O Senado lançou nesta segunda-feira (20) a campanha "Racismo em Pauta", uma iniciativa do Comitê Permanente pela Promoção da Igualdade de Gênero e Raça e da Secretaria de Comunicação Social (Secom). O objetivo é combater o racismo estrutural, promovendo debates, manifestações e campanhas institucionais contra práticas racistas que foram naturalizadas pela sociedade brasileira.A iniciativa segue até 20 de novembro, Dia da Consciência Negra e, na parte da Secom, trará uma série de reportagens e conteúdos especiais, também voltados para as redes sociais, produzidos pela Agência Senado, TV Senado e Rádio Senado, além de peças publicitárias e atividades remotas organizadas pela Secretaria de Relações Públicas.
A campanha abordará o racismo na linguagem e a participação histórica do negro na formação da sociedade. Trará matérias contra a violência policial, entre outros temas. Também serão produzidos conteúdos de combate ao racismo contra índios, e de empoderamento de mulheres negras e indígenas.
Em entrevista ao programa "Conexão Senado", da Rádio Senado, a coordenadora do comitê, Dalva Moura, defendeu a postura antirracista.
— Vivemos um momento ímpar, em que finalmente o enfrentamento ao racismo parece ganhar mais espaço nacional e internacionalmente. O Brasil precisa repensar todas as suas práticas, e sermos antirracistas na prática — opinou.
A data foi escolhida porque nesta segunda-feira a sanção do Estatuto da Igualdade Racial (Lei 12.288, de 2010) completa 10 anos. Dando início à campanha, a Agência Senado publicou reportagem especial sobre o assunto.
A diretora da Secom, Érica Ceolin, destaca que a intenção é combater o racismo estrutural:
— O Brasil foi o último país das Américas a abolir a escravidão. Após 300 anos de escravidão, ficaram enraizados no inconsciente coletivo da sociedade pensamentos, falas, ações, hábitos e situações que promovem, direta ou indiretamente, a segregação e o preconceito. Essa construção histórica equivocada marginaliza a população negra e a mantém em posição de subalternidade, o que impede o exercício pleno de sua cidadania.
Também em entrevista ao programa "Conexão Senado", a diretora-geral da Casa, Ilana Trombka, explicou que o objetivo da campanha é passar a mensagem para a sociedade de que as instituições públicas têm a obrigação de serem antirracistas.
— Vivemos num país que tem uma certa dificuldade em debater com maior profundidade os mecanismos racistas que regem a sociedade. Nossa intenção é trazer mais esse tema ao debate público. O racismo permeia o imaginário brasileiro, e é preciso que seja discutido. Para combatermos o racismo, primeiro precisamos falar abertamente sobre isso. As organizações públicas têm a obrigação de serem antirracistas. O mito da democracia racial ainda permeia, de certa forma, parte dessa discussão — afirmou.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
Fonte: Agência Senado

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