quarta-feira, 29 de julho de 2020

Canais para sintonizar TV Senado mudam em 44 cidades a partir de 29 de agosto



Da Redação | 29/07/2020, 18h48
Os números para sintonizar a TV Senado em canais abertos vão mudar em 44 cidades a partir de 29 de agosto. A estratégia dará mais visibilidade às emissoras da Rede Legislativa de TV, composta pelo Senado Federal, Câmara dos Deputados e por seus parceiros nos estados e municípios, pois ficarão posicionadas entre os canais vagos de 1 a 13, junto às principais emissoras de TV aberta, como Band, Globo, Record e SBT.
O objetivo é popularizar as programações das TVs legislativas, aumentando a audiência das sessões plenárias, audiências públicas, debates, entrevistas e programas jornalísticos. Tudo para que a sociedade acompanhe o dia a dia do trabalho parlamentar no Senado Federal, na Câmara dos Deputados, na assembleia estadual e na câmara municipal, em busca do fortalecimento do Poder Legislativo e da democracia.
Simultânea para todo o país, a mudança não é obrigatória e foi precedida de uma consulta às casas legislativas ainda no mês de abril.  Tecnicamente, a alteração é simples e feita sem maiores problemas técnicos. Veja aqui se o canal da TV Senado vai mudar na sua cidade e o que fazer para continuar assistindo.

Campanha

Começa nesta quinta-feira (30) a campanha nacional de divulgação das mudanças dos canais da Rede Legislativa de TV. As equipes de TV e de criação das duas Casas do Congresso Nacional se uniram para planejar a campanha, cujas peças foram entregues às emissoras nesta semana. Ao todo, os números de sintonia serão alterados em 44 cidades, inclusive Brasília.
A campanha é composta de animações de até 30 segundos, a serem rodados em cada praça onde a alteração ocorrerá, nos 30 dias que antecedem a troca de numeração dos canais, conforme determina a portaria nº 486 de 5/02/2020, do Ministério das Comunicações.
A Rede Legislativa de TV é composta hoje de 66 emissoras, sediadas em 59 cidades, mas com alcance em 250 municípios de 25 estados. A população abrangida é de cerca de 81 milhões de habitantes. Dessas operações, 14 são de responsabilidade do Senado.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Senado aprova MP que facilita crédito a pequenas e médias empresas



Da Redação | 29/07/2020, 18h50
Em sessão remota nesta quarta-feira (29), o Plenário do Senado aprovou a medida provisória que cria o Programa Emergencial de Crédito para Pequenas e Médias Empresas (Peac-FGI) e facilita o acesso a recursos para a manutenção desses estabelecimentos (MP 975/2020). A ideia de facilitar o crédito para essas empresas tem o intuito de amenizar a crise provocada pela pandemia de covid-19 no país. Aprovada na forma do Projeto de Lei de Conversão (PLV) 24/2020, a matéria segue agora para a sanção da Presidência da República.
O texto assegura às instituições financeiras garantia de 30% dos recursos emprestados aos estabelecimentos com receita bruta de R$ 360 mil a R$ 300 milhões em 2019. Essa garantia será feita com recursos da União: são R$ 20 bilhões que complementarão o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) por meio do Fundo Garantidor para Investimentos (FGI).
O projeto aprovado também prevê uma nova modalidade de garantia para empréstimos, chamada de Peac-Maquininhas, que beneficia microempreendedores individuais (MEI), microempresas e empresas de pequeno porte que tenham realizado vendas por meio das máquinas de pagamento; eles poderão ter acesso a empréstimos dando como garantia os valores ainda a receber de vendas futuras — o chamado crédito fumaça.

Relatório

O relator da matéria, senador Marcos Rogério (DEM-RO), disse que, no contexto caótico da pandemia, destacam-se entre os mais necessitados os micro, pequenos e médios empresários, que foram extremamente prejudicados pela súbita interrupção de suas atividades. Para o senador, são inegáveis a conveniência e a oportunidade da edição dessa MP. Ele afirmou que o cenário de crise exige respostas drásticas e urgentes.
— Essa matéria está criando condições adicionais para que o crédito chegue mais facilmente à ponta, isto é, aos agentes econômicos que tanto necessitam de recursos para manter seus negócios em funcionamento — argumentou Marcos Rogério.
Depois que a MP chegou ao Senado, ainda foram apresentadas 36 emendas. No total, foram 207. Boa parte das sugestões tratava de limitação dos juros, ampliação da oferta de crédito e medidas de garantia para os empregados. O relator elogiou a iniciativa das emendas, mas não acatou nenhuma sugestão, apontando o prazo de vencimento da matéria, que expiraria nesta sexta-feira (31).
Marcos Rogério defendeu a aprovação do texto na forma como veio da Câmara dos Deputados. Segundo ele, as mudanças feitas pelos deputados ampliaram o escopo do programa inicialmente tratado pela MP, de modo a permitir não apenas o apoio na forma de concessão de garantia, mas também na forma de concessão de operações de crédito. Foram apresentados quatro destaques para votação de emendas de forma separada. Por acordo de lideranças, porém, os destaques foram retirados e o texto foi aprovado de forma unânime, com 73 votos favoráveis.

Empregos

O senador Alvaro Dias (Podemos-PR) definiu o projeto como “necessário” e o trabalho do relator, como “competente”. Segundo o senador, é fundamental proteger as pequenas empresas, como forma de manutenção dos empregos dos brasileiros. Ao defender a MP, o senador Acir Gurgacz (PDT-RO) afirmou que todo trabalho feito para gerar emprego e renda é muito importante. O senador Marcelo Castro (MDB-PI) classificou a MP como uma das mais importantes medidas de enfrentamento da crise provocada pelo novo coronavírus.
— Temos de ter uma ótica não apenas econômica, mas também social. Estamos votando aqui a manutenção dos empregos do país — afirmou Marcelo Castro.
A senadora Daniella Ribeiro (PP-PB) elogiou o trabalho de Marcos Rogério. Daniella disse que ele foi produziu “um relatório responsável e comprometido com as necessidades da população”. O senador Rogério Carvalho (PT-SE) também elogiou o relatório e defendeu a aprovação da matéria, mas pediu que o governo considere a possibilidade de juros mais baixos para os pequenos empresários.
— Precisamos ter uma posição mais firme com os bancos, que mesmo em um momento de pandemia não têm solidariedade com o Brasil nem sensibilidade com o povo brasileiro — declarou Rogério Carvalho.
Os senadores Fabiano Contarato (Rede-ES), Eliziane Gama (Cidadania-MA), Zenaide Maia (Pros-RN), Leila Barros (PSB-DF), Zequinha Marinho (PSC-PA) e Mecias de Jesus (Republicanos-RR) elogiaram Marcos Rogério e o deputado federal Efraim Filho (DEM-PB), que foi o relator da matéria na Câmara. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, afirmou que o trabalho de Marcos Rogério foi "brilhante".
— Foi um trabalho feito com muito carinho e muito cuidado. Hoje o Senado dá mais uma demonstração de que trabalha com grandeza — declarou Davi.
202000729_MP_938_20_FP_Estados.jpg

202000729_MP_938_20_FP_Municipios.jpg
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Projeto barra substituição de diretor-presidente por servidor de agências reguladoras



Da Redação | 29/07/2020, 19h14
O senador Marcos Rogério (DEM-RO) informou em sessão remota deliberativa, nesta quarta-feira (29), que apresentou projeto para barrar a substituição temporária de diretor-geral de agência reguladora por servidor público. O projeto de decreto legislativo (PDL) 343/2020 susta dois pareceres da Advocacia-Geral da União (AGU), em despacho de março de 2020, segundo os quais os diretores de agências reguladoras podem ser substituídos por servidores por 180 dias.
No texto, o senador alega que a interpretação de que a lista de servidores deve ser utilizada também para diretor-presidente “não se coaduna com o espírito da lei e subverte a própria lógica da atividade regulatória das agências.”
Marcos Rogério avalia que essa substituição pode acarretar uma “situação esdrúxula” em que a condução das reuniões da diretoria de uma agência reguladora ficará a cargo de um servidor público, “com a natural sujeição dos diretores ou conselheiros titulares no tocante a direção dos trabalhos a um agente que, não obstante toda a qualificação técnica, na verdade é um servidor, e que voltará a ficar sob o poder hierárquico do colegiado após o período de interinidade”.
Na proposição, o senador argumenta que essa situação pode gerar dois problemas: primeiro, o surgimento de “um desconforto para os dirigentes titulares”, que podem não se sentir satisfeitos em ter suas reuniões conduzidas por um servidor da agência, apenas interinamente na presidência e que, “na essência, é um subordinado do corpo funcional”; e em segundo lugar, “a inibição deste servidor” que exerce transitoriamente a presidência para “agir com independência funcional e mesmo discordar das decisões dos demais conselheiros ou diretores, sabatinados pelo Senado da República, e em pleno gozo de prerrogativas legais”.
Marcos Rogério explicou que apresentou o projeto porque essa situação já está ocorrendo nas agências reguladoras. E seria decorrente das lacunas que ficaram em razão dos vetos presidenciais à Lei das Agências Reguladoras (Lei 13.848, de 2019), com uma posterior “interpretação equivocada da AGU”.
— Uma situação que gera insegurança jurídica, insegurança institucional e algo mais grave do que isso. Porque no caso dos diretores das agências, pela lei que aprovamos, não pode haver recondução. No caso de quem é colocado na posição de substituto, pode ser indicado, posteriormente, diretor da agência. Portanto, é algo que deixa numa condição de uma relativa ausência de independência funcional, com a expectativa de, eventualmente, no futuro vir a ser indicado para tal posto — concluiu o senador.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Senadores criticam veto a prioridade do auxílio emergencial a mulher chefe de família


