quarta-feira, 8 de julho de 2020

Brasília Ambiental dá início a implantação do Parque Burle Marx



Ações serão feitas em etapas e com parceria da Novacap e Terracap

O presidente interino do Instituto Brasília Ambiental, Cláudio Trinchão e a superintendente de Unidades de Conservação, Biodiversidade e Água, Rejane Pieratti, reuniram-se com representantes da Terracap e da Novacap,  no Parque ecológico Burle Marx, para discutir as etapas de implantação da unidade de conservação, que será feita com recursos de condicionante da implementação do setor Noroeste da Terracap. “A expectativa é que até dezembro consigamos entregar parte das obras”, disse o gestor da autarquia.
No cronograma das obras estão, numa primeira etapa, o cercamento da unidade, concluído recentemente, estacionamentos, parquinho infantil, duas ilhas com equipamentos sociais como Ponto de Encontro Comunitário (PEC), quadras poliesportivas, quadras de areia, ciclovias, pista de corrida e caminhadas e duas guaritas, uma voltada para a Asa Norte e outra para o Noroeste.
Na segunda etapa serão feitas intervenções em outras áreas do parque com construção de mais pistas para caminhadas e de ciclismo, toda a parte de paisagismo, áreas de contemplação, de piquenique, dentre outras intervenções.  “Sempre observando as áreas permitidas pelo zoneamento ecológico do parque, que consta no seu plano de manejo em conclusão”, ressalta Rejane Pieratti.
O Burle Marx situa-se entre a Asa Norte e o Setor Noroeste e ainda preserva uma das maiores manchas de Cerrado de Brasília, sendo considerado corredor ecológico relacionado ao Parque Nacional de Brasília.
Participou da reunião pela Terracap, o diretor técnico, Hamilton Lourenço Filho, e representando a Novacap, o titular do Departamento de Infraestrutura Urbana, Márcio Francisco Costa, além de técnicos do Brasília Ambiental.
*Com informações Brasília Ambiental
AGÊNCIA BRASÍLIA 

Usuários devem procurar hospitais e UBS apenas quando houver necessidade



Durante a pandemia, pacientes precisam evitar riscos de contaminação

Com o aumento crescente de casos da Covid-19 no Distrito Federal, a Secretaria de Saúde recomenda à população o uso adequado dos equipamentos de saúde, procurando hospitais ou unidades básicas de saúde (UBSs) apenas quando tiver necessidade. O objetivo é evitar que pessoas sem sintomas corram riscos em ambientes onde pessoas suspeitas ou confirmadas com  Covid-19 estejam aglomeradas.
“Estamos no pico da pandemia. Agora, o recomendável é que usuários sem sintomas não procurarem hospitais ou UBSs, a não ser em caso de necessidade. A medida que frequentam as unidades de saúde, se expõem e podem entrar em contato com pessoas infectadas. Além de ocupar o lugar de um usuário que realmente precisa ser avaliado”, alertou o secretário adjunto de Assistência à Saúde, Ricardo Tavares.
Apesar dos serviços para a população continuarem funcionando durante a pandemia, os gestores da pasta destacam que grande parte da procura na Atenção Primária tem sido de pacientes assintomáticos buscando testes para detectar à Covid-19. Até mesmo locais de referência para o tratamento da doença, como o Hospital Regional da Asa Norte (Hran), tem recebido o mesmo tipo de demanda.
Em outras ocasiões, a Secretaria de Saúde reforçou que unidades como o Hran estão reservadas apenas para atender casos graves. Além disso, a pasta tem alertado que a testagem está disponível somente para pessoas que apresentam sintomas do novo coronavírus, como tosse, febre, coriza, perda do paladar, cansaço e dificuldade para respirar há, pelo menos, oito dias.
Ainda assim, o coordenador de Atenção Primária à Saúde, Fernando Erick Damasceno, informou que com a abertura do comércio a busca de pacientes assintomáticos por testes sorológicos têm sido constante, pois muitas empresas exigem isso dos trabalhadores para voltarem às atividades.
“Eles não precisam fazer os testes para o retorno. Basta respeitar os 14 dias de isolamento a partir do início dos sintomas, e as 72 horas sem sintomas antes de voltarem ao trabalho. Se os assintomáticos estão procurando por testes, vão acabar esperando, aglomerando e sem necessidade”, ressaltou Fernando Erick.
Nesse sentido, independentemente de como os usuários estão, devem sempre continuar com as medidas de higiene e biossegurança, como manter o distanciamento social, evitar aglomerações, usar máscaras e álcool em gel, além de higienizar corretamente as mãos.
Pronto Socorro
Na avaliação do gestor, por questão de biossegurança, é imprescindível que a população evite a busca dos prontos-socorros dos hospitais caso não precise de atendimentos de urgência ou emergência.
“Nesse momento de pico da pandemia, as pessoas que necessitam de cuidados primários devem buscar primeiro as unidades básicas de saúde, que são a porta de entrada da rede pública, com menor risco de ter pessoas graves infectadas. Atendimentos primários, preferencialmente, não devem ser buscados nos prontos-socorros”, afirmou Fernando Erick.
Para evitar contaminação nas UBSs, tem sido adotada a estratégia fast-track ou duplo fluxo, em que os pacientes com quadros respiratórios entram em fluxos separados na unidade. Ainda assim, se houver aglomerações nas unidades devido à crescente demanda, o coordenador orientou à população a agendar as consultas ou procurar os locais em momentos com menor movimentação.
“O mais interessante é os usuários entenderem como é a movimentação nas UBS mais próximas de suas casas e conhecer as suas respectivas equipes de Estratégia Saúde da Família, que são suas referências para o primeiro atendimento. Saber quando utilizar a UBS otimiza muito uso dos serviços de saúde”, destacou o coordenador de Atenção Primária à Saúde.
Plano
Com o grande número de casos de Covid-19 em todo o Distrito Federal, a Secretaria de Saúde criou um Plano de Trabalho e Diretrizes para a ampliação dos testes para Covid-19 em locais vulneráveis do DF.
O documento esclarece que a testagem é indicada somente para pessoas com sintomas do novo coronavírus. A medida tem como objetivo proteger as pessoas do risco de contágio ao saírem de casa e testar quem realmente precisa.

*Com informações Secretaria de Saúde
AGÊNCIA BRASÍLIA 

Mil metros de barreiras metálicas trocadas na ligação Torto-Colorado



A substituição dos equipamentos velhos por novos vai dar mais segurança aos usuários da Epia

Aproximadamente mil metros de estruturas de metal do tipo barreira, conhecidas como defensas metálicas ou guarda-corpos, foram substituídos na via expressa da ligação Torto-Colorado, na Epia Norte (DF-003). A troca dos equipamentos velhos por novos foi executada na altura do Taquari, no sentido Colorado / Torto.
Por ali as defensas já apresentavam um aspecto enferrujado e amassado, o que ocasionou a necessidade de substituição das barreiras.  Todo o trabalho custou R$ 138 mil e foi realizado em apenas 24 horas pelo Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER/DF).
Com o passar do tempo, essas estruturas podem sofrer alterações devido a impacto causado por acidentes, ferrugem pela ação do tempo ou danos por ação humana.
“Nosso planejamento é fazer, no decorrer deste ano, a troca das defensas metálicas onde for necessário ou a instalação delas onde ainda não existem, mas são essenciais. É questão de segurança nas nossas rodovias”, esclareceu o superintendente de obras do órgão, Cristiano Cavalcante.
Segundo Cavalcante, outras rodovias serão mapeadas para, a partir daí, serem constatados onde são necessárias as trocas e instalação de novas barreiras. “Este é um trabalho constante do DER. Nós atuamos não só na construção e manutenção de grandes obras viárias, mas também nos detalhes que envolvem essas rodovias, como é o caso dessas defensas, que garantem a segurança de todos”.
O ciclista Jorge Vieira, de 24 anos, morador de Sobradinho, passa quase diariamente pelo Torto-Colorado e presenciou a troca dos guarda-corpos. “É muito bacana ver que o Governo está cuidando de detalhes como este nas rodovias. A Epia sem dúvida é uma via muito movimentada, e a troca de barreiras como essas com certeza garante mais segurança para os veículos e mais ainda pra gente, que é mais vulnerável e está do lado de cá da via”, declarou.
Mas, para que servem as defensas metálicas?
Essas estruturas metálicas do tipo barreiras, que fazem o isolamento entre as faixas de rolamento das pistas e a marginal das vias evitam que os veículos ultrapassem da via expressa para as margens da rodovia, diminuindo o impacto do veículo em caso de acidentes e resguardando, sobretudo, a vida dos pedestres.
Elas são instaladas em vias com grande movimentação de carros, como é o caso da Estrada Parque Indústria e Abastecimento (Epia), por onde trafegam aproximadamente 100 mil veículos por dia.
*  Com informações do DER/DF
AGÊNCIA BRASÍLIA 

Recorde à vista: Cogo prevê 251,8 mi de toneladas na safra 20/21 de grãos


PROJEÇÃO

Síntese Anual da Agricultura de Santa Catarina 2007 - 2008Preços globais de commodities alimentares recuperam em junho

De acordo com a consultoria, a marca será alcançada com o aumento de 3% nas áreas cultivas com soja e milho segunda safra, além de melhora na produtividade

A projeção da consultoria Cogo Inteligência em Agronegócio para a safra brasileira de grãos 2020/2021 aponta para colheita recorde de 271,1 milhões de toneladas, 7,6% acima da atual, prevista em 251,8 milhões de toneladas pela empresa.
O recorde deve ser puxado pelo incremento das áreas de soja (3%) e de milho segunda safra (3%), além da previsão de incremento de 5,9% na produtividade média dos grãos, para 4.066 quilos por hectare, ante 3.839 quilos por hectare na atual safra – cuja produtividade média foi afetada pelas fortes quebras na safra de verão do Rio Grande do Sul.

Saiba mais sobre as perspectivas para a safra 2020/2021 no relatório da Cogo!

Dia da ciência: Iges-DF festeja aumento de publicações



Volume eleva patamar do instituto na área de ensino e pesquisa. Data também é consagrada aos cientistas

Na celebração do Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador, o Instituto de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) tem muito a comemorar: cada vez mais aumenta o número de pesquisas realizadas pelos profissionais da instituição. 
Dados da Diretoria de Inovação, Ensino e Pesquisa mostram: de 2018 para 2019 houve um aumento de 28% no número de trabalho científicos realizados na instituição. Em 2020, já foram 17 publicações de grande impacto nacional e internacional.
A gerente de pesquisa do Iges-DF, Maria Aparecida Leite Alves dos Santos, conta que as publicações científicas são oportunidades para que a comunidade acadêmica conheça os diferentes temas abordados nas pesquisas do instituto. “Assim, o Iges-DF recebe reconhecimento técnico externo, e, consequentemente possa estabelecer mais parcerias e atraindo mais investimentos”, explica.
Segundo a gerente, com o aumento crescente de pesquisas de qualidade na instituição, o Centro de Pesquisa da instituição tem sido procurado para parcerias com diversas instituições de renome.
“Atualmente, temos pesquisas em andamento com o Hospital Albert Einstein, a Universidade de São Paulo (USP), a Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp e o Hospital Moinho de Vento, de Porto Alegre”, conta ela. 
Com informações do Iges-DF
AGÊNCIA BRASÍLIA 

Obra da UBS do Vale do Amanhecer será retomada



Em blitz por Planaltina, governador Ibaneis Rocha determina ainda trabalhos imediatos de infraestrutura e urbanização

Foto: Renato Alves/Agência Brasília
Além da UBS, o governador visitou a área onde será construída a unidade de pronto atendimento (UPA), a primeira de Planaltina. Foto: Renato Alves/Agência Brasília
Com a liberação imediata de emenda parlamentar de R$ 1,5 milhão, do deputado distrital e líder do governo na Câmara, Cláudio Abrantes, as obras da Unidade Básica de Saúde (UBS) do Vale do Amanhecer, em Planaltina, serão retomadas. A decisão foi tomada pelo governador Ibaneis Rocha nesta quarta-feira (8), durante blitz pela cidade. O deputado e o administrador regional, Célio Rodrigues, acompanharam a visita.
De acordo com o edital, está previsto um posto de saúde de 870 metros quadrados de área útil, na Área de Regulação de Interesse Social (Arins). O prédio contará com salas de vacina, espera, reunião, almoxarifado, auditório e banheiros com acessibilidade, entre outros espaços. A obra está orçada em quase R$ 4,1 milhões. Estima-se que em torno de 20 mil pessoas sejam beneficiadas.
Além da UBS, o governador visitou a área onde será construída a unidade de pronto atendimento (UPA), a primeira de Planaltina. De imediato, determinou à Novacap que seja feita uma limpeza geral na área e melhoria do acesso ao terreno, para que as obras possam recomeçar imediatamente.
A empresa responsável, a Mevato Construções, já fez locação e sondagem no terreno. E, a partir da licença ambiental a ser concedida pelo Brasília Ambiental, as máquinas começam a trabalhar ali.
Infraestrutura e urbanização
A praça Salviano Guimarães, do Centro Histórico de Planaltina, no Setor Tradicional, será toda revitalizada. O Departamento de Parques e Jardins (DPJ), da Novacap, vai começar o plantio de flores no espaço e a Diretoria de Urbanização (DU) vai renovar a pintura da sinalização e fazer reparos nos equipamentos públicos do local.
Outra ação que terá início já na próxima semana é a pintura da ciclovia e da sinalização em toda a cidade. De acordo com o deputado Cláudio Abrantes, é uma reivindicação recorrente dos moradores.
Caesb e Novacap
Em outra parada, dessa vez na Estância Santa Luzia, a reivindicação dos moradores é para uma obra de captação de esgoto que há anos incomoda. No local, o governador convocou Caesb e Novacap para executarem juntas a rede de esgoto e o asfalto e, dessa forma, fazerem o serviço completo.
“Essas ações eu chamo de zeladoria. Gostei do que vi, está tudo bem cuidado, mas não podemos relaxar. É preciso manter a atenção nesses reparos que dão beleza à cidade e deixam os moradores felizes”, comentou o governador Ibaneis Rocha.
AGÊNCIA BRASÍLIA 

Preços da soja caem até R$ 2 em dia de negócios travados no Brasil


COTAÇÕES


O ritmo dos negócios com soja no Brasil seguiu lento nesta quarta-feira, 8, segundo a consultoria Safras. “Os preços tiveram reações regionalizadas, mas a maior parte tem apenas uma sinalização nominal, em um mercado sem liquidez”, diz. Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos ficou em R$ 115. Na região das Missões, a…

grãos de soja com símbolo de dinheiro, impostos, reforma tributária

Foto: Pixabay
O ritmo dos negócios com soja no Brasil seguiu lento nesta quarta-feira, 8, segundo a consultoria Safras. “Os preços tiveram reações regionalizadas, mas a maior parte tem apenas uma sinalização nominal, em um mercado sem liquidez”, diz.
Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos ficou em R$ 115. Na região das Missões, a cotação permaneceu em R$ 114,50. No porto de Rio Grande, o preço seguiu em R$ 118.
Em Cascavel (PR), o preço passou de R$ 110 para R$ 108,50 a saca. No porto de Paranaguá (PR), a saca caiu de R$ 116,50 para R$ 115.
Em Rondonópolis (MT), a saca avançou de R$ 108 para R$ 109. Em Dourados (MS), a cotação subiu de R$ 108 para R$ 110. Em Rio Verde (GO), a saca estabilizou em R$ 106.

Contratos futuros

A soja fechou esta quarta-feira, 8, com preços mais baixos na Bolsa de Chicago. De acordo com a consultoria Safras, os contratos atingiram o menor patamar em uma semana, acompanhando as questões climáticas nos Estados Unidos.
“Os mais recentes mapas indicam retorno das chuvas e temperaturas mais amenas. Com isso, as preocupações com a falta de chuvas diminuem”, informa. Os agentes também se posicionam frente ao relatório de julho do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que deve ser divulgado nesta quinta-feira.
Os contratos da soja em grão com entrega em agosto fecharam com baixa de 4,25 centavos ou 0,47% em relação ao fechamento anterior, a US$ 8,92 1/2 por bushel. A posição novembro teve cotação de US$ 8,97 1/4 por bushel, com perda de 5,25 centavos ou 0,58%.
Nos subprodutos, a posição agosto do farelo fechou com baixa de US$ 1,70 ou 0,57% a US$ 293,80 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em agosto fecharam a 28,55 centavos de dólar, baixa de 0,32 centavo ou 1,1% na comparação com o fechamento anterior.
Por Agência Safras

Projeto que protege bancos com investimentos no exterior segue para sanção



Da Redação | 08/07/2020, 19h13
O Plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (8) o projeto que protege bancos e corretoras com investimentos fora do país de variação cambial excessiva. O texto se originou da medida provisória (MP) 930/2020 e, como foi modificado pelo Congresso, transformando-se em um projeto de lei de conversão (PLV), segue agora para sanção presidencial.
O projeto altera a tributação sobre o hedge (uma espécie de seguro) que instituições financeiras fazem sobre os seus investimentos para compensar prejuízos que possam ter com variações no câmbio. Segundo o Executivo, a pandemia de covid-19 tem sujeitado esses investimentos a uma volatilidade cambial maior, o que justificaria a medida.
Além disso, o Banco Central (BC) afirmou, na justificativa para a MP 930/2020, que a mudança corrigirá “distorções” que existem hoje na tributação de investimentos fora do país. Pelas regras atuais, a variação cambial sobre a parte protegida do investimento não é tributada, mas a variação sobre o hedge, sim. Isso diminui o valor líquido do seguro, exigindo que os bancos busquem uma proteção mais custosa (overhedge) para compensar.
Com a MP, a tributação sobre a variação cambial do investimento protegido será igual à tributação sobre a variação do hedge, e ambas entrarão na base de cálculo do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Esse encontro se dará de forma escalonada: a partir de 2021, 50% da variação do investimento será tributada; a partir de 2022, será 100% da variação.
Segundo o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), que foi o relator da MP, a nova regra vai aumentar a liquidez dos bancos, permitindo que eles tenham mais dinheiro à disposição para injetar na economia interna do país. Ele explicou que isso acontecerá porque os bancos não precisarão mais recorrer ao overhedge.

Questionamentos

Durante a votação, os senadores Alvaro Dias (Podemos-PR), Cid Gomes (PDT-CE) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmaram ter reservas quanto à matéria. Para eles, a medida vai incentivar a fuga de recursos para fora do país, justamente num momento em que a economia precisa de investimentos internos. Também observaram que, mesmo com vários instrumentos do BC para garantir liquidez, os bancos não têm ofertado crédito em quantidade suficiente para suprir as demandas da economia.
— A preocupação do governo deveria ser a movimentação da economia. Esta MP deveria ser combinada com apoio ao capital produtivo e aos mais pobres. É necessária, mas há outros aspectos mais importantes — disse Randolfe.
Em resposta, Fernando Bezerra Coelho explicou que a mudança na tributação trará mais arrecadação com os investimentos no exterior.
— Antes da MP, os investimentos só eram tributados quando realizados, isto é, vendidos, o que poderia levar décadas para acontecer. Agora a tributação passará a ser anual. Isso não é um alívio para os bancos e nem estimula investimentos no exterior. É apenas o reconhecimento de uma realidade. O Brasil tem fortes investimentos no exterior.

Recebíveis

Durante a discussão do projeto, Bezerra anunciou um acordo com o BC para implementar a Central de Recebíveis de Cartão, um arranjo já anunciado pelo órgão desde 2018 mas nunca posto em prática. A Central seria um espaço, aberto a todos os bancos, em que empresas que fizeram vendas no crédito possam negociar o recebimento integral do valor devido, mediante pagamento de uma taxa. Hoje, elas só podem obter esses recursos do banco vinculado ao cartão que efetuou a compra.
A senadora Kátia Abreu (PP-TO) propôs emenda para adicionar ao texto a implementação imediata da Central. Segundo ela, um sistema de concorrência entre os bancos pelo direito aos recebíveis vai resultar em taxas mais baixas para as empresas. O prazo atual do BC para colocar a Central em funcionamento é o dia 30 de novembro deste ano. Segundo Bezerra, caso esse prazo não seja cumprido, o governo vai apoiar projeto de lei para instituir o sistema imediatamente. Diante dessa proposta, Kátia Abreu retirou a sua emenda e mencionou que já apresentou projeto nesse sentido (PL 3.288/2020).

Conteúdo

Investimentos em sociedades no exterior são um ativo em moeda estrangeira, em geral dólar, e muitas instituições contratam instrumentos de hedge, também em dólar, para se proteger dos efeitos da variação cambial. Essa proteção pode ser a aquisição de contratos futuros de dólar ou de cupom cambial no mesmo valor. Assim, o banco terá em seu balanço um ativo e um passivo iguais, o que compensaria eventuais prejuízos com a flutuação do câmbio.
O projeto determina que, em caso de falência ou liquidação extrajudicial de instituições financeiras decretadas após a edição da MP, poderão ser convertidos em crédito presumido as perdas com o hedge cambial ocorridas de 1º de janeiro de 2018 até 31 de dezembro de 2020. Crédito presumido é um desconto em impostos a serem pagos. Essa conversão só poderá ser feita até 31 de dezembro de 2022.
A MP também age sobre arranjos de pagamento e letras financeiras. Arranjos de pagamentos envolvem lojistas, operadoras de cartão de crédito, bandeiras de cartão e empresas que alugam máquinas de cartão. Letras financeiras são títulos de renda fixa emitidos pelos bancos com prazo de um ano ou mais, e servem para empresas captarem dinheiro no mercado.
No caso dos arranjos, a MP busca garantir que recursos recebidos pelos participantes para liquidar as transações de compra e venda não se misturem com seu patrimônio e não possam ser objeto de arresto, sequestro judicial, busca e apreensão ou qualquer outro ato em razão de débitos da empresa.
Esse dinheiro não poderá ser dado como garantia, exceto se o direito de crédito for cedido para obter recursos destinados a cumprir as obrigações de pagamento do sistema. Se a instituição entrar em liquidação pelo BC ou abrir falência ou recuperação, os recursos também não podem ser considerados como pertencentes à massa falida.
Iguais restrições serão aplicadas para os bens e direitos dos participantes colocados como garantia para as liquidações das transações pelas quais são responsáveis.
A Câmara dos Deputados incluiu dispositivo para fixar que a empresa que ceder o crédito não será responsável caso ocorra inadimplência daquele que tiver assumido a obrigação de liquidar a dívida, salvo em caso de comprovada má-fé.
Já sobre as letras financeiras, a MP autoriza o Conselho Monetário Nacional (CMN) a permitir que os bancos emitam esses papeis com prazo de resgate inferior a um ano. Esses títulos poderão ser dados em garantia ao BC em troca de empréstimos, permitindo a injeção de dinheiro nas instituições financeiras. Na prática, os bancos vão poder vender títulos ao BC para obter mais recursos. A medida beneficia principalmente os bancos que não possuem uma ampla rede de varejo para captar recursos dos clientes.
No seu texto original, a MP também tinha um dispositivo para garantir a servidores e diretores do BC proteção contra punições criminais pelo exercício das suas atribuições (as únicas exceções seriam casos de fraude ou má-fé). Após críticas e um acordo com o governo, esse dispositivo foi retirado do texto durante sua tramitação na Câmara.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado