quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Papa pede que vacinas contra o coronavírus sejam acessíveis para todos

MUNDO

'Seria triste se a prioridade da vacina da Covid-19 fosse dada aos mais ricos. Seria triste se isso se transformasse na prioridade de uma nação e não fosse destinado a todos', disse o papa.

Por France Presse

 


Papa Francisco acena para os fiéis na Praça de São Pedro, no Vaticano, após a oração do Angelus neste domingo (5) — Foto: Riccardo de Luca/AP

Papa Francisco acena para os fiéis na Praça de São Pedro, no Vaticano, após a oração do Angelus neste domingo (5) — Foto: Riccardo de Luca/AP

papa Francisco pediu, nesta quarta-feira (19), que as futuras vacinas contra o coronavírus não se destinem primeiro "aos mais ricos", em um momento em que a pandemia não para de aumentar as desigualdades no mundo.

A futura vacina deve se dirigir aos que mais precisam, disse Francisco em sua audiência das quartas-feiras, transmitida ao vivo de sua biblioteca privada no Vaticano, a fim de evitar as concentrações de fiéis na Praça de São Pedro.

Papa mostra preocupação por causa de possível disputa por vacinas: ‘Seria triste’


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Papa mostra preocupação por causa de possível disputa por vacinas: ‘Seria triste’

"Seria triste se a prioridade da vacina da Covid-19 fosse dada aos mais ricos. Seria triste se isso se transformasse na prioridade de uma nação e não fosse destinado a todos", continuou o papa.

"E que escândalo seria se toda a ajuda econômica, grande parte dela procedente dos cofres públicos, fosse usada para salvar as empresas que não contribuem para a inclusão em vez do bem comum e da preservação da Criação", disse.

"A pandemia é uma crise e de uma crise não saímos iguais: ou saímos melhores ou saímos piores. Deveríamos sair melhores, para melhorar a injustiça social e a degradação do meio ambiente", acrescentou.

Segundo Francisco, a "pandemia expôs a difícil situação dos pobres e a grande desigualdade que reina no mundo".

"O vírus não tem exceções e encontrou grandes desigualdades e discriminações em seu caminho devastador e as fez crescer", lamentou o papa.

Para Francisco, a batalha atual deve ser travada em duas frentes: "Por um lado, é preciso encontrar um remédio para este vírus minúsculo mas terrível que colocou o mundo de joelhos. Por outro, temos que nos curar de um vírus muito grande, o da injustiça social, da desigualdade, da marginalização e da falta de proteção para os mais fracos".

"É preciso mudar o mundo", insistiu, destacando que a economia deve focar nas pessoas, principalmente as mais pobres.

Francisco, que viu de perto a pobreza e a crise econômica de seu país, criticou em várias ocasiões o liberalismo econômico que trata os trabalhadores como "lixo".

"A opção preferencial pelos pobres está no centro do Evangelho", lembrou o papa, acrescentando que não se deve levar em consideração nenhuma preferência política ou ideológica.

Nesta corrida para encontrar o tratamento, a Organização Mundial da Saúde (OMS) também alertou que é preciso evitar o "nacionalismo das vacinas".

Várias vacinas estão em fase de testes atualmente para imunizar as pessoas contra a Covid-19, doença que já matou mais de 774 mil pessoas no mundo desde dezembro.


“A menina de 10 anos voltou a sorrir”, diz médico sobre vítima de estupro

BRASIL

Onda de carinho e o sonho realizado: comer um McLanche Feliz

Médico obstetra Olímpio Barbosa de Moraes Filho coordena hospital de referência de aborto em Pernambuco: recomeço Cesam/Divulgação


“Ela voltou a sorrir no dia seguinte à cirurgia”. Essa será a lembrança que o médico pernambucano Olímpio Moraes Filho terá da criança de 10 anos que, com autorização da Justiça e a despeito de manifestações de religiosos, conseguiu interromper uma gestação resultado de abuso sexual por parte de seu tio, de 33 anos. Apesar de muita dor e sofrimento, houve também uma onda de amor e carinho.

A população local e equipe do hospital fizeram inúmeras doações de roupas, sapatos, livros, brinquedos, tablet e aparelho de som para a menina. No dia seguinte à cirurgia, a criança recebeu dezenas de arranjos de flores e caixas de bombom, que lotaram o quarto onde ficou internada. Menos de 24 horas após encerrar seu calvário em busca de Justiça para reparar um crime do qual foi vítima, ela voltou a sorrir.A criança e sua avó retornaram nesta quarta, 19, para o Espírito Santo. Elas voaram em um jato fretado, sob responsabilidade do governo capixaba. 

No caminho entre o hospital e o aeroporto, a garota pediu ao motorista para realizar seu sonho. Quis parar em uma lanchonete do McDonald’s para comprar um Mc Lanche Feliz. “Esse era o sonho da vida daquela menina de 10 anos, que por um crime horrível passou por toda essa tortura psicológica comer um lanche do McDonald’s”, diz o médico.


FONTE: VEJA/João Batista Jr. -

Brasil tem 110 mil mortes e mutação pode ser 'positiva'

 CORONAVÍRUS

Uma mutação do novo coronavírus, cada vez mais comum em toda a Europa e detectada recentemente na Malásia, pode ser mais infecciosa, mas parece menos fatal

G1 e Agência Brasil

 

Coronavírus hoje: Brasil tem 110 mil mortes e mutação pode ser 'positiva'
Getty Images

O Brasil tem 110.037 mortes por coronavírus confirmadas até as 8h desta quarta-feira (19), segundo levantamento do consórcio de veículos de imprensa a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde.

Desde o balanço das 20h de terça-feira (18), 3 estados atualizaram seus dados: CE, GO e RR.

Veja os números consolidados:

  • 110.037 mortes confirmadas
  • 3.413.392 casos confirmados

Na terça-feira (18), às 20h, o balanço indicou: 110.019 mortes, 1.365 em 24 horas. Com isso, a média móvel de novas mortes no Brasil nos últimos 7 dias foi de 989 óbitos, uma variação de -4% em relação aos dados registrados em 14 dias.

Sobre os infectados, eram 3.411.872 brasileiros com o novo coronavírus, 48.637 confirmados no último período. A média móvel de casos foi de 42.783 por dia, uma variação de -3% em relação aos casos registrados em 14 dias.

Nestlé vai elevar investimento em 40% no Brasil este ano

 

Por Reuters 

Nestlé
Em Caçapava, a Nestlé inaugurou uma nova linha de produção de KitKat e tem a previsão de construir outra até o final do segundo semestre (Imagem: REUTERS/Pierre Albouy)

A Nestlé vai elevar o investimento no Brasil neste ano em cerca de 40%, com recursos para inauguração de novas linhas de produção e modernização de fábricas, informou a companhia de alimentos.

A empresa vai investir no país este ano cerca de 763 milhões de reais ante 544,6 milhões aplicados em 2019. O valor também é o maior investido pela empresa no Brasil desde pelo menos 2016.

O Brasil é quarto mercado global da Nestlé, segundo dados da companhia, e maior da América Latina. Durante a divulgação de resultados em julho, a empresa informou que as vendas na região subiram um dígito e que no país a expansão foi de um dígito alto.Segundo a companhia, o investimento neste ano “será destinado a projetos diversos em unidades da companhia em todo o país.

Entre os destaques de investimentos estão a inauguração e modernização de linhas nas fábricas de Araçatuba, Araras, Caçapava (SP), Vila Velha (ES), Feira de Santana (BA) e Montes Claros (MG).

Em Caçapava, a Nestlé inaugurou uma nova linha de produção de KitKat e tem a previsão de construir outra até o final do segundo semestre.

Em Araçatuba, a companhia inaugurou uma nova linha de fabricação de produtos de nutrição infantil. Já a fábrica de Vila Velha recebeu uma linha adicional de produção de caixas de bombons e de materiais de exposição de chocolates.

Governador suspende retomada das aulas na rede pública do DF

 PANDEMIA

Decisão não desautoriza o retorno das atividades escolares na rede pública do Distrito Federal, mas suspende as datas previstas em decreto

Volta das aulas presenciais no DF preocupa professores e | SaúdeFoto: Reprodução  Brasil de FatoO governador Ibaneis Rocha (MDB) decidiu suspender o calendário de retomada das aulas na rede pública de ensino. A decisão não invalida o decreto que autoriza o retorno das atividades, mas deixa a elaboração de novo calendário a critério da Secretaria de Educação. Fontes próximas ao chefe do Buriti confirmaram a informação ao Correio.

Os detalhes serão repassados em coletiva marcada para a tarde desta quarta-feira (19/8). Estarão presentes os secretários da Casa Civil, Gustavo Rocha; da Educação, Leandro Cruz; de Governo, José Humberto Pires; e de Saúde, Francisco Araújo. A reunião ocorre no Salão Nobre do Palácio do Buriti.

O diretor do Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro/DF), Samuel Fernandes manifestou-se sobre a decisão. Ele considerou a decisão "acertada" apesar da "demora". "Vale lembrar que, mesmo se os protocolos sanitários fossem cumpridos, o retorno das aulas presenciais não seria seguro devido às condições da pandemia que estamos vivendo, pois o vírus não respeita protocolos", disse em nota. 

Samuel acrescentou que o governo também deve investir para atender os alunos que não têm equipamentos eletrônicos ou internet para acessar as aulas remotas.

Aguarde mais informações

*Colaborou Mariana Machado


Adiado retorno de aulas presenciais na rede pública

 


Decisão visa dar mais segurança a estudantes e servidores. Reformas nas escolas prosseguem

A retomada do calendário escolar presencial da rede pública do Distrito Federal está adiada. Com data de referência para 31 de agosto, o retorno gradual dos alunos para as salas de aula vai ficar para depois. A decisão foi tomada como forma de precaução, para evitar o aumento de contaminações pela Covid-19 a partir do convívio de crianças, adolescentes e adultos no ambiente escolar. A nova data será definida de forma que garanta segurança de todos. 

A informação foi divulgada na tarde desta quarta-feira (19) em coletiva de imprensa no Palácio do Buriti. “A decisão é fruto de grande debate com escolas, comunidade escolar e com observação científica da evolução da curva da pandemia. A data era de referência, mas neste momento, apesar de as escolas estarem prontas para o retorno, isso será adiado pela vida e saúde de todos”, declarou o secretário de Educação, Leandro Cruz, que se reuniu virtualmente com gestores de 686 colégios na manhã desta quarta. 

De acordo com ele, o comportamento da pandemia seguirá em acompanhamento para que as providências de retorno às aulas presenciais sejam tomadas de forma segura. Ainda não há data definida para o retorno presencial.  Continua em vigor o Decreto 40.939, de 2 de julho de 2020, que autorizou a retomada a partir de 3 de agosto, deixando a organização do calendário a critério da Secretaria de Educação. “Mesmo o decreto possibilitando a volta, só faremos quando estivermos em condições epidemiológica perfeitas para isso”, avisou o titular da Educação. 

Protocolos e preparativos

Os preparativos para a retomada das atividades presenciais vão prosseguir. Nesta semana, a operação para desinfecção e higienização das escolas da rede pública chegou a 91,2% das unidades. Das 686 escolas, 626 receberam as equipes do Sanear DF desde que começou, em 27 de julho. 

Os protocolos para retorno ainda prevêem distanciamento, disponibilização de álcool em gel, uso de máscaras de proteção facial e aferição de temperatura, tapetes de desinfecção na entrada das salas. A testagem dos profissionais da educação que atuam nas escolas será feita pela Secretaria de Saúde, em data a ser divulgada oportunamente.

Em entrevista à Agência Brasília na última semana, o secretário de Educação, Leandro Cruz, já havia dito que as aulas presenciais só seriam retomadas se houvesse todas as condições de segurança de saúde e controle da curva da pandemia para que não colocasse em risco a saúde de estudantes, de professores, dos demais servidores que atuam nas escolas e das pessoas que precisam ir às unidades de ensino, como os pais e responsáveis. 

Ensino remoto

O ensino remoto será mantido. O programa Escola em Casa DF, com a plataforma Google Sala de Aula, tem cadastrados 470 mil estudantes e 72 mil profissionais da educação. De 13 de julho até 17 de agosto, ocorreram 4.384.917 acessos de estudantes e 798.302 por parte de professores. “Como o ensino remoto está funcionando, conseguimos manter, assim, a segurança de todos, evitando que estudantes sejam vetor de circulação de vírus nas suas famílias”, explicou Leandro Cruz.

A Secretaria de Educação está em processo para retomar as teleaulas, trabalhando nos preparativos para o processo de contratação dos canais de televisão. Além disso, o edital de chamamento público às operadoras de internet móvel foi publicado. A pasta pagará o custo para incluir aqueles que não têm condições, assim que as empresas se cadastrarem.

Enquanto as aulas presenciais estiverem suspensas, o governo continuará pagando os auxílios mensais da Bolsa Alimentação e Bolsa Alimentação Creche, criadas para garantir a segurança alimentar e nutricional dos estudantes. Muitos têm na merenda escolar suas principais refeições.

E as melhorar nas instalações também não vão parar. Nas contas da Secretaria de Educação, foram investidos R$ 87 milhões em reformas e manutenções de 204 unidades de ensino — 80 somente no período de pandemia.

“Vamos aproveitar esse período para entregar espaços com melhor qualidade no retorno. Agora, com revisão do retorno ao ensino presencial, vamos começar nova rodada”, avisa o secretário.

Além do secretário de Educação, Leandro Cruz, participaram do evento os titulares da Casa Civil, Gustavo Rocha; de Governo, José Humberto Pires; de Saúde, Francisco Araújo; e de Economia, André Clemente. Também esteve presente o subsecretário de Vigilância à Saúde, Eduardo Hage. 

Rede privada 

O GDF não vai interferir no calendário de retorno das escolas privadas. Atualmente, as aulas nas instituições particulares da capital estão suspensas por força judicial.

*Com informações da Secretaria de Educação

AGÊNCIA BRASÍLIA 

MPF alerta sobre e-mails falsos enviados em nome da instituição

 



Mensagens que tratam sobre instauração de procedimento investigatório criminal devem ser desconsideradas

Arte com um envelope branco sobre um fundo bordô, com o símbolo amarelo com exclamação de atenção. E texto escrito em letras maiúsculas: "Cuidado com e-mails falsos! MPF não envia e-mails para intimar, notificar ou comunicar procedimento de investigação."

Arte: Secom/PGR

O Ministério Público Federal (MPF) não envia e-mails para fazer intimações ou divulgar suposto brasão institucional. Algumas pessoas entraram em contato com a Procuradoria-Geral da República, informando que receberam correios eletrônicos (e-mails) em nome do MPF com supostas notificações ou intimações para comparecer a audiências referentes a falsos procedimentos investigatórios.

Por essa razão, o MPF reforça a informação de que não envia e-mails para intimar, notificar ou comunicar qualquer procedimento investigatório. Caso o usuário receba alguma mensagem em nome da instituição com o pedido de dados pessoais ou com a indicação de link de acesso, pode se tratar de fraude eletrônica. A instituição não envia mensagem solicitando a instalação de qualquer programa. 

O MPF somente entra em contato via e-mail com cidadãos que tenham registrado representação (denúncia) ou tenham realizado alguma solicitação na Sala de Atendimento ao Cidadão, na Ouvidoria do MPF, no Peticionamento Eletrônico ou no Protocolo, por meio do MPF Serviços, e que tiver fornecido um e-mail para receber a resposta.

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MPF

Operação Hipócrates: Justiça aceita denúncia do MPF contra cinco pessoas por lavagem e evasão de mais de R$ 37 milhões

 




Grupo maranhense atuou por pelo menos cinco anos no município de Corumbá (MS), fronteira com a Bolívia

A palavra Denúncia sobre um fundo em que se vê uma imagem de alguém com uma lupa olhando um papel

O juízo da 3ª Vara Criminal de Campo Grande recebeu nessa terça-feira (18) denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF) e tornou réus Cláudio Cardoso, Cristaini Cardoso, Fernanda Alexandre, Oldack Alexandre e Rosymeire Alexandre pelos crimes de associação criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Somadas, as penas podem ir de seis a 19 anos de reclusão. O grupo é originário do Maranhão, mas atuava na fronteira do Brasil com a Bolívia e movimentou, em apenas cinco anos, mais de R$37 milhões.

Investigação do MPF e da Polícia Federal na Operação Hipócrates revelou que, entre 2016 e 2020, no município de Corumbá (MS), os denunciados se associaram para promover a evasão de divisas para a Bolívia, em montante superior a R$37 milhões, sendo tal evasão, em muitos casos, utilizada como mecanismo para ocultar a origem, localização e movimentação de valores ilícitos em processo de lavagem de dinheiro.

O esquema apurado consistia no recebimento, pelos denunciados, de centenas de transferências bancárias de diversos locais do país. Em alguns casos, tais recursos eram remetidos por familiares ou responsáveis por estudantes brasileiros que cursam medicina na Bolívia, para a manutenção dos alunos no país vizinho. Em outros casos, os valores eram remetidos por terceiros que precisavam enviar dinheiro ao exterior de forma oculta, sobretudo por sua origem ilícita. Os valores eram sacados de forma fracionada, transportados por via terrestre para a Bolívia e lá depositados em contas bancárias registradas naquele país.

Rotina do crime - A apuração revelou que o casal Cláudio e Cristaini Cardoso tinha em sua posse 30 cartões bancários em nome deles e de terceiros. Com isso, diariamente se deslocavam a diversas agências bancárias (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Santander, Sicredi) nos municípios de Corumbá e Ladário, fronteira do Brasil com a Bolívia, sacavam valores próximos ao limite legal estabelecido para saída de recursos do país sem declaração - R$ 10 mil -, atravessavam a fronteira Brasil/Bolívia, depositavam os valores em casas de câmbio localizadas na cidade boliviana de Puerto Quijarro e retornavam ao Brasil.

No período de 1º de janeiro de 2016 a 31 de dezembro de 2018, somente Claudio Cardoso realizou 5.907 operações a crédito. Tais transações são de uma enorme diversidade de valores e depositantes e fracionadas. Nesse período, as movimentações totalizaram mais de R$20 milhões e são completamente incompatíveis com a renda declarada por Cláudio Cardoso, de R$ 4.500,00 por mês em 2016 e 2017.

O casal Cardoso promovia semanalmente evasão de aproximadamente R$50 mil, num verdadeiro trabalho
de “formiguinha”, de modo que pouco a pouco, todos os dias, metódica e sistematicamente, eram remetidos valores ao exterior. Além de evadir divisas do país, através do transporte físico de dinheiro fracionado em notas de pequeno valor para a Bolívia, realizavam também diversos depósitos no Banco Western Union, no valor de R$5 mil.

Uma outra estrutura familiar fazia parte do grupo criminoso. Oldack Alexandre, sua mãe Rosymeire Alexandre e sua irmã Fernanda Alexandre se associaram ao casal Cardoso na lavagem e evasão de recursos do país. Fernanda se apresentava como estudante de medicina na Bolívia. Mesmo assim, apenas no período de 1º de março de 2018 a 8 de junho de 2018, ela movimentou R$7,2 milhões. Já Oldack movimentou, entre 1º de setembro de 2018 e 11 de março de 2019, R$ 10,4 milhões, valor incompatível com a renda mensal declarada de R$ 4.370,75.

Referência processual na Justiça Federal de Campo Grande: 0002601-69.2018.403.6000

Assessoria de Comunicação Social
Procuradoria da República em Mato Grosso do Sul
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CRIMINAL
19 DE AGOSTO DE 2020 ÀS 13H5

Operação Hipócrates: Justiça aceita denúncia do MPF contra cinco pessoas por lavagem e evasão de mais de R$ 37 milhões

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Grupo maranhense atuou por pelo menos cinco anos no município de Corumbá (MS), fronteira com a Bolívia

A palavra Denúncia sobre um fundo em que se vê uma imagem de alguém com uma lupa olhando um papel

O juízo da 3ª Vara Criminal de Campo Grande recebeu nessa terça-feira (18) denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF) e tornou réus Cláudio Cardoso, Cristaini Cardoso, Fernanda Alexandre, Oldack Alexandre e Rosymeire Alexandre pelos crimes de associação criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Somadas, as penas podem ir de seis a 19 anos de reclusão. O grupo é originário do Maranhão, mas atuava na fronteira do Brasil com a Bolívia e movimentou, em apenas cinco anos, mais de R$37 milhões.

Investigação do MPF e da Polícia Federal na Operação Hipócrates revelou que, entre 2016 e 2020, no município de Corumbá (MS), os denunciados se associaram para promover a evasão de divisas para a Bolívia, em montante superior a R$37 milhões, sendo tal evasão, em muitos casos, utilizada como mecanismo para ocultar a origem, localização e movimentação de valores ilícitos em processo de lavagem de dinheiro.

O esquema apurado consistia no recebimento, pelos denunciados, de centenas de transferências bancárias de diversos locais do país. Em alguns casos, tais recursos eram remetidos por familiares ou responsáveis por estudantes brasileiros que cursam medicina na Bolívia, para a manutenção dos alunos no país vizinho. Em outros casos, os valores eram remetidos por terceiros que precisavam enviar dinheiro ao exterior de forma oculta, sobretudo por sua origem ilícita. Os valores eram sacados de forma fracionada, transportados por via terrestre para a Bolívia e lá depositados em contas bancárias registradas naquele país.

Rotina do crime - A apuração revelou que o casal Cláudio e Cristaini Cardoso tinha em sua posse 30 cartões bancários em nome deles e de terceiros. Com isso, diariamente se deslocavam a diversas agências bancárias (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Santander, Sicredi) nos municípios de Corumbá e Ladário, fronteira do Brasil com a Bolívia, sacavam valores próximos ao limite legal estabelecido para saída de recursos do país sem declaração - R$ 10 mil -, atravessavam a fronteira Brasil/Bolívia, depositavam os valores em casas de câmbio localizadas na cidade boliviana de Puerto Quijarro e retornavam ao Brasil.

No período de 1º de janeiro de 2016 a 31 de dezembro de 2018, somente Claudio Cardoso realizou 5.907 operações a crédito. Tais transações são de uma enorme diversidade de valores e depositantes e fracionadas. Nesse período, as movimentações totalizaram mais de R$20 milhões e são completamente incompatíveis com a renda declarada por Cláudio Cardoso, de R$ 4.500,00 por mês em 2016 e 2017.

O casal Cardoso promovia semanalmente evasão de aproximadamente R$50 mil, num verdadeiro trabalho
de “formiguinha”, de modo que pouco a pouco, todos os dias, metódica e sistematicamente, eram remetidos valores ao exterior. Além de evadir divisas do país, através do transporte físico de dinheiro fracionado em notas de pequeno valor para a Bolívia, realizavam também diversos depósitos no Banco Western Union, no valor de R$5 mil.

Uma outra estrutura familiar fazia parte do grupo criminoso. Oldack Alexandre, sua mãe Rosymeire Alexandre e sua irmã Fernanda Alexandre se associaram ao casal Cardoso na lavagem e evasão de recursos do país. Fernanda se apresentava como estudante de medicina na Bolívia. Mesmo assim, apenas no período de 1º de março de 2018 a 8 de junho de 2018, ela movimentou R$7,2 milhões. Já Oldack movimentou, entre 1º de setembro de 2018 e 11 de março de 2019, R$ 10,4 milhões, valor incompatível com a renda mensal declarada de R$ 4.370,75.

Referência processual na Justiça Federal de Campo Grande: 0002601-69.2018.403.6000

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