sexta-feira, 26 de junho de 2020

Regularização: cerca de 45 mil famílias podem ganhar escritura dos lotes



Processos estavam parados há anos. Sonho de ter a titularidade dos seus imóveis está mais próximo para moradores do Paranoá, Itapoã e Mestre d’Armas

Foto: Arquivo / Agência Brasília
A regularização fundiária é prioridade do Governo do Distrito Federal, que, nos últimos 18 meses, deu passos importantes para a efetiva titulação dos imóveis do DF.
Decisões tomadas por esta gestão permitiram o andamento de projetos que estavam parados há anos. Assim, quase 45 mil famílias estão mais próximas de conseguir a sonhada escritura dos lotes que habitam –em muitos casos,  há mais de 30 anos.
Muitas dessas ocupações foram fomentadas pelos próprios governos. Um exemplo é o Paranoá, onde vivem mais de 65 mil pessoas, segundo dados da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan). São 19 mil domicílios sem o documento que oficializa a propriedade do imóvel e permite que ele seja deixado como herança.
Na quarta-feira (24), foi publicado no Diário Oficial do DF (DODF) um decreto assinado pelo governador Ibaneis Rocha que aprovou o projeto urbanístico do Paranoá e atribui à Companhia de Desenvolvimento Habitacional do DF (Codhab) a competência para promover a regularização do loteamento, que está em área particular.
“É importante a regularização das propriedades do Distrito Federal para que se possam combater as invasões com mais eficiência”, destaca o governador Ibaneis Rocha. “Ademais, são famílias que moram há décadas em situação irregular, muitas vezes provocada pelo próprio governo, e em constante insegurança. No caso do Paranoá, estamos encerrando esse ciclo de insegurança, que já durava décadas, e oferecendo a dignidade de uma escritura de posse a essas famílias.”
A ocupação do Paranoá surgiu em 1957, empreendida por pioneiros que trabalharam na construção da barragem. Em 1989, o então governador Joaquim Roriz assinou um decreto criando a Região Administrativa e transferiu os moradores da antiga Vila Paranoá para o local onde hoje é a cidade.
“Aqui era uma região de pinheiros, que foram derrubados para as casas serem construídas. O acampamento virou o Parque Vivencial do Paranoá”, conta o administrador da cidade, Sérgio Damasceno. “Como pode quem construiu Brasília não ter documento definitivo dos seus lotes?”, questiona. 
Acordo
Agora, a Codhab vai procurar os proprietários das terras e assinar um termo de cooperação técnica para negociar o pagamento pelos lotes. Os imóveis serão doados para famílias de baixa renda, que ganham até cinco salários mínimos e ocupam lotes de até 250 metros quadrados há pelo menos cinco anos. O preço do terreno será calculado descontando o valor das benfeitorias feitas pelo governo, e Ibaneis Rocha garante que o Banco de Brasília (BRB) vai financiar os lotes para quem precisa comprá-los. 
A Codhab também precisa atualizar o projeto urbanístico do Paranoá, aprovado pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh) em 2015. “Existe um esforço desta gestão em resolver os problemas fundiários que se arrastavam há anos”, afirma o subsecretário de Parcelamentos e Regularização Fundiária da Seduh, Marcelo Vaz.
A Subsecretaria de Parcelamentos e Regularização Fundiária, por exemplo, foi criada em fevereiro de 2019 pelo governador Ibaneis com o objetivo de agilizar a aprovação dos projetos urbanísticos. “Os projetos chegavam, e não havia servidores suficientes para analisá-los. Tem processos aqui tramitando há dez, 15 anos e que ainda não chegaram ao final”, conta Vaz.
Processo longo
O processo de regularização fundiária é longo e envolve muitas etapas que demoram anos para ser finalizadas. Começa com a contratação de estudos ambientais e urbanísticos que, no caso de terras públicas em áreas de interesse social (Aris), cabe à Codhab providenciá-los; e, nas de interesse específico, a responsabilidade é da Agência de Desenvolvimento do DF (Terracap).
Os estudos ambientais baseiam a emissão do licenciamento ambiental, a cargo do Brasília Ambiental (Ibram). Os urbanísticos devem ser aprovados pelo Conselho de Planejamento Territorial e Urbano do Distrito Federal (Conplan) e, depois, pela Seduh, que encaminha o processo para a publicação do decreto do governador. Com o documento publicado, é possível registrar o loteamento em cartório e emitir as escrituras dos imóveis, a última etapa da regularização.
Dos processos agilizados por essa gestão, o mais adiantado é o do Setor Habitacional Mestre d’Armas, em Planaltina. Iniciado em 2008, engloba 270 hectares e 6.423 unidades habitacionais. Em maio, a Codhab assinou o termo de cooperação técnica com os proprietários da terra, fez o cadastramento dos ocupantes dos lotes e o parcelamento já está registrado em cartório, etapa anterior à titularidade da área em nome das famílias e à entrega das escrituras.
Situação fundiária
Além das questões urbanísticas e ambientais, a regularização de um loteamento ainda precisa enfrentar a situação fundiária dos terrenos, ou seja, é preciso negociar com os proprietários da terra. “O governador teve coragem de enfrentar essas questões e ainda adotou os critérios estabelecidos pela Lei Federal nº 13.465/2017, que simplificou os processos e foi fundamental para os resultados conquistados até agora”, afirma o diretor de Regularização de Interesse Social da Codhab, Leonardo Firme.
Segundo ele, até 2022, o GDF quer entregar as escrituras para os mais de 62 mil moradores do Itapoã. A região tem 18 mil domicílios, mas vive uma complexa situação fundiária, com terras pertencentes à União, terras desapropriadas em comum e terras particulares, o que dificulta a regularização. Em abril, o governo atribuiu à Codhab a competência para promover a normalização da área, e a companhia vai providenciar os estudos ambientais e urbanísticos necessários.
A Codhab também vai convocar os moradores e os donos da terra para firmarem termo de compromisso. “Os processos estavam todos parados quando chegamos aqui”, ressalta Firme.
O GDF também encomendou estudos para o início da regularização de São Sebastião, que fica em área pública. Já foram contratados o levantamento topográfico – que demandou recursos de R$ 588.583 – e os estudos ambientais, que, ao custo de R$ 127.444, incluem o Relatório de Controle Ambiental e o Plano de Controle Ambiental.
Depois da conclusão desses estudos, será iniciada a elaboração dos projetos urbanísticos. No total, 16.565 unidades habitacionais devem ser regularizadas, contemplando 61.290 moradores. Além disso, outros projetos complementares também serão desenvolvidos para viabilizar obras de infraestrutura nos locais da cidade que ainda não dispõem de redes de iluminação, águas pluviais, esgoto e água.
AGÊNCIA BRASÍLIA 

PRF apreende mais de R$ 150 mil em entorpecentes no RJ




Um carregamento com mais de R$ 150 mil em drogas foi apreendido pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Milhares de pinos de cocaína e centenas de trouxinhas de maconha foram encontradas em um fundo falso de um carro. O flagrante aconteceu na BR-101, em Rio Bonito, na tarde desta segunda-feira (22).
Por volta das 16h20, policiais rodoviários federais da 2ª Delegacia (Niterói) faziam patrulhamento, quando desconfiaram de um motorista que calibrava os pneus do carro num posto de combustíveis, na altura do quilômetro 270.
Ao ser abordado, o suspeito não apresentou a carteira de habilitação. O licenciamento do veículo ainda estava atrasado. O indivíduo estava bastante nervoso, o que aumentou a desconfiança dos policiais. Então, a equipe resolveu levar o automóvel até a Unidade Operacional da PRF, para uma revista mais detalhada.
Em um compartimento escondido, os policiais encontraram 9.675 pinos de cocaína e 2.180 trouxinhas de maconha. Os entorpecentes já estavam embalados separadamente, com preços entre R$ 5 e R$ 50. No total, a carga apreendida, que seria vendida no varejo, estava avaliada em cerca de R$ 152 mil.
O motorista, de 23 anos, disse que pegou a carga de drogas em Irajá, na Zona Norte do Rio. Ele contou ainda que levaria para Casimiro de Abreu, onde seria revendida. O homem foi indiciado por tráfico de entorpecentes. A pena prevista para o crime varia de cinco a 15 anos de reclusão.
A ocorrência foi encaminhada para a 119ª DP (Rio Bonito). A ação faz parte da Operação Tamoio II, que reforça o policiamento nas rodovias federais para coibir o tráfico de entorpecentes.
 AGÊNCIA PRF
Redação: José Helio

Operação Tamoio II: PRF apreende quase meia tonelada de maconha em Cascavel (PR)







 

Traficante saltou do carro em movimento e fugiu; dentro, 495 quilos de maconha eram transportadas

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu, em Cascavel, na noite de segunda (22), 495 quilos de maconha que eram transportados em um carro furtado.
Por volta das 22h40, agentes da PRF deram ordem de parada a um motorista que conduzia um GM Tracker, que fugiu. Durante a fuga, ele saltou do carro em movimento e, os policiais, para evitarem um acidente com o carro desgovernado, se empenharam para parar o veículo. Neste momento, o motorista se aproveitou da situação de emergência em que os policiais se encontravam e fugiu, não sendo encontrado.
No interior do carro, os policiais encontraram 495 quilos de maconha, que foram apreendidas e encaminhadas para a Polícia Civil em Cascavel, para o registro do crime de tráfico de drogas. Ainda, os agentes descobriram que o carro havia sido furtado em maio, em Curitiba (PR).
Operação Tamoio II – Iniciada no domingo (21), a operação faz parte de ações coordenadas pela PRF, com uso de equipamentos, tecnologias avançadas, agentes de inteligência e policiais especializados, em diversas áreas de atuação, contra a criminalidade.
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Texto: Maciel Jr / Agência PRF

Operação Tamoio II: PRF apreende mais de 4 toneladas de maconha em Água Clara (MS)


 

Cão farejador auxiliou na descoberta da droga, avaliada em aproximadamente R$ 3,2 milhões

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu nesta segunda-feira (22) 4.092 Kg de maconha e nove quilos de skunk em Água Clara (MS). O flagrante ocorreu durante a Operação Tamoio II de combate à criminalidade.
Os policiais rodoviários federais fiscalizavam no km 141 da BR-262, quando abordaram um caminhão M.Benz/LS, atrelado a um reboque. O motorista disse durante entrevista que transportava sucata metálica de Campo Grande (MS) para Juiz de Fora (MG).
Desconfiados de que algum ilícito estivesse escondido dentre a carga, o condutor e os veículos foram acompanhados até a Unidade Operacional de Água Clara (MS), onde o cão farejador K9 Chacal, do Grupo de Operações com Cães da PRF, indicou para a presença de drogas no reboque.
Após o descarregamento da sucata, a equipe encontrou 150 fardos de maconha, totalizando 4.092 Kg (quatro mil e noventa e dois quilos) da droga, e dois fardos de skunk, somando nove quilos. Com o flagrante, o motorista confessou ter sido contratado em Campo Grande (MS) para transportar as drogas até Belo Horizonte (MG). Ele disse também que receberia R$ 15 mil pelo serviço.
O preso, os ilícitos e os veículos foram encaminhados para a Polícia Civil em Agua Clara (MS).
prf

PF investiga grupo responsável pelo tráfico de drogas em Pitangueiras/SP



Operação PF

Operação Boca de Ouro cumpre 24 mandados de busca e 22 de prisão temporária em 4 cidades do interior de São Paulo
POR
Publicado25/06/2020 07h47Última modificação25/06/2020 07h47
Ribeirão Preto/SP - A Polícia Federal e o GAEGO/RP - Ministério Público Estadual, com o apoio da Polícia Militar, deflagraram nesta quinta-feira (25/6) a Operação Boca de Ouro, com o objetivo de combater o tráfico de drogas.
Estão sendo cumpridos 24 mandados de busca e apreensão e 22 mandados de prisão temporária expedidos pela 1ª Vara da Justiça Estadual em Pitangueiras/SP.
Participam da ação mais de 100 policiais federais, integrantes do GAECO e da Polícia Militar, os quais cumprem ordens judiciais em Ribeirão Preto, Pitangueiras, Jaboticabal e Cajuru.
Dos mandados de prisão temporária, sete serão cumpridos em estabelecimentos prisionais, uma vez que os investigados já estão presos em virtude de flagrantes realizados durante as investigações ou pelo cumprimento de mandados de prisão relacionados a crimes anteriores.    
A investigação apura a atuação de uma quadrilha sediada no município de Pitangueiras/SP, mas que tem ligações em toda a região, voltada para o tráfico de drogas, principalmente, cocaína, maconha e crack
Os investigados responderão pelos crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico, cujas penas somadas podem chegar a 25 anos de reclusão.
Em razão da grave crise de saúde pública que atinge nosso país, não será realizada coletiva de imprensa na sede da Polícia Federal. Contudo, caso os veículos de imprensa solicitem, poderá ser realizada chamada de vídeo, via aplicativo, com o Chefe da Delegacia da Polícia Federal em Ribeirão Preto, por ordem de solicitação.
Comunicação Social da Delegacia de Polícia Federal em Ribeirão Preto/SP
PF

PF faz apreensão recorde de maconha no Aeroporto de Natal



Ação PF

Duas mulheres foram presas em flagrante
POR
Publicado25/06/2020 07h56Última modificação25/06/2020 07h56
Natal/RN - A Polícia Federal prendeu em flagrante, na noite da quarta-feira, 24/6, no Aeroporto Internacional Aluízio Alves, em São Gonçalo do Amarante, Região Metropolitana de Natal, duas mulheres: uma de 24 anos e outra, paranaense, de 27 anos, ambas acusadas de tráfico de drogas. Com elas, foram apreendidos 59,45 kg de maconha que traziam na bagagem.
Em trabalho de fiscalização, os policiais entrevistavam passageiros na área do desembarque doméstico e tiveram a atenção despertada para duas mulheres que haviam chegado em um voo que teve origem em Florianópolis/SC.
A princípio, elas informaram que estavam viajando a passeio e que ficariam hospedadas em Ponta Negra, mas estranhamente não tinham passagem de volta e nem souberam informar a data do regresso. As suspeitas dos policiais aumentaram no momento em que foi pedido para elas abrirem a bagagem, quando então ficaram nervosas e disseram não possuir as chaves.
Em seguida, as acusadas foram conduzidas para a sala da Polícia Federal, onde foi feita a abertura forçada dos cadeados e logo constatado que um total de 52 tabletes de maconha estavam distribuídos no interior das quatro malas.De imediato, elas receberam voz de prisão e foram encaminhadas para autuação na sede da PF, em Lagoa Nova.
Durante o interrogatório, as mulheres se recusaram a responder as perguntas da autoridade policial e invocaram o direito constitucional de permanecerem em silêncio.
Indiciadas por tráfico interestadual de drogas, as acusadas permanecem custodiadas na Superintendência da Polícia Federal, à disposição da Justiça.
Esta foi a maior apreensão de substância entorpecente realizada pela Polícia Federal no aeroporto de Natal em toda a história, superando a marca anterior que era de 47,44 kg. Somente em 2020, a PF já apreendeu ao todo, 121,49 kg de maconha naquele terminal de passageiros.
O flagrante realizado foi uma ação relacionada à 22ª Semana Nacional de Políticas sobre Drogas, celebrada em todo o país de 22 a 26 de junho e instituída pela Lei nº 11.343/2006.

Comunicação Social da Polícia Federal no Rio Grande do Norte
cs.srrn@dpf.gov.br | @pfnorn | www.pf.gov.br
PF

PF investiga fraudes na Eletronuclear



Operação PF

Operação Fiat Lux cumpre 17 mandados de busca e 12 de prisão temporária em três estados da federação
POR
Publicado25/06/2020 07h38Última modificação25/06/2020 07h38
Rio de Janeiro/RJ - A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (25/6) a Operação Fiat Lux, com o objetivo de investigar fraudes em contratos da Eletronuclear. Estão sendo cumpridos 17 mandados de busca e apreensão e 12 de prisão temporária, nos estados do Rio de Janeiro (capital, Niterói e Petrópolis), São Paulo e no Distrito Federal.
O esquema investigado é mais uma etapa que visa atingir os responsáveis por contratos fraudulentos e pagamento de propina na empresa, que não foram abrangidos pelas operações Radioatividade, Irmandade, Prypiat e Descontaminação, todas deflagradas para a execução de mandados em desfavor dos personagens envolvidos na organização criminosa.
A investigação teve como base a colaboração premiada de dois lobistas, que foram presos em 2017, por ordem da 13a Vara Federal de Curitiba/PR.

Comunicação Social da Polícia Federal no Rio de Janeiro
cs.srrj@dpf.gov.br | www.pf.gov.br

Roda de conversa: história e cultura afros em debate on-line



Mediado por professoras da rede pública de ensino do DF, encontro virtual será próxima terça (30), a partir das 19h

Os profissionais da educação terão um encontro importante na próxima terça-feira (30) para discutir a história e a cultura afro-brasileira e africana. A Secretaria de Educação, por meio da Gerência de Educação em Direitos Humanos e Diversidade, vai realizar uma roda de conversa sobre o tema, totalmente virtual, por meio de webconferência. 
O debate terá as professoras da rede pública de ensino Jane Ferreira e Ana Paula Rodrigues como mediadoras, além de servidores e estudantes convidados. O encontro está marcado para começar às 19h. Para participar, basta acessar o link.
“Não é de hoje que a desigualdade entre brancos e negros está presente no Brasil”, diz a professora Jane. “Apesar de tantas mudanças feitas e da inclusão de pessoas negras na rede de ensino do país, ainda hoje a diferença entre raças persiste”, reforça. 
Ela lembra que essa discriminação racial é conhecida como racismo estrutural e precisa ser debatida para que haja conscientização sobre o assunto. Por exemplo: foi incluído o artigo 26-A na Lei 10.639 de janeiro de 2003, passando a integrar a Lei 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), instituindo o ensino da história e da cultura afro-brasileira e africana como obrigatório. Foifoi um avanço para a educação brasileira”, destaca.
 Na webconferência, os participantes vão debater desde a formação de professores até os problemas encontrados em sala de aula, além da visão dos estudantes sobre o assunto.
 O evento terá declaração de participação.
Com informações da Secretaria de Educação
AGÊNCIA BRASÍLIA 

Lei das Fake News: MPF propõe ao Senado mudanças em projeto de lei na pauta deste dia 25




Para Câmara Criminal, debate social do PL teve pouco tempo e texto merece análise cautelosa
Ilustração de um computador cuja tela exibe uma página de jornal com a manchete "Fake News"
Imagem ilustrativa: Pixabay
O Ministério Público Federal (MPF) enviou ao Senado nota técnica em que identifica mudanças que merecem análise com cautela na votação do projeto da Lei das Fake News (PL 2.630/2020). De autoria da Câmara Criminal (2CCR) do MPF, por meio do Grupo de Apoio sobre Criminalidade Cibernética, o documento esclarece que as exclusões e acréscimos indicados visam à “melhor harmonização com a legislação interna e internacional vigentes”. Como instituição responsável por propor as ações penais públicas, o MPF ressaltou que o projeto de lei traz alterações de magnitude, com reflexos em ramos diversos do Direito, como eleitoral, civil e penal. Também destacou aos senadores o pouco tempo de debate do PL 2.630/2020 na sociedade. O documento se baseou no parecer original entregue pelo relator, senador Angelo Coronel (PSD/BA). O PL das Fake News está incluído na ordem do dia desta quinta-feira (25).

As modificações propostas pelo MPF incluem, por exemplo, a reconsideração de duas exigências: de documentação para cadastrar contas em redes sociais (art. 7º), com todas as suas consequências para a intimidade; e de procedimento de mediação para a retirada de conteúdo claramente criminoso, como arquivos contendo pornografia infantil ou anúncios de venda de drogas (art. 13). O documento trouxe objeções ainda à exigência de bancos de dados (data centers) no Brasil e ao risco de um cerceamento inconstitucional da liberdade de expressão ao dispor sobre a degradação ou ridicularização de candidatos nas eleições.

O MPF avaliou que a exigência de documentação para o cadastro de contas em redes sociais teria inúmeros obstáculos de ordem jurídica e prática, como o requisito de apresentação de CPF (usuários brasileiros) ou passaporte (estrangeiros) para a abertura de conta. Na nota, a 2CCR argumentou que a exigência não se ampara em legislações internacionais e a demanda isolada no Brasil levaria só empresas de grande porte a se adequarem, impedindo o ingresso de pequenas e médias empresas no mercado. “O principal efeito prático de tal medida será aumentar a concentração atualmente existente, o que implicará evidente prejuízo aos usuários e consumidores”, frisou a nota, firmada pelo coordenador da Câmara Criminal, subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos.

Quanto à moderação para retirar conteúdo claramente criminoso, o MPF avaliou ser inconveniente o procedimento de mediação, por mais que os termos dos serviços das prestadoras já contemplem a exclusão de conteúdo. Nessa hipótese, o MPF propôs a obrigação de publicar a decisão de retirada do conteúdo, com a explanação clara dos motivos. “Entende-se necessária tal medida para que o usuário tenha pleno conhecimento dos motivos e também como forma de orientação para o futuro”, afirmou a nota.

Bancos de dados no Brasil – Outro ponto alertado pelo MPF foi a exigência, contida no artigo 24 do texto, de que os provedores de redes sociais e serviços de comunicação interpessoal tenham sede e banco de dados no Brasil, o que contraria previsões do Marco Civil da Internet (Lei 12.965/2014, art. 11), da Lei Geral de Proteção de Dados (Lei 13.709/2018, art. 3º) e de normas internacionais.
“A previsão de instalação forçada de data centers, em território nacional, limita a própria natureza da internet e o direito à livre concorrência no Brasil, dificultando o ingresso no mercado brasileiro de novas empresas, prejudicando a economia digital. A regra contida no artigo 1o. deste Projeto é compatível com os dispositivos citados e já soluciona a questão”, afirmou o MPF na nota técnica. “Assim, para fins de atendimento a determinações de autoridades nacionais, é suficiente a previsão de que os provedores de redes sociais e de serviços de comunicação interpessoal, que prestem serviço no Brasil e não tenham sede no País, possuam representante legal em território nacional.”

Inconstitucionalidade em matéria eleitoral – A liberdade de expressão também seria cerceada, na avaliação do MPF, a se manter a redação original do artigo sobre degradação ou ridicularização de candidatos em propaganda. Para o MPF, o dispositivo é inconstitucional, por cercear a liberdade de expressão que, na seara eleitoral, é fundamental para a manutenção da democracia. “No processo eleitoral, as críticas com deboche, sarcasmos ou em tom jocoso, fazem parte do jogo eleitoral e a verdade é um valor de certa forma relativizado”, afirmou o documento do MPF. “O livre debate democrático convive com esse espaço de críticas, próprio da retórica da publicidade eleitoreira.”
Secretaria de Comunicação Social
Procuradoria-Geral da República
MPF

Fabiana di Lúcia: ‘Empreendedores terão que inovar oferta de seus produtos’



Secretária de Empreendedorismo fala do trabalho da pasta, criada há 30 dias para reforçar a ajuda do governo aos negócios em tempo de pandemia

Foto: Divulgação
Ao assumir a recém-criada Secretaria de Empreendedorismo, Fabiana di Lúcia recebeu do governador Ibaneis Rocha uma missão em meio à crise econômica: dar suporte às micro, pequenas e médias empresas, setores mais afetados pela pandemia do novo coronavírus no Distrito Federal. Negócios como bares, restaurantes, salões de beleza e lojas se viram sem apuros e pediam socorro para não fechar de vez e manter a empregabilidade.
Esse trabalho já vinha sendo desenvolvido pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, até que Ibaneis decidiu criar uma secretaria especialmente voltada aos pequenos empreendimentos – responsáveis por mais de 90% da geração de emprego no Distrito Federal. “Embora as grandes empresas sejam as responsáveis pela maior arrecadação, as micro e pequenas são as que mais geram empregos, e o governador tem sido muito sensível ao problema do desemprego”, lembra Fabiana.
Estudar a abertura de linhas de crédito junto ao Banco de Brasília (BRB), criar plataformas de venda e ressignificar a oferta de bens e serviços vêm se revelando o caminho para salvar quem, há três meses, está de portas fechadas – e com as vendas no vermelho.
Na entrevista concedida à Agência Brasília, Fabiana di Lúcia defende a desburocratização do Desenvolve-DF para a abertura de negócios, um mapeamento de demandas por regiões administrativas que pretende pedir à Codeplan e fala das parcerias desenvolvidas com o Sistema S – formado por  Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Serviço Social do Comércio (Sesc), Serviço Social da Indústria (Sesi), Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio (Senac), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) e Serviço Social de Transporte (Sest) –  para a oferta de cursos à população. Confira os principais trechos da entrevista.
Por que o governador Ibaneis Rocha decidiu desmembrar as suas funções da Secretaria de Desenvolvimento Econômico? Qual a necessidade de criação da pasta?
A Secretaria de Empreendedorismo já era fruto de um plano do governo Ibaneis. Ele já tinha feito esse compromisso, com o setor produtivo, de criar essa secretaria totalmente voltada ao empreendedor. No decorrer das minhas atividades aqui na Subsecretaria de Programas e Incentivos, nós já havíamos iniciado esse relacionamento, e com o passar do tempo o governador achou que era o momento adequado para a criação oportuna, principalmente em razão da pandemia, onde surgiu uma necessidade maior de interlocução entre o governo e o setor produtivo.
O DF tem alguma característica específica em relação ao grande número de micro, pequenas e médias empresas?
Num universo de 330 mil empresas, 99% são de micro e pequeno porte. Então, são essas empresas que demandam uma atuação mais direta. Embora as grandes empresas sejam as responsáveis pela maior arrecadação, as micro e pequenas são as que mais geram empregos. E o governador Ibaneis tem sido muito sensível ao problema do desemprego.
Nestes 30 dias à frente da secretaria, ouvindo empreendedores justamente num momento em que grande parte dos pequenos negócios está fechada por conta da quarentena, o que a senhora percebe como prioridade para esses empreendimentos?
A primeira coisa que nós, como governo, estamos fazendo desde o início da secretaria é essa interlocução do governo com o setor produtivo, visando minimizar os impactos principalmente desses que não vão conseguir mais se manter funcionando. Estamos, então, criando alternativas de inovação tecnológica no âmbito dessa mudança mercadológica em razão da pandemia; estamos desenvolvendo aplicativos, cursos de empreendedorismo, atuações voltadas a outras entidades e empresas privadas que possam contribuir com essa formatação de um novo negócio. Também estamos trabalhando com outras secretarias para que de fato a gente consiga minimizar os impactos da pandemia.
Como funcionará o aplicativo?
Trata-se de uma ferramenta por meio da qual será possível oferecer serviços e produtos, e os consumidores que quiserem podem contatá-los diretamente pelo aplicativo. É uma forma de tirar as pessoas da informalidade e fomentar o consumo e a sobrevivência dessas empresas que estão com suas atividades interrompidas.
Os pequenos negócios são os que mais sofrem com os impactos dessa crise. Qual deverá ser o caminho para reverter esse prejuízo?
É um momento muito delicado em que nós estamos diante de uma ressignificação de vida. Novos modos de consumo foram iniciados. Os empreendedores terão que inovar na oferta dos seus produtos. E hoje o que nós estamos tentando fazer é dar esse suporte para que os que não acompanharam essas inovações tecnológicas consigam se inserir nesse novo contexto social e desenvolvam uma nova forma de empreender. Nós temos uma parceria com todo o Sistema S, onde estamos implementando cursos voltados à educação empreendedora, à educação financeira, porque não basta a empresa ter recurso se ela não tiver um direcionamento para aplicá-lo de forma a alavancar novamente sua atividade e seus resultados. É importante que a gente viabilize ferramentas, em parceria com o setor produtivo e com o Sistema S, para que de fato esses empresários tenham suporte tanto na oferta dos seus produtos e serviços quanto na requalificação profissional.
A senhora acredita, então, que ressignificar a forma de venda é o caminho?
A ideia é que esse aplicativo em fase de criação seja uma ferramenta como um marketplace. Ele surge para entender aquelas empresas – principalmente as que fecharam as portas –, para que elas possam oferecer no mundo virtual os seus produtos. Hoje já é uma realidade. Nós temos diversos aplicativos que têm uma plataforma de diversas lojas em que se entra e compra. E, com essa restrição do contato social, é uma inovação que será primordial para a manutenção de qualquer empresa.
Já tem nome esse aplicativo?
Ainda não. Nós o estamos desenvolvendo com o suporte do BRB e ouvindo o setor produtivo, que já tem plataformas semelhantes prontas, e o que a gente puder fomentar, o que já pode ser executado imediatamente, é o ideal nesse momento.
Estão sendo estabelecidas parcerias com o BRB para criar linhas de crédito para os micro, pequenos e médios empreendimentos? Como isso se dará?
Nós já estamos em parceria com BRB. Nos próximos dias será assinado um novo programa com o banco, chamado Empreende DF, onde serão oferecidas linhas de crédito diferencias, taxas diferencias. Também poderão ser utilizadas as linhas de crédito Educação Mais Mulher – voltado para as mulheres empreendedoras, custo zero no aluguel das maquininhas [de cartões de crédito e débito]. É um pacote de serviços que vamos executar com o propósito de viabilizar as atividades empreendedoras. Além disso, temos o Procred-DF, que veio como mais uma ferramenta para socorrer a atividade empresarial, voltado para o micro, pequeno e médio empreendimento, incluindo o microempreendedor individual [MEI], e para empresas de qualquer porte nas áreas de educação, saúde e cultura, onde essas empresas terão uma linha de crédito diferenciada, mais acessível, com taxas de juros mais baixas. [As empresas] poderão também utilizar o fundo garantidor como forma de substituição exigidas. São aquelas empresas que necessitam do crédito, mas não possuem condições de prestar as garantias exigidas nos contratos de empréstimos e financiamento bancário.
Como tem se dado a criação de uma Unidade de Atendimento à Mulher Empreendedora na secretaria?
Nós estamos trabalhando em parceria com a Secretaria da Mulher, tanto na capacitação quanto no acompanhamento após essa formação. A ideia é fomentarmos as atividades empreendedoras das mulheres, dando a elas liberdade econômica, inclusive nos cenários de violência doméstica, onde a mulher muitas vezes se mantém numa relação abusiva, refém da sua dependência econômica. Nós queremos, além de capacitar, fornecer, em parceria com a Secretaria da Mulher, esse apoio socioemocional, e o direcionamento no banco de oportunidades dessas mulheres atendidas pelo programa. Há também outras ações voltadas ao cooperativismo feminino. Estamos participando da criação de cooperativas de mulheres. A ideia é que trabalhemos isso, principalmente, nas regiões mais carentes, para que as mulheres atendidas consigam fomentar uma atividade empreendedora, com acesso aos recursos como fonte de receita.
A mulher tem uma grande representação no percentual de empreendedores no Distrito Federal, certo?
Temos dentro da atividade empreendedora um universo de quase 40% feminino, sendo que maioria é chefe de família.
Como outros órgãos e secretarias do GDF têm trabalhado em conjunto com a Secretaria de Empreendimentos?
Como eu disse, nós temos um acordo de cooperação com o Sistema S para que a gente tenha essa oferta de cursos. Eu também pedi um estudo à Codeplan e à Junta Comercial para que consigamos fazer o levantamento do perfil vocacional dos moradores por Região Administrativa. Com isso feito, será possível oferecer cursos de acordo com essas particularidades. Assim, teremos mais efetividade nas ofertas. Além disso, teremos cursos que estão sendo desenvolvidos pela Secretaria da Mulher, como o Projeto Oportunidade, fortalecendo as mulheres empreendedoras. Essa ação conjunta entre órgãos e secretarias do governo é fundamental.
O Pró-DF foi reformulado e se transformou no Desenvolve-DF. Por que foi feita essa mudança, e qual a vantagem dela?
O Desenvolve-DF veio como uma continuidade de apoio às atividades empreendedoras, onde o governo, por meio de uma concessão de uso, faz a disponibilização dos terrenos para a instalação da empresa. Até então, era feito um contrato de compra e venda, porém,em razão de uma determinação do Tribunal de Contas [do Distrito Federal e Territórios], fizemos essa reformulação do programa. A conclusão a que nós chegamos é que o melhor modelo seria de Concessão do Direito Real de Uso (CDRU), onde o empreendedor vai pagar uma taxa a partir de 0,20% do valor do imóvel, e essa concessão será no período de cinco a 30 anos, podendo ser renovada por mais 30.
Qual a principal vantagem desse sistema para quem vai empreender?
Como se trata de uma concessão, que é a espécie de um aluguel pelo uso do terreno, o empreendedor não precisará se descapitalizar do recurso que tem para compra do terreno e vai poder direcioná-lo a investimentos na própria atividade. Outro importante detalhe é que a própria CDRU poderá ser utilizada como forma de garantia para obtenção de acesso ao crédito junto ao BRB.
As ações planejadas pela senhora na secretaria foram atropeladas pela crise econômica?
Nós estamos trabalhando quase 24 horas por dia. Ao criar a secretaria num cenário de pandemia, o governador Ibaneis acreditou no poder de apoio da pasta. Então, é importante que a gente se dedique ao máximo para ajudar o setor produtivo a se restabelecer dentro desse cenário econômico. Passados 30 dias de criação da secretaria, já estamos captando a vinda várias empresas de outros estados para o Distrito Federal – uma forma de minimizar esse cenário de desemprego. Estamos trabalhando com a concessão de benefícios para que esses empreendimentos venham para Brasília, além de impulsionar aquelas empresas que já estão instaladas por aqui. As negociações estão avançadas, e em breve poderemos anunciar os ramos e os nomes.
AGÊNCIA BRASÍLIA