Da Redação | 29/07/2020, 19h21
Nesta quarta-feira (29), os senadores criticaram o veto integral do presidente Jair Bolsonaro ao PL 2.508/2020. Esse projeto de lei dava prioridade às mulheres que são chefes de família no recebimento do auxílio emergencial para os casos de famílias monoparentais — aquelas em que a guarda dos filhos é exclusiva de um dos pais. Os parlamentares afirmaram que vão trabalhar para derrubar o veto. Esse projeto é de autoria da deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RS).
Para o senador Weverton (PDT-MA), é um “absurdo” as mulheres que criam os filhos sozinhas não terem prioridade para recebimento da cota dupla do auxílio emergencial, que resulta no valor de R$ 1.200.
“O veto do presidente Bolsonaro prejudica muitas famílias que são chefiadas por mulheres. Uma total falta de sensibilidade e conhecimento da realidade das famílias brasileiras”, declarou Weverton.
Mesmo posicionamento teve o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que afirmou que o presidente da República não conhece a realidade das famílias brasileiras.
“Com uma justificativa genérica e sem sentido, Bolsonaro vetou o projeto de lei que previa prioridade de pagamento do auxílio emergencial à mulher chefe de família. Bolsonaro não conhece a realidade do país e emana falta de empatia. Vamos trabalhar para derrubar esse veto”, enfatizou Randolfe.
Para Humberto Costa (PT-PE), a justificativa do veto, em que se argumenta que não há estimativa financeira para o pagamento do beneficio, não corresponde à realidade, pois, segundo ele, os recursos do auxílio não precisariam respeitar as regras de equilíbrio fiscal.
“Mais de 56% das famílias que são chefiadas por mulheres estão em situação de pobreza. Vamos trabalhar no Congresso Nacional para derrubar esse veto de Bolsonaro e fazer com que as mães solteiras de todo o país possam se beneficiar, durante a pandemia, com a preferência do pagamento do auxílio emergencial”, disse Humberto.
Ao informar que cerca de 5,5 milhões de crianças não têm o nome do pai no registro de nascimento e 80% das crianças têm como primeiro responsável uma mulher, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) disse que “são essas mulheres e crianças que Bolsonaro quer prejudicar”.

Justificativa do veto

Ao justificar o veto, o governo federal declarou ter se baseado em análise dos ministérios da Economia e da Cidadania, que argumentam que a medida é inconstitucional e contraria o interesse público por “não apresentar a estimativa do respectivo impacto orçamentário e financeiro”.
O Executivo também alega que não há ferramentas de processamentos de dados capazes de averiguar a veracidade das informações autodeclaradas, o que abre a possibilidade para o recebimento irregular do benefício, prejudicando, assim, a política pública e os cofres públicos.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Senado analisa nesta quinta-feira MP com créditos para ministérios



29/07/2020, 19h33
Transferida para a Sessão Plenária desta quinta-feira (30) a análise da Medida Provisória 942 de 2020, que libera crédito extraordinário no valor de R$ 639 milhões para a Presidência da República, os ministérios da Educação; da Justiça e Segurança Pública; e da Mulher, Família e Direitos Humanos. As informações com a repórter Raquel Teixeira, da Rádio Senado.

Fonte: Agência Senado

Senadores criticam Aras e defendem Operação Lava Jato



Da Redação | 29/07/2020, 19h42
Senadores criticaram nesta quarta-feira (29) o procurador-geral da República, Augusto Aras, que fez críticas públicas à Operação Lava Jato nesta semana. Segundo Aras, a força-tarefa da Lava Jato não tem transparência na distribuição de processos, mantém banco de dados sigiloso sobre seus alvos e violou prerrogativas de investigados.
O procurador-geral foi repreendido pelo líder da oposição, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que acusou Aras de “advogar em favor de pessoas que saqueiam os cofres públicos”.
“A luta contra a corrupção, que assola e destrói nosso país há tanto tempo, deveria ser pauta unívoca, não é questão ideológica”, destacou o senador nas redes sociais.
A líder do Cidadania, senadora Eliziane Gama (MA), acusou “objetivos eleitoreiros” para “manchar” a operação por trás das palavras do procurador-geral.
“Não há como negar os avanços trazidos pela Lava Jato no combate à corrupção e à lavagem de dinheiro no país. Se houve abusos, há instrumentos adequados de controle para coibi-los”, escreveu.
O líder do PSL, senador Major Olimpio (SP), pediu união em favor da Lava Jato, afirmando que o Senado “não irá se calar” e irá “até a última consequência” para defender a operação.
“A Lava Jato é um marco no processo de combate à corrupção. Levaram para a cadeia grandes ladrões de colarinho branco que dilapidaram nosso país. O fim [da operação] só interessa aos malfeitores”.
O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) chamou de “cínica” a manifestação do procurador-geral e destacou que a corrupção e a impunidade “destróem os sonhos de um Brasil mais justo”.
“Vamos denunciar a atuação do PGR como porta-voz dos ataques à Lava Jato, tentando esconder sob o manto de um garantismo de araque os reais interesses de quem sempre quis ‘estancar a sangria’ e ‘zerar o jogo’, beneficiando os bandidos que roubam este país desde sempre”, escreveu.
O senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) denunciou uma “intensa movimentação” contra a Lava Jato, que teria o objetivo de “desqualificar” os investigadores responsáveis pelo “êxito” da operação.
“Não podemos permitir esta inversão absurda que pretende absolver todos os que foram condenados pela Lava Jato e ao mesmo tempo condenar todos os responsáveis pela existência desta operação”.
O senador Lasier Martins (Podemos-RS) também disse que a Lava Jato está “sob ataque”, e cobrou de Aras umas “comprovação” de que o combate à corrupção não será interrompido. Para o senador, a Lava Jato “mudou a trajetória da impunidade” no Brasil.
Em pronunciamento durante a sessão deliberativa, o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) relatou que um grupo de senadores teve uma reunião virtual com Augusto Aras nesta quarta-feira. Na conversa, os parlamentares salientaram que as declarações do procurador-geral foram "infelizes". Segundo Girão, o procurador-geral foi "receptivo".
— Vemos um quebra-cabeça se articulando para detonar a Lava Jato. Está pegando mal essa situação. Se a população pudesse hoje ir para as ruas, com certeza estaria indo defender a operação. Ela é um patrimônio imaterial do povo brasileiro — disse.
Ao contrário dos colegas, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) fez eco às palavras de Augusto Aras e disse que a Procuradoria-Geral da República precisa “iluminar os porões obscuros” da Lava Jato. Para Renan, a força-tarefa incorreu em crimes durante as suas atividades.
“Por que a força-tarefa, abaixo das instituições, resiste a auditoria? Há vestígios de ilegalidades: propinas a procuradores, acordos com o FBI, apropriação de 2,5 bi de dinheiro público e outros”, listou nas redes sociais.
O senador Flávio Arns (Rede-PR) lamentou que "pessoas importantes" como o procurador-geral estejam tentando "denegrir" a Lava Jato e "eliminar as lições" que, segundo o senador, a operação ensinou ao país.
"Confiamos nos juízes e procuradores que estão trabalhando para passar a limpo a história do Brasil. Que [a Lava Jato] sirva de exemplo para o Brasil que queremos, onde a lei atinja a todos", afirmou.
O procurador-geral Augusto Aras foi indicado para o cargo pelo presidente Jair Bolsonaro em 2019. Diferentemente dos seus antecessores desde 2001, Aras não fazia parte da lista tríplice elaborada pelas eleições internas do Ministério Público Federal.
Durante sua sabatina no Senado, o atual PGR elogiou o trabalho da Lava Jato, mas disse que a operação havia cometido “excessos” e o seu modelo de atuação é “passível de correções”. A indicação de Aras foi aprovada pelos senadores no fim de setembro, por 68 votos a 10.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Legislativo insere apoio a microempreendedores na MP 975; texto vai a sanção



Da Redação | 29/07/2020, 20h02
O apoio a microempreendedores que fazem vendas por meio das chamadas maquininhas de pagamento foi inserido pelo Senado e pela Câmara na medida provisória editada para garantir crédito a pequenas e médias empresas. Aprovado em sessão remota nesta quarta-feira (29), o Projeto de Lei de Conversão 24/2020, derivado da Medida Provisória (MP) 975/2020, cria o Programa Emergencial de Crédito para Pequenas e Médias Empresas (Peac-FGI) e facilita o acesso a recursos para a manutenção desses estabelecimentos, diante dos impactos econômicos causados pela pandemia de covid-19 no país. O Senado aprovou a matéria de forma unânime, com 73 votos, e o texto segue para sanção presidencial.
O projeto  assegura às instituições financeiras garantia de 30% dos recursos emprestados aos estabelecimentos com receita bruta de R$ 360 mil a R$ 300 milhões em 2019. Essa garantia será feita com recursos da União: são R$ 20 bilhões que complementarão o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) por meio do Fundo Garantidor para Investimentos (FGI).
Uma das principais alterações propostas pela Câmara dos Deputados, que aprovou o texto no último dia 9, foi a previsão de uma nova modalidade de garantia para empréstimos, chamada de Peac-Maquininhas, que permite a microempreendedores individuais (MEI), microempresas e empresas de pequeno porte, que façam vendas por meio das máquinas de pagamento, acessarem empréstimos dando como garantia os valores ainda a receber de vendas futuras — o chamado "crédito fumaça".

Relatório no Senado

O relator da proposta no Senado, senador Marcos Rogério (DEM-RO), foi favorável ao texto como saiu da Câmara, o PLV 24/2020. Ele afirmou que, apesar das tentativas do Executivo de "dar alento à economia" diante da crise decorrente da pandemia de covid, o acesso ao crédito ainda não chega a quem precisa. Daí a urgência da MP 975. Ele destacou também a importância do setor para o país, citando dados do Sebrae: as cerca de 9 milhões de micro e pequenas empresas no Brasil representam 27% do PIB.
Marcos Rogério rejeitou as 36 emendas apresentadas por senadores. As emendas que lidavam com redução ou limitação dos juros cobrados pelos programas emergenciais de acesso a crédito foram rejeitadas porque, segundo Marcos Rogério, “caso limitemos demasiadamente os juros cobrados, há o risco de inviabilizar os programas”.
As emendas que exigiam que as empresas beneficiadas mantenham o número de empregados por um prazo entre o recebimento do auxílio e alguns dias após o fim dos pagamentos podem, de acordo com o senador, inviabilizar o pagamento de auxílios, ao apertar as finanças dos negócios.
Marcos Rogério rejeitou também emendas que suprimiam o art. 31 do PLV — que dá ao Executivo federal poder de definir ações de apoio financeiro e programas de crédito prioritários e de interesse nacional para as agências financeiras oficiais de fomento, em face da crise provocada pela covid. Para o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), essa previsão pode facilitar medidas para beneficiar “os amigos do rei” e tem cara de “coisa encomendada, customizada”.
O relator, porém, manteve o texto da forma como saiu da Câmara, por conta do prazo — a MP vence na sexta-feira (31). Ele sugeriu que o Congresso negocie com representantes do governo um veto a esse item. O senador ainda rejeitou emendas relacionadas a coberturas e valores dos fundos, garantia de inadimplência, taxa de juros das máquinas de pagamento, entre outros temas. Veja, a seguir, outro pontos importantes da matéria.

Fundo garantidor

A MP 975 autoriza o governo a aumentar em R$ 20 bilhões sua participação no Fundo Garantidor de Investimentos, para a garantia dessas operações de empréstimo. O fundo é administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que receberá no máximo 1% dos recursos a título de remuneração.
A garantia da União poderá ser para cada faixa de faturamento e por períodos, segundo disciplina o estatuto do FGI. O empréstimo com essa garantia poderá ser contraído até 31 de dezembro de 2020, com carência para começar a pagar de 6 a 12 meses. O prazo para pagar será de 12 a 60 meses, com taxa de juros definida pelo regulamento do programa. Além das pequenas e médias empresas, poderão acessar a garantia do programa as associações, as fundações de direito privado e as sociedades cooperativas, exceto sociedades de crédito.
Para verificar a receita bruta exigida nesses limites, o banco poderá seguir o mesmo critério utilizado para classificar e informar suas operações ao Banco Central, podendo usar o conceito de grupo econômico de sua política de crédito. Mas se emprestar recursos do BNDES, terá de usar o conceito de grupo econômico definido por esse banco estatal.

Parcelas

A MP determina que o aporte de R$ 20 bilhões ao FGI será feito em parcelas de R$ 5 bilhões, que ocorrerá conforme a demanda. A primeira parcela já conta com autorização orçamentária por meio da MP 977/2020, e as demais dependem de a cobertura de inadimplência das operações de crédito atingir 85% do patrimônio já integralizado. Ou seja, a cada vez que a cobertura concedida alcançar 85% do valor colocado no FGI, uma nova parcela é destinada ao programa.
O que não for utilizado para oferecer garantia até 31 de dezembro de 2020 será devolvido à União após parecer de auditoria independente. A partir de 2022, os valores de garantia liberados porque o devedor pagou as parcelas devidas serão devolvidos ao Tesouro anualmente. Se não for necessário usar todo o dinheiro previsto de garantia (R$ 20 bilhões) no ano de 2020, a União não terá mais obrigação de continuar a colocar dinheiro no fundo.

Empréstimo novo

A MP determina que os bancos e cooperativas de crédito usem a garantia do FGI somente para empréstimos novos e dentro do ano de 2020, proibindo-as de reter os recursos da garantia para liquidar débitos anteriores do cliente, exigir no contrato o cumprimento de obrigações perante a instituição ou condicionar o empréstimo à compra de outro produto ou serviço.
Sistemas cooperativos de crédito poderão ter o risco assumido garantido pelo fundo. O tomador do empréstimo com garantia do programa não precisará apresentar garantia real ou pessoal, facultada a pactuação de obrigação solidária de sócio, de acordo com a política de crédito da instituição participante.

Recuperação do crédito

A MP 975/2020 estabelece regras semelhantes às impostas para os bancos participantes do Pronampe quanto à recuperação dos créditos garantidos pelo governo, como procedimentos igualmente rigorosos adotados para cobrar os próprios empréstimos e responsabilidade pelas despesas.
Os bancos não poderão interromper ou negligenciar o acompanhamento dos procedimentos de recuperação dos créditos não pagos pelos tomadores. Se, depois do prazo de pagamento da última parcela do empréstimo, a instituição financeira não conseguir recuperar os valores devidos e honrados pelo fundo garantidor, terá 18 meses para leiloar os direitos creditórios.
No caso de um segundo leilão para os créditos não arrematados no primeiro, a venda poderá ser feita a quem oferecer o maior lance, independentemente do valor da avaliação. Nesses leilões, empresas especializadas em cobrança oferecem um deságio do título representativo da dívida para ficar com o direito de cobrar o devedor. As mesmas regras de leilão são aplicadas pela MP para o Pronampe.

Cobrança por terceiros

Tanto para o FGI quanto para o fundo de garantia de operações de investimentos destinadas a produtores rurais e suas cooperativas, a MP permite a recuperação de créditos também por terceiros contratados pelos bancos ou pelos gestores dos fundos. Entre os procedimentos que poderão ser adotados para tentar recuperar o dinheiro emprestado, estão o alongamento dos prazos de pagamento da dívida, com ou sem a cobrança de encargos adicionais, a cessão dos créditos, o leilão, a securitização das carteiras e renegociações com ou sem deságio.

Pronampe

Na lei de criação do Pronampe (Lei 13.999, de 2020), a MP 975/2020 muda limites de garantia do Fundo Garantidor de Operações (FGO) para empréstimos a micros e pequenas empresas. Em vez de o fundo garantir 85% de cada operação, poderá garantir até 100% do empréstimo.
Entretanto, o limite de 85% continua para o valor total da carteira de empréstimos da instituição financeira no âmbito do Pronampe. De modo semelhante ao proposto para o FGI, esse limite de garantia poderá ser separado em razão das características da instituição, segundo as carteiras e os períodos contratados.
Se houver disponibilidade de recursos, poderão contratar pelo Pronampe também as associações, as fundações de direito privado e as sociedades cooperativas, excluídas as cooperativas de crédito. As primeiras perdas da carteira continuam sendo suportadas pelo FGO, que também deixará de receber a comissão repassada ao tomador do empréstimo para este ter acesso à garantia. Os bancos que emprestam por meio do Pronampe não precisarão integralizar cotas ao fundo, como estabelecem as regras normais de funcionamento.
A MP 975/2020 também cria o Conselho de Participação em Operações de Crédito Educativo, cujas composição e competências serão fixadas por decreto do Poder Executivo.

Setor tecnológico

A Câmara dos Deputados autorizou ainda a União a aumentar em mais R$ 4 bilhões sua participação no FGI para concessão de garantias de empréstimos a empresas de qualquer porte dos setores definidos pelo Executivo como estratégicos para a política industrial e tecnológica. A garantia adicional deve estar vinculada às ações para diminuir os impactos da pandemia causada pelo coronavírus na economia.

"Peac-Maquininhas"

O projeto de lei de conversão permite aos microempreendedores individuais (MEI), às microempresas e às empresas de pequeno porte que tenham vendido por meio das máquinas de pagamento o acesso a empréstimos dando como garantia os valores ainda a receber de vendas futuras. Os empréstimos, que servem como adiantamentos de fluxo de caixa, terão taxa de juros de até 6% ao ano sobre o valor concedido, mas a taxa é capitalizada mensalmente.
A dívida poderá ser contraída até 31 de dezembro de 2020. O prazo para pagar será de 36 meses, dentro do qual está incluída carência de seis meses para começar a pagar. O valor do crédito que poderá ser concedido será limitado ao dobro da média mensal das vendas feitas por maquininhas e até o máximo de R$ 50 mil por contratante.
A média levará em conta as vendas feitas por esse mecanismo de pagamento entre 1º de março de 2019 e 29 de fevereiro de 2020, excluindo-se os meses sem vendas (valor zero de faturamento por maquininhas). A garantia dada no empréstimo com base nas vendas futuras deve ser de 8% desses valores, que serão cedidos ao banco. O mesmo limite será aplicado diariamente, e o percentual será retido pela instituição que fizer o empréstimo.
Entretanto, somente poderão ser retidos os valores das vendas realizadas após o fim da carência, e a quitação das parcelas do empréstimo deverá acontecer por meio do sistema de compensação e liquidação vinculado a essas máquinas de pagamento. Caso os valores retidos das vendas futuras não sejam suficientes para pagar as parcelas, a instituição financeira poderá debitar a diferença diretamente da conta dos contratantes.
Quem contrair o empréstimo pelo Peac-Maquininhas não precisará apresentar outra garantia real (imóveis, por exemplo) ou pessoal nesses empréstimos, facultada a obrigação solidária de sócio, de acordo com a política de crédito do banco. Os contratantes serão isentos de tarifas, encargos ou emolumentos. Segundo o texto, o BNDES será o agente financeiro do Paec-Maquininhas e contará com até R$ 10 bilhões da União para executar o programa, por meio de transferências às instituições participantes conforme forem realizados os empréstimos.
Para o Peac-maquininhas foi proposta a alocação de R$ 10 bilhões. Tal recurso será proveniente do volume já reservado para o Programa Emergencial de Suporte a Emprego, instituído pela MP 944/2020, e que, até o momento, não foi utilizado.

Prazo das transações

Para agilizar o acesso dos microempresários ao crédito do Peac-Maquininhas, o texto permite que o BNDES repasse recursos para empréstimos realizados depois da vigência da futura lei, mas antes do registro de qualquer dessas operação de crédito. Entretanto, a taxa a pagar para o BNDES será de 3,75% ao ano e não de 3,25%, prevista na regra do programa. Todas as demais normas terão de ser seguidas pela instituição, sob pena de o empréstimo não ser considerado como operação do Peac-Maquininhas.
Poderão participar desse programa as instituições financeiras autorizadas a funcionar pelo Banco Central, inclusive sociedades de crédito direto. A receitas obtidas pela União com o retorno dos valores dos empréstimos deverão ser usadas para pagar a dívida pública.

Cadastro negativo

Tanto no caso do Peac-FGI quanto no caso do Peac-Maquininhas, as instituições financeiras participantes seguirão suas próprias políticas de crédito e poderão considerar informações e registros relativos aos seis meses anteriores à contratação constantes de sistemas de proteção ao crédito ou de sistemas mantidos pelo Banco Central. A Receita Federal poderá ser consultada para verificar o enquadramento do interessado nas condições de microempreendedor individual (MEI), microempresa ou empresa de pequeno porte.

Certidões

As instituições financeiras participantes serão dispensadas de exigir certidões ou seguir restrições para a concessão do empréstimo, como de regularidade com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e com a Previdência Social (Certidão Negativa de Débito), regularidade eleitoral ou de pagamento do Imposto Territorial Rural (ITR). Instituições públicas não precisarão ainda consultar o Cadin, cadastro de restrição para contratos com o governo federal.

Fiscalização e reclamações

A fiscalização dos programas caberá ao Banco Central. A Secretaria Nacional de Defesa do Consumidor, do Ministério da Justiça, poderá receber e processar reclamações relativas ao atendimento, devendo compartilhar com o Banco Central denúncias sobre infrações às regras dos programas.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Paulo Rocha pede prioridade para a aprovação do novo Fundeb



Da Rádio Senado | 29/07/2020, 20h03
Em pronunciamento nesta quarta-feira (29), o senador Paulo Rocha (PT-PA) pediu que os partidos priorizem a rápida aprovação pelo Senado da proposta de emenda à Constituição que torna permanente o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Já aprovado na Câmara, esse texto tramita no Senado como PEC 26/2020.
O parlamentar lembrou que o fundo atual foi antecedido pelo Fundef, criado no governo de Fernando Henrique Cardoso e que só financiava a educação fundamental. Ele ressaltou que o Fundeb foi criado no governo de Luiz Inácio Lula da Silva para financiar toda a educação básica, "pensando desde o início da educação da criança".
— [O Fundeb] Cria as condições para melhorar o salário do professor. Por isso é que se conquistou o piso nacional dos professores, que obriga o poder público a pagar um salário digno para os nossos professores — afirmou.
Paulo Rocha disse que o Fundeb também criou as condições para se oferecer "uma boa alimentação aos alunos", assim como para financiar o transporte escolar por meio do programa Caminho para a Escola. Ele ressaltou ainda que o fundo financia a recuperação física das escolas.
Para o senador, o Fundeb tem importância estratégica para oferecer uma educação pública de qualidade para as crianças e para os jovens brasileiros.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Senado vota crédito extraordinário e apoio a empresas de cultura e turismo nesta quinta



Carlos Penna Brescianini | 29/07/2020, 21h01
As medidas provisórias 942/2020, que abre crédito extraordinário de R$ 639 milhões para a Presidência da República e três ministérios visando o enfrentamento da crise de coronavírus, e 948/2020, que protege empresas de turismo e cultura impactadas pela pandemia, devem ser votadas nesta quinta-feira (30) pelo Plenário.
A MP 942/2020 abriu mais de R$ 639 milhões em créditos extraordinários para ações de combate à covid-19. Foram destinados R$ 339 milhões ao Ministério da Educação, R$ 199 milhões ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, R$ 45 milhões para o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos e R$ 54 milhões  para a Presidência da República. O relatório do senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) foi favorável à MP, mas não aceitou duas emendas que foram propostas.
Prevista para ser votada nesta quarta-feira (29), a MP 942 foi retirada da pauta pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que decidiu adiar a votação ao ser informado sobre problemas de saúde do relator. Davi salientou que "não há polêmica" sobre o texto e que a MP deve ser votada até esta quinta-feira para não perder sua validade.
A MP 948/2020, por sua vez, trata do cancelamento de serviços, de reservas e de eventos dos setores de turismo e cultura, em razão do estado de calamidade pública da covid-19. É o caso, por exemplo, da compra de ingressos antecipados para espetáculos, assim como hospedagem em hotéis. A medida provisória abre prazos para a devolução dos valores pagos e possibilita o fracionamento dos valores em várias parcelas. O relatório favorável foi apresentado pelo deputado Felipe Carreras (PSB-PE).
A sessão plenária do Senado está marcada para as 16h.












Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado