terça-feira, 21 de julho de 2020

PM combate tráfico de drogas em Marituba e prende duas pessoas


Após denúncia, militares encontraram entorpecentes em uma residência na rua da Paz

20/07/2020 19h14 - Atualizada em 20/07/2020 21h11
Por Matheus Soares (PM)
Foto: Ascom / PMPADuas pessoas foram presas em flagrante pelo crime de tráfico de drogas, no último sábado (18), no município de Marituba, região metropolitana de Belém. A Polícia Militar encontrou 192 papelotes de substância semelhante à oxi e mais uma quantidade da matéria-prima utilizada na fabricação dos entorpecentes.
A droga foi apreendida durante as ações de policiamento promovidas pelos agentes do 21º BPM. Os militares foram informados sobre o ponto de venda dos entorpecentes e foram até a rua da Paz, quadra 34, no bairro Almir Gabriel, averiguar a veracidade da denúncia.
No momento em que a equipe chegou ao endereço, um homem fugiu da abordagem da PM, deixando a companheira e o suposto comparsa para trás. No local, os militares encontraram a droga.
A PM prendeu em flagrante os suspeitos por tráfico de drogas e os conduziu, juntamente com os entorpecentes, para a Seccional Urbana de Marituba, onde foram realizados os procedimentos administrativos necessários.
agência pará 

Polícia Militar entrega kits de higiene bucal a comunidade carente em Salinópolis



20/07/2020 19h15 - Atualizada em 20/07/2020 20h09
Por Matheus Soares (PM)
Foto: Ascom / PMPAMoradores do bairro Guarani II, comunidade carente de Salinópolis, no nordeste paraense, receberam kits de higiene bucal durante ação social que ocorreu no último domingo (19), promovida pelo Programa de Atenção à Saúde do Policial Militar (PAS PM), com apoio de equipes da 1ª Companhia Independente de Polícia Militar (1ª CIPM).
Após prestar os serviços de atendimento médico e odontológico habituais, a coordenação do PAS PM decidiu ir além. Contando com o apoio de militares que fazem o patrulhamento preventivo da região, entregou kits de higiene bucal aos moradores. Dezenas de cremes dentais, escovas e fios dentais foram distribuídos pelos agentes.
Foto: Ascom / PMPANeste mês, o programa itinerante da PM - destinado ao atendimento biopsicossocial dos policiais militares e dependentes deles - já passou pelos municípios de Marapanim e Bragança, antes de chegar a Salinópolis, onde permanece até quinta-feira (23).
A previsão é que até sexta (24) a equipe multidisciplinar do programa - composta por oficiais e praças com formação em clínica médica geral, fisioterapia, nutrição, odontologia, psicologia, enfermagem, educação física e assistência espiritual - inicie o atendimento no município de Conceição do Araguaia, no sudeste do Estado.
"Foi uma experiência diferente e gratificante. Ensinamos as crianças como higienizar os dentes para evitar problemas futuros", disse a capitã Camila Anaisse, que atua como dentista da PM.
A coordenadora do programa, capitã Ana Carolina de Miranda, falou sobre a ideia de fazer uma ação diferente em Salinas. "O PAS PM é um programa itinerante, que atende policiais de vários municípios, e decidiu presentear essa comunidade por meio de uma ação social de higiene bucal, que deverá ser estendida para outras localidades", informou a oficial, que atua como nutricionista da PM.
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Governo avança no projeto para a construção do 1º Hospital Público da Mulher no Pará



Ao todo, são previstos 120 leitos em um prédio moderno localizado na avenida Gentil Bittencourt, em Belém

20/07/2020 20h13
Por Giovanna Abreu (SECOM)
Projeto: unidade de saúde especializada será de média e alta complexidade, preparada e equipada para tratamentos oncológicosFoto: DivulgaçãoUm prédio moderno, com tratamento diferenciando e atendimento voltado exclusivamente ao público feminino. Assim será o Hospital Público da Mulher Senhora de Nazaré. O projeto já está em fase de ajustes finais. "Estamos na fase de contratação dos projetos e, entre 60 a 90 dias, nós finalizaremos e encaminharemos o processo para o setor de licitação, para que realizem a contratação da empresa executora da obra”, informa o secretário adjunto de Gestão e Obras da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas (Sedop), Arnaldo Dopazo. 
A unidade de saúde especializada será de média e alta complexidade, preparada e equipada para tratamentos oncológicos. Ao todo, são previstos 120 leitos, que serão distribuídos em 100 leitos operacionais de urgência e emergência com atendimento de alta complexidade e 20 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
O hospital atenderá cirurgia geral e oncológica, mastologia geral e oncológica, além de ser equipada com aparelhos de ressonância, raio-X, mamografia, tomografia e eletrocardiograma. O valor estimado, entre obra e equipamentos, é de 120 milhões de reais.
De acordo com Arnaldo Dopazo, a previsão de execução da obra é de cerca de 18 meses. “Será um prédio moderno que atenderá todas as normas vigentes das legislações da Vigilância Sanitária, Ministério da Saúde e dos órgãos de segurança. É um projeto de fundamental importância para o Estado que oferecerá atendimento adequado, rápido e exclusivo para as mulheres”, garante. 
“O Hospital Público da Mulher será uma unidade de referência que oferecerá atendimento médico, psicológico e assistencial às mulheres paraenses" - Arnaldo Dopazo, secretário adjunto de Gestão e Obras da Sedop. 
Serviço - O 1º Hospital Público da Mulher no Pará será erguido na avenida Gentil Bitencourt, nº 2.175, onde funciona atualmente a sede do Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do Pará (Iasep). O governador Helder Barbalho assinou o decreto autorizando a doação do prédio estadual para a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), que de forma integrada com a Sedop, elabora o plano de necessidades que constarão no projeto executivo para a licitação da obra. 
Investimentos – A área da saúde é prioridade para o governo do Pará. Desde o início da atual gestão, seis hospitais foram entregues no Estado: Hospital Abelardo Santos, no distrito de Icoaraci, em Belém; Hospital Regional dos Caetés, em Capanema; Hospital Santa Rosa, em Abaetetuba; Hospital Regional do Tapajós, em Itaituba; Hospital Regional de Castanhal e Hospital Regional de Castelo dos Sonhos, em Altamira.
A iniciativa tem como objetivo desafogar as superlotações dos atendimentos nas unidades de saúde na capital e oferecer um atendimento mais próximo e de qualidade para a população.
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Pará segue registrando tendência de queda no número de mortes por Covid-19



Dado mais recente, deste sábado (18), indica redução de 28% nos óbitos ocorridos nos últimos 14 dias

20/07/2020 21h09 - Atualizada em 20/07/2020 22h19
Por Dayane Baía (SECOM)
O Governo do Pará  informa que é de 28%, no Estado, a queda no número de mortes provenientes de complicações por Covid-19 no comparativo entre os dias 4 e 18 deste mês. A análise da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) considera uma média aritmética móvel, que varia diariamente, respeitando a data de ocorrência dos óbitos e não a da notificação feita pelos municípios.
A adoção de medidas de combate ao novo coronavírus no Pará é pautada na ciência e no conhecimento técnico, sempre priorizando a oferta de serviços de saúde para a manutenção de vidas. De acordo com o diretor de Vigilância em Saúde da Sespa, Denilson Feitosa, os óbitos são um indicador fundamental para a análise do comportamento da doença no Estado. 
A Sespa examina a média móvel dos registros de mortes de pessoas acometidas por Covid-19 considerando a data da ocorrência, e não a de notificação informada pelos municípios. “A média móvel é calculada utilizando-se os sete dias anteriores em relação ao dia que eu quero analisar. Somamos todos os óbitos ocorridos, sendo o último o dia de análise, e fazemos uma média aritmética - que é móvel porque varia todo dia. A análise que fazemos é com base em 14 dias, um tempo consensual entre os infectologistas para determinar a variação perceptível desses óbitos. Já temos a perda do período de incubação e conseguimos fazer essa comparação”, explicou Denilson.
O dado mais recente, computado neste sábado (18), indica uma redução de 28% nos óbitos ocorridos nos últimos 14 dias. “Depois que as médias são calculadas, é feita uma razão simples entre os dias a serem analisados para avaliar a variação de aumento ou de queda. Esses dados têm comprovado uma queda organizada e contínua no número de óbitos por Covid-19 no Pará”, afirmou o diretor.
O comportamento da doença, com base nos registros, indica uma  redução da mortalidade. “Temos uma queda sustentada, alternando entre queda e estabilidade no número de casos, mas nunca aumento”, garantiu Denilson.
O Estado conta com 702 leitos de UTI e 1.523 leitos clínicos exclusivos para a Covid-19, com os serviços da Policlínica Itinerante, que já fez 61.593 atendimentos em mais de 80 municípios. No Pará há cinco Hospitais de Campanha em funcionamento: em Belém, Marabá, Breves, Santarém e em Altamira, estrutura entregue na última sexta-feira (17). O Estado também conta com hospitais regionais com alas direcionadas para pacientes com o novo coronavírus.
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Governo avalia metas e resultados durante encontro com secretários


PARÁ

20/07/2020 21h11
Por Luana Leite (SEPLAD)
Reuniu no Palácio do Governo traçou metas e planos para sequência do anoFoto: Alex Ribeiro / Ag.Para
O governador Helder Barbalho reuniu com todo o seu secretariado, no Palácio do Governo, em Belém, nesta segunda-feira (20). Na pauta, além de alinhar diretrizes, o encontrou serviu para avaliar os números alcançados e apresentar os resultados positivos das ações em andamento dos principais projetos do governo do Estado
A segurança pública foi um dos principais temas do encontro. Os números positivos de redução da criminalidade, após investimentos e estudos específicos, foram destacados na reunião. Um dos exemplos apresentados foi a queda no índice de roubos à coletivos, que chegou a quase 80%. Tudo isso é resultado das ações que estão sendo executadas de forma efetiva pelas forças de segurança, além da realização de concurso público na área para ampliação de efetivo.
Outro ponto debatido no encontro foi o “Programa de Mobilidade Urbana” da Região Metropolitana de Belém, que engloba a Rodovia do Tapanã, a Bacia do Tucunduba, a nova BR-316 e o BRT Metropolitano. As obras estão em plena execução.
“Esta reunião é muito importante, pois além de integrarmos mais a equipe de governo, conseguimos nivelar os conhecimentos e traçar as metas para o ano de 2020”, destacou Hana Ghassan, secretária de Estado de Planejamento e Administração
Na ocasião, também foi apresentado como projeto prioritário do governo, o 1º Hospital Público da Mulher, que será construído na avenida Gentil Bittencourt, em Belém, e o Pronto Socorro do Bengui, localizado na rodovia Augusto Montenegro.
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Comissão discute direcionamento de recursos do Fundeb para ensino privado


Rodrigo Baptista | 20/07/2020, 14h31
Os recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), hoje exclusivamente utilizados para financiar a educação pública, devem ser também direcionados para escolas particulares? A questão foi debatida nesta segunda-feira (20) em audiência pública interativa da comissão mista que acompanha as ações do governo no enfrentamento à covid-19 destinada a discutir os rumos da educação brasileira.
Novas formas de aplicação dos recursos do Fundeb, como em convênios com instituições particulares de ensino, e um pacto entre governos federal, estaduais e municipais foram alternativas apontadas no debate, que avaliou as dificuldades do setor educacional em meio à pandemia.
Além da discussão em torno de um novo Fundeb para substituir o atual, que, pela Constituição, se extingue no dia 31 de dezembro deste ano, os debatedores também alertaram que a pandemia pode aprofundar problemas que o setor enfrenta, como o mau desempenho dos alunos brasileiros no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), a falta de vagas em creches e a baixa remuneração de professores.

Bolsas e vouchers

O presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares, Ademar Batista Pereira, afirmou que a discussão sobre o Fundeb é uma oportunidade para rever o modelo de financiamento da educação. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC)15/2015, relatada pela deputada Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO), é o principal texto em discussão com objetivo de prorrogar o Fundeb ou torná-lo permanente.
— O Fundeb está aí para ser discutido. Vamos fazer mais uma vez um Fundeb para financiar a escola estatal nesse modelo que está aí, que não funcionou por 30 anos? Nós vamos continuar insistindo nesse modelo? — sugeriu.
Ele também defendeu que bolsas e de vouchers possam ser financiados pelo Fundeb e se disse preocupado com a educação infantil, área considerada mais vulnerável durante a pandemia.
— É importante o Senado trazer essa discussão. A gente poderia fazer um trabalho junto ao governo porque precisaria haver dinheiro, um voucher, por exemplo, nos municípios, para atender [crianças] de zero a três anos, para que as escolas pequenas não quebrem, para que ano que vem haja escola para pôr as crianças. A outra alternativa será não haver escola, porque, com a escola quebrando, não haverá onde pôr as crianças de zero a três anos para a sociedade funcionar — argumentou.

Situação grave

A secretária de Educação Básica do Ministério de Educação (MEC), Ilona Becskeházy, não descartou a possibilidade de parcerias público-privadas no setor, mas afirmou que seriam necessários “parâmetros muito claros de atendimento, vinculação de recursos e garantia de prestação de serviços”.
— Não tanto ao mar nem tanto à terra. Os dois setores apresentam riscos. O público sempre tem o risco de gastar mais e incorrer em gastos perenes que não necessariamente se traduzem em aprendizagem e eficácia escolar. O privado sempre pode em algum momento perder o interesse e deixar a população sem atendimento. É importante que os interesses públicos e privados sejam alinhados, com parâmetros muito claros de atendimento, de vinculação de recursos e garantia da prestação de serviços — argumentou.
A secretária de Educação Básica apresentou o quadro da educação pré-pandemia. Ela destacou que o Pisa de 2018, avaliação internacional que mede o nível educacional de jovens de 15 anos por meio de provas de leitura, matemática e ciências, mostrou a limitada capacidade do atual modelo brasileiro de educação.
— No nível mais alto, nós temos a capacidade, na melhor das hipóteses, de formar 27,2 mil alunos, digamos, "de elite", enquanto que os Estados Unidos têm uma capacidade dez vezes maior do que essa, que são 333 mil alunos para um corte não digo similar, mas próximo; e a China, 471 mil alunos, quando usamos a mostra dessas quatro metrópoles que fizeram parte do Pisa. É mais do que dez vezes o que conseguimos fazer — destacou.
Ilona Becskeházy defendeu uma mudança de estratégia, com definição de objetivos de aprendizagem claros, especificados de forma clara e ambiciosa; parceria entre professores e pais na formação educacional dos estudantes; melhora da formação dos docentes e colaboração entre municípios, estados e governo federal.
— Então, a nossa situação é de extrema gravidade educacional. Já o era antes da pandemia e vai ficar muito pior depois dela. Se o Brasil não se unir em torno de alguns acordos... É isso que, no meu discurso desde que cheguei aqui, eu tenho aflitivamente tentado transmitir: uma palavra de união, uma palavra de colaboração entre os entes federados para que possamos fazer estrategicamente uma abordagem para a qualidade de educação brasileira — defendeu.

Parceria público-privada

Também do Ministério da Educação, o secretário de Educação Profissional e Tecnológica, Ariosto Antunes Culau, considera oportuna a possibilidade de que estados e municípios direcionem parte dos recursos do Fundeb para instituições de ensino privadas.
— Fizemos uma proposta à deputada Dorinha, foi apresentada pelo MEC, de forma que a gente permitisse aos sistemas públicos estaduais a parceria, o financiamento de recursos Fundeb por meio de instituições privadas, com ou sem fins lucrativos, para oferta de educação profissional e técnica, de forma articulada com o ensino médio. Isso não foi incorporado ao relatório da deputada, mas foi proposto pelo MEC, foi proposto pela nossa secretaria, de forma que a gente possa incentivar e ampliar a capacidade. Então, entendo que não existe realmente uma linha divisória entre educação pública e privada, mas sim entre educação insatisfatória e educação de qualidade — defendeu.
O relator na comissão, deputado Francisco Jr. (PSD-GO), lembrou um caso sobre parceria entre uma prefeitura de Goiás e o setor privado para garantir educação para as crianças que foi proibida pelo Ministério Público e questionou:
— O que nós queremos é financiar pontualmente mais do mesmo, do que temos, ou queremos um projeto de financiamento da educação? — questionou.

Aposta no ensino público

A senadora Zenaide Maia (Pros-RN) disse que o Fundeb tem problemas que podem ser corrigidos. Ela avaliou que a educação brasileira ainda é subfinanciada e não cabe direcionar recursos do fundo para o setor privado.
— Não quero dizer que a gestão não é importante, mas é subfinanciada a educação pública. Nada contra o ensino privado, mas temos que ter um olhar diferenciado para a educação publica de qualidade. Não é desistir — apontou. 
Para o deputado Mauro Benevides Filho (PDT-CE), o texto em discussão no Congresso “não é mais do mesmo”.
— A minha ponderação é que o texto da Professora Dorinha não faz mais do mesmo, porque lá são estabelecidos novos critérios para distribuição desses recursos, como faz o meu estado do Ceará. Lá, para o município receber dinheiro do Fundeb, ele tem que ter resultados, inclusive na lei de distribuição do ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, tributo estadual repartido com municípios] — avaliou.

Trocas de ministros

O presidente da comissão, senador Confúcio Moura (MDB-RO) avaliou que o governo federal deve liderar por um pacto pela educação e criticou as sucessivas mudanças na gestão do MEC.
— Os programas não têm tido a devida consecução, dado seguimentos nas proposições iniciadas. Elas são interrompidas, até mesmo a execução orçamentária. Eu atribuo isso às mudanças frequentes dos ministros de Educação e as mudanças também dos secretários nacionais respectivos, que vão mudando: um começa e outro não acompanha a velocidade do outro, porque ninguém sabe o tempo que vai permanecer no cargo. Essa descontinuidade é muito ruim — disse. 
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Parlamentares cobram urgência na análise de vetos presidenciais


20/07/2020, 15h02
Senadores cobram a convocação de sessão do Congresso para análise de vetos do presidente Jair Bolsonaro a projetos aprovados pelo Parlamento, especialmente aqueles voltados para o enfrentamento da pandemia de covid-19. A sessão marcada para a última quinta-feira (16) foi cancelada por falta de acordo entre as lideranças. O senador Paulo Paim (PT-RS) defende a análise dos vetos, especialmente ao projeto (PL 1.282/2020) que instituiu o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). E o senador Esperidião Amin (PP-SC) cobrou urgência para analisar os vetos que impedem categorias profissionais de receberem o auxílio emergencial (PL 873/2020). Mais informações sobre esses e outros vetos na reportagem de Iara Farias Borges, da Rádio Senado.


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Fonte: Agência Senado

Senado lança campanha antirracismo



Da Redação | 20/07/2020, 17h45
Racismo em Pauta.pngO Senado lançou nesta segunda-feira (20) a campanha "Racismo em Pauta", uma iniciativa do Comitê Permanente pela Promoção da Igualdade de Gênero e Raça e da Secretaria de Comunicação Social (Secom). O objetivo é combater o racismo estrutural, promovendo debates, manifestações e campanhas institucionais contra práticas racistas que foram naturalizadas pela sociedade brasileira.
A iniciativa segue até 20 de novembro, Dia da Consciência Negra e, na parte da Secom, trará uma série de reportagens e conteúdos especiais, também voltados para as redes sociais, produzidos pela Agência Senado, TV Senado e Rádio Senado, além de peças publicitárias e atividades remotas organizadas pela Secretaria de Relações Públicas.
A campanha abordará o racismo na linguagem e a participação histórica do negro na formação da sociedade. Trará matérias contra a violência policial, entre outros temas. Também serão produzidos conteúdos de combate ao racismo contra índios, e de empoderamento de mulheres negras e indígenas.
Em entrevista ao programa "Conexão Senado", da Rádio Senado, a coordenadora do comitê, Dalva Moura, defendeu a postura antirracista.
— Vivemos um momento ímpar, em que finalmente o enfrentamento ao racismo parece ganhar mais espaço nacional e internacionalmente. O Brasil precisa repensar todas as suas práticas, e sermos antirracistas na prática — opinou.
A data foi escolhida porque nesta segunda-feira a sanção do Estatuto da Igualdade Racial (Lei 12.288, de 2010) completa 10 anos. Dando início à campanha, a Agência Senado publicou reportagem especial sobre o assunto.
A diretora da Secom, Érica Ceolin, destaca que a intenção é combater o racismo estrutural:
— O Brasil foi o último país das Américas a abolir a escravidão. Após 300 anos de escravidão, ficaram enraizados no inconsciente coletivo da sociedade pensamentos, falas, ações, hábitos e situações que promovem, direta ou indiretamente, a segregação e o preconceito. Essa construção histórica equivocada marginaliza a população negra e a mantém em posição de subalternidade, o que impede o exercício pleno de sua cidadania.
Também em entrevista ao programa "Conexão Senado", a diretora-geral da Casa, Ilana Trombka, explicou que o objetivo da campanha é passar a mensagem para a sociedade de que as instituições públicas têm a obrigação de serem antirracistas.
— Vivemos num país que tem uma certa dificuldade em debater com maior profundidade os mecanismos racistas que regem a sociedade. Nossa intenção é trazer mais esse tema ao debate público. O racismo permeia o imaginário brasileiro, e é preciso que seja discutido. Para combatermos o racismo, primeiro precisamos falar abertamente sobre isso. As organizações públicas têm a obrigação de serem antirracistas. O mito da democracia racial ainda permeia, de certa forma, parte dessa discussão — afirmou.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Implantação efetiva de Estatuto da Igualdade Racial ainda é desafio no Brasil



Da Redação | 20/07/2020, 17h49
Nesta segunda-feira (20), o Estatuto da Igualdade Racial completa  dez anos em vigor no Brasil.
Racismo em Pauta.pngPara marcar a data, a Secretaria de Comunicação Social (Secom) do Senado e o Comitê Permanente pela Promoção da Igualdade de Gênero e Raça do Senado lançam a campanha Racismo em Pauta. A Agência Senado, a TV Senado e a Rádio Senado trarão reportagens especiais sobre o racismo estrutural que marca a sociedade brasileira. A série de conteúdos especiais seguirá até dezembro, num momento em que o Brasil e o mundo buscam discutir o assunto com mais profundidade, após a comoção internacional causada pelo assassinato de George Floyd, homem negro morto pela polícia nos Estados Unidos, em maio.
A Agência Senado inaugura a série de reportagens fazendo um balanço dos dez anos de implantação do Estatuto da Igualdade Racial (EIR — Lei 12.288, de 2010) no Brasil. Entrevistamos senadores e o reitor da Faculdade Zumbi dos Palmares, o advogado e professor José Vicente, uma das referências nacionais no debate contra o racismo estrutural.
Convidamos também os leitores a lerem o estatuto, que traz uma série de diretrizes buscando ampliar direitos em diversas áreas para os segmentos historicamente discriminados na sociedade brasileira, como negros e índios. São artigos que tratam de acesso ao mercado de trabalho e à terra, à liberdade de crença e a políticas de saúde, educação, cultura, esporte, entre outras.
— O estatuto acabou não tendo o texto ideal, mas foi o possível para a época. Acredito que, nestes dez anos, tivemos alguns avanços, e o movimento negro continua lutando pela implantação de novas políticas, ampliando sua efetividade — diz o senador Paulo Paim (PT-RS), que apresentou a proposta pela primeira vez quando ainda era deputado federal, em 1999.
Também foram entrevistados os senadores Eliziane Gama (Cidadania-MA), Fabiano Contarato (Rede-ES), Romário (Podemos-RJ) e Telmário Mota (Pros-RR). Confira abaixo.

Entrevista com o senador Paulo Paim, que propôs o estatuto

Agência Senado — Senador, quem acompanhou a tramitação do Estatuto da Igualdade Racial sabe como foi difícil aprová-lo. Foram dez anos de árduas negociações, com idas e vindas, e concessões foram feitas. Fale um pouco sobre esse processo.
Paulo Paim — Sabe quando eu tive a ideia de apresentar o estatuto? Em 1989, quando estive na África do Sul representando o Congresso brasileiro, numa comitiva que pedia a libertação de Nelson Mandela. Cheguei a me encontrar com Mandela na cadeia, numa visita com sua então esposa, Winnie Mandela.
Quando voltei ao Brasil, após ser reeleito, resolvi fazer reuniões com as principais lideranças do movimento negro, com quem sempre tive e continuo tendo interlocução. O objetivo era construir uma política nacional de combate ao racismo. Após anos de debates, ainda como deputado, apresentei o primeiro projeto. Como não teve condições políticas na correlação de forças para avançar, resolvi reapresentá-lo em 2003, já então como senador.
Como todos sabem, muitas resistências e dificuldades continuaram permeando o caminho, e levou mais  dez anos para aprová-lo. O que eu tive de negociar politicamente não foi fácil, inclusive tendo que ceder em alguns pontos. Me lembro que o presidente Lula, no dia da sanção, disse: “O estatuto não tem o texto ideal, mas vamos aprová-lo, porque é um avanço”. Eu concordo com esta avaliação, o EIR não foi o texto ideal, mas foi o que conseguimos naquela conjuntura.
AS — Quais foram os principais pontos em que o senhor teve de ceder?
PP – Tivemos que retirar, por pressão dentro do Congresso, a política de cotas e o fundo de combate ao racismo.
No caso das cotas nas universidades, a vitória veio em 2012. Participei da sessão no STF que a aprovou por unanimidade, que garantiu a participação de 54% de negros e negras nas universidades públicas. E é bom lembrar que quando o STF também reconheceu as cotas para negros no serviço público (uma cota de 20%), em 2017, a decisão também teve como base o Estatuto da Igualdade Racial.
No que tange à criação do Fundo de Promoção da Igualdade Racial, a luta continua. Na CCJ, o senador Weverton (PDT-MA) já apresentou seu relatório pela aprovação, que aguarda votação desde o ano passado (PEC 33/2016).
AS — Em que outros pontos a sociedade brasileira deve avançar, visando dar mais efetividade ao estatuto?
PP — Fui vice-presidente da CPI do Assassinato de Jovens, e dela nasceu o PLS 239/2016, que acaba com os chamados “autos de resistência”. Esse projeto torna obrigatórios a autópsia e exame interno em casos de morte violenta, nas ações com o envolvimento de agentes do Estado. Aguarda votação no Plenário desde 2017. Vivemos num país em que a violência policial contra jovens negros, infelizmente, é institucionalizada. O mundo todo hoje diz que vidas negras importam, vamos ver se conseguimos aprovar este projeto.   
Também apresentei neste ano o PL 3.434/2020, que reserva vagas para negros, indígenas e pessoas com deficiência nos cursos de pós-graduação.

José Vicente: “A elite brasileira não tem como não ser racista”

Há menos de um mês, a Faculdade Zumbi dos Palmares (Fazp), junto com a Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial e diversas outras entidades, lançou a campanha Vidas Negras Importam: Movimento Ar. Um dos articuladores é o educador e advogado José Vicente, reitor da faculdade. Já aderiram ao Movimento Ar o governo do Estado de São Paulo, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) e grandes empresas como Intel, Magazine Luiza, Novartis, Suzano, Universidade Paulista (Unip) e outras.
Muitas outras entidades também apoiam o movimento, como a TV Cultura, o Todos pela Educação, a Afrobras, a Câmara Brasileira do Livro (CBL), a Comissão Arns, os clubes de futebol Corinthians e Ponte Preta e as escolas de samba Vai-Vai e Mangueira. O movimento busca atuar em ações estratégicas, através de políticas públicas e parcerias, para que os negros tenham mais acesso à renda e à educação.
Nesta entrevista à Agência Senado, José Vicente fala sobre o racismo estrutural, o Estatuto da Igualdade Racial e outros temas. Também comentarista da TV Cultura e colunista da revista IstoÉ, Vicente integra hoje a Comissão Nacional de Acompanhamento e Controle Social do Prouni (Conap), o Conselho Consultivo do Departamento de Pesquisas Judiciárias do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a Comissão de Acompanhamento da Política de Inclusão da Universidade de São Paulo (USP), o Conselho Superior de Estudos Avançados da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o Conselho Consultivo do Centro de Integração Empresa Escola (Ciee) e outras entidades.
Agência Senado — A elite brasileira é racista?
José Vicente — A elite brasileira, por natureza e por necessidade, não tem como não ser racista. O racismo estrutural no país é um dos meios pelo qual ela se mantém e continua constituída como elite. Na medida em que tivesse interesse em conceder um tratamento igualitário a todos, teria que abrir mão de diversos privilégios sociais. Teria que compartilhar esses privilégios especialmente com a população negra, historicamente excluída dos ambientes em que os segmentos da chamada elite se constitui, reproduz estes mecanismos de perpetuação e se protege.
Os espaços de formação, aprimoramento, socialização e exercício do poder na sociedade brasileira ainda são profundamente marcados pelos séculos de escravidão e o racismo estrutural que se seguiu. Esses espaços continuam mantendo-se como um funil extremamente difícil de ser transposto pela imensa maioria da população negra neste país. Em suma, precisamos admitir que o racismo no Brasil tornou-se uma prática naturalizada, é parte da paisagem. É um mecanismo permanente e eficiente em seus propósitos. As práticas racistas estruturais foram de tal forma historicamente naturalizadas pelo que chamamos de elite brasileira que esses mecanismos tornaram-se de fato indiferentes para a maior parte dela.
AS — Você faz parte da articulação do Vidas Negras Importam: Movimento Ar. Fale um pouco sobre a iniciativa.
JV — Eu vejo o Vidas Negras Importam como um libelo de tudo que passamos nos últimos dez anos, por exemplo, do Estatuto da Igualdade Racial às comoções causadas pelo assassinato de George Floyd. Pense bem: enquanto se discutia o EIR no Congresso, o Brasil avançou da 12ª para a 5ª economia do mundo, sem vermos de fato mudanças significativas na condição social da maioria dos negros neste país. E hoje, em 2020, penso que a situação da maioria da negritude é ainda pior.
Nos últimos anos, as práticas — podemos dizer veladas e escamoteadas — de racismo vêm se tornando cada vez mais ostensivas, explícitas em sua operação. No mesmo momento em que o racismo sofre condenações públicas internacionalmente, aqui as forças policiais continuam sentindo-se autorizadas a agredir e matar jovens negros impunemente. Aqui chega-se ao extremo de um policial pisar no pescoço de uma mãe, uma senhora negra de 52 anos de idade, à luz do dia, na frente de todos [a agressão foi filmada e exibida no programa de TV Fantástico no dia 12 de julho. O nome da vítima não foi divulgado].
Vejo o Vidas Negras Importam como um grito desesperado, para que as instituições e a sociedade percebam que o país está à beira do precipício. Um país que assiste normalmente ao genocídio de sua juventude negra está deturpado; os propósitos mais básicos de convivência social já não funcionam. Isso precisa mudar.
AS — Você citou o caso de George Floyd e a grande repressão policial contra os negros no Brasil. Como você compara as reações a essa violência policial, nos Estados Unidos e no Brasil?
JV — O caso George Floyd explicitou os dois pesos e as duas medidas com as quais as duas sociedades tratam temas idênticos. Nos EUA, a despeito até mesmo da pandemia, negros e brancos foram a grandes manifestações, exigindo que a polícia altere sua forma de agir. As mobilizações nos meios políticos, artísticos e esportivos também foi expressiva. Parece que a sociedade norte-americana tem se dado conta que esta situação chegou a um limite.
Infelizmente, não há nada parecido aqui no Brasil, nem no passado nem no presente. Mesmo diante de inúmeros casos que acontecem por aqui, que são como os que George Floyd sofreu. Aqui as polícias civis, militares, Federal, o Exército e a segurança privada praticam cotidianamente as mais degradantes cenas contra homens e mulheres negros. Um caso emblemático foi esse exibido no Fantástico, em que um policial pisoteia o pescoço de uma idosa negra na frente de todos os transeuntes. As forças policiais não respeitam e jamais respeitaram os negros no Brasil. Hoje o mundo repudia essa forma de racismo, enquanto o Brasil permanece calado.
AS  — Na condição de reitor da Fazp, como você avalia a reação da juventude negra hoje ao racismo?
JV — O jovem negro é quem mais sofre com a repressão policial, e isso cada vez revolta mais. Percebo que essa tensão, essa vigilância constante do ir e vir da juventude negra, a cada dia que passa é percebido como menos aceitável. Justiça seja feita, esse é o segmento social que inclusive mais tem se mobilizado contra o racismo estrutural, a meu ver. Na periferia, esses jovens, mesmo desarmados, muitas vezes têm reagido contra a repressão indiscriminada. Estão se mobilizando para cobrar mudanças, participado de reivindicações e debates, pois são o alvo preferencial dos racistas.
AS — Após 10 anos em vigor, como o senhor avalia o Estatuto da Igualdade Racial?
JV — O Estatuto foi uma conquista relevante, mas por tudo que discutimos nesta entrevista, ainda está longe de atingir seus anseios. Foi muito bem-intencionado, cobre as reivindicações da comunidade negra, mas sofre de uma grande dificuldade de implementação. Criou-se a força política para sua aprovação, mas ainda não há essa força para implementá-lo. Faltam metas, cronogramas e orçamento. Cabe ao Parlamento reparar esses pontos.

Senadores repercutem os dez anos do estatuto

Eliziane Gama (Cidadania-MA) — “Foi um marco importante, proporcionou conquistas relevantes, mas ainda precisa ser mais eficaz. Neste país, os negros ainda são pisoteados no meio da rua pelo poder público. E 75% dos mortos pela polícia são negros. Enquanto a taxa geral de homicídios no Brasil é de 28 pessoas por 100 mil habitantes, entre homens negros de 19 a 24 anos de idade a taxa sobe para mais de 200. No Brasil, a cor da pele interfere no julgamento e na condenação. Além das polícias constantemente espancarem ou humilharem publicamente pessoas negras. Muita coisa ainda precisa evoluir em nossa sociedade.”
Fabiano Contarato (Rede-ES) — “Avalio que a maior conquista do EIR foi o STF, tendo como base também este documento legal, ter reconhecido as políticas de cotas no serviço público e no ensino superior. Ainda não foi possível implementá-lo em 100% de suas previsões, mas alerto para o fato de que o quadro hoje é mais grave. O atual governo afastou o Estado brasileiro das políticas reparatórias e inclusivas. Mas quero aproveitar este espaço também para reconhecer o esforço histórico do senador Paulo Paim, e que a sociedade brasileira não permita perder o que já conseguiu, ainda que longe do ideal.”
Romário (Podemos-RJ) — “O EIR deu prosseguimento a outras conquistas na legislação, como a Lei Caó (Lei 7.716, de 1989), que definiu os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor. Também penso que ele possibilitou outros avanços, como as cotas no serviço público e universidades. Após dez anos, que ele nos inspire a aprovar novas leis, combatendo todas as formas de desigualdade social em nosso país.”
Telmário Mota (Pros-RR) — Nesta segunda-feira, o Estatuto da Igualdade completa 10 anos, mas infelizmente o racismo continua a segregar e a excluir. Eu sempre lutei contra a desigualdade racial. Por isso, apresentei o projeto que institui a Política Nacional de Apoio ao Afroempreendedorismo (PL 2.538/2020). O objetivo da proposta é promover e fortalecer iniciativas empreendedoras lideradas por pessoas negras.


Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Senadores defendem relatório original da PEC do Fundeb na Câmara


Da Redação | 20/07/2020, 18h29
A proposta de emenda à Constituição que trata da continuidade do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) está prevista para ser votada nesta semana na Câmara dos Deputados (PEC 15/2015, na Câmara). O Fundeb é a principal fonte de financiamento da educação básica no Brasil e, pela legislação em vigor, acaba no dia 31 de dezembro deste ano.
A tendência, porém, é que outro relatório seja apresentado, por conta de negociações com o governo. Diante desse impasse, vários senadores já se manifestaram a favor do relatório original da deputada Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO). A relatora da PEC já havia apresentado uma versão de seu relatório no começo de março, pouco antes da pandemia de covid-19. A matéria, no entanto, não chegou a ser votada.
Segundo essa versão, a União aumentaria progressivamente sua participação no fundo a partir do ano seguinte ao da publicação da futura emenda constitucional, começando com 15% e avançando um ponto percentual até chegar a 20%. Atualmente, essa participação é de 10%.
O governo Bolsonaro, porém, quer alterar o texto da PEC, limitando os recursos do Fundeb a serem utilizados no pagamento de salário dos professores. O governo também negocia com lideranças no Congresso para repassar parte dos recursos para o novo programa Renda Brasil e adiar as mudanças para o ano de 2022.

Repercussão

Pelo Twitter, vários senadores se manifestaram em apoio ao relatório da deputada Professora Dorinha. O senador Jaques Wagner (PT-BA), por exemplo, disse que defender o Fundeb é defender a educação pública brasileira. Ele registrou que apoia o relatório da deputada Dorinha, sem as mudanças pretendidas pelo governo, pois o “texto foi construído em amplo e democrático debate na Câmara e é o que melhor atende às necessidades do fundo, garantindo seu caráter permanente, além de melhores oportunidades aos estudantes e um ensino de qualidade”.
Na mesma linha, a senadora Zenaide Maia (Pros-RN) usou sua conta para dizer que é a favor do “novo Fundeb nos termos do substitutivo da deputada Professora Dorinha, construído a partir de amplo debate com a sociedade”. Ela ressaltou que não apoia “a proposta apresentada pelo governo às vésperas da votação da PEC 15 na Câmara”. O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) também foi ao Twitter para registrar que “nos 45 do 2° tempo, depois de negligenciar a discussão, a proposta do governo é desviar recursos e liquidar um fundo que custeia toda a educação básica no país”. Ele ainda acrescentou: “Terão a resposta que merecem, sendo ignorados pelo parlamento”.
O senador Rogério Carvalho (PT-SE) disse que é urgente aprovar a renovação e aumentar o financiamento. De acordo com o senador, o relatório apresentado na Câmara foi construído com a ajuda popular. “Se não for aprovado, escolas dos municípios pobres serão fechadas e o Brasil ficará sem futuro”, alertou. Weverton (PDT-MA) informou estar acompanhando a votação na Câmara e disse torcer “para que o melhor texto, verdadeiramente em prol da educação básica, chegue ao Senado”.
O senador Paulo Paim (PT-RS) pediu urgência na votação da PEC 15/2015. Segundo o senador, a aprovação da PEC do Fundeb “é estratégica para a educação brasileira”. Ele lembrou que “somente em 2018, esse fundo redistribuiu R$ 150 bilhões” para ações em favor da educação. Leila Barros (PSB-DF) disse estar muito preocupada com “essa notícia de que o governo quer deixar o Fundeb para 2022”. Ela destacou que o período de vigência do atual Fundeb acaba em dezembro e apontou que “é imprescindível tornarmos o Fundo uma política pública permanente desde já”.

Essencial

Outros senadores destacaram o caráter essencial do Fundeb para a educação do país. Para o senador Fernando Collor (Pros-AL), por exemplo, o Fundeb “é instrumento imprescindível para o financiamento da educação básica”, que precisa “ser tornado permanente”. Collor afirmou que o Legislativo tem nas mãos mais uma oportunidade de reafirmar seu compromisso com o futuro do país, pois “com educação não se brinca”. O senador Nelsinho Trad (PSD-MS) também defendeu o caráter permanente do fundo.
— Hoje, o Fundeb representa para a imensa maioria dos municípios mais de 50% do orçamento disponível para esse setor. É algo essencial para a educação de qualidade em nosso país — afirmou.
Na opinião do presidente da Comissão de Educação, senador Dário Berger (MDB-SC), o Fundeb é um instrumento fundamental no processo de valorização da educação pública. Ele disse que “o futuro de qualquer nação se constrói pelo valor que ela atribui à educação”. Dário Berger acrescentou que acredita que “a renovação do Fundeb renovará também a esperança daqueles que temem o caos para o desenvolvimento de um país que precisa se recuperar pós-pandemia”.
— Sem dúvidas, posso afirmar que a renovação e a ampliação do Fundeb vão refletir de forma determinante no futuro do Brasil — declarou o senador, ao defender a aprovação urgente da PEC 15/2015.
Segundo o senador Izalci Lucas (PSDB-DF), não é possível “permitir que o valor investido por aluno ao ano seja reduzido em nenhuma rede de ensino”. Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que o Fundeb, além de fortalecer as escolas, é um importante instrumento de redução de desigualdades. Para Flávio Arns (Rede-PR), é importante lutar por um Fundeb permanente, com mais recursos e critérios de distribuição mais justos. Já o senador Confúcio Moura (MDB-RO) disse que professores, diretores de escolas, secretários municipais e estaduais “podem ficar confiantes que nós vamos aprovar o Fundeb”.
— O novo Fundeb é uma necessidade para financiar a educação básica brasileira. Sua aprovação é uma necessidade para manter e prover a educação pública em nosso país — declarou Confúcio.

Senado

No Senado, há outras duas propostas que tratam do tema: a PEC 33/2019, do senador Jorge Kajuru (Podemos-GO), e a PEC 65/2019, do senador Randolfe Rodrigues. As duas propostas vão tramitar de forma conjunta, conforme requerimento de Randolfe. A PEC de Kajuru, além de tornar o fundo permanente, prevê que a complementação da União ao fundo passe, em três anos, a corresponder a 30% do aporte feito pelos governos estaduais e municipais.
A PEC de Randolfe também torna o Fundeb permanente e estabelece que a complementação da União passe de 10% para 40%, no mínimo, do total de recursos do fundo. Além disso, define uma fonte de custeio — a taxação de lucros e dividendos repassados pelas empresas a seus sócios e acionistas — para alimentar essa maior participação de verbas federais.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado