de 17% da população de 9,3 milhões de habitantes já tomaram a primeira dose do imunizante da Pfizer/BioNTech desde o dia 20 de dezembro.  

Bem mais que outros países, como Reino Unido (1,5%) e Estados Unidos (menos de 1%). Cerca de 1,6 milhão de doses já foram administradas, principalmente em maiores de 60 anos e profissionais de saúde.  

"Estamos quebrando todos os recordes", festejou o premiê Binyamin Netanyahu, que espera vacinar 1,8 milhão de israelenses até o fim de janeiro e 6 milhões até as próximas eleições, em 23 de março. O premiê concorre no quarto pleito em dois anos, e a vacinação virou sua principal bandeira.  

A agilidade da vacinação em Israel tem como base o tamanho diminuto do país (menor que o estado de Sergipe) e a existência de quatro sistemas universais de saúde paralelos, que atendem gratuitamente toda a população e estão acostumados a realizar tratamentos em massa em caso de conflitos ou desastres naturais.  

O Exército também ajuda na complicada logística do transporte das vacinas, que precisam ficar armazenadas a -70° C.  

Para o escritor e colunista Ben-Dror Yemini, o sucesso é calcado na rapidez e na informalidade dos israelenses. "Somos bons em administrar a 'bagunça', improvisar e encarar riscos. Enquanto na França cada vacinado tem que assinar um termo de 42 páginas, aqui as pessoas assinam uma página só e tudo demora poucos minutos".  

  
 

Yemini aponta para o fato de que Netanyahu agiu pessoalmente junto às farmacêuticas e pagou um preço mais alto, de cerca de US$ 30 por dose, o dobro do valor pago pelos europeus. "Pode-se criticá-lo por muita coisa, mas, nesse caso, ele agiu certo. Uma semana a menos de lockdown no país já paga as vacinas mais caras."  

Apesar do otimismo e da eficiência, três problemas ameaçam a imunização em Israel. O primeiro é que faltam vacinas. O ritmo de 150 mil inoculados por dia levou ao fim do primeiro lote na primeira semana de janeiro. Por pressão de Netanyahu, a Pfizer aceitou enviar mais 1 milhão de doses no domingo (10). Em troca, pediu às autoridades israelenses que forneçam estatísticas que ajudem a entender melhor a eficácia de sua vacina. Israel seria, então, um "modelo" a ser estudado.  

O segundo problema é a variante britânica do vírus, que levou à multiplicação dos casos de Covid-19. Os hospitais registram sobrecarga, há mais de 8.000 novos infectados por dia, e o número de mortos beira os 30 (no total, morreram 3.596 mil pessoas).  

Como há um intervalo de 21 dias entre a aplicação das duas doses da vacina da Pfizer/BioNTech, o país foi obrigado a decretar, a partir da meia-noite de quinta-feira (7), um lockdown mais severo do que o em vigor desde o fim de dezembro, com fechamento de escolas e muitas restrições.  

Outro problema é a população super-religiosa, os ultraortodoxos, que são 12% dos cidadãos. Eles demonstram hesitação em suspender aglomerações, aulas em escolas e seminários rabínicos. Algo semelhante acontece com a minoria árabe-israelense (20% da população).  

Enquanto Israel imuniza sua população, a vacinação ainda não começou na Cisjordânia (2,8 milhões de habitantes) e na Faixa de Gaza (2 milhões).  

A ONG Anistia Internacional divulgou nota na quarta-feira (6) exigindo que Israel "pare de ignorar suas obrigações internacionais enquanto força ocupante e atue imediatamente para assegurar que as vacinas de Covid-19 sejam fornecidas igualmente aos palestinos da Cisjordânia e na Faixa de Gaza". A nota ignora que Israel não ocupa Gaza há 15 anos e que o grupo islâmico Hamas, que controla a região, não reconhece Israel.  

O ministro da Saúde Yuli Edelstein disse que a prioridade são os cidadãos israelenses, mas que é interesse do país conter o vírus no lado palestino. Israel já colabora com o Ministério da Saúde palestino desde o começo da pandemia, com treinamento e repasse de máscaras, seringas e equipamentos.  

Israel ocupa a Cisjordânia e Jerusalém Oriental desde 1967 –deixou Gaza em 2005. Pela Convenção de Genebra, é responsável pelo bem-estar dos palestinos dessas regiões.  

