quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Eleitor com deficiência pode pedir transferência para seção especial a partir desta terça (25)

TSE

Também está aberto o prazo para solicitar transferência de presos provisórios e de adolescentes internos para locais com seções eleitorais próprias para esse fim

Segundo o IBGE, Macapá conta com mais de 158 mil eleitores com algum tipo de deficiência fora do...

Começa a correr nesta terça-feira (25) o prazo para o eleitor com deficiência ou mobilidade reduzida enviar à Justiça Eleitoral pedido de transferência para votar em uma seção especial de sua localidade nas Eleições Municipais de 2020.

As seções especiais são ambientes adaptados pela Justiça Eleitoral para oferecer a essa parcela do eleitorado brasileiro maior acessibilidade, conforto e segurança no instante do voto. O eleitor nessa situação poderá encaminhar a sua solicitação à JE até o dia 1º de outubro, de acordo com o calendário eleitoral deste ano.

Nas Eleições Gerais de 2018, os eleitores com deficiência representavam 0,64% do eleitorado nacional, o que abrangia, na época, 940.630 cidadãos. Naquele pleito, a Justiça Eleitoral adaptou 45.621 seções eleitorais para garantir o bom atendimento a esses eleitores.

Na comparação entre as eleições municipais, enquanto em 2016 os eleitores com deficiência eram 598.314, neste ano, 1.158.234 declararam necessitar de algum tipo de atendimento especial. Houve, portanto, um crescimento de 93,58% no número de eleitores com deficiência. Vale acentuar que os dados consideram a declaração do cidadão no momento do seu registro como eleitor.

Presos provisórios, militares e juízes

Começa também nesta terça-feira (25) o prazo para a remessa à Justiça Eleitoral de pedido de transferência de presos provisórios e de adolescentes que cumprem medidas socioeducativas para estabelecimentos com seções eleitorais próprias para essa finalidade.

Além disso, inicia-se o prazo para que militares, policiais federais, policiais rodoviários federais, bombeiros, policiais ferroviários federais, agentes de trânsito e guardas municipais que estiverem de serviço no dia da eleição possam pedir transferência temporária de seção eleitoral. As listagens com as solicitações devem ser encaminhadas à Justiça Eleitoral pelas chefias desses agentes públicos.

Os juízes, servidores e promotores da Justiça Eleitoral designados para trabalhar no dia da eleição também podem solicitar, a partir desta terça-feira, transferência de voto para outra seção eleitoral do município.

O prazo para o envio do pedido de transferência de seção de todos esses eleitores se encerra em 1º de outubro.

Mesários

Também a partir desta terça-feira, os mesários e os convocados para apoio logístico nas eleições que atuarão em local diverso de sua seção de origem podem pedir transferência temporária de seção eleitoral, desde que esta se localize no mesmo município. Nesse caso, o prazo para solicitação termina em 9 de outubro.

Novas datas

Algumas datas do Calendário das Eleições de 2020 foram postergadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) devido ao adiamento do pleito instituído pela Emenda Constitucional nº 107/2020, em razão do avanço da pandemia de Covid-19 no país.

O primeiro e o segundo turnos das eleições ocorrerão, respectivamente, nos dias 15 e 29 de novembro. A EC nº 107/2020 foi promulgada em 2 de julho deste ano.

Confira o novo Calendário Eleitoral de 2020.

EM/LC

TSE promove curso para jornalistas sobre as Eleições 2020 e Direito Eleitoral



Reforma eleitoral, desinformação, prestação de contas, segurança da urna eletrônica, mulheres na política e tradução de termos jurídicos são alguns dos temas do treinamento

Digitação

A Escola Judiciária Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral (EJE/TSE) promove, de 4 a 21 de setembro, curso telepresencial sobre o tema “Eleições 2020 e Direito Eleitoral”, para jornalistas e servidores da Justiça Eleitoral.

Além de capacitar esse público, o objetivo do treinamento é proporcionar aos participantes esclarecimento acerca do processo eleitoral, com atenção especial à desinformação, às recentes mudanças legislativas, aos aspectos gerais da Justiça Eleitoral e à prestação de contas, entre outros temas que costumam gerar dúvida antes, durante e depois das eleições.

As inscrições podem ser feitas a partir desta terça-feira (25) no site da EJE. O curso será ministrado por instrutores voluntários, alguns servidores do próprio TSE, bem como por especialistas em Direito Eleitoral.

O treinamento será dividido em 11 módulos, composto por seminários temáticos on-line, ao vivo, com duração média de 2 horas, das quais 1 hora e 30 minutos será destinada à explicação dos conteúdos teóricos. Os demais 30 minutos serão reservados para sanar eventuais dúvidas dos participantes.

Além disso, durante todo o curso, o aluno poderá enviar perguntas pelo formulário disponibilizado na plataforma da escola no moodle, que servirá como guia para o webinar.

Os assuntos abordados no treinamento vão desde o conhecimento da Justiça Eleitoral como um todo até o funcionamento dos processos de prestação de contas eleitorais, passando pela participação da mulher na política e a estrutura da Assessoria de Comunicação do TSE.

Para participar, basta ir até a página oficial da EJE na internet e efetuar a inscrição. Sua participação é muito importante e pode dar mais eficiência, transparência e força ao processo eleitoral.

 

MS, IC/LC 

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Grupo de peritos da PF que obteve êxito no TPS 2019 participa do Teste de Confirmação



Os especialistas foram convocados pelo TSE para verificar se foram corrigidas as fragilidades encontradas no sistema eletrônico de votação no ano passado

Investigadores inscritos executarão planos de ataque aos sistemas de 25 a 29 de novembro, na sed...

Nesta quarta-feira (26), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) dará início ao Teste de Confirmação do Teste Público de Segurança do Sistema Eletrônico de Votação (TPS) 2019. Os investigadores do grupo formado por peritos da Polícia Federal (PF) – que obteve êxito na realização dos planos de ataque – foram convocados pelo Tribunal a repetir os testes executados em novembro passado e verificar se as fragilidades encontradas foram corrigidas. O evento, que termina na sexta (28), é mais uma etapa da preparação dos sistemas para as Eleições Municipais de 2020.

A quinta edição do Teste Público de Segurança ocorreu de 25 a 29 de novembro do ano passado, na sede do TSE, em Brasília. Ao todo, o TPS 2019 contou com 22 investigadores, sendo cinco grupos e três investigadores individuais. Dos 13 planos de ataque apresentados, dois deles, realizados pelo grupo de peritos da PF, foram bem-sucedidos.

Os trabalhos do teste de confirmação irão ocorrer em ambiente específico, no 3º andar do edifício-sede do Tribunal, e respeitarão todas as regras de distanciamento social adotadas pela Justiça Eleitoral para prevenir o contágio pelo novo coronavírus. O acesso ao evento será restrito, mas as ações serão transmitidas pelo canal da Justiça Eleitoral no YouTube.

Planos de ataque

O grupo de peritos da PF, liderado por Paulo Cesar Hermann Wanner, também foi formado por Ivo Peixinho e Galileu Batista de Souza. Eles apresentaram três planos de teste, que consistiram na extração de dados e configurações do Kit JE Connect; na extração do conteúdo do disco criptografado do Subsistema de Instalação e Segurança (SIS); e na instalação e execução de código arbitrário em uma máquina do Gerenciador de Dados, Aplicativos e Interface com a Urna Eletrônica (Gedai) para implante de dados falsos no equipamento.

Os investigadores do grupo utilizaram a chamada engenharia reversa para alcançar êxito e obter a chave do disco criptografado do SIS. É importante destacar que houve o relaxamento de algumas barreiras de segurança, bem como o fornecimento da senha de configuração e de senhas de usuários locais, o que permite definir os ataques realizados como de origem interna.

Segundo o relatório da Comissão Avaliadora do TPS 2019, a equipe conseguiu executar o Gedai-UE num computador com SIS sem as proteções oferecidas pelo Subsistema. O relatório também destacou que a mesma equipe já atuou em eventos anteriores do TPS e conhecia com profundidade o sistema a ser atacado, o que contribuiu para o sucesso dos testes.

No entanto, eles não foram capazes de alterar dados de eleitores e de candidatos. Isso porque essas informações são assinadas pelos sistemas responsáveis pelo cadastro de eleitores e pelos registros de candidaturas, respectivamente. O Gedai-UE apenas repassa esses arquivos para a urna, sem qualquer tipo de modificação. Todas as tentativas de manipulação de dados de eleitores ou candidatos foram prontamente identificadas pela urna.

