terça-feira, 25 de agosto de 2020

2ª Turma determina retorno de conselheiro do TCE-MT ao cargo

 


Com o empate dos votos, situação em que prevalece decisão mais favorável ao réu, a Turma deu provimento a recurso para revogar o afastamento cautelar.

25/08/2020 20h21 - Atualizado há

Nesta terça-feira (25), a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) reintegrou ao cargo um conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE-MT) investigado pela suposta prática de corrupção passiva no exercício da função pública. Com o empate dos votos, situação em que prevalece decisão mais favorável ao réu (parágrafo único do artigo 146 do Regimento Interno do STF), a Turma deu provimento parcial a recurso (agravo regimental) apresentado no Habeas Corpus (HC) 173998 para revogar o afastamento cautelar do cargo.

A imputação da prática do crime de corrupção passiva se deu em razão de fatos ocorridos em 2014, com o suposto pagamento de propina na aprovação de obras públicas de interesse do executivo estadual. Por determinação do então relator da matéria no Supremo, ministro Luiz Fux,o conselheiro está afastado do cargo desde setembro de 2017, juntamente com mais quatro dos sete membros do TCE-MT.

No HC, os advogados argumentavam que o afastamento representava ameaça ao direito de ir e vir e pediam o trancamento de inquérito em andamento no Superior Tribunal de Justiça (STJ), sob alegação de demora. O agravo regimental foi interposto contra decisão monocrática da atual relatora, ministra Cármen Lúcia, que negou seguimento ao habeas corpus, por entender que não era a via correta para a solicitação.

Demora excessiva

Prevaleceu o voto divergente do ministro Ricardo Lewandowski, acompanhado pelo ministro Gilmar Mendes. Eles entenderam que o HC é cabível em casos como os dos autos, em que se discutem medidas cautelares diversas da prisão. Os ministros reconheceram a complexidade do caso, porém observaram que o conselheiro está afastado do cargo por quase três anos, em flagrante constrangimento ilegal em razão da demora para conclusão do julgamento do inquérito pelo STJ.

“Não há notícia sobre o oferecimento de denúncia, pelo contrário, houve pedido de ampliação da medida de afastamento”, afirmou o ministro Lewandowski. Segundo ele, o atraso não foi atribuído à defesa do investigado, mas à morosidade dos órgãos jurisdicionais e estatais. O ministro Gilmar Mendes ressaltou que, ainda que o processo seja complexo, a medida dura “além do aceitável”, sem que tenha sido oferecida a denúncia.

Por esses motivos, os ministros Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes deram parcial provimento ao agravo regimental, a fim de revogar a medida cautelar de suspensão do conselheiro do cargo.

Complexidade do caso

Na sessão de hoje, a ministra Cármen Lúcia votou pela confirmação de sua decisão e pelo desprovimento do agravo regimental. Para ela e para o ministro Edson Fachin, não cabe HC para discutir o afastamento de funções públicas. Sobre a alegação de demora na tramitação do inquérito, eles apontaram a complexidade do caso, em razão dos múltiplos acusados, advogados diferentes, práticas complexas e descoberta de novos elementos probatórios, que ocasionaram o aumento do número de páginas e volumes do processo, demostrando que não há a morosidade alegada.

Manutenção da denúncia

Todos os ministros convergiram quanto à negativa do pedido da defesa para o trancamento do inquérito e acompanharam a relatora nesta parte.

EC/AS//CF

 

Ações que discutem correção monetária de créditos trabalhistas estão na pauta desta quarta-feira (26)

 


A sessão plenária por videoconferência está marcada para as 14h, com transmissão ao vivo pela TV Justiça, pela Rádio Justiça e pelo canal do STF no YouTube.

25/08/2020 20h26 - Atualizado há

A pauta de julgamentos do Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) traz nesta quarta-feira (26) a continuação do julgamento de duas Ações Declaratórias de Constitucionalidade (ADC) e duas Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADI) em que se discute a aplicação da Taxa Referencial (TR) para a correção monetária de débitos trabalhistas e de depósitos recursais no âmbito da Justiça do Trabalho. A sessão plenária por videoconferência está marcada para as 14h, com transmissão ao vivo pela TV Justiça, pela Rádio Justiça e pelo canal do STF no YouTube.

No final de junho, o relator das ações, ministro Gilmar Mendes, determinou a suspensão nacional de todos os processos no âmbito da Justiça do Trabalho em que o tema seja discutido. A decisão vai a referendo do Plenário. Serão julgadas conjuntamente as ADCs 58 e 59, ajuizadas, respectivamente, pela Confederação Nacional do Sistema Financeiro (Consif) e pela Confederação Nacional da Tecnologia da Informação e Comunicação (Contic) e outras duas entidades de classe. Já as ADIs 5867 e 6021 foram propostas pela Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra).

Confira, abaixo, todos os temas dos processos pautados para julgamento.

Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) 58
Relator: ministro Gilmar Mendes
Confederação Nacional do Sistema Financeiro (Consif) X Presidente da República e Congresso Nacional
A Consif sustenta que o Poder Judiciário tem se negado a aplicar a TR como índice de atualização dos débitos trabalhistas e a substituído por outro indexador, em afronta ao previsto no artigo 39, caput e parágrafo 1º, da Lei 8.177/1991. Alega ofensa ao princípio constitucional da separação de Poderes, à competência constitucionalmente atribuída ao Congresso Nacional para legislar sobre direito monetário e aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. Os ministros vão decidir se a opção de corrigir os depósitos recursais pelos mesmos índices da caderneta de poupança e se a utilização da TR para a atualização dos créditos trabalhistas decorrentes de condenação judicial são medidas constitucionais. Em 27/6, o ministro Gilmar Mendes determinou a suspensão da tramitação de todos os processos em curso na Justiça do Trabalho que envolvam a aplicação dos artigos 879, parágrafo 7º, e 899, parágrafo 4º, da CLT, com a redação dada pela Lei 13.467/2017 (Reforma Trabalhista), e o artigo 39, caput e parágrafo 1º, da Lei 8.177/1991. A decisão agora será submetida a referendo do Plenário, que julgará, em conjunto, a ADC 59, de autoria da Confederação Nacional de Informação e Comunicação Audiovisual, e as ADIs 5867 e 6021, ajuizadas pela Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra).

Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 558
Relatora: ministra Cármen Lúcia
Procurador-geral da República x Assembleia Legislativa do RJ
Ação ajuizada contra vários dispositivos da Constituição do Estado do Rio de Janeiro que tratam da legitimação para a representação de inconstitucionalidade, da convocação de procuradores-gerais e defensores públicos pela Assembleia Legislativa e da concessão de imunidades penais e processuais aos vereadores, entre outras deliberações.

Recurso Extraordinário (RE) 633782 - Repercussão geral
Relator: ministro Luiz Fux
Ministério Público de MG x Empresa de Transportes e trânsito de Belo Horizonte S/A - BHTRANS
O recurso foi interposto contra decisão do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais que assentou que a Empresa de Transporte e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans), criada com o objetivo de gerenciar o trânsito local, tem competência para aplicar multa aos infratores de trânsito. Os ministros vão decidir se sociedade de economia mista pode aplicar multa de trânsito.

Recurso Extraordinário (RE) 922144 - Repercussão geral
Relator: ministro Luís Roberto Barroso
Anna Elisa Surerus x Município de Juiz de Fora
O recurso discute a compatibilidade da garantia de indenização prévia em dinheiro para desapropriação por necessidade ou utilidade pública (artigo 5º, inciso XXIV, da Constituição Federal) com o regime de precatórios (artigo 100).

AR/CR//CF

 

STF

Ex-presidente Lula poderá ter acesso a trechos da delação de Palocci que o mencionem



Por maioria de votos, a 2ª Turma do STF deferiu recurso interposto pela defesa do ex-presidente contra decisão do relator, ministro Edson Fachin.

25/08/2020 20h36 - Atualizado há

A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, na sessão desta terça-feira (25), conceder ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acesso a todos os trechos do acordo de colaboração premiada do ex-ministro Antonio Palocci nos quais lhe é imputado algum fato criminoso. Por maioria de votos, a decisão, tomada na Petição (Pet) 8421, assegura à defesa de Lula acesso aos trechos que façam menção a seu nome ou a expressões assemelhadas, como governo Lula e era Lula, desde que não haja prejuízo para a realização de diligências em andamento.

O colegiado deferiu recurso (agravo regimental) interposto contra decisão do relator da Pet 8421, ministro Edson Fachin, que havia negado ao ex-presidente acesso integral ao acordo de colaboração premiada de Palocci. Em seu voto, Fachin manteve sua decisão de dar acesso apenas aos elementos de prova incorporados em investigações criminais que tenham sido deflagradas contra o ex-presidente.

Direito ao contraditório

Prevaleceu, no entanto, o voto do ministro Gilmar Mendes, pelo deferimento do acesso. Ele destacou que a Segunda Turma, nos termos da Súmula Vinculante 14, que assegura o direito à ampla defesa e do contraditório na investigação criminal, tem garantido aos delatados acesso aos termos de colaboração em que tenham sido citados e que não tenham diligências em curso que possam ser prejudicadas.

Segundo Mendes, os depoimentos do colaborador são aptos à formação do convencimento judicial se forem corroborados por outros meios idôneos de prova. Por este motivo, ele considera não ser possível decretar sigilo integral e intransponível sobre as delações, pois poderá haver, no conjunto, elementos de prova relevantes ao exercício do direito de defesa e do contraditório.

Para o ministro, caso haja, numa colaboração premiada, informações que incriminem terceiros, deve ser assegurado a estes o acesso aos termos. Embora a Lei 12850/2013 (Lei de Organização Criminosa), que regulamenta a colaboração premiada, preveja o sigilo do acordo como regra, há uma norma especial que regulamenta o acesso do defensor do delatado aos atos de colaboração. De acordo com Mendes, o sigilo é importante para impedir vazamentos, mas não se pode restringir o acesso do delatado a elementos indispensáveis para o exercício de sua defesa.

Diligências

Gilmar Mendes observou que, diante do pedido do delatado de acesso a determinado procedimento, o juiz responsável pela instrução criminal deve requerer à autoridade policial informações sobre as diligências em andamento para que decida sobre a necessidade de preservar o sigilo. Segundo o ministro, nem toda diligência em andamento prejudica o direito de acesso às colaborações. Mas, caso o juiz entenda haver risco razoável de que a investigação seja frustrada por atos do delatado, o sigilo deve ser mantido e devidamente fundamentado.

Acompanharam a divergência os ministros Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski.

PR/AS//CF

STF

2ª Turma anula condenação de doleiro no caso Banestado

 


Colegiado apontou quebra da imparcialidade na atuação do então juiz Sérgio Moro por participação na produção da prova.

25/08/2020 21h12 - Atualizado há

Após empate no julgamento de agravo regimental no Recurso Ordinário em Habeas Corpus (RHC) 144615, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) anulou sentença condenatória proferida pelo Juízo Federal da 2ª Vara Criminal de Curitiba (PR) contra o doleiro Paulo Roberto Krug, por crimes financeiros no caso Banestado. De acordo com o Regimento Interno do STF (artigo 146, parágrafo único), no caso de empate em Habeas Corpus e em Recurso de Habeas Corpus, deve prevalecer a decisão mais favorável ao réu.

O colegiado concluiu que houve quebra da imparcialidade (incisos I e II, do artigo 252 do Código de Processo Penal) do então juiz Sérgio Moro, que atuou na causa. Na fase de celebração do acordo de colaboração premiada, Moro tomou o depoimento de colaboradores, inclusive do doleiro Alberto Youssef, e, dessa forma, participou da produção da prova na fase investigativa.

O recurso foi trazido a julgamento presencial em razão de pedido de vista do ministro Gilmar Mendes. Na sessão desta terça-feira (25), o relator, ministro Edson Fachin, reafirmou os fundamentos que o levaram a negar provimento ao agravo. Para ele, a oitiva dos colaboradores pelo juízo é tarefa inerente à própria homologação do acordo, e a sua participação na homologação não tem identidade com as hipóteses legais de impedimento. Também não cabe, a seu ver, a alegação de atuação no processo como membro da acusação. A ministra Cármen Lúcia acompanhou integralmente o relator.

Quebra de imparcialidade

Ao divergir, o ministro Gilmar Mendes afirmou que, da leitura dos depoimentos anexados aos autos, fica claro que o juiz procedeu à inquirição de Youssef para obter provas de outros investigados, entre eles Paulo Krug. Segundo o ministro, foram direcionadas a Gabriel Nunes Pires Neto, diretor da área de câmbio do Banestado, perguntas específicas sobre a participação de Krug nos fatos. “Essas passagens deixam claro que o juiz ultrapassou, em muito, a função de mero homologador dos acordos e atuou, verdadeiramente, como parceiro do órgão de acusação”, afirmou. A Seu ver, a atuação do juiz foi além da mera verificação das condições de legalidade, regularidade e voluntariedade para celebração dos acordos.

Mendes ressaltou ainda que, após o encerramento da instrução processual, o magistrado determinou a juntada de vários documentos aos autos direcionados à comprovação da acusação e, posteriormente, utilizados na sentença condenatória. “Ou seja, produziu a prova para justificar a condenação que já era por ele almejada, aparentemente”, assinalou. Segundo o ministro, os documentos não poderiam ter sido utilizados para formação de juízo de autoria e materialidade das imputações, pois a fase de instrução processual já estava encerrada. “A evidente quebra da imparcialidade do juízo macula os atos decisórios por ele proferidos”, concluiu.

O ministro Ricardo Lewandowski acompanhou a divergência.

SP/AS//CF

STF

Processo relacionado: RHC 144615

Ações que discutem correção monetária de créditos trabalhistas estão na pauta desta quarta-feira (26)

 


A sessão plenária por videoconferência está marcada para as 14h, com transmissão ao vivo pela TV Justiça, pela Rádio Justiça e pelo canal do STF no YouTube.

25/08/2020 20h26 - Atualizado há

A pauta de julgamentos do Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) traz nesta quarta-feira (26) a continuação do julgamento de duas Ações Declaratórias de Constitucionalidade (ADC) e duas Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADI) em que se discute a aplicação da Taxa Referencial (TR) para a correção monetária de débitos trabalhistas e de depósitos recursais no âmbito da Justiça do Trabalho. A sessão plenária por videoconferência está marcada para as 14h, com transmissão ao vivo pela TV Justiça, pela Rádio Justiça e pelo canal do STF no YouTube.

No final de junho, o relator das ações, ministro Gilmar Mendes, determinou a suspensão nacional de todos os processos no âmbito da Justiça do Trabalho em que o tema seja discutido. A decisão vai a referendo do Plenário. Serão julgadas conjuntamente as ADCs 58 e 59, ajuizadas, respectivamente, pela Confederação Nacional do Sistema Financeiro (Consif) e pela Confederação Nacional da Tecnologia da Informação e Comunicação (Contic) e outras duas entidades de classe. Já as ADIs 5867 e 6021 foram propostas pela Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra).

Confira, abaixo, todos os temas dos processos pautados para julgamento.

Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) 58
Relator: ministro Gilmar Mendes
Confederação Nacional do Sistema Financeiro (Consif) X Presidente da República e Congresso Nacional
A Consif sustenta que o Poder Judiciário tem se negado a aplicar a TR como índice de atualização dos débitos trabalhistas e a substituído por outro indexador, em afronta ao previsto no artigo 39, caput e parágrafo 1º, da Lei 8.177/1991. Alega ofensa ao princípio constitucional da separação de Poderes, à competência constitucionalmente atribuída ao Congresso Nacional para legislar sobre direito monetário e aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. Os ministros vão decidir se a opção de corrigir os depósitos recursais pelos mesmos índices da caderneta de poupança e se a utilização da TR para a atualização dos créditos trabalhistas decorrentes de condenação judicial são medidas constitucionais. Em 27/6, o ministro Gilmar Mendes determinou a suspensão da tramitação de todos os processos em curso na Justiça do Trabalho que envolvam a aplicação dos artigos 879, parágrafo 7º, e 899, parágrafo 4º, da CLT, com a redação dada pela Lei 13.467/2017 (Reforma Trabalhista), e o artigo 39, caput e parágrafo 1º, da Lei 8.177/1991. A decisão agora será submetida a referendo do Plenário, que julgará, em conjunto, a ADC 59, de autoria da Confederação Nacional de Informação e Comunicação Audiovisual, e as ADIs 5867 e 6021, ajuizadas pela Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra).

Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 558
Relatora: ministra Cármen Lúcia
Procurador-geral da República x Assembleia Legislativa do RJ
Ação ajuizada contra vários dispositivos da Constituição do Estado do Rio de Janeiro que tratam da legitimação para a representação de inconstitucionalidade, da convocação de procuradores-gerais e defensores públicos pela Assembleia Legislativa e da concessão de imunidades penais e processuais aos vereadores, entre outras deliberações.

Recurso Extraordinário (RE) 633782 - Repercussão geral
Relator: ministro Luiz Fux
Ministério Público de MG x Empresa de Transportes e trânsito de Belo Horizonte S/A - BHTRANS
O recurso foi interposto contra decisão do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais que assentou que a Empresa de Transporte e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans), criada com o objetivo de gerenciar o trânsito local, tem competência para aplicar multa aos infratores de trânsito. Os ministros vão decidir se sociedade de economia mista pode aplicar multa de trânsito.

Recurso Extraordinário (RE) 922144 - Repercussão geral
Relator: ministro Luís Roberto Barroso
Anna Elisa Surerus x Município de Juiz de Fora
O recurso discute a compatibilidade da garantia de indenização prévia em dinheiro para desapropriação por necessidade ou utilidade pública (artigo 5º, inciso XXIV, da Constituição Federal) com o regime de precatórios (artigo 100).

AR/CR//CF

STF

Curso capacita profissionais para combate a incêndios florestais

 


Nesta segunda fase são ministradas aulas práticas e aplicada prova teórica nas instalações do Grupamento de Proteção Civil, em Taguatinga

A segunda etapa do Curso de Sistema de Comando de Incidentes teve início nesta segunda-feira (24). O CSCI/Básico capacita oficiais e servidores dos órgãos do Governo do Distrito Federal que atuam no combate a incêndios florestais para o uso padronizado de ferramentas durante as ocorrências.

A iniciativa, articulada pela Secretaria de Meio Ambiente (Sema) e aplicada pelo Corpo de Bombeiros (CBMDF), apresenta aos oficiais, praças e candidatos de outras instituições uma ferramenta de gerenciamento de incidentes padronizada para todos os tipos de sinistros. Tal modelo permite ao usuário adotar umSemaa estrutura organizacional integrada para suprir as complexidades e demandas de incidentes únicos ou múltiplos, independentemente das barreiras jurisdicionais.

A primeira etapa foi realizada na última semana. Nessa segunda fase são ministradas aulas práticas e aplicada prova teórica nas instalações do Grupamento de Proteção Civil (GPCiv), em Taguatinga (DF).

As atividades presenciais resguardam todos os procedimentos de segurança para evitar a contaminação por Covid-19. Devido à pandemia, na semana passada as aulas teóricas foram realizadas em ambiente virtual, pelo sistema EAD.

O curso tem a duração de 20 horas. No total, 30 servidores das instituições parceiras que atuam na execução dos trabalhos de prevenção e combate estão em treinamento – profissionais do Brasília Ambiental, do Zoológico, do Jardim Botânico, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), do ICMBio, da Polícia Militar do DF, da Defesa Civil, da Aeronáutica e da Escola Superior de Guerra.

R$ 3 milhõesliberados pelo GDF para contratação de 148 brigadistas

“O curso é essencial para quem trabalha diretamente com incidentes de qualquer dimensão. No nosso caso, o curso é voltado para capacitar servidores a aplicar estratégias de melhor resposta e organização operacional para o combate aos incêndios florestais de grande proporção no DF”, informou a assessora técnica da Sema para o Plano de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (PPCIF), Carolina Schubart.

De acordo com Carolina, normalmente são realizados dois cursos por ano, com capacitação média de 60 profissionais. No entanto, com o isolamento decorrente da pandemia, só foi realizado um curso até o momento.

A capacitação faz parte das ações do PPCIF, coordenado pela Sema e executado por instituições parceiras. Para a realização das ações, o GDF liberou R$ 3 milhões destinados à contratação de 148 brigadistas.

Em abril foi publicado o Decreto 40.614/2020 declarando estado de emergência ambiental no Distrito Federal, com relação aos incêndios florestais que recorrentes entre os meses de abril e novembro. Também foram realizados aceiros mecânicos nas diversas unidades de conservação do DF.

 

* Com informações da Secretaria do Meio Ambiente

AGÊNCIA BRASÍLIA 

DODF anuncia mudanças na Saúde

 


Segunda edição da publicação trouxe o afastamento temporário de gestores e anuncia novos comandantes da pasta

O governador Ibaneis Rocha afastou temporariamente sete gestores da Secretaria de Saúde e nomeou o diretor-presidente da Fundação Hemocentro de Brasília, Osnei Okumoto, para comandar interinamente a pasta. A decisão foi publicada em segunda edição do Diário Oficial desta terça-feira (25).

Conforme a determinação, ficam afastados dos cargos: o secretário de Estado de Saúde,  Francisco Araújo Filho; o diretoria do Hospital Regional de Planaltina, Ricardo Tavares Mendes; o subsecretário de Vigilância a Saúde, Eduardo Haje Carmo; o secretário-adjunto de Gestão em Saúde, Eduardo Seara Machado Pojo do Rego; o diretor do Laboratório Central de Saúde, Jorge Antônio Chamon Júnior; o subsecretário de Administração Geral da Saúde, Iohan Andrade Struck; e o assessor especial, Ramon Santana Lopes Azevedo.

AGÊNCIA BRASÍLIA 

Acolhimento da população em situação de rua no Setor Comercial Sul

 


Esforço conjunto de 15 órgãos ocupou a região central de Brasília para atender cerca de 150 pessoas com exames de saúde e assistência social

| Foto: Joel Rodrigues / Agência Brasília

O Governo do Distrito Federal (GDF) intensificou, nesta terça-feira (25), o atendimento à população de rua no Setor Comercial Sul (SCS). Uma ação organizada em parceria com 15 órgãos ofereceu serviços como exames de saúde, assistência social e emissão de documentos a cerca de 150 pessoas em situação de vulnerabilidade (veja mais no vídeo abaixo).

“Essa ação integrada das secretarias é fundamental, porque sozinhos não teríamos resultado”Mayara Noronha Rocha, secretária de Desenvolvimento Social

São diversas as ações oferecidas para essa população carente. Cadastro único para receber benefícios sociais do GDF (CadÚnico); abordagem social feita por equipes da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes); atendimento psicossocial para mulheres com direitos violados, no “Ônibus da Mulher”; emissão gratuita de carteira identidade e CPF; e encaminhamento às vagas de emprego e emissão de carteiras de trabalho são alguns exemplos dos serviços prestados.

Assista ao vídeo:

Nascida em Brasília, Elaine Santos, 24 anos, abandonou a família em Samambaia e está no local há dois anos. Hoje ela aguardava pacientemente para tirar a carteira de identidade perdida em suas andanças. Elaine foi atendida na unidade móvel do Instituto de Identificação da Polícia Civil e agora vai reaver o documento.

“Sem documento a gente não é nada, né? Vim primeiro tirar o RG para depois tentar os benefícios do governo, pois não tenho nenhum. Vou fazer o cadastro único e, depois, tentar uma vaga de trabalho. Muito boa essa ajuda do governo, porque estou meio perdida aqui no Setor [Comercial Sul]”, admite.

| Foto: Joel Rodrigues / Agência Brasília

Já o baiano Márcio Alencar, 42, deixou Salvador para buscar uma oportunidade em Brasília. Passou pelo Instituto Inclusão, um abrigo em São Sebastião e, agora, montou uma “cabana” no SCS. Ao falar com a Agência Brasília, ele fazia inscrição no programa Morar Bem, da Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal (Codhab), e também providenciou hoje sua carteira de trabalho com os servidores da Secretaria do Trabalho (Setrab).

“Já tenho o benefício do GDF, de cerca de R$ 100, mas quero trabalhar. Sair da situação de pobreza extrema e recuperar minha dignidade. Isso significa trabalhar. Existe um preconceito contra a gente que está na rua, mas vou buscar minha vaga”, garantiu.

Forças somadas

A ação conta com as secretarias de Desenvolvimento Social, da Saúde, da Mulher, de Justiça e Cidadania (Sejus), de Segurança Pública (SSP) e de Trabalho, além da Codhab, da Companhia Energética de Brasília (CEB), da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), da Defensoria Pública, das polícias Militar e Civil, da Defesa Civil, do Departamento de Trânsito (Detran-DF) e do Corpo de Bombeiros (CBMDF).

Segundo a secretária de Desenvolvimento Social, Mayara Noronha Rocha, o esforço de todos os órgãos visa diminuir os riscos por que passam essas pessoas. “Vamos fazer um trabalho para resgatar a autoestima deles e para que possam ter oportunidades de escolha, de saberem que têm, sim, direitos e que o Estado está ali para fazer com que ele supere essa situação de risco social”, destaca.

Coordenador do serviço de abordagem social da Sedes, André Santoro explica que a ação integrada permanecerá no SCS por duas semanas. Mas, o acompanhamento diário permanece nos próximos meses. Em dois dias, servidores da Sedes já inscreveram 25 pessoas no Cadastro Único do GDF.

“Instalamos a Cidade da Segurança Pública, com uma série de serviços. Nosso objetivo é atuar preventivamente, mostrando para empresários e frequentadores que o SCS é um local seguro. Em 2020, por exemplo, não foi registrado homicídio no local”Anderson Torres, secretário de Segurança Pública

A Sejus, por meio da Subsecretaria de Enfrentamento às Drogas, orienta os usuários de droga que desejam fazer tratamento. Atualmente, há 12 comunidades terapêuticas que acolhem aos que se submetem à intervenção voluntária. A Secretaria de Saúde contribui com o atendimento diário dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps), além de equipes do projeto Consultórios de Rua três vezes por semana.

“Estamos aqui para garantir dignidade e direitos humanos para essa população do Setor Comercial. Oferecer uma oportunidade nas comunidades terapêuticas para aqueles que precisam e querem se livrar do uso de drogas. Nos importamos com eles e oferecemos a oportunidade para mudarem de vida”, explica a chefe da Sejus, Marcela Passamani.

| Foto: Joel Rodrigues / Agência Brasília

Mais segurança

Para o secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, a atuação integrada mostra que o governo está presente na revitalização de um espaço histórico da capital. “Instalamos a Cidade da Segurança Pública, com uma série de serviços. Nosso objetivo é atuar preventivamente, mostrando para empresários e frequentadores que o SCS é um local seguro. Em 2020, por exemplo, não foi registrado homicídio no local”, enfatiza Torres.

Já a secretária da Mulher, Ericka Filipelli, destaca que a situação de rua deixa as mulheres mais vulneráveis e essa é a oportunidade de identificar as dificuldades enfrentadas por elas. “Temos uma quantidade significativa de mulheres de rua no Setor Comercial. Vamos acolhê-las e fazer o atendimento psicossocial. A ideia é fazer o encaminhamento ao Ceam [Centro Especializado de Atendimento à Mulher] da 102 Sul, onde elas podem receber apoio e conhecer melhor seus direitos”, destaca.

Atualmente, o DF tem cerca de 1,8 mil pessoas em situação de rua, 321 das quais na área central de Brasília: 267 homens, 44 mulheres e 10 idosos estão espalhados por 202 Sul e Norte, setores Comercial Sul (SCS) e de Diversões Sul (SDS), Rodoviária do Plano Piloto, Torre de TV, Esplanada dos Ministérios e arredores do Hospital Regional da Asa Norte (Hran).

AGÊNCIA BRASÍLIA 

Governador se reúne com representantes do Movimento Empreender Piauí

 


Na oportunidade, o gestor e os empresários puderam trocar ideias e aproximar a entidade do setor público.

O governador Wellington Dias se reuniu, nessa segunda-feira (24), com representantes do Movimento Empreender Piauí (Move), no escritório da residência oficial. Na oportunidade, o gestor e os empresários puderam trocar ideias e aproximar a entidade do setor público, inclusive foram convidados para terem representantes no Comitê Pro Piauí e também no Comitê de Aplicação dos Recursos da Educação, onde devem sugerir os cursos prioritários para qualificação profissional na rede estadual de educação, em cada região, do ponto de vista da demanda das empresas, integrados com as Câmaras Setoriais.

De acordo com o empresário João Vicente Claudino, o Move está em funcionamento há três anos e tem como principal objetivo gerar essa interlocução entre os empresários e o setor público, estadual e também municipais. “Com a união entre esses setores, é possível criar um ambiente de investimento e empreendedorismo para que o Estado se desenvolva ainda mais rápido”, explicou o empresário.

João Vicente destacou que o encontro com o governador foi uma troca de ideias, onde foram tratados diversos temas entre eles a burocracia pública. Para o empresário, além de mais incentivos, há a necessidade de correção de alguma coisas pelo poder público, que facilite a dinâmica de quem quer investir e empreender no Piauí. “Diminuir a luta eterna contra a burocracia pública (que não é só no Piauí). Não é só a montagem de estrutura e incentivo, às vezes, pequenas coisas que entravam e retardam acabam gerando o “custo Brasil” e desmotivando o empreendedor”, comentou Claudino.

Os empresários saíram satisfeitos do encontro e o governador Wellington Dias também prometeu inseri-los nas discussões sobre os cartórios que devem ter a participação do Tribunal de Justiça, OAB/PI e Ministério Público, entre outros órgãos.

“O objetivo é diminuir a burocracia e dar maior eficácia envolvendo os três poderes. Na pauta também solicitaram que possamos garantir maiores oportunidades para as micro, pequenas e médias empresas nessa relação com os investidores e principais investimentos de forma direta, como em PPPs e com o setor público. Eu acho que são pautas muito positivas e vamos trabalhar pelo Piauí”, finalizou Wellington.


Repórter: Tamyres Rebeca

Governo do Piauí 

Maternidade Dona Evangelina Rosa tem queda no número de óbitos neonatais

 


A redução foi de 24,5% em relação ao mesmo período do ano passado.


A Maternidade Dona Evangelina Rosa (MDER) apresentou uma redução no número de óbitos neonatais nos primeiros seis meses de 2020. A queda foi de 24,5% em relação ao mesmo período do ano passado. A média ficou em 17 óbitos (a cada mil nascidos vivos) por mês, e já vinha apresentando redução desde 2016, quando foram registrados 30,25 óbitos. Essa desaceleração se manteve nos anos de 2017, 2018 e 2019.

“No que diz respeito à taxa de mortalidade infantil, que indica a relação entre o número de óbitos infantis e o número de nascidos vivos, caiu de 39 em 2019 para 38,2, por mil nascidos vivos em 2020, visto que o número de nascidos vivos também caiu. Contudo, os dados do primeiro semestre (janeiro a junho) de 2020 revelam uma queda de 24,5 % dos óbitos infantis em relação ao mesmo período de 2019, passando de 136 óbitos infantis em 2019 para 105 óbitos em 2020”, explica o diretor clínico da Maternidade Dona Evangelina Rosa, Marcos Bittencourt.

A taxa de Mortalidade Infantil também apresentou uma redução de 21,4%. Em 2019, foram contabilizados 39,2 (ao mês). Já, este ano, os números ficaram 30,8, no período de janeiro a junho. A diminuição do número de mortes, após o nascimento, é uma das estratégias do Plano de Prevenção à Mortalidade Materna e na Infância, da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), que tem como meta reduzir os óbitos neonatais em 15%, até 2023.

Maternidade Evangelina Rosa


“O objetivo é chegar 2023 com 21% a mortalidade materna, 15% a mortalidade infantil neonatal (crianças até 28 dias de vida) e 7,5% a mortalidade infantil de crianças até cinco anos de idade. E estamos logrando êxito com os números apresentados pela Maternidade Dona Evangelina Rosa, que conseguiu uma queda nos últimos três anos, e pretendemos nos próximos trabalhar para atingir nossa meta de 15%”, destaca o secretário de Estado da Saúde, Florentino Neto.

Essa diminuição também está atrelada ao processo de restruturação física que a maternidade vem passando, de qualificação dos profissionais de saúde, fortalecimento do pré-natal na Atenção Básica e à interiorização dos cuidados aos recém-nascidos, que são desenvolvidos nas cidades de Parnaíba, Floriano e Piripiri.

“Várias ações que estão sendo trabalhadas pela Sesapi, desde cursos de capacitação para neonatal, foco na qualificação dos profissionais da saúde, como é o caso do projeto QualiNeo, em parceria com a Fundação Osvaldo Cruz; o atendimento de qualidade que agora também são oferecidos em maternidades do interior, que foi fortalecido pelo Governo do Estado, o que também contribui para a melhoria do trabalho dentro da Maternidade Dona Evangelina Rosa”, pontua a diretora de Vigilância e Atenção à Saúde da Sesapi, Cristiane Moura Fé.

Maternidade Evangelina Rosa

O Plano de Prevenção à Mortalidade Materna e na Infância da Sesapi pretende melhorar os indicadores que não só no Piauí como no Brasil estão muito acima do que a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera aceitável. O intuito é chegar a 2023 com os números de mortalidade materna em 56,5 óbitos; infantil neonatal em 9,35 e a infantil (até 5 anos), de 16,04 casos ao mês.

Repórter: Amanda Dourado

Governo do Piauí 


Em mais uma decisão, Justiça do DF mantém Colégio COC do Sudoeste fechado

 DF

TJDFT afirma que falta de Habite-se configura risco à integridade física de estudantes e funcionários


Fachada do COC SudoesteCOC SUDOESTE/DIVULGAÇÃO

Em mais uma decisão, a Justiça do Distrito Federal voltou a proibir o retorno das atividades presenciais no Colégio COC do Sudoeste. A decisão é da Vara de Meio Ambiente, Desenvolvimento Urbano e Fundiário do DF.

Segundo o Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT), a instituição particular de ensino não expediu, até essa segunda-feira (24/8), o Habite-se – ato administrativo que autoriza o início da utilização de construções e edificações.

O autor da ação civil pública é o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT). À Justiça, os promotores alegaram que a falta de regularização coloca em risco a integridade física dos estudantes e colaboradores.

O MPDFT também lembrou que, durante a construção do prédio, um muro de contenção desmoronou e teme que o mesmo ocorra com a escola ocupada.

Vale lembrar que as aulas na rede particular de ensino estão suspensas desde 11 de março em função da pandemia do novo coronavírus. Após audiência de conciliação, entidades educacionais aprovaram um calendário para retorno das atividades presenciais já a partir de 21 de setembro.

Em sua defesa, o COC Sudoeste afirmou que fiscais “não encontraram irregularidades após a conclusão das vistorias”. Além disso, o colégio afirma que um laudo do Corpo de Bombeiros, a autorização da Administração Regional do Sudoeste e a vistoria da Defesa Civil “tornam a obra concluída e vistoriada para fins de funcionamento”.

Ao analisar o mérito, o TJDFT ressaltou que, sem o Habite-se, a edificação é considerada “inconclusa e ainda inapta ao uso seguro”. Dessa forma, manteve a escola particular fechada até que a instituição esteja regularizada.

Em caso de descumprimento, o colégio será multado em R$ 500 por dia, limitada ao valor de R$ 50 mil.