Mas, em 1995, Israel e Autoridade Nacional Palestina assinaram os Acordos de Oslo 2, criando o Ministério da Saúde palestino, que se tornou único responsável pela função, com exceção dos 300 mil palestinos de Jerusalém Oriental, que têm cobertura médica em Israel. Segundo esses tratos, os dois governos devem coordenar esforços em vacinação. Mesmo assim, e apesar dos protestos de ONGs, a Autoridade Palestina preferiu, ao menos publicamente, não depender de Israel para a imunização na Cisjordânia. Em Gaza, o Hamas certamente não pediria assistência.  

Os palestinos negociam diretamente com a Rússia, para receber a Sputnik V, com a farmacêutica AstraZeneca e conta com a iniciativa Covax, da OMS, um programa que busca viabilizar imunizantes a preços mais acessíveis.  

O diretor-geral do Ministério da Saúde palestino, Yasser Bouzieh, disse que milhões de doses por meio da Covax devem chegar em fevereiro. O mesmo pode acontecer com a vacina Oxford-AstraZeneca.  

"Eles querem demonstrar independência. Temos que respeitar essa decisão", diz o advogado Daniel Pomerantz, chefe-executivo da ONG Honest Reporting. "Se não há coordenação ou um pedido formal, Israel está proibido de fazer algo à revelia. Você pode imaginar o que aconteceria se Israel fosse vacinar palestinos à força?"  

A TV israelense Kan 11 revelou que a Autoridade Palestina teria pedido 10 mil doses a Israel para imunizar equipes médicas. Hussein al-Sheikh, responsável pela coordenação civil com os israelenses, afirmou que Israel se recusou a repassar os imunizantes, mas fontes israelenses afirmaram que o país já forneceu dezenas de doses aos palestinos, secretamente.  

Os palestinos também apresentam alto índice de hesitação quanto à vacina, em meio a ondas de notícias falsas e teorias conspiratórias. Uma vacina fornecida por Israel poderia ser mais um motivo para afastar os céticos.  

  
 

FONTE: Folhapress  





Mundo ainda tem 15 países sem casos de Covid-19

 MUNDO

Maioria das nações é uma ilha remota; apesar da ausência de contágios, as economias sofreram perdas

Turismo tem um peso estimado em mais de dois terços do PIB das Ilhas Cook (Foto: Reprodução - Cook Islands Travel)


A maioria dos países tem lutado nos últimos meses contra a pandemia da Covid-19 e muitos enfrentam já uma terceira onda. No entanto, em certas partes do mundo, o coronavírus ainda não chegou. A maior parte destes países é constituída por ilhas remotas que se beneficiam da fronteira única com o oceano. Apesar de estarem livres da doença, não foram poupados dos impactos econômicos da pandemia .O uso de máscara, o distanciamento físico, as ordens de recolher são medidas familiares para grande parte das pessoas em todo o mundo. Porém, em alguns países, ainda não foi necessário impor este tipo de medidas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), são 15 os países que não registraram nenhum caso de Covid-19 até agora. A maioria dos países livres do vírus SARS-CoV-2 são ilhas remotas, sendo o Pacífico a região que aglomera o maior número destas nações insulares. Alguns deles são os países menos populosos do mundo. Tonga, Kiribati, Samoa, Micronésia, Tuvalu, Naurau, Niue, Ilhas Cook e Palau estão entre os 15 países sem nenhum caso ou morte por Covid-19. Por serem remotos e raramente visitados, não chegaram lá casos importados de infeção e, consequentemente, também não houve contágio local.


Turismo


Esses países, no entanto, têm no turismo uma grande parcela da receita econômica e, em um momento em que as fronteiras foram fechadas, suas economias, por si só já frágeis, sofreram uma grande quebra e o desemprego disparou.


Nas ilhas Cook, por exemplo, o turismo tem um peso estimado em mais de dois terços do Produto Interno Bruto (PIB). Por isso, quando o país fechou as fronteiras a turistas em meados de março, o impacto na economia foi sentido rapidamente e de forma acentuada.


“No momento em que fechamos as nossas fronteiras, isso afetou os bolsos do nosso povo”, disse o primeiro-ministro Mark Brown, citado por The Guardian.


Desde então, a economia tem sido sustentada por um pacote de ajudas do governo local que mantém os trabalhadores em seus empregos e uma fração da atividade comercial em funcionamento.

Do outro lado do Pacífico, manter as fronteiras fechadas também foi a medida imposta para manter o vírus fora do alcance. Tonga suspendeu quase todas as entradas e saídas do país e escapou do vírus, assim como Kiribati, Niue, Nauru e Tuvalu.


Nos países que já são isolados por natureza, ficar fora do radar da pandemia foi uma tarefa relativamente fácil. O arquipélago de Toquelau (sob a administração da Nova Zelândia) e as Ilhas Pitcairn (território britânico) são das únicas regiões no mundo sem pista de pouso para aeronaves.  Em março, Tonga impediu navios de cruzeiro de atracar em seu território e fechou o aeroporto local.


 O país chegou até a fazer confinamento, embora não tivesse nenhum caso confirmado. “Acho que o governo fez um bom trabalho ao manter a covid-19 longe de Tonga, mas teve um grande impacto nos negócios comerciais, principalmente no setor do turismo e alojamento. É muito, muito ruim”, lamentou Paula Taumoepeau, presidente do setor do Comércio e Indústria de Tonga. “Nenhuma das empresas escapou”, acrescentou Taumoepeau à U.S. News.  Nas ilhas Fiji, que registaram um total de 49 casos e duas mortes até ao momento, a economia sofreu uma queda de 20% em 2020 e milhares abandonaram o emprego no setor do turismo.

Para além das Fiji, outras nações do Pacífico, com sistemas de saúde frágeis, não foram poupadas da pandemia. Vanuatu e as Ilhas Marshall registaram os primeiros casos por parte de turistas, apesar de contarem até ao momento com apenas um e quatro casos de infeção, respectivamente. Papua-Nova Guiné regista 799 casos e nove mortes, enquanto a Polinésia Francesa foi particularmente afetada pela covid-19, com mais de 17.088 casos e 121 óbitos registados.  Para além destes países do Pacífico, existem outros que até ao momento não reportaram qualquer caso da doença. São eles a Coreia do Norte, o Turquemenistão, Santa Helena e Samoa Americana.


FONTE: AGÊNCIA BRASIL



Médico do papa Francisco morre por complicações da Covid-19

MUNDO
Fabrizio Soccorsi estava internado para tratamento de outra doença, mas contraiu o coronavírus e teve o estado de saúde agravado. Vacinação no Vaticano deve começar nos próximos dias.

FONTE: G1


Fabrizio Soccorsi, médico do papa Francisco, durante evento com o pontífice no Santuário de Fátima em 2017 — Foto: Vatican News

Fabrizio Soccorsi, médico do papa Francisco, durante evento com o pontífice no Santuário de Fátima em 2017 — Foto: Vatican News

O médico pessoal do papa FranciscoFabrizio Soccorsi, morreu aos 78 anos por complicações da Covid-19, informou o Vaticano neste sábado (9).

Soccorsi, formado em medicina pela Universidade La Sapienza, estava internado havia dias no hospital Gemelli para se tratar de uma "patologia oncológica" — doença relacionada a tumor ou câncer que o Vaticano não detalhou. Ao longo da internação, ele recebeu teste positivo para o novo coronavírus e sentiu sintomas da Covid-19.

O médico trabalhava para o papa desde 2015 e atuou como consultor da Diretoria de Saúde e Higiene do Vaticano, além de especialista do conselho médico da Congregação das Causas dos Santos. Não se sabe quando foi a última vez que Soccorsi esteve com Francisco.

Vacinação

vacinação contra a Covid-19 no Vaticano deve começar nos próximos dias. A prioridade será dada ao "pessoal de saúde e segurança, idosos e pessoal em contato mais frequente com o público". Não se sabe, ainda, quando exatamente o papa Francisco, aos 84 anos, receberá o imunizante.

Na vizinha Itália, a vacinação já começou. Estima-se que mais de 500 mil pessoas já tenham recebido a primeira dose da vacina.

Vulcão mais ativo do mundo volta a expelir lava no Havaí

 MUNDO

Depois de dois anos de silêncio, o Kilauea, o vulcão mais jovem e ativo do mudo, está em erupção novamente. Nos primeiros dias da última erupção do vulcão, a água que se acumulou na cratera ferveu em 20/12/2020, depois que a nova erupção abriu três fissuras nas paredes da cratera.


Uma fina crosta de material vulcânico em resfriamento flutuando na lava faz a superfície parecer cinza, e há uma “ilha” mais escura de material mais solidificado flutuando no centro do lago de lava. Uma pequena nuvem de vapor e outros gases vulcânicos é visível subindo de uma abertura na parede oeste da cratera.

Depois de entrar em erupção quase continuamente por mais de três décadas - de 1983 a 2018 - o vulcão Kilauea do Havaí finalmente pareceu perder força, não produzindo lava por quase dois anos. O sono terminou na noite de 20 de dezembro de 2020, quando o vulcão ativo começou a cuspir fontes de lava dramáticas e nuvens gigantes de gás e vapor de uma fissura na parede noroeste da cratera Halema'uma'u.

Naquela ocasião, a erupção formou um lago de lava que rapidamente evaporou toda a água que havia se acumulado no cume do vulcão. O lago de lava cresceu consideravelmente desde dezembro, atingindo um volume de 27 milhões de metros cúbicos e medindo 192 metros de profundidade em 6 de janeiro. A partir de 2 de janeiro, uma pequena área de ressurgência chamada “cúpula fonte” rompeu a crosta que revestia o lago de lava.


Os residentes, entretanto, foram solicitados a limitar as atividades ao ar livre em áreas com altos níveis de fumaça vulcânica. Comumente conhecido como vog, é uma forma de poluição do ar criada quando o dióxido de enxofre e outros poluentes emitidos pela atividade vulcânica interagem quimicamente com a umidade atmosférica, oxigênio, poeira e luz solar. Embora não seja mortal, pode irritar a pele e os tecidos e as membranas mucosas dos olhos, nariz e garganta, e pode ser particularmente prejudicial para indivíduos com problemas respiratórios preexistentes.

Embora os observadores do vulcão tenham algumas preocupações de que a presença de uma quantidade significativa de água na caldeira do cume possa causar erupções mais explosivas, os estágios iniciais dessa erupção não foram extraordinariamente explosivos.

A falta de explosividade no início da erupção pode ter sido devido ao fato de que a fissura se abriu fora do lago de água, em vez de diretamente abaixo dele. As explosões mais violentas ocorrem quando a água é de 20 a 30 por cento do volume da mistura. Embora o Kilauea seja agora reconhecido como um dos vulcões mais jovens e ativos do mundo, inicialmente se acreditava que fosse uma ramificação de um vulcão maior. Foi somente depois que os pesquisadores descobriram um sistema de encanamento de magma estendendo-se por 60 km dentro de sua cratera em 1884 que o vulcão foi finalmente aceito como uma entidade separada.

Cultura local

Muitos habitantes locais acreditam que as erupções do Kilauea são causadas por Pelé, uma deusa do vulcão havaiano que reside na montanha. De acordo com o folclore popular, a divindade - uma das seis filhas e sete filhos nascidos da antiga deusa Terra Haumea e do criador do universo Kane Milohai - foi exilada do Taiti para o Havaí. Ao chegar, ela explodiu, criando poços de fogo destrutivos e vulcões. Enquanto Pelé foi morto durante uma batalha épica com sua irmã Nāmaka na ilha de Maui, seu espírito vive dentro da cratera Halema'uma'u.

Implicações de vulcões para o clima do planeta

Vulcões podem impactar as mudanças climáticas. Durante grandes erupções explosivas, grandes quantidades de gás vulcânico, gotículas de aerossol e cinzas são injetadas na estratosfera. As cinzas injetadas caem rapidamente da estratosfera - a maior parte delas é removida ao longo de dias ou semanas - e tem pouco impacto nas mudanças climáticas. Mas gases vulcânicos como o dióxido de enxofre podem causar resfriamento global, enquanto o dióxido de carbono vulcânico, um gás de efeito estufa, tem o potencial de promover o aquecimento global.

Os impactos climáticos mais significativos de injeções vulcânicas na estratosfera vêm da conversão de dióxido de enxofre em ácido sulfúrico, que se condensa rapidamente na estratosfera para formar aerossóis de sulfato finos. Os aerossóis aumentam a reflexão da radiação do Sol de volta ao espaço, resfriando a atmosfera inferior da Terra ou a troposfera.


fonte: tempo.com