Obras serão na segunda-feira (17) e deixarão algumas regiões sem abastecimento
ALLINE MARTINS, DA AGÊNCIA BRASÍLIA * | EDIÇÃO: FÁBIO GÓIS
Na próxima segunda-feira (17), a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) avançará nas obras de setorização das redes de água de Taguatinga. Para isso, o fornecimento de água será interrompido, temporariamente, em alguns pontos da cidade.
Entre 8h e 22h ficarão sem água o Setor Hoteleiro, as C6, C8 e C12 e as QSA 1 a 25, a Área Especial 12, as CSA 1 a 3 e o Setor D Sul, dos lotes 1 ao 8. Também serão afetadas as CSB 1 a 9, as QSB 1 a 10, a Área Especial 1 a 4, a QSC 1 a 28, a Área Especial 1 a 10 e a CSC 1 a 12, além do Parque Saburo Onoyama, do Hospital São Vicente de Paulo e das chácaras 25 a 28 (A e B) da QSC 19.
A Caesb pede a compreensão da população e recomenda o uso racional da água até a volta dos serviços. Segundo a companhia, é melhor que as pessoas evitem ações como lavar roupas e carros ou regar o jardim.
Ainda de acordo com a Caesb, todo imóvel deve contar com reserva de volume mínimo correspondente ao consumo médio diário, de acordo com o artigo 50 da Resolução nº 14, de 27 de outubro de 2011, da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do Distrito Federal (Adasa).
A norma estabelece as condições da prestação e utilização dos serviços públicos de abastecimento de água e de esgotamento sanitário no Distrito Federal. Com essa reserva, os usuários são menos afetados com a interrupção no fornecimento de água.
Em caso de dúvidas, a população pode entrar em contato pelo telefone 115.
Projeto apoiado pelo Governo do Distrito Federal transforma a realidade de músicos e gera 300 empregos durante a pandemia
HÉDIO FERREIRA JÚNIOR, DA AGÊNCIA BRASÍLIA | EDIÇÃO: RENATA LU
| Foto: Joel Rodrigues, Agência Brasília
O forró de Luiz Gonzaga, tocado sobre um pau de arara na região administrativa de São Sebastião, anunciava que a festa reinventada e sem aglomeração estava pronta para começar. Na carroceria decorada do caminhão guiado por uma kombi azul e branca, os forrozeiros do Trio Xodó davam ritmo à Caravana de São João, projeto apoiado pelo Governo do Distrito Federal (GDF) que tem levado cultura de graça a milhares de moradores de 24 regiões administrativas e gerado emprego a centenas de artistas do DF (veja mais no vídeo abaixo).
“É uma iniciativa maravilhosa, pois leva música e distrai quem está ansioso em casa nessa quarentena”Renata Barbosa, técnica de enfermagem
A ação é capitaneada pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa que, durante a pandemia do novo coronavírus, acelerou o trâmite para o empenho de termos de fomentos inscritos na lei de incentivo à cultura. Com isso, garantiu o trabalho de artistas impedidos de se apresentar diante do cancelamento das quadrilhas e festas juninas nos meses de junho e julho.
Pelo menos 300 artistas – entre músicos, cantores e dançarinos – foram contratados para a Caravana de São João, além de mais de 100 trabalhadores envolvidos no suporte como seguranças, brigadistas, técnicos de som e iluminação. Foram gerados 300 empregos, ao todo, entre os quais 250 diretos e 50 indiretos.
“Trata-se de um projeto que mostra a importância dos recursos executados pelo GDF nesse delicado período de pandemia. Foram mais de R$ 22 milhões de termos de fomento e de recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), gerando centenas de empregos diretos e indiretos”, comemora o secretário de Cultura do DF, Bartolomeu Rodrigues.
| Foto: Joel Rodrigues, Agência Brasília
Programação
Entre 24 de julho e 22 de agosto, 61 atrações locais passarão por 24 regiões administrativas (RAs), num total de 71 apresentações. Trios e bandas de forró, duplas sertanejas, duplas de repentistas e de emboladores de coco, além de bandas de reggae e de MPB, formam a programação. Todos estavam incluídos em projetos culturais aprovados pelo GDF antes da limitações impostas pela pandemia do novo coronavírus e precisaram se reinventar.
Assista ao vídeo:
Tudo isso estimulando a geração de renda em uma das classes mais afetadas pela falta de trabalho neste período de suspensão de atividades. “A Secretaria de Cultura e Economia Criativa está readequando todos os projetos aprovados para que a cadeia produtiva não pare. Além de promover o desenvolvimento social ao levar arte a mais de um milhão de pessoas sem que elas precisem sair de casa ou do trabalho”, afirma a subsecretária de Difusão e Diversidade Cultural, Mirella Ximenes.
Música e conscientização
Como em toda quadrilha que se preze, o mestre de cerimônias do forró itinerante mandava recados a quem estava nas calçadas. “Use a máscara, se higienize e vamos vencer essa pandemia”. No trajeto acompanhado pela equipe da Agência Brasília, o pau de arara com os forrozeiros circulou na avenida Comercial de São Sebastião no final da tarde de quinta-feira (13). As apresentações diurnas passam em frente aos comércios, enquanto as noturnas são direcionadas às áreas residenciais.
250empregos diretos foram gerados pela Caravana de São João
Na parada de ônibus à caminho do hospital onde trabalha, a técnica em enfermagem Renata Barbosa, de 26 anos, sacou o celular para gravar os músicos. “É uma iniciativa maravilhosa, pois leva música e distrai quem está ansioso em casa nessa quarentena”. Um pouco mais à frente, a atendente de uma loja de conveniência Cris Dayane, também de 26 anos, gostou do que viu. “Mesmo que rapidinho, descontrai e nos dá a oportunidade de conhecer coisas novas em um momento em que as festas e os shows estão proibidos”.
O retorno dos moradores por onde passa a Caravana de São João tem deixado o produtor cultural Arkson Rangel emocionado. Para ele, a proposta de promover as atrações sobre o caminhão, com ritmos e características do Nordeste, foi gerar oportunidades de emprego aos artistas que estavam parados. “A Secretaria de Cultura nos deu todo o suporte, nos orientando como proceder entre uma atração e outra, sem comprometer a segurança das pessoas envolvidas. Mas a receptividade do público, essa sim, nos mostra que o trabalho é ainda mais recompensador”, conclui.
Administração regional utiliza recursos próprios e economiza quatro vezes mais no calçamento da via do Alto Bela Vista
HÉDIO FERREIRA JÚNIOR, DA AGÊNCIA BRASÍLIA | EDIÇÃO: RENATA LU
O dilema da dona de casa Elicleide Batista do Nascimento, de 34 anos, só variava de estação. No inverno, com a seca, a casa era tomada pela poeira da rua sem calçamento. Já no verão, com as chuvas, o problema estava na lama que sujava até o carrinho em que ela levava os filhos para passear. A realidade da moradora se transforma junto a outras de centenas de famílias que passam a contar com calçamento de bloquetes em ruas esburacadas e, até então, de terra batida.
A obra na quadra 15 do Alto Bela Vista foi feita com agilidade. Em uma semana o que era só sujeira foi transformado em limpeza e ordem. Os bloquetes, ou blocos sextavados, foram comprados e instalados pelo Governo do Distrito Federal (GDF) por meio da Administração Regional da Fercal, totalizando 142 metros quadrados de calçamento.
Por exigirem apenas a montagem e o pó de pedra para afixação, os bloquetes são de fácil instalação e mais ecológicos. “Sem impermeabilização total do solo, facilitam o retorno das águas das chuvas mais facilmente ao lençol freático”, explica o administrador regional da Fercal, Fernando Gustavo.
Os recursos para instalação dos blocos vieram dos caixas da administração regional. Os blocos e os 10 metros cúbicos de pó de pedra foram adquiridos pela administração, assim como os 12 sacos de cimento necessários para a obra.
A administração pretendia abrir um processo licitatório para a construção, calculado R$25.083,66. Porém, resolveu utilizar os próprios recursos e economizar, gastando quatro vezes menos – R$ 6.007,75 – na compra dos materiais. A mão de obra utilizada foi da própria equipe de funcionários. A colaboração externa veio da Companhia da Nova Capital (Novacap), que forneceu 84 metros de meios-fios e o maquinário utilizado no preparo e nivelamento do solo antes da colocação dos blocos.
Mais limpeza
“Eu estou impressionada com a melhoria. Foram muitos anos enfrentando lama e poeira e tendo que sempre lavar tudo antes de entrar em casa”, declara Ericleide Batista. Casada e mãe de duas crianças, ela lembra que o marido Ricardo Portela Ferreira, de 40 anos, chegou a conseguir uns blocos e colocar de improviso na rua, mas que o resultado de agora nem se compara à medida paliativa.
Ricardo é vigilante e comemora o fim da fase de encarar o terreno argiloso e escorregadio dos períodos de chuva na sua rua. “Estamos bastante satisfeitos e gratos. Há seis anos morando aqui, finalmente consigo ver melhorias evidentes na Fercal.”
Espaço dedicado ao acolhimento de idosos, sob administração da Sedes, aposta em oficinas motivadoras que inspiram personagens à margem da sociedade
LÚCIO FLÁVIO, DA AGÊNCIA BRASÍLIA | EDIÇÃO: FREDDY CHARLSON
Formado por servidores da Assistência Social, o corpo técnico da Unai de Taguatinga é dividido em áreas administrativas e profissionais da saúde, como psicólogos e agentes sociais. Foto: Acácio Pinheiro | Agência Brasília
Aos 69 anos, seu Antônio Bernardo Abreu tem energia de sobra. Mineiro da região da Boa Vista, já fez de tudo na vida. De corretagem de banco a pedreiro, passando por ajudante de padaria, entre outras coisas. Diligente, agora ele dedica o tempo que tem na criação de pisantes de quintal e vasos de cimento, tudo dentro do projeto Jardim da Motivação, da Unidade de Acolhimento aos Idosos em Taguatinga (Unai). Subordinado à Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), o espaço tem como objetivo motivar a convivência e socialização entre pessoas da terceira idade, em total situação de vulnerabilidade, por meio de diversas oficinas criativas.
“Muitos dos nossos acolhidos chegam vítimas do abandono familiar. Em alguns casos, passaram até pela rua, sofrendo maus-tratos. Buscamos minimizar essa sensação de esquecimento, oferecendo, com as oficinas, momentos de distração e de diversão, uma forma de inclusão social”, diz a secretária de Desenvolvimento Social, Mayara Noronha Rocha. “São atividades que estimulam a criatividade dos acolhidos, ajudando-os a sair da rotina, reduzindo as chances de desenvolver algumas doenças, como a depressão”, pondera.
Não duvide da eficiência dos trabalhos manuais realizados na entidade social. Um dos mais divertidos dos 25 senhores que fazem parte do projeto, o pernambucano Nivaldo José do Nascimento, 60 anos, é pura animação. Artesão, carregador de cana em cima de jegue, puxador de boi e… andarilho, ele diz que as oficinas ajudam-no a passar o tempo. E não só isso. “É mais uma coisa que aprendemos”, garante, literalmente, com a mão na massa. Isso porque, pelo menos três dias por semana, ele é voluntário na fabricação de vasos de cimentos. “Não sou de ficar parado, gosto de me sentir útil”, comenta.
Para a psicóloga da instituição, Keila Oliveira, os trabalhos da oficina educativa da Unai ajudam não apenas na recuperação da autoestima e amor próprio dos idosos, lembrando que eles têm direito a um local de qualidade para ficar, como, também, no desenvolvimento das atividades cognitivas como concentração, memória, raciocínio e imaginação.
“São trabalhos que os levam a perceber sua capacidade funcional, fazendo com que se sintam bem na organização de sentimentos e emoções”, destaca. “Muitos são pessoas que não se perdoam por determinados erros que cometeram na vida, foram pais negligentes”, salienta a educadora e gerente do espaço, Ariana Siqueira.
Ninho de conforto
Os serviços de acolhimento oferecidos pela Sedes abarcam diversos atores da sociedade em situações críticas no seu dia a dia. São adolescentes, mulheres, famílias e idosos que, por vários motivos, estavam em situações de penúria, alguns desabrigados ou alojados em moradias provisórias e até migrantes de lugares como Haiti, Venezuela, Bolívia e Índia. Eles encontram, no local, uma espécie de ninho de conforto provisório para recomeçar a vida.
Podem fazer parte do acolhimento, idosos homens com 60 anos ou mais, abrigados por três meses ou o tempo necessário, dependendo dos problemas de saúde que tiverem ou pendências com a Justiça. Ali, além de teto e materiais básicos de saúde, os acolhidos ganham cinco refeições por dias – café, almoço, dois lanches, janta -, e momentos de lazer por meio das oficinas.
“Não podemos colocar essas pessoas vulneráveis na rua, eles ficam aqui até voltar para um lugar onde possam recomeçar a vida por meio de pessoas ligadas à Igreja, amigos ou familiares”, explica Ariana. “Aliás, a grande razão de ser do nosso trabalho é ajudar esses idosos a refazer seus vínculos familiares, promover um novo começo para eles por meio de alguma rede de apoio, onde possam seguir a vida, sem depender da ajuda do Estado para sempre”, conclui.
Formado por servidores públicos da Assistência Social, o corpo técnico da Unidade de Acolhimento aos Idosos de Taguatinga é dividido em áreas administrativas e profissionais da saúde, como psicólogos e agentes sociais que trabalham em regime de plantão, ou seja, 24h por dia, além de educadores, entre elas Karla Cíntia Lourenço, desde 2009 trabalhando com a população em situação de rua no DF.
“Quando fui fazer o concurso, na hora de preencher as áreas específicas, ao invés de colocar artes, risquei educação de rua, e passei”, conta. “Daí, fiz parte de uma equipe muito massa de abordagem que ajudou a criar o Centro POP de Taguatinga”, lembra, referindo-se ao Centro de Referência para a População em Situação de Rua, em Taguatinga Norte, ao lado da Unidade de Atendimentos aos Idosos (Unai).
Com o tempo, a vontade de Karla trabalhar atividades artísticas nas ações sociais da Unidade se transformou em projetos lúdicos de grande eficiência terapêutica. “A arte tem esse poder, usando essa metodologia a gente acaba despertando o lado mais humano das pessoas”, avalia. “Uso muito no meu trabalho essa questão da poética para trabalhar o lado mais humano dessas pessoas, projetos focados na superação do indivíduo. É um trabalho muito gratificante”, conta.
Tem funcionado. Sobretudo porque o método ajudou a despertar nos idosos habilidades que muitos desconheciam ter, como é o caso do ex-garimpeiro paranaense Cícero do Nascimento, 65 anos, que aprendeu a fazer lindos pisantes de pedra usados, inclusive, no próprio espaço.
“É uma distração gostosa, já fui pedreiro, trabalhei muito em obra, mas isso não sabia fazer não”, confessa ele, há sete meses no DF. “Essas pessoas estão aqui não porque elas querem, não é uma motivação, mais um último recurso e a nossa missão é fazê-las encontrar uma nova perspectiva para o futuro”, observa a gerente Ariana.
O grande desafio da equipe de Unidade de Acolhimentos aos Idosos de Taguatinga é consolidar de vez o Jardim da Motivação, criando um amplo espaço de convivência na área externa da Unai, onde, além da realização de oficinas artísticas, serão feitos plantios de mudas nativas do cerrado para jardim.
Aliás, os cidadãos podem doar insumos e materiais para essas atividades, como mudas de plantas, pedras de jardim, areia fina, cimento, regadores e mangueiras de borracha, além de equipamentos como pá, enxada, espátulas e colher de pedreiro, entre outras ferramentas necessárias para a criação de um jardim. Interessados devem entrar em contato com a Unidade.
“Quando cheguei aqui fiquei encantado com essa área verde ao lado do Parque (Ecológico do Cortado), que é preservada, um lugar com energia boa e nascente brotando água do chão em plena seca”, recorda Karla. “A ideia é fazer oficinas na área externa da Unidade explorando a temática do jardim, com plantio, placas com mensagens positivas, casinhas de passarinho e abelha jataí. Temos a preocupação de recuperar esse espaço que faz parte do cerrado”, planeja.
Dando continuidade às ações de combate à pandemia da Covid-19, a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) doou cerca de 4 mil sabonetes entre quarta e sexta-feira (14) para famílias de crianças e adolescentes de Ceilândia e do Itapoã atendidos no Golfinho, um projeto social da Companhia. Cada família beneficiada recebeu 12 unidades de sabonetes. Essa é a segunda rodada de doações que a Caesb faz nas cidades.
Além de famílias de Ceilândia, do Itapoã e do Paranoá, a Caesb doou, nos últimos meses, sabonetes para o Instituto Solidário de Ceilândia, para o Lar dos Velhinhos e para o instituto El Shadai. A iniciativa da Companhia faz parte de uma ação solidária lançada pela Empresa em 5 de maio deste ano com o intuito de durar um mês e meta inicial de arrecadar 20 mil unidades de sabonetes e barras de sabão. A Empresa atingiu o objetivo inicial e decidiu continuar arrecadando e distribuindo os itens às famílias carentes até o fim da pandemia do novo coronavírus.
Entre os doadores dos itens de higiene pessoal estão os próprios empregados e aposentados da Caesb, associados da Caesb Esportiva e Social (Caeso), equipes do Parque Tecnológico de Brasília (Biotic) e da Secretaria de Comunicação do Governo do Distrito Federal (Secom), militares das Forças Armadas, as empresárias Heloísa Helena e Pollyana Prudente, a Drogaria Brasil, o servidor do TJDFT, Michael Xavier, a Mirante Incorporações – que iniciou a campanha doando 2 mil sabonetes, o Shopping DF Plaza, a Rede D’Or, que doou 3,6 mil sabonetes, psicólogos e neurocientistas da HeartBrain, o Instituto Plástica Oclusal- IPO Palmieri, a ótica Audrey Brants, o grupo de motociclistas Loucos do Cerrado, além de advogados de Brasília e pessoas anônimas da comunidade que estão deixando suas doações nos pontos de coleta.
Os itens de higiene pessoal continuam sendo recebidos nas portarias das unidades Sede e SIA da Caesb, na sede do Biotic e na ótica Audrey Brants, na Asa Sul.
Projeto Golfinho Desenvolvido pela Caesb há 18 anos, o Projeto Golfinho tem como principal objetivo a construção da cidadania de crianças em situações de vulnerabilidade, tanto financeira quanto emocional, por meio do esporte e de apoio pedagógico para atividades escolares. Os alunos frequentam o projeto duas vezes por semana no turno contrário ao da escola. Neste período, eles têm aula de natação, futebol, participam de jogos lúdicos e recebem apoio pedagógico para atividades escolares, além de aprenderem sobre educação ambiental. Os participantes também recebem lanche e um kit com touca, sunga ou maiô, toalha, prancha, espaguete e bolsa para as aulas de natação.
Atualmente, o Projeto atende crianças e adolescentes de 6 a 16 anos nas regiões de Ceilândia, Itapoã e Paranoá. Os participantes de Ceilândia realizam suas atividades no núcleo daquela cidade. Já os alunos do Itapoã e Paranoá permanecem no Itapoã até os 10 anos. O transporte é fornecido pela Caesb para que os participantes possam chegar aos núcleos. Ao completarem 14 anos, os adolescentes são encaminhados para o projeto Empregado Aprendiz e podem trabalhar na Caesb ou em outros órgãos do governo.
Quase 100 mil moradores serão beneficiados com a medida, que permitirá coleta de encomendas na própria cidade
JÉSSICA ANTUNES, DA AGÊNCIA BRASÍLIA | EDIÇÃO: FÁBIO GÓIS
Equipamento requer senhas digitais para que cada morador possa retirar os produtos pessoalmente e com segurança | Foto: Divulgação
O Paranoá está prestes a receber projeto inovador dos Correios. A cidade não tem uma agência da empresa e, por isso, moradores precisam se deslocar até o Centro de Distribuição Domiciliar do Lago Norte para recolher encomendas. Para resolver o problema, a administração regional abrigará Terminais Automatizados de Encomendas (TAE) com funcionamento sob demanda.
Quase 100 mil moradores devem ser impactados com a iniciativa adotada após provocação da Administração Regional do Paranoá. Os Terminais Automatizados de Encomendas são compostos por gavetas de múltiplas dimensões de forma a viabilizar a entrega e a postagem de objetos com tamanhos diversos.
“Estamos sem uma agência há muito tempo. Temos que pegar ônibus, gastar dinheiro, ir até o Lago Norte. É ruim para todo mundo”Antônia Maciel, dona de casa
As estruturas são modulares, de forma que permita a adequação do tamanho dos terminais à demanda por compartimentos em cada localidade. Eles também são chamados de lockers (cadeados, em tradução livre) e funcionam sob demanda, com senhas digitais para que cada morador possa retirar os produtos pessoalmente e com segurança.
Segundo os Correios, dez lockers serão implantados no Distrito Federal até o primeiro semestre de 2021. Em fase de avaliação pela empresa, o Paranoá é uma das áreas já visitadas e que contou com a adesão da administração regional. O objetivo é disponibilizar uma alternativa de distribuição de encomendas por meio de terminais automatizados, nos quais os objetos são retirados diretamente pelos clientes.
“A comunidade vai poder utilizar do serviço na própria cidade, com proximidade, comodidade e segurança de poder pegar encomendas em qualquer dia da semana. É uma solução que promove conveniência para todos”, aponta o administrador regional, Sérgio Damaceno.
Perto de casa
Moradora do Paranoá há quase 30 anos, a dona de casa Antônia Maciel, 53, comemora a iniciativa. “Vai ajudar bastante nossa situação porque é um transtorno ter que se deslocar”, comemora.
“Estamos sem uma agência há muito tempo, então não chegam nossas encomendas. Temos que pegar ônibus, gastar dinheiro, ir até o Lago Norte. É ruim para todo mundo”, acrescenta Antônia.
Atualmente moradora do Paranoá Parque, ela conta que chega a desistir de fazer compras por causa do problema. Com a destinação do espaço na administração regional, ela poderá pegar os itens em deslocamento a pé.
“Vi que vamos receber mensagem com código, e é só buscar e ir embora. Achei muito interessante e seguro”, avalia.
Coleta de lixo na porta de casa, asfalto e rede de esgoto são algumas das conquistas da RA
GIZELLA RODRIGUES, DA AGÊNCIA BRASÍLIA | EDIÇÃO: MÔNICA PEDROSO
No lugar de palmas, buzina. O bolo, tradicional em festas de aniversário, foi entregue pela janela do carro, sem aglomerações. Dessa forma, os moradores do Sol Nascente/ Pôr do Sol comemoraram o primeiro ano da 32ª Região Administrativa do Distrito Federal, criada em 14 de agosto de 2019, data em que o governador Ibaneis Rocha sancionou a lei que transformou a ocupação em cidade.
Logo cedo os moradores se reuniram no estacionamento da Fundação Bradesco, em Ceilândia, e saíram em carreata pelas ruas da cidade. Primeiro passaram pelo Pôr do Sol e depois pelo Sol Nascente. Pelo menos 50 carros de passeio, caminhonetes e caminhões participaram do comboio. Quem não seguia os veículos, fotografava das calçadas ou acenava da porta de casa. Nas janelas dos carros, várias faixas felicitavam a RA.
Comemoração em forma de carreata para evitar aglomerações | Foto: Acácio Pinheiro
No final do trajeto, motoristas e passageiros receberam um pedaço de bolo, doado pela própria comunidade. “Temos uma população com costumes diferentes. A maioria desse povo veio de cidades do interior do país. Gostam de andar na rua, se abraçar e festejar”, afirma o administrador do Sol Nascente/Pôr do Sol, José Goudim Carneiro. “Era para ser uma festa diferente, muito mais animada. Mas foi a maneira que encontramos de comemorar em época de pandemia. Não podíamos deixar a data passar em branco”, completa.
Motivos para comemorar não faltam. Praticamente todas as ruas no caminho da carreata estavam asfaltadas, bem diferente do cenário do local predominante no passado, com ruas de terra intransitáveis, cheias de lama, poeira e buracos. “Eu ainda não tenho asfalto na porta de casa.Mas já temos esgoto e a administração está sempre passando a máquina na rua”, conta a empresária Ivete Lima Bandeira, 48 anos, moradora do trecho 3 do Sol Nascente há 16 anos. “Muita coisa mudou.”
Acostumados a viver em uma invasão que já ostentou o título de 2ª maior favela do Brasil, os moradores hoje exibem, orgulhosos, na porta de casa, placas de endereço. As chácaras do Pôr do Sol viraram quadras do Setor Habitacional Pôr do Sol (SHPS). Os endereços no Sol Nascente também foram organizados por meio da sigla SHSN, Setor Habitacional Sol Nascente. Agora, as casas têm coleta de lixo na porta.
Bolo de aniversário pela janela do carro alegrou a manhã dos moradores | Foto: Acácio Pinheiro
Para José Goudim, os moradores ganharam dignidade com a criação da RA 32. “Esse povo aqui já sofreu demais. Por mais de 20 anos foram de certa forma largados, sem equipamentos públicos e nenhuma infraestrutura”, diz. “Moro aqui há 12 anos. A cidade mudou muito nesse ano e estamos muito felizes com as melhorias que estão chegando”, afirma Joseane da Silva Santos, 38 anos, também moradora do Sol Nascente.
Uma nova cidade
O ano de 2020 foi um ano de entregas para os cerca de 90 mil moradores da cidade. Entre elas, a Escola Classe JK, no Trecho 1 do Sol Nascente, para atender mais de 900 alunos dos ensinos infantil e fundamental. Ali, também teve melhorias nos arredores, com a construção de uma passarela para pedestres com estrutura metálica que dá acesso ao colégio.
Na habitação, foram distribuídas 400 chaves no Empreendimento Imobiliário Parque do Sol. Agora, as redes de esgoto estão em construção no Trecho 3 do Sol Nascente e em ampliação no Pôr do Sol. A chamada Rua do Forte deve começar a ser duplicada em breve e o projeto da Avenida do Sol que prevê a construção de uma avenida de aproximadamente 7,8 quilômetros que vai cruzar a cidade – está em andamento.
Além das obras de infraestrutura e dos serviços de manutenção da cidade, como limpeza e recolhimentos de lixo e entulho, pintura de meio-fios e reparos de buracos na rua, a RA também vai ganhar um Restaurante Comunitário, um terminal rodoviário e uma creche pública, que tem mais de 50% de conclusão.