De acordo o chefe da Seção de Voto Informatizado (Sevin) do TSE, Rodrigo Coimbra, as alterações realizadas se limitaram ao nome do município e à unidade da Federação num arquivo de configuração gerado pelo Gedai-UE. Porém, tais informações, segundo ele, são impressas na zerésima e no Boletim de Urna (BU) apenas para controle dos próprios técnicos e da fiscalização antes e após a votação.

Além disso, de acordo o analista, as informações também são exibidas na tela da urna, assim que ela é preparada para a eleição. “Em qualquer cenário, faz parte das rotinas de verificação da preparação da urna para a eleição a conferência desses dados. Portanto, qualquer modificação nesses dados seria rapidamente identificada, fazendo com que essa urna não fosse levada para a eleição. Ou seja, o grupo não foi capaz de alterar nada que afete o registro e a apuração dos votos”, explica Coimbra.

TPS

Criado para aprimorar o processo eletrônico de votação, o TPS é um evento permanente do calendário da Justiça Eleitoral, de acordo com a Resolução nº 23.444/2015. Ele ocorre preferencialmente no ano anterior às eleições.

Dúvidas sobre o Teste de Confirmação do TPS 2019 serão recebidas nas redes sociais oficiais do TSE pela hashtag "#TPSnoTSE".

IC/LC

Leia mais:

24.08.2020 - Teste de Confirmação do TPS 2019 será transmitido em tempo real pela internet

17.08.2020 - Tribunal realiza de 26 a 28 de agosto testes de confirmação do TPS 2019

 

Divisão do Fundo Eleitoral e do tempo de TV deve ser proporcional ao total de candidatos negros, decide TSE


Regra valerá a partir das Eleições Gerais de 2022. Entendimento foi firmado na análise de consulta formulada pela deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ)

Sessão Administrativa CTA 060030647 - destaque min Barroso

A distribuição dos recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) e do tempo de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão deve ser proporcional ao total de candidatos negros que o partido apresentar para a disputa eleitoral, decidiu na noite desta terça-feira (25) o Plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A decisão, no entanto, só valerá a partir das Eleições Gerais de 2022, e a divisão igualitária deverá ser regulamentada por resolução do Tribunal.

O entendimento foi firmado na análise de consulta formulada pela deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ). Ela perguntou ao Tribunal se uma parcela dos incentivos às candidaturas femininas que estão previstos na legislação poderia ser reservada especificamente para candidatas da raça negra. Indagou se 50% das vagas e da parcela do FEFC poderiam ser direcionadas para candidatas negras.

A deputada questionou também sobre a possibilidade de reservar vagas – uma espécie de cota – para candidatos negros, destinando 30% do FEFC e do tempo de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV para atender a essa finalidade.

Por 6 votos a 1, o Colegiado respondeu afirmativamente, em parte, ao primeiro quesito, e propôs que os recursos e o tempo gratuito no rádio e TV sejam proporcionais ao número de candidatos negros registrados na disputa, sejam homens ou mulheres.

Quanto ao segundo questionamento, o Plenário respondeu negativamente, por entender que cabe ao Congresso Nacional, pela via legislativa, criar os instrumentos legais para que as cotas se concretizem, não cabendo ao Poder Judiciário formular essa proposta.

O ministro Tarcisio Vieira de Carvalho Neto ficou vencido ao responder negativamente a todos os quesitos. Ele entendeu que cabe ao Poder Legislativo deliberar sobre todas as questões.

Por 4 votos a 3, porém, os ministros entenderam que a distribuição igualitária não poderia valer para as eleições deste ano em razão do princípio da anualidade eleitoral – previsto no artigo 16 da Constituição Federal e segundo o qual as regras que alteram o processo eleitoral precisam estar em vigor um ano antes do pleito.

Adiamento dos efeitos da decisão

O julgamento foi retomado e concluído na noite desta terça-feira (25) após a apresentação do voto-vista do ministro Og Fernandes, que na semana passada pediu mais prazo para analisar o caso.

O magistrado abriu divergência quanto à aplicação do entendimento para as Eleições Municipais deste ano, tendo sido acompanhado pelos ministros Luis Felipe Salomão, Tarcisio Vieira de Carvalho Neto e Sérgio Banhos.

Voto vencedor em relação ao adiamento dos efeitos da decisão, Og Fernandes afirmou que, por conta da proximidade do pleito municipal, a aplicação imediata da decisão causaria surpresa ao ambiente partidário e atrapalharia o processo de registro de candidaturas.

O relator, ministro Luís Roberto Barroso, votou pela aplicação do entendimento a partir das Eleições Municipais de 2020 e pelo acolhimento de uma regra de transição, proposta pelo ministro Alexandre de Moraes, que propôs que, em 2020, os partidos aplicassem pelo menos o mesmo percentual de candidatos negros registrados em 2016. Nesta questão, ficaram vencidos os ministros Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Edson Fachin.

Momento histórico

Ao encerrar a análise da consulta, o relator e presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, ressaltou que esse é um momento muito importante na história do Tribunal e do país. “Há momentos na vida em que cada um precisa escolher em que lado da história deseja estar. Hoje, afirmamos que estamos do lado dos que combatem o racismo e que querem escrever a história do Brasil com tintas de todas as cores”, afirmou.

Segundo o presidente, ao endossar esse tipo de ação afirmativa, a Justiça Eleitoral está reparando injustiças históricas trazidas pela escravidão, assegurando a igualdade de oportunidade aos que começam a corrida para a vida em grande desvantagem, possibilitando que tenhamos negros em posições públicas de destaque e servindo de inspiração e de motivação para os jovens que com eles se identificam.

“O racismo no Brasil não é fruto apenas de comportamentos individuais pervertidos; é um fenômeno estrutural, institucional e sistêmico. E há toda uma geração, hoje, disposta a enfrentá-lo”, destacou o presidente do TSE.

Luís Roberto Barroso enfatizou que o adiamento dos efeitos dessa decisão inovadora para as Eleições Gerais de 2022 não diminui a sua importância. “Com atraso, mas não tarde demais, estamos empurrando a história do Brasil na direção da justiça racial”, disse.

Confira a íntegra do voto do ministro Og Fernandes.

Confira a íntegra do voto do ministro Luis Felipe Salomão.

Confira a o voto do ministro Tarcisio Vieira de Carvalho Neto.

Confira o complemento do voto do ministro Tarcisio Vieira de Carvalho Neto.

MC/LC, LG, MO

Processo relacionado: CTA 0600306-47 

Após prisão do secretário de Saúde do DF, senadores defendem 'CPI da Pandemia'

 


Da Redação | 25/08/2020, 18h43

Nesta terça-feira (25), o secretário de Saúde do Distrito Federal, Francisco Araújo, foi preso preventivamente durante a Operação Falso Negativo do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) que apura superfaturamento de R$ 30 milhões na compra de testes de covid-19 em oito unidades federativas. A prisão do secretário reforçou para os senadores a necessidade de se aprovar o endurecimento das penas para crimes de corrupção durante a pandemia e, também, a instalação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar abusos durante o período de calamidade pública.

Para Reguffe (Podemos-DF), qualquer desvio de dinheiro público é muito grave, mas, segundo o senador, o desvio de dinheiro na saúde é mais grave ainda.

“Durante uma pandemia chega a ser cruel. É preciso que todas as suspeitas sobre a saúde do DF sejam apuradas com rigor. Meu apoio à instalação da CPI e também ao PL 1.797/2020, do senador Eduardo Girão (Podemos-CE), que agrava a pena nesses casos”, declarou.

O senador Alvaro Dias (Podemos-PR) também compartilhou a notícia sobre a prisão do secretário de saúde do Distrito Federal.  

“O objetivo da operação é desconstruir uma suposta organização criminosa instalada dentro da Secretaria de Saúde do DF para fraudar a escolha de fornecedores e superfaturar a compra dos testes. Os investigadores afirmam que o prejuízo aos cofres públicos chega a R$ 18 milhões”, destacou.

Apoio à CPI da Pandemia

Com a prisão de Francisco Araújo, os senadores da bancada do DF publicaram nota de apoio à comissão parlamentar de inquérito (CPI) na Câmara Legislativa do DF, apresentada em julho com o objetivo de investigar as ações do Executivo no combate à pandemia.

Ao publicar a nota de apoio à CPI para investigar a pandemia, o senador Izalci Lucas (PSDB-DF) ressaltou que é preciso investigar a “confusão” que está acontecendo com o dinheiro público no país.

“Tendo em vista a falta de transparência, denúncias de malversação de recursos públicos, e a prisão do secretário de Saúde do Distrito Federal, Francisco Araújo, em operação deflagrada pelo MPDFT nesta terça-feira (25) para apurar superfaturamento e prejuízo estimado em R$ 18 milhões na compra de testes rápidos para detectar a covid-19, a bancada do DF no Senado Federal vem por meio desta prestar total apoio à abertura da CPI da Pandemia, protocolada na Câmara Legislativa do DF”, disse o comunicado.

Leila Barros (PSB-DF) classificou como “gravíssima” a notícia sobre a prisão do secretário de Saúde do DF e parte da sua equipe. A senadora declarou ser lamentável a situação de corrupção que está acontecendo no DF. Para ela, o GDF deve esclarecimentos à sociedade.

“Diante de um momento que exige o maior esforço na preservação das vidas, nos deparamos com equipes do governo sendo alvo de investigação por irregularidades na compra de testes de covid-19. Mais do que nunca ela é necessária a instalação da CPI da Pandemia. Como senadora e brasiliense, peço ao presidente da CLDF, deputado Rafael Prudente, que instale a comissão”, solicitou a senadora. 

Operação Falso Negativo

A Operação Falso Negativo se trata de uma investigação do MPDFT com o objetivo de apurar supostas ilegalidades em contratações de testes para a detecção de covid-19 em oito unidades federativas. As suspeitas são de que, por meio da dispensa de licitações devido à situação emergencial decorrente da pandemia, mais de R$ 30 milhões tenham sido desviados em superfaturamento em cima de contratos que somam R$ 73 milhões na compra de testes de covid-19. O prejuízo estimado aos cofres públicos é de R$ 18 milhões.

Ao todo, foram expedidos 44 mandados de busca e apreensão e sete de prisão preventiva. São alvos de prisão preventiva: Ricardo Tavares Mendes, ex-secretário adjunto de Assistência à Saúde; Eduardo Hage Carmo, subsecretário de Vigilância à Saúde; Eduardo Seara Machado Pojo do Rego, secretário adjunto de Gestão em Saúde; Jorge Antônio Chamon Júnior, diretor do Laboratório Central (Lacen); Iohan Andrade Struck, subsecretário de Administração Geral da Secretaria de Saúde do DF; e Ramon Santana Lopes Azevedo, assessor especial da Secretaria de Saúde.

Todos os alvos da operação foram afastados em edição extra do Diário Oficial do DF, publicada ainda nesta terça-feira (25). 

Desperdício de recursos destinados à saúde

No Senado, foram apresentadas propostas para aumentar as penas para crimes de corrupção e desperdício de recursos destinados à saúde. Um projeto de lei endurece punições para gestões irresponsáveis e criminosas no serviço público de saúde. O PL 3.582/2020, de autoria do senador Lasier Martins (Podemos-RS), cria o tipo penal de desperdício de recursos públicos destinados à saúde e agrava a pena de crimes que resultarem em dano aos recursos ou bens do setor, em até quatro anos de cadeia.

“Para agravar penas para gestões criminosas de saúde pública, apresentei o PL 3.582/2020. Crimes cometidos em estados de calamidade, como agora, podem ter pena aumentada em até dois terços”, publicou Lasier.

Ao justificar o projeto, o senador destacou que não é de hoje que o Brasil sofre com a corrupção e com outras ações criminosas cometidas contra os recursos públicos. Ele afirmou que a corrupção no país tem raízes históricas, mas durante a atual pandemia da covid-19 atingiu o nível mais absurdo, “com a faceta da crueldade e do total desprezo pela vida”.

Na mesma linha, o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) apresentou dois projetos de lei: o PL 1.871/2020, que insere no rol dos crimes hediondos os crimes praticados contra a administração pública em tempos de calamidade, e o PL 1.797/2020, que duplica as penas de crimes contra a administração pública quando praticados nessas ocasiões. Dessa forma, teriam as penas dobradas crimes como corrupção passiva e ativa, concussão, prevaricação, advocacia administrativa, tráfico de influência, descaminho, contrabando, entre outros previstos no Código Penal. 

