quinta-feira, 7 de maio de 2020

Casos de roubo em residência crescem no DF durante isolamento social

DF
Em março e abril deste ano houve 100 ocorrências do tipo, 6% a mais que mesmo período do ano passado. Estupro e homicídio registraram queda.

lícia Civil cerca área de residência para fazer perícia em casa alvo de tentativa de roubo em Samambaia, no DF; em imagem de arquivo — Foto: TV Globo/Reprodução
Os registros de roubo em residência cresceram 6% no Distrito Federal durante o período de isolamento social - entre março e abril - devido à pandemia do novo coronavírus. A atualização dos dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP) foi divulgada nesta semana.
A partir do levantamento, o G1 comparou os números com o mesmo período de 2019, quando houve 100 ocorrências do tipo, contra 94 nos mesmos dois meses de 2020. As medidas de distanciamento social no DF começaram a ser implementadas no dia 12 de março, com o fechamento das escolas.
Apenas em abril deste ano, houve 59 residências assaltadas na capital. No ano passado, esse número foi de 47 casos. Este foi o único crime que cresceu no DF no último mês em relação a 2019. (veja tabela completa abaixo).
O balanço também revela que, na contramão dos roubos em residências, houve queda na maior parte dos crimes no último bimestre, como homicídio, estupro e roubo de veículos.
G1 questionou a SSP sobre a alta dos casos de roubo a residência, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
CrimesMarço de 2019Abril de 2019TotalMarço de 2020Abril de 2020TotalAlteração 2019/20
Latrocínio404707+ 75%
Roubo em Residência4747944159100+ 6%
Furto a pedestre34831466215278230- 65%
Estupro6262130273158- 55%
Roubo a pedestre2.6072.5485.1151.9181.2233.141- 39%
Roubo em transporte coletivo1441162608477161- 38%
Tentativa de Latrocínio301040161026- 35%
Tentativa de homicídio73891625955114- 29%
Roubo em comércio10112122211054164- 26%
Roubo de Veículo283315598262186448- 25%
Furto em Veículo7787901.5987484381.186- 24%
Homicídio473481441963- 22%

Latrocínios

Além do roubo em residências, houve alta nos casos de latrocínio – roubo seguido de morte. Contudo, os dados mostram que o crime ocorreu apenas em março, com 7 casos. Já em abril deste ano não houve registros, de acordo com o boletim da SSP.
Os números de latrocínio em março deste ano foram os maiores dos últimos 6 anos. A última vez em que o DF registrou 7 ocorrências desse tipo de crime no período foi em 2014.

Estupro e roubos

O crime com maior queda durante março e abril foi o furto a pedestre, que passou de 662 em 2019 para 230 em neste ano. Nesse período, o DF alcançou a taxa de 65,6% de adesão ao isolamento social, no dia 22 de março.
Em seguida, entre as maiores reduções estão os casos de estupro, que passaram de 130 registros em março e abril do ano passado, para 58 no mesmo período deste ano.

O que diz a SSP?


A SSP informou que é preciso comparar os dados com períodos dos anos anteriores, apesar do isolamento social alterar a quantidade de pessoas nas ruas. Veja:

"Cabe destacar que, para se ter um panorama mais preciso sobre a incidência criminal no DF, é importante que os dados estatísticos elaborados pela SSP/DF sejam comparados com o mesmo período dos anos anteriores. É preciso levar em conta diversos fatores sazonais ao comparar meses diferentes, pois determinados crimes tendem a aumentar ou a diminuir em determinados períodos"
G1 DF.

Cartórios do DF registram 63 mortes por suspeita de Covid-19; governo confirma 35

COVID-19
Dados são referentes a esta quinta-feira (7). Ao todo, 68 vítimas foram enterradas na capital, entre moradores do DF e outros estados.
Conheça a faixa etária dos mortos por covid-19 no Brasil, Itália ...
FOTO: REPRODUÇÃO
Os cartórios do Distrito Federal registraram 63 mortes por suspeita ou confirmação da Covid-19 até esta quinta-feira (7). São 28 casos a mais que o número oficial de óbitos contabilizado pelo governo do DF. Até o último boletim, divulgado na quarta (6), eram 35 vítimas confirmadas na capital.
O número de sepultamentos por suspeita de coronavírus na capital também subiu e chegou a 68 nesta quinta. Os dados são da Campo da Esperança, empresa que administra os cemitérios da capital.
A companhia afirma que o número de enterros "não corresponde necessariamente ao total de casos registrados no DF, visto que a concessionária recebeu demandas vindas de outras localidades. Da mesma forma, outros estados podem ter recebido demandas saídas de Brasília".
Já quanto à diferença entre o número de mortes registrado pelos cartórios e o oficial, o GDF explica que, ao declarar o óbito, o médico precisa indicar a causa da morte ou suspeita, mas que isso não significa confirmação.
"Nos casos de óbitos com suspeita de Covid-19, são colhidas amostras para investigação, podendo confirmar ou refutar a suspeita."


Dados dos cartórios
O levantamento dos cartórios é feito por meio dos atestados de óbito registrados na capital. Segundo os dados, o dia com maior número de mortespor suspeita de Covid-19 no DF foi 30 de abril, quando houve seis casos.
O estudo aponta que a maioria das vítimas é homem, com 38 registros, enquanto as mulheres são 25. Já em relação à idade, os mais afetados são os idosos, com 39 casos. Veja lista por faixa etária abaixo:
Mortes por suspeita de Covid-19 no DF, por faixa etária
Levantamento foi feito pelos cartórios da capital
Número de casos1111004477991313121214141111Menos de 9 anosDe 10 a 19 anosDe 20 a 29 anosDe 30 a 39 anosDe 40 a 49 anosDe 50 a 59 anosDe 60 a 69 anosDe 70 a 79 anosDe 80 a 89 anosDe 90 a 99 anosMais de 100 anos02,557,51012,515
Fonte: Portal da Transparência - Registro Civil

Letalidade no DF

Segundo os dados oficiais da Secretaria de Saúde do DF, a maioria das 35 vítimas da Covid-19 confirmadas é homem. São 20 casos, contra 15 entre mulheres.
O boletim aponta ainda que 32 tinham doenças relacionadas que agravaram a infecção. Problemas no coração, distúrbios metabólicos e doenças que afetam os pulmões são as mais comuns.
Ainda de acordo com o levantamento a taxa de letalidade do coronavírus no Distrito Federal é de 1,7%, sendo que as pessoas mais afetadas são aquelas com mais de 80 anos.

FONTE: G1 DF

Justiça Federal impede reabertura de comércio no DF

COVID-19
Decisão suspende novas medidas de flexibilização, previstas para o dia 11 de maio. Juíza solicita dados ao GDF e diz que 'é imprescindível considerar transparência das informações'.
Agente do DF Legal faz fiscalização em comércio do DF — Foto: DF Legal

A Justiça Federal suspendeu a reabertura do comércio no Distrito Federal, prevista para o dia 11 de maio. A medida determina a visita de uma comissão do Poder Judiciário à sala de situação – que monitora os casos do novo coronavírus, no Palácio do Buriti – nesta quinta-feira (7), para então reavaliar a proibição.A decisão é assinada pela juíza Kátia Balbino de Carvalho, da 3ª Vara Federal Cível, e atende a uma ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal, Ministério Público do Distrito Federal e Ministério Público do Trabalho.
"Certo é que fica mais fácil encontrar novas formas de comércio do que conviver com perdas de vidas. E o retrocesso de medidas de flexibilização geram mais insegurança e podem ter impacto mais nocivo também do ponto de vista econômico", cita trecho da decisão.
G1 entrou em contato com o Governo do DF, para saber de que forma a decisão será acatada, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
A determinação é para "suspender qualquer ampliação do funcionamento de outras atividades que se encontram suspensas até novo pronunciamento" da Justiça Federal.
Além de pedir a proibição de flexibilizações no comércio, o pedido dos promotores alegava que "não há transparência no tocante aos dados diários de testagem" e que "não foi apresentado um plano de como seria feita a fiscalização em caso de descumprimento das normas sanitárias e de isolamento".
Na decisão, a juíza afirma que "é imprescindível considerar sempre a transparência das informações e a segurança de todos, permitindo que cada ente exerça o seu papel de forma dinâmica como o momento exige". A magistrada solicitou uma série de dados ao governo do DF (saiba mais abaixo).

Flexibilizações

A ação civil pedia que a Justiça determinasse em uma liminar (decisão temporária) a anulação da reabertura de serviços considerados não essenciais, o que atingiria parte das flexibilizações já adotadas pelo governo – como o retorno do funcionamento do Cine Drive-In e lojas de eletrodomésticos.
Para o MP, essas atividades deveriam permanecer proibidas "enquanto durar o estado de emergência da saúde pública" declarada em decorrência da Covid-19.
Quanto ao pedido, a juíza entendeu que "não se justifica a interferência do Poder Judiciário para desfazer a liberação de alguns setores da economia, que, embora não essenciais, não indicaram ser fatores de aumento descontrolado de contágio".
A magistrada citou ainda que o governador Ibaneis Rocha (MDB) já adiou a reabertura do comércio para 11 de maio e que "o percentual de ocupação de leitos de UTI para pacientes com Covid-19 é inferior a 30%" da capacidade atual do DF.

Pedidos de informação

Na decisão, a juíza cita também uma série de informações que devem ser disponibilizadas pelo GDF. São elas:

  • Dados complementares referentes ao planejamento de retomada, com datas por bloco de atividades e regras sanitárias para diferentes ramos;
  • Número de leitos da rede pública e privada, normais e de UTI, disponíveis e ocupados destinados para pacientes com Covid-19;
  • Dados sobre processo de aquisição e planejamento de distribuição de máscaras para população e empregados no comércio;
  • Dados sobre processos de contratação e entrega de leitos de UTI da rede privada;
  • Datas de entrega e funcionamento dos hospitais de campanha no Mané Garrincha e no sistema prisional;
  • Regras sanitárias específicas para o transporte público;
  • Dados sobre aplicação de testes rápidos realizados diariamente por área administrativa e resultados, bem como medidas adotadas quando o resultado é positivo;
  • Plano de atendimento no comércio em horário específico para população de risco


Fonte: G1 DF