DF Governo sancionou texto que endurece cobrança para quem vandalizar estabelecimentos; maior valor é para dano a monumentos ou bens tombados. Novas leis também criam benefícios para pessoas em situação de rua e cooperativas.
Uma nova lei publicada nesta segunda-feira (8), em edição extra do Diário Oficial do Distrito Federal (DODF), aumenta em dez vezes a maior multa para pichadores. A cobrança passa de R$ 10 mil para RS 100 mil.
A regra vale para monumentos e bens tombados. De acordo com o texto, "nos danos em estabelecimentos comuns", a multa sobe de R$ 5 mil para R$ 25 mil.
A lei determina ainda que, além da multa, os pichadores devem custear despesas para restauração do dano. A norma é de autoria do deputado distrital Eduardo Pedrosa (PTC).
Além de atualizar a pena para pichações, a edição do DODF também trouxe duas novas leis que criam benefícios para pessoas em situação de rua e cooperativas (saiba mais abaixo).
Grades em comércios pichadas na via W3 Sul, em Brasília — Foto: TV Globo/Reprodução
Pessoas em situação de rua
Entre as novas leis sancionadas pelo governador Ibaneis Rocha (MDB), uma delas define direitos da população em situação de rua durante situação de emergência ou estado de calamidade pública. O autor é o distrital Fábio Felix (PSOL).
Acampamento provisório montado em contêineres para pessoas em situação de rua no DF — Foto: Acácio Pinheiro / Agência Brasília
O texto prevê ainda uma renda mínima para os sem-teto. Contudo, a lei não define quando e nem como deve ser feito o repasse.
O G1 questionou o GDF sobre a regulamentação do benefício, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Acampamento montado no autódromo Internacional Nelson Piquet, no DF, para as pessoas em situação de rua — Foto: Acácio Pinheiro / Agência Brasília
Ao sancionar o projeto, Ibaneis vetou dois artigos. Um deles previa "a garantia de acesso irrestrito a água potável e condições adequadas de higiene "aos sem-teto. O segundo, trecho retirado da lei previa "cinco refeições diárias durante todos os dias do ano".
Cooperativismo
Outra lei sancionada cria a Política Distrital do Cooperativismo, que prevê medidas de promoção do desenvolvimento social, econômico e cultural do setor. Entre elas, um tratamento tributário diferenciado.
De acordo com o texto, de autoria do deputado distrital Roosevelt Vilela (PSB), a cobrança de impostos "não pode resultar em tributação mais gravosa aos cooperados, pessoas físicas ou jurídicas, do que aquela decorrente das atividades ou operações realizadas de modo autônomo".
Ainda de acordo com a lei, o GDF deve firmar, "quando oportuno", convênios com cooperativas ou com as suas entidades de representação e profissionalização.
O governador Ibaneis Rocha vetou artigos que previam o estímulo ao cooperativismo nas escolas públicas do DF, a determinação de que apenas "cooperativas legalmente constituídas" poderiam participar de contratos públicos, além da possibilidade de recolhimento de tributos por parte das cooperativas de crédito por meio de convênios com o governo.
Postos itinerantes estão em seis regiões; veja endereços. Exame é feito a partir da coleta de gotas de sangue, e resultado sai após 30 minutos.
Testes rápidos para Covid-19 no Distrito Federal — Foto: Breno Esaki/Agência Saúde
A Secretaria de Saúde divulgou, nesta segunda-feira (9), seis novos pontos de testagem itinerante para o novo coronavírus. Os exames são gratuitos e, diferente do que ocorre com o modelo "drive thru", não exige agendamento prévio.
Os testes devem ser feitos por quem apresenta sintomas da Covid-19. O atendimento é de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, e vale até esta sexta (12).
ATUALIZAÇÃO: Às 11h30 desta sexta-feira (9), após a publicação da reportagem, a Secretaria de Saúde informou que o ponto de testagem no Riacho Fundo II funcionará apenas na próxima semana. "A Saúde pede desculpas pelos transtornos causados em função da informação incompleta veiculada na matéria sobre os postos de testagem desta semana", diz comunicado.
O público-alvo são moradores de São Sebastião, do Paranoá, Park Way, Estrutural, Candangolândia e Noroeste. Veja endereços abaixo:
Para moradores da zona rural de São Sebastião (8 a 9 de junho)
Escola Arguilhada - BR 251, Km 69 Rod. Brasília/Unaí Rural
Escola Jataí - DF 140, Km 11, Barreiros
Para moradores da zona rural do Paranoá (9 de junho)
PAD-DF – BR-251, Km 07, estrada de Unaí
Para moradores do núcleo rural Vargem Bonita, no Park Way (8 de junho)
Centro Educacional Vargem Bonita – St. de Mansões Park Way, rua 1, Núcleo Hortícula
Para moradores da Estrutural (10 de junho) - exclusiva para funcionários da Fábrica Social
Fábrica Social – Cidade do Automóvel, estrutural, quadra 14, conjunto 2, lote 16
Para moradores da Candangolândia (12 de junho)
Administração Regional – Rua dos Transportes, Área Especial nº 01
Os testes feitos na região do Noroeste serão destinados exclusivamente para trabalhadores de construção civil da região. Confira endereço para testagem:
SRPN trecho 2
Quem pode fazer os testes?
O teste deve ser realizado por pessoas que apresentam sintomas, como febre e tosse, há mais de sete dias. A Secretaria de Saúde recomenda o uso de máscaras já ao sair de casa.
O exame é simples e feito a partir da coleta de gotas de sangue. O resultado sai após 30 minutos. Após o prazo, o GDF continuará com os atendimentos em pontos outras regiões administrativas.
CORONAVÍRUS Informação foi divulgada pela Febraban
FOTO: REPRODUÇÃO
Os bancos não abrirão em todo o país na próxima quinta-feira (11), feriado de Corpus Christi, mesmo nos municípios que anteciparam o feriado em virtude do combate à pandemia de covid-19.
“Essa situação será observada em todos os municípios brasileiros, inclusive naqueles que eventualmente implementaram alguma forma de antecipação desse feriado em virtude do combate à pandemia”, disse a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em nota.
Desta forma, as agências permanecerão fechadas, sem atividades nos sistemas de transferência de reservas (STR), sistema especial de liquidação e de Custódia (Selic) e taxas de câmbio.
Com as agências bancárias fechadas no dia 11, estarão prorrogados para o primeiro dia útil subsequente todos vencimentos de contas, incluindo boletos e contas de concessionárias, agendamento de pagamentos e envios de transferências.
Os terminais de autoatendimento, aplicativos de celular e internet permanecerão provendo os serviços de forma usual, como já ocorre em feriados bancários.
Coronavírus acelerou digitalização e forçou dinâmica de trabalho 100% remoto e orienta cada vez mais a mentalidade digital first
Por Filippo Di Cesare*
Hoje às 18h00
Foto: Shutterstock
FacLinkedInTwitterWhatsAppFlipboEmaiA sensação de retomada da economia em 2020 ficou para trás com a chegada de uma inesperada pandemia. Está claro que teremos uma recessão global profunda e generalizada num curto prazo, abalando significativamente o PIB, gerando dívida pública e privada, além do crescimento no desemprego, que será maior quando a crise do Coronavírus terminar. Claramente, muitos setores serão afetados.
Quando haverá a esperada recuperação da economia e qual forma terá essa recuperação? Depende da efetividade das medidas adotadas pelos governos para conter a disseminação de vírus e o que governos e bancos centrais farão para apoiar a crise de liquidez das empresas. Hoje ouvimos várias análises que sustentam diferentes opiniões sobre a curva econômica, mas a verdade é que a forma que a recuperação econômica seguirá depende de como serão as curvas pandêmica e de insolvências corporativas.
Por um lado, um aquecido e insensato debate político e econômico em conflito com a saúde como se as duas questões não estivessem altamente correlacionadas e interdependentes. Por outro lado, um vírus que empurrou a sociedade para o digital, um modelo que já era experimentado nos nossos hábitos há anos, mas definitivamente a emergência desta crise tornou ainda mais urgente a transformação digital e a adaptação de processos. A Covid-19, sem dúvida, acelerou uma cultura que estava em andamento em muitas empresas e o impacto dessa pandemia demonstrou claramente às organizações como a transformação digital é vital para a sobrevivência de qualquer empresa e serviço.
E como será depois desta comprovação aprendida à força? O coronavírus foi um acelerador da digitalização e forçou uma dinâmica de trabalho 100% remoto, fazendo as empresas experimentarem desde as funções internas, até as reuniões, as viagens e as relações comerciais à distância. O que antes era apenas um complemento de trabalho presencial, vai se tornar um padrão de trabalho. Mas a aceleração mais interessante será na mudança de mentalidade, tanto de consumidores, como de empresas, que abraçarão cada vez mais o “digital first approach”. O que precisa ficar claro neste cenário é que a experiência digital não será mais apenas complementar aos canais tradicionais, mas passará a ser a principal maneira de interação e negócios.
Isso significa a necessidade ainda maior de oferecer uma experiência de excelência e personalizada, que implica em investimentos em Inteligência Artificial, Machine Learning, Data & Analytics, Integração, Agilidade, Assistentes Virtuais, Omnicanalidade e, claramente, uma aceleração ainda maior para o uso da nuvem como tecnologia fundadora da transformação digital, que possibilita o ecossistema operar digitalmente.
No meio do caminho, a segurança cibernética, que vai imperar e ser crucial num mundo em que as intervenções serão cada vez mais virtuais. Na ponta, a aceleração de soluções de Realidade Aumentada, Realidade Mista e Realidade Virtual serão precursores de um mundo cada vez mais remoto, distribuído e digitalizado.
Ao final dessa equação, teremos um mundo em que os negócios se voltarão não apenas à criação de valor para o cliente, garantindo uma boa experiência, mas também uma convivência virtual, com o sentimento de engajamento e pertencimento que reúne o cliente, o colaborador e o parceiro, todos num ambiente de compartilhamento e unicidade. Depois da pandemia, surge um mundo digital, acelerado para um cenário que naturalmente ocorreria daqui, aproximadamente, dez anos. Quem se preparar para isso, seguirá o curso natural dos negócios.
*Filippo Di Cesare é CEO da Engineering Latam (Brasil e Argentina), companhia global de TI e Consultoria especializada em Transformação Digital
CBF justificou a retirada da candidatura por, segundo a entidade, não ter garantias do governo federal após a pandemia
A CBF decidiu apoiar a candidatura da Colômbia (A2M/CBF)
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) retirou a candidatura do Brasil à sede da Copa do Mundo Feminina de 2023. Em nota divulgada nesta segunda-feira (8), a entidade justificou a decisão "após minuciosa avaliação" e "uma combinação de fatores", como a falta de garantias do governo federal devido à pandemia do novo coronavírus.
A CBF decidiu apoiar a candidatura da Colômbia - que concorre com Japão e com uma parceria entre Austrália e Nova Zelândia para receber a competição.Segundo a nota, a Fifa considerou que a candidatura brasileira não apresentou "as garantias do doverno federal e documentos de terceiras partes, públicas e privadas, envolvidas na realização do evento". A CBF alegou compreender o protocolo padrão da entidade e recordou que o governo elaborou uma carta de apoio institucional que assegurava o país como "absolutamente apto", do ponto de vista estrutural, para receber as disputas, "como já o fez em situações anteriores".
O comunicado, porém, sublinhou que o governo, "por conta do cenário de austeridade econômica e fiscal, fomentado pelos impactos da pandemia da Covid-19", avaliou não ser "recomendável, neste momento, a assinatura das garantias solicitadas". A Confederação disse entender a cautela "diante do momento excepcional vivido pelo país e pelo mundo". Ponderou, ainda, que o acúmulo de eventos esportivos de grande porte realizados em curto intervalo de tempo no Brasil "poderia não favorecer a candidatura na votação do próximo dia 25 de junho, apesar de serem provas incontestáveis de capacidade de entrega".
Já sobre a opção de apoiar a campanha colombiana para receber o Mundial, a CBF avaliou que uma candidatura única da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) aumenta as chances de a competição ocorrer no continente pela primeira vez. Realizada desde 1991, a Copa Feminina foi disputada duas vezes na Ásia (ambas na China), três na América do Norte (duas nos Estados Unidos e uma no Canadá) e três na Europa (Suécia, Alemanha e França).
Passageiros chegam a Grande Central de Manhattan, vindo do subúrbio, durante a hora do pico em 8 de junho, primeiro dia da fase 1 da reabertura econômica da cidade de Nova York (Crédito: AFP)
A cidade de Nova York, epicentro da pandemia do novo coronavírus nos Estados Unidos, começou a reabrir economicamente nesta segunda-feira (8), após um confinamento de três meses, no mesmo dia em que a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que a situação por causa da pandemia piora em todo o mundo.
A COVID-19, que já deixou mais de 7 milhões de infectados e 403.000 mortos em todo o mundo, agrava-se na América Latina, especialmente no Brasil, México e Peru, os países mais afetados.
“Embora a situação na Europa esteja melhorando, globalmente há uma piora”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em entrevista por chamada de vídeo em Genebra.
“Em nove dos últimos 10 dias, mais de 100.000 casos foram relatados. Ontem, mais de 136.000 casos foram contabilizados, o máximo em um único dia”, acrescentou.
Segundo o chefe da OMS, quase 75% dos casos registrados neste domingo estavam concentrados em 10 países, a maioria das Américas e do sul da Ásia.
Cerca de 400.000 nova-iorquinos voltaram aos seus empregos nesta segunda, primeiro dia da reabertura parcial, que permite o retorno da construção e das manufaturas. As lojas podem fazer entregas nas calçadas ou dentro dos seus comércios, para clientes que tenham feito compras on-line.
“Me sinto bem de voltar”, disse à AFP Michael Ostergren, gerente da livraria Shakespeare & Co., situada no bairro Upper West Side de Manhattan, enquanto os primeiros clientes chegavam para pegar seus livros. “Todos querem sair de casa”, afirmou.
Mas a América Latina, novo epicentro do vírus, com mais de 1,3 milhão de casos e quase 66.000 mortes, prepara-se para o pior. O Brasil tem o terceiro maior número de mortes por coronavírus no mundo, mais de 36.000, mas o presidente Jair Bolsonaro continua minimizando o impacto da doença e pede que os governadores suspendam as medidas de isolamento.
No México, segundo país con o maior número de óbitos na região, com 13.600 mortes, o presidente Andrés Manuel López Obrador, que voltou a fazer viagens pelo país, disse que não irá fazer testes para a doença, apesar de um membro do governo que o acompanha em suas coletivas diárias à imprensa ter testado positivo.
O Peru, o terceiro país mais afetado na América Latina, apesar da quarentena obrigatória imposta há 85 dias, tem seu sistema de saúde à beira do colapso por causa da falta de oxigênio.
Na Ásia, o medo do vírus persiste, por não se ter certeza de que ele esteja controlado, e os casos e mortes aumentam na Índia, com 1,3 bilhões de habitantes, cujo governo autorizou a reabertura de locais de oração e centros comerciais após um confinamento de 10 semanas.
– Mais casos por causa dos protestos? –
Desde março, o novo coronavírus registrou mais de 21.000 mortes suspeitas e confirmadas em Nova York, cidade mais populosa dos Estados Unidos.
No coração de Manhattan, K.B. Barton, 61 anos, deixa a The Container Store com três sacolas grandes nas mãos. “Fiz compras on-line e vim buscar meu pedido. Hoje, Manhattan está mais movimentada. Estou mais feliz”, disse à AFP, apesar de lamentar que nem todos estejam usando máscaras.
Na região do Queens, o metrô estava mais movimentado do que o normal nas últimas semanas na hora do rush. “Eu quase enlouqueci no confinamento”, confessou à AFP Brandy Bligen, uma passageira de 70 anos, que aguarda ansiosamente a chegada da segunda fase da reabertura, que permitirá o funcionamento de restaurantes e cabeleireiros daqui a 15 dias, caso o número de infectados não aumente.
Os bares e restaurantes de Nova York poderão abrir na fase três, mas teatros e museus apenas na última fase, possivelmente no final de julho, e com capacidade reduzida.
“Este é um momento triunfante para os nova-iorquinos que lutaram contra essa doença”, disse o prefeito, Bill de Blasio, à CNN.
Centenas de lojas da cidade ainda estão fechadas devido aos roubos ocorridos durante os protestos contra o racismo e a brutalidade policial ocasionados pela morte de George Floyd.
O toque de recolher de uma semana, imposto pelo prefeito após o roubo de lojas, terminou nesta segunda, às 05H00. Temendo um novo surto, o governador de Nova York, Andrew Cuomo, pediu a todos os manifestantes que fizessem o teste para a doença.
– Quarentena para todos no Reino Unido –
Na Europa, mesmo os países mais afetados estão progredindo aos poucos para o chamado “novo normal”. Na Bélgica, bares e restaurantes abriram as portas, aplicando medidas de distanciamento social entre clientes. A Irlanda abriu as lojas, além de permitir reuniões de até seis pessoas e viagens para até 20 km de casa.
A reabertura do Reino Unido, o segundo país mais afetado do mundo, com o registro de mais de 40.000 mortes, é cautelosa: quem entrar no país deve cumprir uma quarentena de duas semanas, incluindo os britânicos. Insatisfeitas, as companhias aéreas entraram na justiça.
Na Espanha, que registrou mais de 27.000 mortes, os jogos de futebol da Liga serão retomados na próxima quarta-feira, após três meses de suspensão.
Nas regiões de Madri e Barcelona, a segunda fase do plano de reabertura permite que todas as lojas sejam abertas a partir desta segunda, mas apenas com 40% de sua capacidade.
Nas praias de Barcelona, por exemplo, as pessoas podem tomar banho e tomar sol quando, até o momento, só era permitido caminhar, correr ou praticar natação.
SAÚDE Vários medicamentos já aprovados para outras doenças ou em fase avançada de pesquisas clínicas estão sendo avaliados no momento contra a Covid-19
Cientistas do mundo inteiro estão se esforçando para encontrar um tratamento eficaz contra o coronavírus. Foto: Deborah Maxx/SAÚDE é Vital
Levantamento feito nas principais bases de dados sobre ensaios clínicos do mundo mostra que 153 remédios estão sendo testados em 1 765 estudos com pacientes que contraíram Covid-19. O número revela a dimensão do esforço científico global em curso para combater o coronavírus, que conta ainda com outras frentes, como o desenvolvimento de vacinas.
Pesquisas relacionadas à busca de medicamentos e vacinas contra o novo coronavírus serão o tema do seminário on-line “Vetores saudáveis: Desenvolvimento de Medicamentos e Vacinas para a Covid-19 e os Desafios em Saúde no Brasil”, realizado no dia 10 de junho pela Universidade de São Paulo (USP) e a Academia de Ciências do Estado de São Paulo (Aciesp).
O evento terá como expositores o médico Drauzio Varella; o pesquisador Adriano D. Andricopulo, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP e diretor executivo da Aciesp; e Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan e pesquisador do Centro de Terapia Celular (CTC) na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP), que é apoiado pela Fapesp.
“Entre as 153 substâncias químicas registradas nos testes clínicos, há antivirais, antiparasitários e medicamentos desenvolvidos para diferentes condições”, diz Andricopulo, responsável pelo levantamento.
Diversidade de medicamentos
Pela metodologia conhecida como reposicionamento de fármacos, são testadas moléculas já aprovadas para outras doenças ou que estão em fase avançada de testes clínicos. Entre as 153 moléculas em avaliação contra a Covid-19, os antivirais aparecem na liderança, com 26 candidatos. Outros 18 são medicamentos anticâncer, 14 imunossupressores, 13 anti-hipertensivos, 12 antiparasitários e 12 anti-inflamatórios.
Das 58 medicações restantes, há antibióticos diversos, antiulcerosos, anticoagulantes, antidepressivos, antipsicóticos, vasodilatadores, antidiabéticos, corticosteroides e redutores de colesterol.
Um dos mais promissores, até agora, é o antiviral remdesivir, desenvolvido originalmente para combater o vírus ebola. Ele, no entanto, tem a desvantagem de só poder ser administrado na forma injetável.
Por isso, duas outras moléculas têm se destacado como alternativas. A EIDD-2801 ataca a mesma enzima viral que o remdesivir, mas pode ser administrada por via oral, em comprimidos. Além disso, os testes realizados até agora mostram que ela seria mais eficaz contra as formas mutantes do vírus, evitando a criação de resistência ao medicamento. Outro princípio ativo semelhante e mais simples, a EIDD-1931, atrapalha o processo de transcrição do material genético do vírus, levando à interrupção da replicação.
Andricopoulo ressalta, porém, que não há vacina nem medicamento específico aprovado para o coronavírus e que, por isso, o levantamento acende um sinal de alerta. “Ainda estamos distantes de alcançar um tratamento com 100% de eficácia e é pouco provável que isso ocorra no curto prazo. A pouca eficácia dos medicamentos em investigação clínica sugere que o tratamento da covid-19 deva ser feito com uma combinação de fármacos, de acordo com a avaliação do quadro e das condições de cada paciente”, diz.
O webinar poderá ser acompanhado pelo site do Instituto de Estudos Avançados da USP: www.iea.usp.br/aovivo.