Votação na Câmara

A Câmara dos Deputados pode votar ainda nesta terça-feira (25) um projeto que aumenta as penas de vários tipos de crimes ligados ao desvio de recursos destinados ao enfrentamento de estado de calamidade pública. De autoria da deputada Adriana Ventura (Novo-SP), o PL 1.485/2020 determina que a pena de reclusão de 1 a 3 anos por associação criminosa sejá aplicada em dobro se o objetivo for desviar recursos durante estado de calamidade pública. Caso seja aprovado, o PL seguirá para análise no Senado.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Executivo quer remanejar despesas que serão pagas com títulos públicos

 


Da Redação | 25/08/2020, 18h43

O Poder Executivo encaminhou ao Congresso Nacional uma proposta para alterar o rol de despesas previstas no Orçamento de 2020 que poderão ser pagas a partir da emissão de títulos públicos. A justificativa é a pandemia do novo coronavírus.

A proposta (PLN 25/2020) propõe uma alteração que permitirá o remanejamento de recursos a fim de quitar gastos correntes que foram condicionados à emissão de crédito suplementar para contornar a chamada ''regra de ouro'', prevista na Constituição.

A "regra de ouro” proíbe a emissão de títulos em montante superior ao das despesas de capital (investimentos e amortizações). Para isso, é necessária autorização da maioria absoluta do Congresso — votos de pelo menos 257 deputados e 41 senadores.

Neste ano, a autorização para gastar um montante de R$ 343,6 bilhões foi solicitada pelo Poder Executivo (PLN 8/20), aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro (Lei 14.008/2020). Agora, o Executivo quer outra autorização, desta vez para remanejar a destinação dos recursos relacionados a essa emissão de títulos.

“Reitero a importância deste projeto de lei para a aumentar a flexibilidade da gestão orçamentária, especialmente no contexto de combate aos efeitos da calamidade pública decorrente da pandemia da covid-19”, escreveu o ministro da Economia, Paulo Guedes.

O ministro afirmou que “outras matérias ocuparam a agenda legislativa, esvaziando o sentido original do dispositivo” no Orçamento e, “adicionalmente, o novo contexto impactou as projeções de determinadas despesas obrigatórias, em volume não previsto quando da elaboração da [atual] lei orçamentária”. Daí, segundo ele, a necessidade do novo ajuste.

Remanejamento

Do crédito suplementar já aprovado para contornar a “regra de ouro”, cerca de R$ 213,7 bilhões correspondem a benefícios do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), como aposentadorias e pensões. Esse valor equivale a 31,5% dos R$ 677,7 bilhões previstos no Orçamento de 2020. Sem isso, o dinheiro para o RGPS só seria suficiente até agosto.

Outros R$ 500 milhões do crédito suplementar estavam direcionados para o pagamento dos benefícios do Bolsa Família. Na pandemia, as parcelas não foram pagas porque acabaram substituídas pelo auxílio emergencial de R$ 600, que já soma R$ 254 bilhões em créditos extraordinários — contabilizados, portanto, fora do teto dos gastos.

Se o PLN 25/20 for aprovado como pede o Executivo, parte das dotações originais do Bolsa Família, por exemplo, poderão ter seus recursos remanejados para outras finalidades, dentro do limite do teto dos gastos. Em junho, o governo tentou transferir, sem sucesso, quase R$ 84 milhões desses benefícios a fim de atender demandas de propaganda do Planalto.

Tramitação

A proposta deve ser analisada pela Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso Nacional, que ainda não foi instalada nesta sessão legislativa. Depois seguirá para discussão e votação por deputados federais e senadores em sessão conjunta do Congresso.

Ato conjunto da Câmara dos Deputados e do Senado regulamentou a deliberação remota, pelo Congresso, de propostas de leis orçamentárias enquanto durar o estado de calamidade pública provocado pela pandemia de coronavírus, em casos de urgência ou relacionados ao combate à covid-19 e com apoio de líderes partidários.

Da Agência Câmara de Notícias

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado