sexta-feira, 24 de julho de 2020

Marcos Rogério diz que Senado terá “agenda intensa" de votação de MPs



Da Redação | 23/07/2020, 21h20
Durante a sessão remota deliberativa desta quinta-feira (23), o senador Marcos Rogério (DEM-RO), que presidiu a reunião, ressaltou que os senadores deverão votar várias medidas provisórias (MPs) nos próximos dias. Algumas delas já estão no Senado e outras devem chegar da Câmara dos Deputados no decorrer da próxima semana.
— Nós teremos na próxima semana uma agenda intensa de votação de medidas provisórias — disse ele.
Já estão no Senado as MPs 938, 942 e 975, todas de 2020. Na Câmara, há 50 MPs esperando votação. Quando aprovadas pelos deputados federais, as medidas seguirão direto para votação no Senado.
A MP 938/2020 determinou auxílio de R$ 16 bilhões para estados, Distrito Federal e municípios durante a pandemia de covid-19. Ela foi aprovada na Câmara na quarta-feira (22). O socorro visa compensar as perdas nos repasses dos fundos de participação dos estados e dos municípios (FPE e FPM, respectivamente). De acordo com o texto original dessa medida provisória, a ajuda estaria relacionada às perdas desses fundos nos meses de março a junho de 2020, na comparação com igual período de 2019. O texto original também previa que a União deveria transferir o dinheiro até o final deste mês, considerando os limites mensais de R$ 4 bilhões e o limite total de R$ 16 bilhões.
Os deputados, no entanto, promoveram alterações na MP 938/2020 — que, por isso, foi transformada em um projeto de lei de conversão (PLV). O relator da matéria na Câmara, deputado Hildo Rocha (MDB-MA), manteve o limite total de R$ 16 bilhões, mas ampliou o período de apuração das perdas em cinco meses, até novembro, e determinou que a diferença ainda não repassada (R$ 6,14 bilhões) poderá ser transferida até lá. A partir de julho, o limite mensal para repasses será de até R$ 2,05 bilhões.
A MP 942/2020 abriu créditos extraordinários para a Presidência da República e três ministérios no valor de cerca de R$ 639 milhões — oriundos do cancelamento de emendas do relator-geral do Orçamento de 2020, deputado Domingos Neto (PSD-CE). Essa medida provisória destina-se a ações de prevenção e combate à pandemia. Do montante total, já houve empenho de R$ 337,7 milhões, dos quais R$ 174,6 milhões foram pagos.
A MP 975/2020 cria um programa emergencial de crédito para pequenas e médias empresas. Os empréstimos concedidos contarão com até R$ 20 bilhões de garantia da União, complementando o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). 
Com informações da Agência Câmara Notícias 
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Senadores cobram votação imediata do novo Fundeb



Da Redação | 23/07/2020, 21h21
Senadores cobraram nesta quinta-feira (23) que o Senado coloque imediatamente em votação a PEC que torna permanente o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) (PEC 26/2020). Os parlamentares defenderam, também, que o texto emitido pela Câmara dos Deputados seja aprovado sem alterações.
O Fundeb é a principal fonte de financiamento da educação básica no Brasil e, pela legislação em vigor, acaba no dia 31 de dezembro deste ano. Além de tornar o fundo permanente, a PEC aumenta a participação da União no financiamento da educação infantil e dos ensinos fundamental e médio. Atualmente ela acrescenta ao Fundeb 10% do seu valor anual. Na nova versão, serão 23%.
O relator da proposta, senador Flávio Arns (Rede-PR), afirmou que a votação deve acontecer em agosto. O senador Marcos Rogério (DEM-RO), que presidiu a sessão deliberativa desta quinta-feira, confirmou essa previsão, explicando que a fila de votações está trancada por uma série de medidas provisórias.
— Depois de esgotada essa pauta, teremos que enfrentar o tema do Fundeb. Não dá para pensar a educação sem ele. Neste momento, os estados e municípios não estão preparados para arcar com essa responsabilidade sem a participação efetiva da União.
O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) ressaltou que o trabalho feito na Câmara sobre a proposta já foi fruto de muitas negociações e dispensa uma nova rodada de análises. Para ele, o grande mérito do novo texto é privilegiar a educação infantil.
— No Brasil, sempre construímos a casa pelo telhado. Não adianta valorizar apenas o ensino superior e não contemplar o infantil, que é a estrutura. Agora, tem um olhar diferenciado.
A senadora Rose de Freitas (Podemos-ES) também se manifestou a favor da votação imediata da PEC, e avaliou que será “difícil para a população compreender” se a proposta demorar no Senado. Já o senador Otto Alencar (PSD-BA) afirmou também querer a inclusão rápida na pauta, mas quer que os senadores possam fazer as suas intervenções e “aperfeiçoar” o texto.
A proposta precisa ser aprovada em dois turnos de votação, obtendo pelo menos 49 votos favoráveis em cada turno. Se ela for modificada, retornará para a Câmara dos Deputados.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

quinta-feira, 23 de julho de 2020

Brasil testa vacina da covid, EUA ficam com as doses: competição já começou

SAÚDE
Em entrevista ao Correio, o presidente do Hospital Albert Einstein, Sidney Klejner, diz que a competição pela vacina da covid-19 dificulta as previsões de quando os brasileiros serão imunizados contra o coronavírus
Anvisa autoriza testes de mais duas vacinas contra covid-19
FOTO: REPRODUÇÃO


A competição global pelo acesso a uma vacina contra a covid-19 já começou, antes mesmo de os testes das fórmulas criadas até agora terem chegado ao fim. Com isso, torna-se ainda mais difícil prever quando os brasileiros poderão ter acesso a uma imunização contra o novo coronavírus. A avaliação é do presidente do Hospital Albert Einstein, Sidney Klejner, que foi entrevistado pelo Correio nesta quinta-feira (23/7), no programa CB.Saúde.
"As vacinas que vão ser mais completas, acho, são aquelas que induzem imunidade dos anticorpos e também das células. E isso já está sendo testado neste momento, de forma bem precoce. Eu acho que a gente chega a uma vacina até o final do ano. Resta saber quando ela estaria disponível aqui para nós brasileiros em vista da competição que vai existir", avaliou Klejner (assista abaixo).
O sinal mais claro dessa competição, que deve favorecer as populações dos países mais ricos, ocorreu na quarta-feira, quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fechou um acordo para o fornecimento de 100 milhões de doses de uma vacina desenvolvida pela aliança germano-americana Biontech/Pfizer, mediante o pagamento de quase US$ 2 bilhões.

A imunização desenvolvida pelas empresas é uma das que serão testadas em brasileiros. Mas as primeiras doses já têm destino certo. "Praticamente toda a produção de 2020 (dessa vacina) vai acabar indo para os Estados Unidos", disse Klejner.


Acordos trazem esperança

O que pode fazer com que o Brasil consiga as primeiras doses em 2021 são os acordos feitos com a Universidade de Oxford e com a empresa produtora da Sinovac, da China.

"Nós tivemos aqui a felicidade de acordos, como o do governo do estado de São Paulo com a empresa que faz a Sinovac, que já está sendo testada. Nesses acordos de teste, também está previsto o direcionamento de algumas amostras para o Brasil. A mesma coisa prevê a parceria da FioCruz com a Universidade de Oxford. O mais interessante é que ambas as organizações também estão desenvolvendo e capitaneando os recursos para o desenvolvimento de fábricas para que a gente tenha a produção dessas vacinas no território nacional", disse Klejner.

FONTE: CORREIO BRAZILIENSE

Energia solar: Brasil zera impostos sobre importação de 4 equipamentos



ECONÔMICA E SUSTENTÁVEL

Presidente da Absolar chama atenção para o prazo: a medida valerá de agosto de 2020 até o fim de 2021


Brasil zera imposto de importação para equipamentos de energia ...
FOTO: REPRODUÇÃO
O setor de energia solar está crescendo em ritmo acelerado no Brasil. Em 2019, o número de instalações de placas solares triplicou frente a 2018. Apesar disso, o total de consumidores dessa fonte de energia continua baixo no país, cerca de 1% apenas.
Para tentar incentivar a adoção da tecnologia, o governo federal zerou as taxas de importação de quatro tipos diferentes de equipamentos, sendo eles módulo fotovoltaico, inversores fotovoltaicos, rastreadores solares e motobomba.
Como destaca o presidente executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Rodrigo Sauaia, a isenção tem prazo limitado: entra em vigor em agosto de 2020 e se estende até o fim de 2021.
“Para as empresas que fizeram esse pedido junto ao governo e  para os consumidores, a medida gera expectativa de que ajude a reduzir o preço desses equipamentos e da energia solar no geral. Mas para as fabricantes nacionais, a redução dos impostos é vista como um desafio, já que vai aumentar a atratividade de produtos vindos de fora”, comenta Sauaia.


Por Canal Rural

Uber mostra destino antes da viagem para motoristas de todo o Brasil

APLICATIVOS

Antes disso, a Uber só revelava qual era a região de destino da próxima viagem quando a corrida fosse iniciada pelo motorista


Uber - destino do passageiro
FOTO: REPRODUÇÃO
A Uber já oferece para motoristas de algumas capitais detalhes sobre a região de destino da próxima viagem antes que ela comece. Agora, a informação será levada para parceiros da plataforma em todo o Brasil. Na mesma atualização, o serviço também passa a indicar se o passageiro possui poucas viagens em seu histórico. As informações, no entanto, só aparecem depois que a corrida é aceita.
De acordo com a Uber, a mudança começará a ser liberada ainda esta semana para todos os motoristas. Ela passou a ser testada em 2018 com parceiros da empresa em Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre. Desde então, o recurso teve várias mudanças até chegar ao formato atual, que indica a região de destino junto com detalhes sobre a distância para o ponto de partida.
“Acessar informações de uma viagem antes mesmo dela começar sempre foi um pedido dos motoristas e viemos trabalhando na melhor forma possível de atender isso sem impactar a experiência dos usuários”, explica o diretor da Uber Tech Center no Brasil, Marcello Azambuja. A empresa afirma que o objetivo é ser mais transparente com os parceiros sem prejudicar a experiência dos passageiros.
Ao exibir mais informações do destino somente após a viagem ser aceita, a Uber parece ter buscado um meio-termo que atenda a todas as partes. Por um lado, permite que motoristas cancelem a corrida caso tenham alguma preocupação quanto à segurança do bairro. Ao mesmo tempo, garante que passageiros desse local também tenham a chance de serem atendidos.
Este é mais um recurso de segurança liberado pela plataforma. Recentemente, passageiros e motoristas no Rio de Janeiro ganharam a opção de gravar áudio em viagens. A cidade foi a 16ª a ganhar o recurso, que também está disponível em capitais como Salvador, São Luís e Campo Grande. O serviço também oferece opções de compartilhar a viagem em tempo real com pessoas de confiança e ligar rapidamente para a polícia durante o trajeto.

Aprovada MP que desobriga escolas a cumprir a quantidade de dias letivos em 2020

POLÍTICA

Da Redação | 23/07/2020, 20h01

Em sessão remota nesta quinta-feira (23), o Senado aprovou o Projeto de Lei de Conversão (PLV) 22/2020, que desobriga escolas e universidades de cumprir a quantidade mínima de dias letivos em 2020 devido à pandemia da Covid-19. Aprovada com 73 votos, a matéria será encaminhada à sanção presidencial.
O PLV 22/2020 tem origem na Medida Provisória (MPV) 934/2020, que promove ajustes no calendário escolar de 2020. O texto foi relatada pelo senador Carlos Fávaro (PSD-MT). A matéria será encaminhada à sanção presidencial.
O relator apresentou voto pela aprovação da matéria na forma do projeto de lei de conversão aprovado na Câmara dos Deputados, no último dia 7, e rejeitou as 41 emendas apresentadas ao texto no Senado.
Carlos Fávaro explicou que rejeitou as emendas para que não houvesse a caducidade da MP, cujo prazo de vigência vence em 29 de julho. Ele ressaltou ainda que muitas alterações previstas nas emendas já estariam contempladas no texto do projeto.

Discussão

Como forma de não prejudicar a tramitação da MP, os líderes partidários retiraram os destaques apresentados. Alguns defenderam o veto presidencial a alguns dispositivos do texto, entre eles o que prevê a entrega de dinheiro diretamente aos pais dos alunos para a compra de alimentos. O senador Lasier Martins (Podemos-RS) entende que essa possibilidade favorece a ocorrência de fraudes, a exemplo das irregularidades ocorridas no recebimento do auxílio emergencial de R$ 600 pela população.
Líder do governo, o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) ponderou que o veto presidencial ao dispositivo relacionado à compra da merenda escolar poderá ocasionar problemas a ações que já estão em curso em diversos municípios do país.
Na presidência dos trabalhos, o senador Marcos Rogerio (DEM-RO) sugeriu que o governo elabore um regulamento para definir de que forma serão entregues esses recursos, que poderá ocorrer na forma como já é praticada em outros municípios, por meio de vouchers.
Dessa forma, Fernando Bezerra assumiu o compromisso de que, na regulamentação da matéria, serão atendidas as preocupações dos senadores como forma de não desvirtuar os recursos da merenda escolar e prestigiar a agricultura familiar.
Outros parlamentares, como o vice-presidente da Frente Parlamentar da Educação, senador Izalci Lucas (PSDB-DF), também defenderam o veto presidencial ao art. 5º do texto, segundo o qual o Ministério da Educação deverá definir as datas do Enem após ouvir os sistemas de ensino e que, no ano letivo subsequente ao afetado pelo estado de calamidade pública, os processos de ingresso no ensino superior que tenham aderido ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e ao Programa Universidade para Todos (Prouni) levem em contas o calendário do Enem.
O senador Acir Gurgacz (PDT-RO), por sua vez, defendeu o acolhimento de médicos se formaram em outros países e não conseguiram fazer o Revalida, suspenso desde 2017, dada a falta desses profissionais em diversas regiões do país. Ele abriu mão de destaque nesse sentido, tendo em vista que há um acordo com o governo, que deverá tratar da revalidação de diplomas por meio de uma MP a ser encaminhada ao Congresso.
Já a senadora Kátia Abreu (PP-TO) defendeu a destinação de recursos da Covid-19 da área da saúde para o setor da educação, como forma de auxiliar a proteção dos alunos no retorno às aulas.
O senador Esperidião Amim (PP-SC) ressaltou que o ato que regula as MPs editadas no período da pandemia está sendo desconsiderado pela Câmara no que se refere ao prazo de tramitação. A prática, segundo ele, impede o Senado de deliberar adequadamente e incluir providências úteis e necessárias no exame das proposições.

O que foi aprovado

De acordo com o projeto de lei de conversão aprovado na Câmara e mantido pelo Senado, os calendários escolares da educação básica poderão ser recompostos com um número inferior a 200 dias letivos, desde que garantido o cumprimento do mínimo de 800 horas de carga horária.
Na educação superior, será possível o encerramento do ano letivo sem a obrigação de cumprimento dos 200 dias letivos. Também será permitida a antecipação da conclusão dos cursos de Medicina, Farmácia, Enfermagem e Fisioterapia, desde que cumpridos 75% da carga horária dos estágios. O objetivo é atender a necessidade de profissionais habilitados nessas áreas para atuarem no Sistema Único de Saúde (SUS) no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus.
O PLV 22/2020 também autoriza ainda a antecipação da formatura também no curso de Odontologia e a ampliação do rol de cursos de saúde nessa situação, a critério do Poder Executivo, estendendo a mesma possibilidade para os cursos de educação profissional técnica de nível médio da área de saúde
O texto também mantém a dispensa dos dias letivos no ensino fundamental e no ensino médio. Na educação infantil, dispensa também o cumprimento da carga horária. Mesmo assim, as escolas não estão impedidas de promover atividades pedagógicas não presenciais, desde que observados os cuidados essenciais.
Sobre o Enem, o projeto determina que a data de sua realização seja definida em coordenação do Ministério da Educação com os sistemas estaduais, e que o Sisu seja compatibilizado com a nova data do Exame Nacional do Ensino Médio.
O texto atribui ao Conselho Nacional de Educação (CNE) a definição de diretrizes nacionais sobre as atividades pedagógicas não presenciais e seu cômputo para a integralização da carga horária, respeitadas as normas locais e a autonomia das escolas.
Também obriga a União, estados, Distrito Federal e municípios a coordenarem suas ações com apoio técnico e financeiro federal, como forma de assegurar tanto a garantia de atividades não presenciais quanto o retorno das atividades regulares, que devem observar as diretrizes das autoridades sanitárias.
Pela matéria, permite-se o estabelecimento de um período de dois anos (2020-2021) para o cumprimento da carga horária e dos currículos que eventualmente tenham sido prejudicados pela paralisação das atividades durante a pandemia. Dessa forma, o conteúdo curricular deste ano poderá ser aplicado no próximo ano, por meio da aglutinação de duas séries. Permite também que o aluno concluinte do ensino médio possa fazer novamente uma parte ou todo o 3º ano como forma de recuperar eventual prejuízo em razão da paralisação das aulas.
Os entes federados ficam obrigados a oferecer condições para alunos e professores terem acesso às atividades não presenciais, com assistência técnica e financeira da União. Para tanto, autoriza a utilização de recursos do regime extraordinário fiscal instituído pela emenda Constitucional (EC) 106, de 2020, que também poderão ser aplicados com as medidas de retorno às atividades escolares regulares.
Ainda de acordo com o texto, são exigidos cuidados excepcionais com estudantes em situação de risco epidemiológico, a serem atendidos em regime hospitalar ou domiciliar.
E fica garantida a manutenção de programas suplementares — Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar (PNATE) e Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) — por 200 dias, mesmo durante o período da pandemia, e permite que os recursos da alimentação escolar sejam repassados para as famílias diretamente ou por meio da distribuição de gênero alimentícios.


Fonte: Agência Senado

ESTUDO LIDERADO POR OXFORD: 76% DAS INFECÇÕES POR COVID-19 NO BRASIL TÊM ORIGEM EM TRÊS LINHAGENS DO CORONAVÍRUS

BRASIL
Mapeamento genético sequenciou amostras de 427 pacientes com Covid-19 durante progressão da doença; mais de 100 infectados entraram no país em fase inicial
Paramédicos transferem indígena da tribo Tupinambá grávida de oito meses e diagnosticada com a Covid-19 em Santarém (PA) Foto: TARSO SARRAF / AFP
O maior mapeamento genético das variantes de coronavírus em circulação no Brasil sugere que 76% das infecções no país foram provocadas por apenas três linhagens. Ao sequenciar o material genético de 427 amostras de vírus na América Latina, os pesquisadores concluíram que mais de 100 pessoas infectadas cruzaram a fronteira do país para dar início à epidemia, mas apenas algumas  desencadearam surtos locais.
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A informação, que é importante para monitorar a propagação geográfica do vírus e orientar projetos futuros de vacinas, está descrita em estudo publicado nesta quinta-feira (23) na revista "Science", num dos trabalhos científicos mais abrangentes sobre a presença do coronavírus no Brasil publicados até agora.
Ambulância deixa paciente no hospital Getúlio Vargas, no Rio, antes da Covid-19 Foto: Guilherme Pinto / Agência O Globo
Ambulância deixa paciente no hospital Getúlio Vargas, no Rio, antes da Covid-19 Foto: Guilherme Pinto / Agência O Globo
Ao todo, 15 instituições brasileiras participaram do projeto conduzido pela Universidade de Oxford, que lidera o estudo do Imperial College de Londres, além de outros centros de pesquisa estrangeiros. USP, Unicamp e UFRJ coordenaram os sequenciamentos genéticos feitos a partir de amostras coletadas em mais de 80 municípios em 20 estados
Uma detalhada análise epidemiológica do trabalho cruzou dados de registros de casos de Covid-19, mobilidade de pessoas medida por telefones celulares e as relações entre os genomas sequenciados.
No estudo, assinado por 81 cientistas, a mensagem é clara: a epidemia ainda está fora de controle no país, é preciso ampliar medidas de distanciamento social, testagem e rastreamento de contatos (esta última uma medida nunca adotada pelo país em maior escala).
"Este estudo joga luz sobre a transmissão epidêmica e as trajetórias evolutivas das linhagens de Sars-CoV-2 no Brasil e fornece evidência de que as intervenções atuais continuam insuficientes para manter a transmissão do vírus sob controle no país", escrevem os cientistas.
O estudo traz uma atualização da estimativa do chamado "número de reprodução básica" para o Brasil, a variável *R0*, que indica quantas pessoas cada indivíduo portador do coronavírus costuma infectar
Segundo o estudo, as medidas de distanciamento social conseguiram derrubar o *R0* do Brasil de 3 ou mais para algo entre 1,0 e 1,6, nível que ainda é insuficiente para conter o avanço da Covid-19. (A epidemia só desacelera *R0* abaixo de 1,0).

EPIDEMIA EM DOIS ATOS

O cruzamento de dados de material genético entre um vírus e outro é uma ferramenta poderosa em epidemiologia, porque permite investigar se o vírus encontrado em um local é aparentado com outro, e remontar as trajetórias de espalhamento.
Adotando essa estratégia, os pesquisadores, liderados por Nuno Faria, da Universidade de Oxford, identificaram que a epidemia teve dois momentos distintos no Brasil. Um deles foi até cerca de 20 de março, quando a maior parte da disseminação ocorreu dentro dos estados, e um segundo momento, depois dessa data, em que ocorreram muitos eventos de transporte de vírus de estados do Sudeste para outros do país.
"A dinâmica da epidemia que aconteceu no início, é que a gente teve muita importação de diferentes paises para o Brasil, e a gente fechou aeroportos para voos internacionais mas não tinha fechado ainda para os voos domésticos", explica Renato Santana, geneticista da UFMG que é um dos coautores do estudo na "Science". "Só depois houve um movimento para começar a fechar as divisas estaduais, mas o vírus já tinha se espalhado entre diferentes estados formando essas três grandes linhagens das quais estamos falando no estudo."

VACINA E DIAGNÓSTICO

Segundo Santana, a contribuição do estudo publicado na "Science" também é importante pra a produção de vacinas efetivas em projetos futuros e para a criação de diagnósticos mais precisos para o novo coronavírus.
"As vacinas são feitas de regiões específicas do genoma do vírus, que geram resposta imunologica mais efetiva", explica o geneticista. "O material genético de vírus como o Sars-CoV-2 é o RNA, que sofre muitas mutações. Para ter uma vacina mais efetiva, quanto mais genomas tivermos, melhor nossas chances de criar vacinas que possam proteger contra uma gama maior de variedades do vírus."

FONTE: O GLOBO/ RAFAEL GARCIA

Agnelo Queiroz é alvo de operação sobre supostas fraudes na Saúde

POLÍTICA

Ex-governador de Brasília, Agnelo Queiroz é alvo de busca e ...
FOTO REPRODUÇÃO TRIBUNA LIVRE

O ex-governador do Distrito Federal Agnelo Queiroz (PT) é um dos alvos de operação realizada na manhã de hoje para investigar fraudes na Secretaria de Saúde durante a sua gestão.


Além dele, o ex-secretário de Saúde Rafael Barbosa está entre os 13 mandados de busca e apreensão que estão sendo cumpridos pela Operação Alto Escalão, realizada pela Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), braço do MPDFT (Ministério Público do Distrito Federal e Territórios), e que tem o apoio da Polícia Civil do Distrito Federal.

As ações de hoje são um desdobramento da Operação Check-Out, que já levou Daniel Veras de Melo, ex-subsecretário de Atenção à Saúde do DF, à prisão no ano passado.


As investigações apuram o pagamento de propina ligado à contratação de leitos hospitalares. Segundo o MPDFT, o dono da empresa Hospimetal pagou R$ 462 mil a pessoas que atuariam em nome de então ocupantes de cargos de alto escalão na gestão de Agnelo Queiroz, que durou do início de 2011 ao final de 2014.

A propina era relativa a 10% do valor do contrato e seria paga por meio de um contrato fictício de publicidade, firmado entre a empresa prestadora do serviço à Secretaria de Saúde e o Ibesp (Instituto Brasília para o Bem-Estar do Servidor Público), de acordo com a investigação. A contratação se deu no ano de 2014.


Os novos fatos apurados pela Operação Alto Escalão foram revelados em depoimentos de delação premiada. Eles se somam às apurações anteriores da Operação Check-Out, que já teve três fases realizadas para combater fraudes na Saúde do Distrito Federal.Agnelo Queiroz chegou a ser preso por oito dias em 2017 em investigação sobre um esquema de corrupção na reforma do Estádio Mané Garrincha, visando a Copa do Mundo de 2014.Outro ladoAs defesas de Agnelo Queiroz e de outros investigados foram procuradas, mas ainda não houve respostas.


* Com informações do Estadão Conteúdo

Discurso oficial levanta incertezas sobre realização de Jogos em 2021



Otimismo pré-adiamento contrasta com hipótese de cancelamento

Publicado em 23/07/2020 - 13:37 Por Lincoln Chaves - Repórter da TV Brasil e Rádio Nacional - São Paulo

Desde que o adiamento dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio foi anunciado, em 24 de março, a postura das autoridades ligadas aos Comitês Olímpico Internacional (COI) e Organizador dos Jogos, e ao governo japonês, tem sido diferente daquela que antecedeu a alteração das datas. Até dois dias antes da mudança, o discurso era de que o evento seria realizado em 2020, apesar de manifestações contrárias de atletas e comitês nacionais, preocupados com o avanço da pandemia do novo coronavírus (covid-19) e o impacto em torneios qualificatórios e treinos. A partir da remarcação, um tom de incerteza passou a despontar nas declarações. Até o cancelamento da competição não é mais descartado.
Para Katia Rúbio, professora da Faculdade de Educação Física da Universidade de São Paulo (USP) e a coordenadora do Grupo de Estudos Olímpicos, a mudança no discurso começa com a pressão de alguns comitês olímpicos nacionais, como os da Austrália e Canadá, que ameaçaram não enviar atletas ao Japão se os Jogos não fossem adiados.
"A palavra boicote, no meio olímpico, remete a ações políticas de 1980 e 1984, quando foram boicotados os Jogos de Moscou (Rússia) e Los Angeles (Estados Unidos). Tudo que o COI não quer é dar ao cancelamento, ou ao adiamento, essa conotação política. No momento em que dirigentes utilizam essa expressão, o COI anuncia o adiamento e altera sua atitude de comunicação. Desde então, o que assistimos é a construção de um discurso que envolve também autoridades japonesas, que, no meu entendimento, caminha mais para o cancelamento, não apenas para o adiamento", analisa, à Agência Brasil. "Mas veja, é uma situação inédita. Nunca antes se viveu, no movimento olímpico, algo parecido. A não realização dos Jogos, até hoje, tinha se dado por conta de guerras", pondera.
Ouça na Rádio Nacional

O vice-presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Marco La Porta, porém, entende que o cenário já foi de mais desconfiança. "Tivemos momentos em que eu diria que a sensação foi pior. Hoje, a sensação é de muita confiança. Se fosse colocar em percentual, talvez há um mês era de 60%. Hoje, digo que é de 90% de chances de acontecer. O mundo está caminhando para resolver o problema da pandemia. A mensagem que o COI quer passar, a gente confia nisso, é que os Jogos sejam um grande congraçamento da raça humana, para que a gente vença o problema sério da pandemia, e que a gente possa, com segurança, realizar os Jogos e brindar o mundo com as competições", avaliou o dirigente durante entrevista ao repórter Igor Santos, da TV Brasil.
O COB foi um dos primeiros comitês a pedir mudança na data do evento. Apesar disso, La Porta disse compreender a demora para a confirmação dos Jogos em 2021. "O COI teve muito cuidado antes de tomar a decisão, porque ela envolve questão financeira, de planejamento da cidade. Não é simplesmente adiar. [O país] Pode receber o evento no ano seguinte? E os contratos com patrocinadores? Tudo isso não se resolve de um dia para o outro", explicou. "Talvez, uma decisão de cancelar os Jogos seria até economicamente mais fácil. Mas, você imagina... Quando se fala em Olimpíada, você mexe com o sonho da carreira de um atleta. Se não tem, você acaba com o sonho de milhares de atletas", completou o dirigente.
A hipótese de não realização da Olimpíada, antes fora de cogitação, não é mais absurda. Em abril, o presidente do Comitê Organizador, Yoshiro Mori, admitiu ao jornal japonês Nikkan Sports que os Jogos poderiam ser descartados se a covid-19 não estiver controlada em nível global. Em maio, foi a vez de Thomas Bach, dirigente máximo do COI, reconhecer, em entrevista à rede britânica BBC, a perspectiva de cancelamento do evento pela mesma razão.
Presidente do COI, alemão Thomas Bach, fala sobre Jogos de Tóquio 2020
Em maio, o presidente do COI, Thomas Bach, admitiu a perspectiva de cancelamento dos Jogos de Tóquio em 2021 - REUTERS / Denis Balibouse / Direitos Reservados

A possibilidade de as competições serem disputadas com portões fechados, ao menos por enquanto, é rejeitada. No fim de março, o Comitê Olímpico informou que os ingressos adquiridos para os Jogos em 2020 valeriam para 2021, com garantia de devolução a quem não puder comparecer.
A estimativa do diário japonês Nikkei, especializado em economia, é que o adiamento dos Jogos tenha um custo extra de US$ 2,7 bilhões - aproximadamente R$ 13 bilhões - entre manutenção de estruturas e revisão de contratos. "Está acontecendo uma grande negociação de bastidores para adequar o calendário [de competições] que aconteceria no ano que vem para acomodar os Jogos, mas, não só. Há todo um calendário que antecede o evento, inclusive classificatório", destaca Rubio. "Há, ainda, atletas que tinham se planejado para se aposentar neste ano e que terão que se replanejar. E há todo o custo do calendário não preenchido. Os custos materiais são enormes, mas, o imaterial é impossível de dimensionar", conclui.
Se nada mudar, a Olimpíada de Tóquio será disputada entre 23 de julho e 8 de agosto de 2021. Já a Paralimpíada ocorrerá entre 24 de agosto e 5 de setembro, também do ano que vem. Para isso, porém, será preciso um maior controle da pandemia de covid-19. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), são quase 15 milhões de casos confirmados da doença no mundo, com recorde em 24 horas atingido há cinco dias: quase 260 mil novos infectados. São mais de 618 mil mortes no planeta. O próprio Japão, sede dos Jogos, vive a segunda onda da pandemia. Nesta quinta-feira (23), o país teve 726 novos casos, número mais elevado desde 12 de abril.
Edição: Cláudia Soares Rodrigues


Agência Brasil 

Arrecadação federal cai 29% em junho e fecha em R$ 86,2 bilhões



Pandemia fez governo adiar recebimento de impostos nos últimos meses

Publicado em 23/07/2020 - 15:50 Por Pedro Rafael Vilela - Repórter da Agência Brasil - Brasília

A arrecadação de receitas federais registrou queda real (descontada a inflação) de 29,59% em junho, totalizando R$ 86,2 bilhões, segundo informou a Receita Federal, em relatório divulgado nesta quinta-feira (23). A comparação é com o mesmo mês de 2019, quando a arrecadação foi de R$ 119,9 bilhões. É o menor resultado para o mês de junho desde 2004, quando foram arrecadados R$ 78,6 bilhões.
As receitas administradas pela Receita Federal, como impostos e contribuições federais, chegaram a R$ 84,2 bilhões no mês passado, resultando em queda real de 27,81%. Já as receitas administradas por outros órgãos somaram R$ 1,991 bilhão, uma queda de 39,41% em relação a maio de 2019.
De janeiro a junho deste ano, a arrecadação total chegou a R$ 665,966 bilhões, com queda real de 14,71%, em comparação com o primeiro semestre do ano passado, quando foramm arrecadados R$ 757,595 bilhões. Foi o quarto mês consecutivo de queda nominal (valores absolutos) de receitas e o quinto mês seguido de queda real (descontada a inflação). Nos últimos três meses, de abril a junho, a queda na arrecadação ficou próxima de 30% em cada período. 
De acordo com a Receita Federal, a queda na arrecadação federal se deu principalmente por causa do adiamento no pagamento de impostos, que estão entre as medidas adotadas pelo governo para aliviar os efeitos da pandemia do novo coronavírus.
Os diferimentos (adiamento) de impostos somaram, aproximadamente, R$ 81,3 bilhões no total, incluindo o montante R$ 20,4 bilhões apenas em junho. Além disso, foram concedidas compensações tributárias que somaram R$ 6,8 bilhões no mês passado. Também houve uma redução, no mesmo período, de R$ 2,35 bilhões, com desconto no Imposto sobre Operações Financeiras que incide sobre operações de crédito (IOF Crédito), que teve sua alíquota zerada, fazendo o governo deixar de arrecadar o valor.
"Nós teríamos uma arrecadação estimada, para o mês de junho, de R$ 113,84 bilhões, não fossem esses fatores não recorrentes", explicou Claudemir Malaquias, chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal.
Entre os tributos com pagamento adiado está o Imposto de Renda da Pessoa Física, de abril para junho. Também houve postergação do pagamento de contribuição patronal ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e dos programas de Integração Social (PIS) e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep).
Os pagamentos de abril serão quitados em agosto, e os de maio, em outubro. Também houve o adiamento, por seis meses, da parte federal do Simples Nacional. Os pagamentos de abril, maio e junho passaram para outubro, novembro e dezembro. Além disso, foi reduzida a zero a alíquota de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), por 90 dias.
Edição: Lílian Beraldo


Agência Brasil 

Covid-19: capital de SP tem queda de 26% na média de casos



Os dados são referentes aos últimos sete dias

Publicado em 23/07/2020 - 15:41 Por Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil - São Paulo

Na última semana, a cidade de São Paulo apresentou uma queda de 26% no número de casos confirmados pelo novo coronavírus em comparação à semana anterior, segundo média móvel diária. A informação é do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo.
Nos últimos sete dias, a média móvel na capital foi 1.638, enquanto na semana anterior foram registrados 2.215 casos.
A média móvel diária é calculada somando os números obtidos nos últimos sete dias e dividindo pela quantidade de dias. A média móvel analisa a tendência da epidemia e evita distorções que podem ocorrer em um único dia, especialmente quando há, por exemplo, represamento de dados.
Também ocorreu redução na média móvel diária de mortes na capital, que passou de 89 para 73 nesta última semana, com redução de 18%.
Em todo o estado, segundo João Gabbardo, coordenador executivo do Centro de Contingência, a redução na média móvel de casos foi de 5% nesta última semana.
“Quando a gente analisa a média móvel desta semana, que está em 7.137, comparando com a última média móvel, da semana anterior, ela era de 7.476. Tivemos uma redução no estado de 5% nos casos confirmados desta semana [entre os dias 17 a 23 de julho] comparando com a semana anterior [10 a 16 de julho]”, falou.
Quanto aos óbitos, a redução na média móvel foi 3% em todo o estado. “Estamos com 265 óbitos e, na semana anterior estávamos com 274 mortes, o que mostra uma redução de 3% no número de óbitos no estado”, falou Gabbardo.

Interior

O comportamento que está sendo observado na capital paulista é muito diferente do interior, onde está ocorrendo aumento de casos.
A média móvel diária de casos confirmados no interior teve um acréscimo de 3%, passando de 4.044 para 4.174 na última semana. Em relação à média móvel de óbitos,o número passou de 121 para 132, com aumento de 9%.
Na região metropolitana, por sua vez, a média móvel diária da última semana demonstrou aumento de 9% no número de casos, que passou de 1.217 para 1.325. Quanto aos óbitos, houve redução em torno de 8%, passando de 65 na média móvel diária da semana anterior para 60 na última semana.
Edição: Valéria Aguiar

Agência  Brasil