domingo, 9 de agosto de 2020

Dia dos Pais: amor e saudade marcam profissionais na linha de frente

 


Conheça um pouco da história de alguns guerreiros da saúde que também são pais

O Dia dos Pais, celebrado neste domingo (9), será diferente do ideal para alguns profissionais de saúde. Mesmo sendo um momento especial de comemoração e de passar o tempo com a família, muitos estão atuando agora na linha de frente contra a Covid-19, reforçando os atendimentos e fortalecendo os serviços de saúde em meio a uma pandemia global.

É o caso do auxiliar de enfermagem Luzivan Gonçalves. Neste momento, ele está trabalhando no centro cirúrgico do Hospital Regional de Samambaia (HRSam), uma das unidades que tem atendido pacientes com coronavírus no Distrito Federal. De bem com a vida e alto-astral, o profissional de saúde enxerga isso como uma oportunidade de fazer o melhor pelo próximo.

“Meus filhos até se surpreenderam quando eu disse que trabalharia no Dia dos Pais. Falei pra eles: graças a Deus o papai tem saúde e vai poder trabalhar, para poder fazer o melhor que eu puder. Como esse é meu trabalho, e eu quis isso, só tenho motivos para agradecer”, comenta.

Descontraído e bem-humorado, Luzivan tenta mostrar aos seus filhos, Gabriel e Ana Júlia, a como encarar cada dia como uma verdadeira dádiva. “A vida é um presente, e vou receber esse presente trabalhando no Dia dos Pais, sem titubear. E quando acabar a tarefa, eu sei que vou voltar para me divertir com meus filhos, confraternizar e mostrar o quanto amo eles”, reforça.

Saudade

Já o enfermeiro Étrio Pereira, além de estar como supervisor da UTI do Hospital Regional de Ceilândia (HRC), também tem dado suporte nos trabalhos do hospital modular anexo ao HRC. Para ele, neste Dia dos Pais, um sentimento resume esse momento: a saudade.

“Desde que começou essa pandemia, meus filhos estão na casa dos avós maternos, em Minas Gerais. Como minha esposa trabalha no centro cirúrgico, decidimos que seria o melhor para eles. Não é fácil ficar longe da família, mas entendo que nesse momento crítico a sociedade precisa da gente. Temos que tentar ajudar”, explica o enfermeiro.

Pai de Samuel, com oito anos, e do pequeno Josué, de dois anos, Étrio decidiu manter o distanciamento social como uma forma de garantir a segurança dos seus filhos. Enquanto isso se candidatou para ajudar nos trabalhos do hospital anexo depois que a unidade foi inaugurada.

“É um serviço novo que abriu, e como tenho sete anos de Secretaria de Saúde, tento ajudar como eu posso. Temos que ver o lado da sociedade, que agora tem muitos pais que estão precisando do nosso suporte. Há um lado humano de cuidar do próximo e quero fazer a minha parte, apesar de eu estar longe da minha família por um breve período”, lembra.

Futuro papai

Enquanto uns profissionais de saúde já são pais, outros estão prestes a se tornar um, como o enfermeiro do HRC Júlio Arantes. Sua esposa, grávida de nove meses, deve dar a luz ainda em agosto. A mistura de ansiedade em se tornar papai com o ambiente imprevisível na linha de frente contra a Covid-19 tem sido um dos principais desafios da vida de Júlio.

“É complicado. Lutamos contra um inimigo invisível, e fico preocupado com o que pode vir. Como tenho uma esposa grávida em casa, então o cuidado tem que ser redobrado, para não transmitir nada para ela”, disse Júlio.

Contudo, como também integra o Corpo de Bombeiros, o enfermeiro reforça que o treinamento militar tem sido um aliado valioso para manter a estabilidade emocional. A preparação para situações extremas o tem ajudado a manter a serenidade nos momentos mais adversos.

“Apesar da situação, posso dizer que estou tranquilo. Sinto que sou afortunado, porque já presenciei colegas em momento de dificuldade. Mas como estou na iminência de mudar minha vida, e dizem que ter um filho é sentir um amor inexplicável, estou mais ansioso para quando isso acontecer”, afirma o futuro papai de Cecília.

*Com informações da Secretaria de Saúde

AGÊNCIA BRASÍLIA 

Irmãos do Espírito Santo investem em Rondônia e inauguram confinamento

 

TOP 5


No Top 5 de Pecuária, confira também conteúdos sobre a importância da precocidade das novilhas e a matéria sobre a criação de abatedouros móveis na Austrália


O Giro do Boi contou um pouco da história dos irmãos Arlindo Ribeiro Soares e Nelson Ribeiro Soares nesta semana, ambos de Colatina (ES). Eles apostaram na pecuária rondoniense em desenvolvimento e inauguram em março um confinamento em Vilhena com capacidade estática para 16 mil cabeças. A notícia bombou entre pecuaristas. Não viu? Confira!

No Top 5 de Pecuária desta semana, você confere ainda duas matérias sobre a importância da precocidade nas novilhas. Tem também uma reportagem sobre uma startup que criou abatedouros móveis na Austrália, para driblar os problemas causados pela Covid-19 nos frigoríficos tradicionais.

1) Irmãos capixabas investem em Rondônia e inauguram confinamento em Vilhena

confinamento vilhena

Foto: Giro do Boi

Arlindo e Nelson Ribeiro Soares, nascidos em Colatina (ES), inauguraram em março estrutura para engorda em cocho com capacidade estática para 16 mil cabeças. Saiba mais!

2) Como uma joalheira, Dona Dalva “lapidou” as suas novilhas nelore

novilhas dona dalva

Foto: Giro do Boi

Veja lote de novilhas crioulas precoces, da pecuarista Dalva Garcia de Freitas, da Fazenda Campo Belo I, em Prata-MG, abatido no Protocolo Nelore Natural.

3) Startup cria abatedouro móvel para processar carne nas fazendas

abatedouros móveis austrália

Foto: Provenir

Modelo usa alta tecnologia para garantir rastreabilidade dos cortes, enquanto previne Covid-19. Confira a matéria!

4) Precocidade sexual de novilhas pode representar o futuro da pecuária brasileira

novilhas

Foto: Giro do Boi

De acordo com a pesquisadora da Embrapa, estratégia pode solucionar problemas de abastecimento internacional devido ao crescimento da demanda pela carne. Leia o conteúdo!

5) Por que meu gado rejeitou a silagem de capim mavuno?

capim mavuno

Foto: Giro do Boi

Pecuarista do interior de SP seguiu passo a passo para produzir uma boa silagem de capim, mas quando retirou amostra para oferecer ao gado, os animais não aceitaram. Entenda na reportagem!

POR;CANAL RURAL 

Aprenda a montar um desidratador de alimentos de baixo custo

 

FAÇA VOCÊ MESMO


Equipamento surge como alternativa para produtores que tiveram suas vendas impactadas pela pandemia da Covid-19 para preservarem seus produtos


Por Canal Rural


Por conta da pandemia da Covid-19, muitos produtores tiveram prejuízo por conta da redução das compras de alimentos, o que comprometeu severamente às vendas principalmente de pequenos produtores. Com isso, os profissionais foram obrigados a buscar alternativas para se manterem e preservar seus produtos e uma dessas alternativas foi a desidratação de alimentos, que reduz a perecibilidade dos produtos.

Sendo assim, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) elaborou um passo a passo para para a construção de um desidratador de baixo custo. Segundo o pesquisador Félix Cornejo, apesar da desidratação ser uma das técnicas mais antigas de conservação de alimentos, o procedimento continua atual e eficaz.

Materiais

  • Caixa de isopor com capacidade para 80 litros
  • Aquecedor elétrico
  • 4 bandejas para forno elétrico (36 cm x 30 cm)
  • 1 tubo de PVC 25 mm, 3 metros
  • 8 joelhos de 90, 25 mm
  • 4 T’s 25 mm
  • Tela de náilon tipo mosqueteiro 1 m²

Montagem

O sistema de secagem é montado dentro de uma caixa de isopor,  podendo ter sua capacidade dimensionada em função do tamanho da caixa.

Caixa de isopor com capacidade para 80 litros onde será instalado, em seu interior, os sistemas de aquecimento e ventilação e a estrutura tubular com as bandejas                                                Foto: Embrapa

No interior desta caixa é instalado o sistema de aquecimento com ventilação e uma estrutura de tubos de PVC com bandejas. O aquecimento e a circulação do ar de secagem são realizados por meio de um aquecedor de ambiente composto por resistências elétricas e ventilação. Em mercados, é possível encontrar marcas com dimensionamento similares, com voltagem de 110 ou 220 volts e potência de 1500 a 2000 Watts.

Caixa de isopor com o sistema de aquecimento e ventilação e módulo comas bandejas                                                             Foto: Embrapa

Para sustentar as bandejas onde será colocado o produto a ser desidratado, utiliza-se uma estrutura tubular de PVC (cano de PVC cola para água com 25 mm de diâmetro, oito joelhos cola e quatro conexões em tê cola)

Módulo construído em tubos de PVC com 25 mm de diâmetro e bandejas de aço inoxidável                                                           Foto: Embrapa

São utilizadas bandejas de inox de forno elétrico residencial nas dimensões 36 x 30 cm. Estas são fixadas em fendas feitas na estrutura em PVC.

Detalhe da montagem dos tubos de PVC                          Foto: Embrapa

Vista superior da estrutura pronta                                   Foto: Embrapa

Para uma caixa de isopor de 80 litros, as medidas internas da estrutura de tubos são: 650 mm de largura x 450 mm de comprimento x 300 mm de altura

Medidas internas da estrutura de tubos para uma caixa de isopor de 80 litros                                                                                     Foto: Embrapa

O material a ser desidratado será distribuído sobre as bandejas e o aquecedor, por meio de suas resistências e ventilação, e promoverá a remoção da água, resultando na obtenção de um produto com umidade reduzida, ou seja, desidratado.

É de fundamental importância, na hora de utilizar o secador, colocar a tampa na posição transversal à caixa para que haja uma abertura tanto para entrada como para saída do ar, de modo a manter a temperatura e permitir a remoção da umidade do material que está sendo desidratado

Detalhe da tampa da caixa de isopor colocada transversalmente para se manter abertura para entrada e saída do ar de secagem Foto: Embrapa

O esquema abaixo descreve com detalhes o sistema de secagem em funcionamento, enfatizando o posicionamento da tampa da caixa de isopor, para facilitar a entrada e saída do ar de secagem.

Desenho esquemático que mostra a entrada e a saída do ar de secagem Ilustração: André Gomes

Já a imagem abaixo mostra o sistema em funcionamento, utilizando-se como exemplo a secagem da banana d’água. Para facilitar a colocação das frutas (ou outras matérias primas) a serem desidratadas, as bandejas são cobertas com uma tela de náilon.

Detalhe do sistema secando banana d’água
Foto: Embrapa

Para as bananas, após 20 horas elas já estão desidratadas

Bananas desidratadas (banana passa)                                                         Foto: Embrapa

 

Procedimento para secagem de diferentes tipos de matérias primas

Recomenda-se trabalhar com um tipo de matéria-prima de cada vez e que elas tenham tamanho uniforme. Além disso, devem ser utilizadas temperaturas de 40 a 50°C para vegetais folhosos e condimentos e de 60 a 70°C para frutas, legumes e tubérculos. A temperatura pode ser ajustada no próprio aquecedor.

Frutas

  1. Escolher frutas bem maduras e sem podridões;
  2. Lavar em água corrente;
  3. Efetuar o descascamento e retirar partes muito maduras ou amassadas;
  4. Após o descascamento colocar as frutas em um recipiente com água clorada com capacidade suficiente para sua total imersão onde, com agitação manual, sejam removidos traços de cascas e partes não desejáveis da fruta;
  5. Retirar da imersão, deixando escorrer toda a água;
  6. Colocar as frutas nas bandejas de forma ordenada;

Plantas medicinais, ervas aromáticas e condimentos

  1. Estas matérias-primas devem ser processadas recém-colhidas para a manutenção de suas propriedades, obtendo-se, assim, produtos de boa qualidade;
  2. Retirar as partes que não devam ser mantidas após a secagem, dependendo do material, como talos e raízes;
  3. Lavar em água corrente e proceder à higienização com água clorada;
  4. Deixar sobre uma mesa telada para a remoção da água de lavagem;
  5. Colocar o material nas bandejas de forma ordenada;

Legumes e tubérculos

  1. Escolher a matéria-prima que esteja em condições de consumo, de preferência, recém-colhida;
  2. Lavar em água corrente e higienizar com água clorada;
  3. Dependendo da matéria-prima, efetuar o descascamento;
  4. Fatiar ou cortar a matéria-prima;
  5. Colocar nas bandejas de forma ordenada;

Noções de boas práticas de processamento de alimentos

Para a manipulação de quaisquer matérias primas agrícolas as boas práticas de processamento de alimentos devem ser sempre seguidas. Serão apresentadas, então, algumas noções básicas de higiene e manipulação de alimentos que devem ser utilizadas:

  1. O desidratador deverá ser instalado em local que disponha de uma infraestrutura mínima tais como água potável, energia elétrica, piso lavável, instalações hidráulicas, mesa de manipulação (em inox, fórmica ou azulejo);
  2. As pessoas envolvidas diretamente com o processamento devem prestar muita atenção à higiene pessoal. As mãos devem ser lavadas e higienizadas e as unhas devem estar cortadas e limpas antes da manipulação. Os cabelos devem estar protegidos com touca, para evitar que caiam sobre o produto;
  3. As matérias primas a serem desidratadas devem estar sadias e em condições de integridade para consumo, de maneira a garantir um produto de boa qualidade;
  4. Antes de serem manipuladas, as matérias primas devem ser bem lavadas em água corrente clorada para diminuir, ao máximo, as contaminações; As matérias primas, já na forma final desejada, devem ser distribuídas de forma ordenada nas bandejas do secador

Com a finalidade de manter o interior do desidratador em condições de higiene, ao final de cada processamento a caixa de isopor e as bandejas devem ser lavadas e sanitizadas com água clorada.

Preparo da água clorada (Lavagem dos produtos)

As etapas de seleção e lavagem devem ser cuidadosamente efetuadas, pois o sucesso de todo o processo, bem como a qualidade do produto final, é função do estado em que se encontra a matéria-prima e dos procedimentos de higiene seguidos. Devem ser excluídas as matérias primas que estiverem machucadas e com podridões.

Para a higienização das frutas deve-se colocar 10 litros de água num recipiente e acrescentar 50 mL de água sanitária comercial (copinho de café descartável). As frutas devem ser imersas de 10 a 15 minutos para diminuição da carga de
micro-organismos presentes, inicialmente, no material, tornando-o adequado ao processamento e consumo. A seguir as frutas devem ser lavadas em água corrente potável para a retirada do excesso de cloro presente.

Deve-se utilizar água corrente tratada com cloro e não reutilizá-la. Se a água corrente não for tratada preparar um recipiente com 10 litros de água e acrescentar 5 mL de água sanitária comercial (utilizar uma seringa graduada com 5 mL).

Desempenho do equipamento 

Os resultados experimentais obtidos para a desidratação de banana neste sistema são descritos a seguir:

– A temperatura do ar de secagem no interior da caixa de isopor deverá ser ajustada para 60ºC;
– O sistema provido com quatro bandejas terá uma capacidade total de 6 kg de banana d’água ou Nanica sem casca;
– 6 kg de banana sem casca (cerca de 12 kg de banana com casca) rendem 2 kg de banana passa;
– O tempo para a perda de água será variável, dependendo do produto a ser desidratado. Para este produto o período de secagem poderá variar entre 15 a 20 horas.
– O consumo médio de energia elétrica é de 1,5 kWh para cada 2 kg de banana passa obtido.

Para mais detalhes sobre o equipamento, basta acessar o edital da Embrapa clicando aqui.

POR;CANA RURAL 

Não vacile, combata a dengue mesmo no período de seca

 


As ações de prevenção ao Aedes ocorrem diariamente em todas as regiões do DF

Foto: Divulgação | Secretaria de Saúde
A Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival) conta com 600 agentes que estão divididos em todas as Regiões Administrativas do DF. Foto: Divulgação | Secretaria de Saúde

A receita é simples e muita gente já tem decorado: é necessário evitar depósitos com água parada para que não haja proliferação do mosquito Aedes aegypti. Mesmo assim, os principais criadouros do mosquito ainda são encontrados nas residências, principalmente nos quintais, como baldes sem tampa, vasilhas, pratos de plantas e caixas d’água destampadas.

A Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival) conta com 600 agentes que estão divididos em todas as Regiões Administrativas do DF. Para reforçar esse efetivo, a atual gestão da Secretaria de Saúde contratou mais 268 profissionais temporariamente.

“Esse reforço nas equipes nos possibilitou ter mais agentes nas ruas e ampliar as visitas aos imóveis, podendo assim ter a dimensão exata de onde estão os principais focos do mosquito e eliminá-los prontamente”, reforçou o secretário de Saúde, Francisco Araújo.

Mesmo no período de estiagem, as ações não param. Todos os dias as equipes partem para as visitas aos imóveis de todo o Distrito Federal em ações educativas e de inspeção para combater o Aedes. Além da dengue, o mosquito também é transmissor da Chikungunya, Zika e Febre Amarela.

“Não podemos diminuir a atenção no período de seca e é por isso que precisamos do apoio da população. É importante que cada um reserve alguns minutos durante a semana para fazer uma inspeção no seu imóvel, principalmente no quintal. Durante as visitas as equipes sempre orientam os moradores a como evitar a proliferação do mosquito. Qualquer recipiente esquecido pode acumular água e se tornar um criadouro. Será unindo forças que conseguiremos vencer o mosquito”, destacou a diretora da Vigilância Ambiental, Jahila Anselmo.

Dados epidemiológicos

O informativo epidemiológico mais recente mostra que, até o dia 25 de julho, foram notificados 43.578 casos prováveis de dengue, um aumento de 21,4% quando comparado ao mesmo período de 2019. O número de óbitos se manteve o mesmo da semana passada e continua sendo menor que em 2019. Até o momento, 40 pessoas morreream em decorrência de complicações da enfermidade.

Sanear Dengue

Como medida de reforço nas atividades, o Governo do Distrito Federal criou o Sanear Dengue, que conta com diversos órgãos do GDF para o enfrentamento do Aedes, como SLU, Novacap, Secretaria das Cidades e Corpo de Bombeiros.

Além das inspeções nas residências e em imóveis abandonados, as equipes fazem a retirada de lixo e entulho das ruas, inclusive carcaças de carros abandonados, com o auxílio do DER. Quem quiser denunciar um local com provável foco do Aedes, pode ligar diretamente na Ouvidoria da Saúde, pelo telefone 160.

*Com informações da Secretaria de Saúde

AGÊNCIA BRASÍLIA 

Gengibre orgânico é alternativa de renda para pequenos produtores

 

DIVERSIFICANDO


Baixo custo de produção e grande procura no mercado internacional têm motivado agricultores a apostarem no cultivo da raiz

Gengibre

Foto: Governo de São Paulo

Famoso como aliado da saúde, o gengibre tem sido uma alternativa de renda para pequenos agricultores brasileiros. Com baixo custo de produção, o cultivo dura de 8 a 10 meses desde o plantio até a colheita, que tem um trunfo: não precisa ser feita de imediato. Isso porque o gengibre é uma raiz tuberosa que pode ser mantida na terra por um período mesmo após atingir o ponto de maturação. Assim, o agricultor pode esperar um bom momento econômico para fazer a colheita e vendê-lo.

Para incrementar o valor pago pelo alimento, o Espírito Santo, principal estado produtor do país, vem incentivando o cultivo orgânico. A certificação também tem sido demandada por compradores internacionais. “Estamos trabalhando o orgânico desde 2018. Está tendo uma demanda muito grande lá fora. Passamos a estimular os agricultores, que apoiaram a causa e aumentamos a exportação de orgânico”, conta o extensionista do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Galderes Magalhães.

A cultura é feita por famílias em propriedades que variam de três a 15 hectares e quando orgânico o produto pode alcançar um valor de 30% a 50% maior. “O gengibre não precisa de altos investimentos em insumos químicos. Este ano, tivemos experiência de alta produtividade só utilizando adubo orgânico”, diz Magalhães.

A área de produção do alimento tem crescido e a venda se concentra no mercado externo, que responde por mais de 90% do gengibre produzido no Espírito Santo. Os últimos dados levantados pelo Incaper apontam crescimento na produção capixaba, que em 2018 foi de 18,68 mil toneladas do produto, com 356 hectares de área colhida. Já em 2019, o volume produzido saltou para 23,06 mil toneladas, com 439 hectares de área colhida.

Alguns dos principais mercados para o produto brasileiro estão na Europa, Estados Unidos e Japão, mas países árabes como Emirados Árabes, Catar e Arábia Saudita já estiveram entre os compradores. “O nosso gengibre é muito bem visto no mundo inteiro. A variedade que temos aqui, gengibre gigante, contém bastante fibra. Isso permite que, após ser colocado no contêiner, ele consiga se manter em qualidade aceitável para viajar de navio para seu destino”, afirma Magalhães.

A exportação deve dobrar no ano que vem. “Começamos a exportação em fevereiro, porém com volume menor já porque lá fora a pandemia estava muito mais forte. No início, ficou mais caro o processo para exportação porque precisou ser enviado por avião, mas depois o custo de transporte diminuiu. Conseguimos manter a comercialização”, conta o extensionista do Incaper.

Já no estado de São Paulo, onde o município de Tapiraí responde por 51% da produção estadual, os agricultores vendem no mercado interno e viram um aumento de demanda. É o caso da Associação Rural Comunitária de Promoção Humana e Proteção à Natureza, que reúne agricultores do município. Segundo Ivanete Borba, que já presidiu a associação e atualmente é conselheira fiscal dela, a procura pelo produto tem aumentado este ano de março para cá.

Os 21 associados comercializam no Ceagesp de Sorocaba e atendem pedidos diretos de outras empresas interessadas. Cada produtor da associação destina, em média, 1,5 hectare da propriedade para o cultivo de gengibre, sempre aliado a outras culturas.

O grupo de pequenos produtores têm se profissionalizado e com 19 anos de história, a associação se prepara, agora, para um novo passo. “Aprendemos a administrar a associação com um projeto que nos apoiou. Agora, estamos nos planejando para atender a exportação. E a qualidade tem que ser boa, com gengibre com fibra para resistir no caminho dessa venda ao exterior”, diz a produtora.

Se o clima frio e a geografia montanhosa do município são propícios para o cultivo, a experiência dos agricultores familiares mostra que o caminho é a qualidade. “Aqui não conseguimos crescer muito em volume porque tem muitas áreas onde não entra trator e outras máquinas, por exemplo. Por isso, precisamos investir na qualidade do gengibre”, explica ela.

Os paulistas também estão passando por uma fase de transição para o cultivo orgânico. “Aqui tem muita mata e microrganismos que ajudam nisso. O clima também contribui para cultivo do nosso gengibre, que contém mais fibra e por isso pode ser exportado. Esse ano, estamos na colheita desta qualidade que planejamos”, conclui a produtora.

Por Canal Rural