segunda-feira, 6 de abril de 2020

Tigresa testa positivo para covid-19 em zoológico de Nova York




Nadia e outros três tigres, mais três leões apresentaram tosse seca e perda de apetite; os outros seis animais não serão testados para evitar estresse

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Nadia, uma tigresa de 4 anos, foi infectada pelo coronavírus

Nadia, uma tigresa de 4 anos, foi infectada pelo coronavírus

Bronx Zoo via Reuters
Um tigre no zoológico do Bronx, na cidade de Nova York, testou positivo para a doença respiratória causada pelo novo coronavírus, no primeiro caso conhecido de um humano infectando um animal e deixando-o doente, disse o veterinário-chefe da instituição, Paul Calle, no domingo (5) .
Nadia, a tigresa malaia de 4 anos diagnosticada com covid-19, foi testada para a doença depois de desenvolver uma tosse seca junto com outros três tigres e três leões, informou a Wildlife Conservation Society, que administra o zoológico.
Acredita-se que o vírus que causa o covid-19 tenha se espalhado de animais para humanos, e um punhado de animais testou positivo em Hong Kong.
Paul Calle disse à Reuters que Nadia ficou doente após ter contato com um funcionário assintomático do zoológico. Segundo ele, não se sabe qual funcionário infectou o tigre.
Mesmo com outros tigres e leões também apresentando sintomas, o zoológico decidiu testar apenas Nadia porque ela estava mais doente e começou a perder o apetite. A medida tenta evitar submeter todos os felinos à anestesia, disse Calle.
Nadia foi submetida a raios-X, um ultra-som e exames de sangue para tentar descobrir o que a estava afetando. Eles decidiram testar o covid-19, devido ao aumento de casos na cidade de Nova York, o epicentro do surto nos Estados Unidos.
O primeiro tigre no zoológico, fechado desde meados de março, começou a mostrar sinais de doença em 27 de março, de acordo com os Laboratórios Nacionais de Serviços Veterinários do Departamento de Agricultura dos EUA, que realizaram o teste.
(Produção: Njuwa Maina)

MEC autoriza formatura antecipada para estudantes de medicina




Medida também vale para quem está no último período dos cursos de enfermagem, fisioterapia e farmácia

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Profissionais trabalharão contra coronavírus

Profissionais trabalharão contra coronavírus

National Cancer Institute/Unsplash
O MEC (Ministério da Educação) autorizou a formatura antecipada dos estudantes de medicina, enfermagem, farmácia e fisioterapia que estão no último período do curso exclusivamente para atuação nas ações de combate contra o coronavírus. A decisão foi publicada no DOU (Diário Oficial da União) desta segunda-feira (6). 

A colação de grau pode ser antecipada aos alunos que tenham completado a 75% da carga horária de estágio supervisionado ou internato médico
Estes profissionais recém-formados vão complementar as horas de estágio com o período trabalhado em função da pandemia do coronavírus para conseguirem o registro profissional definitivo. 
A medida vale para instituições federais e particulares. Segundo a decisão, "a atuação dos profissionais é de caráter relevante e deverá ser bonificada, uma única vez, com o acréscimo de dez por cento na nota final do processo de seleção pública para o ingresso nos programas de residência".
O Ministério da Saúde será o responsável pela seleção e alocação dos profissionais que vão atuar no combate ao coronavírus. 
DO ; R7

Boi gordo: com incerteza sobre consumo, frigoríficos continuam cautelosos



Scot Consultoria afirma que a estratégia estabelecida, devido ao consumo incerto de carne no mercado interno, é avaliar o comportamento das vendas, para então, definirem qual caminho seguir

Por Canal Rural

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Foto: Ministério da Agricultura

Em São Paulo, o mercado do boi gordo encerrou a última sexta-feira, 3, com preços estáveis na comparação dia a dia. Após uma semana com melhoria do volume de negócios, resultando no avanço das programações de abate, boa parte das indústrias saiu das compras.
A Scot Consultoria afirma que a estratégia estabelecida, devido ao consumo incerto de carne no mercado interno, é avaliar o comportamento das vendas, para então, definirem qual caminho seguir.
“Escalas curtas e cautela nas compras são características vistas nos frigoríficos. A incerteza sobre o consumo de carne bovina em curto prazo não dá margem para grandes compras de boiadas”, disse a empresa.
Atacado
Apesar das vendas fracas no atacado, que agora abastecem apenas açougues e mercados, o preço médio da carne bovina sem osso teve alta de 0,4% no atacado na semana passada, segundo levantamento da Scot Consultoria. No entanto, na comparação mensal, o preço é 1,2% menor.
Com a China voltando à rotina, mesmo que vagarosamente, espera-se que o país retorne às compras de carne brasileira em bons volumes, trazendo uma ‘fuga’ para o escoamento da produção no caso dos frigoríficos habilitados à exportação para os chineses, alguns inclusive estão em férias gerais devido à situação atual.
Para esta semana, os volumes negociados internamente devem continuar abaixo dos padrões normais, o que deve manter os preços da carne bovina frouxos do atacado.
canal rural . com . br



Rosberg: ''With Verstappen near, the chance of an outage is much higher'' 06-04-2020 10:56 by Editorial TeamGENERAL Rosberg: ''With Verstappen near, the chance of an outage is much higher'' Copy link Share on WhatsApp Share on Facebook Nico Rosberg only rode alongside Max Verstappen for two seasons, but the German did notice one thing. At least, when asked about the most annoying driver to race against. In 2015 Rosberg won't suffer much from Verstappen yet, as the Dutchman will be further on the grid in his debut year in the Toro Rosso. After four races, however, Verstappen will get into the car of Red Bull Racing and Rosberg will have to fight the young talent in his Mercedes. The German eventually wins the world title, but Verstappen has kept up with him. READ MORE Formula 1 is at a tipping point: ''Can just four teams disappear'' Verstappen is annoying ''Max Verstappen is clearly the most annoying driver to run into. I am a huge fan of him and he is a great driver to watch. However, if you are near him in the race, that increases the chance of a breakaway tenfold. In the last races of my world title he was always close by and in three out of four he even passed me'', the German at Sky Sports says. READ MORE Verstappen laughs Norris out: "I'm never gonna play that game'' However, Rosberg is not negative about the Dutchman, because he estimates him as a great contender for the world title and sees Red Bull with the Dutchman as the biggest defender of the title and former employer of Rosberg: Mercedes. READ MORE





06-04-2020 10:56

by Editorial Team
GENERAL
Rosberg: ''With Verstappen near, the chance of an outage is much higher''
Nico Rosberg only rode alongside Max Verstappen for two seasons, but the German did notice one thing. At least, when asked about the most annoying driver to race against.
In 2015 Rosberg won't suffer much from Verstappen yet, as the Dutchman will be further on the grid in his debut year in the Toro Rosso. After four races, however, Verstappen will get into the car of Red Bull Racing and Rosberg will have to fight the young talent in his Mercedes. The German eventually wins the world title, but Verstappen has kept up with him.

Verstappen is annoying

''Max Verstappen is clearly the most annoying driver to run into. I am a huge fan of him and he is a great driver to watch. However, if you are near him in the race, that increases the chance of a breakaway tenfold. In the last races of my world title he was always close by and in three out of four he even passed me'', the German at Sky Sports says.
However, Rosberg is not negative about the Dutchman, because he estimates him as a great contender for the world title and sees Red Bull with the Dutchman as the biggest defender of the title and former employer of Rosberg: Mercedes.

domingo, 5 de abril de 2020

Brasil registra 11.130 casos de covid-19 e 486 mortes



Publicado em 05/04/2020 - 18:26 Por Marcelo Brandão - Repórter da Agência Brasil - Brasília

O Ministério da Saúde divulgou, na tarde de hoje (05), os números atualizados do novo coronavírus. De acordo com a pasta, o número de infectados, no momento, é de 11.130. Isso representa um aumento de 852 casos em relação ao balanço divulgado ontem (4). O número de mortes é de 486. Foram 54 mortes nas últimas 24 horas. A taxa de letalidade do vírus no Brasil é de 4,2%.
O estado de São Paulo ainda concentra o maior número de casos (4.620) e também o maior número de mortes (275). Todas as regiões, no entanto, apresentaram aumento no número de casos. Em relação às mortes, apenas o Centro-Oeste não teve aumento, permanecendo com 12 óbitos registrados.
Na região Sudeste, o Rio de Janeiro, com 1.394 casos e 64 mortes; e São Paulo, com 4.620 casos e 275 mortes, se destacam. Na região Norte, o Amazonas concentra o maior número de casos, com 417, além de 14 mortes.
Na região Nordeste, o Ceará se destaca, com 823 casos e 26 mortes. No Centro-Oeste, o Distrito Federal tem o maior número de casos, muito à frente dos demais, com 468 casos e sete mortes. Os estados do Sul do Brasil apresentam um número de casos mais parelho. O Paraná é o estado da região com mais casos, 438, e Santa Catarina é estado com menos casos, 357.
Dentre os óbitos cuja investigação foi concluída, 228 são de homens e 160 de mulheres. O grupo de pessoas com 60 anos ou mais concentra a maior parte, com 312 (86%). As mortes de pessoas entre 40 e 59 anos somam 54. Além disso, 20 pacientes com idades entre 20 e 39 anos morreram.
Entre os grupos de risco com mais mortes estão os que sofrem de cardiopatia e diabetes. O Ministério da Saúde também registra mortes em pacientes com quadros de pneumopatia, doença neurológica, doença renal, imunodepressão, obesidade, asma, doença hematológica e doença hepática.
Edição: Narjara Carvalho

da Agência Brasil



Prorrogado até 3 de maio o atendimento emergencial no Hospital Veterinário




Definida por meio de instrução normativa, medida não anula retornos nem cirurgias agendadas

A medida vale para atendimentos de emergência. Horário de funcionamento deve ser observado: das 8h às 15h, com triagem até as 15h | Foto: Tony Oliveira / Agência Brasília
Boa notícia para quem tem algum animal de estimação em situação que requeira cuidado imediato: o Instituto Brasília Ambiental (Ibram), por meio de uma instrução normativa publicada na sexta-feira (3), prorroga até 3 de maio o expediente para atendimentos emergenciais no Hospital Veterinário Público (Hvep).
O horário disponível é das 8h às 15h, enquanto o período das triagens vai até as 13h. Retornos e cirurgias já agendadas não sofreram alterações. A medida está em conformidade com o Decreto n°40.583/2020, do governador Ibaneis Rocha, que, publicado no dia 1°, prorroga o isolamento social até o início de maio, em função da pandemia do novo coronavírus.
Precaução
“Esse tutor que trouxer o seu cão ou gato deve, de preferência, não pertencer ao grupo considerado de risco, pois mesmo com a restrição de acesso, temos observado muitos idosos trazendo os animais”, adverte a diretora técnica do Hvep, Mayara Cauper.
“Esse tutor que trouxer o seu cão ou gato deve, de preferência, não pertencer ao grupo considerado de risco, pois mesmo com a restrição de acesso, temos observado muitos idosos trazendo os animais”Mayara Cauper, diretora técnica do Hvep
A abertura do hospital apenas para as situações de emergência se faz necessária, pois em dias normais há uma grande concentração de pessoas no local, o que potencializa o risco de transmissões da Covid-19. As medidas previstas na instrução normativa que institui a prorrogação poderão ser reavaliadas a qualquer momento.
O Hvep está localizado no Parque Lago do Cortado, em Taguatinga Norte. O acesso pode ser feito pela QNF 14, ao lado do Sesi. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail: dicon@ibram.df.gov.br.
Com informações do Hvep
DA :AGÊNCIA BRASÍLIA 

Vigilância Sanitária orienta comerciantes e clientes de feiras




Gerência de Alimentos da Divisa elabora guia com dicas e recomendações para manter toda a proteção contra o vírus

Orientações valem tanto para quem trabalha nesses comércios quanto para o consumidor: todo cuidado é pouco | Foto: Acácio Pinheiro / Agência Brasília
A Gerência de Alimentos da Diretoria de Vigilância Sanitária (Divisa) elaborou um guia com orientações detalhadas para prevenção de transmissão do coronavírus em feiras permanentes do DF. O objetivo é alertar feirantes e clientes sobre os cuidados indispensáveis para reduzir os riscos de contaminação.
O comerciante deve reforçar os procedimentos de higiene das mãos e antebraços, além de fornecer aos clientes álcool em gel a 70%, em local de fácil acesso. Os técnicos alertam vendedores e clientes para a importância de não falar excessivamente, assobiar, rir, tossir e espirrar sobre os produtos, assim como tocar nos olhos, nariz e boca.
Outro cuidado diz respeito aos alimentos expostos à venda. Legumes, verduras, frutas e hortaliças devem ser previamente selecionados, para que o cliente escolha o pacote fechado. Folhosos e frutas em exposição devem ser pulverizados, a cada reposição, com diluição de hipoclorito de sódio a dois por cento. Outros produtos devem ser comercializados nas embalagens originais, seguindo recomendações dos fabricantes.
Higienização constante
Balanças, balcões e utensílios devem ser higienizados frequentemente. Produtos fracionados ou fatiados devem ser embalados e não podem ficar expostos ao ambiente. Não é recomendada a degustação.
A Divisa lembra que, na separação de áreas limpa e suja para abate de ave,s devem ser rigorosamente observadas as boas práticas de manipulação. Nos açougues e peixarias, os produtos devem obrigatoriamente ser mantidos sob refrigeração. Utensílios, tábuas e demais objetos precisam ser higienizados imediatamente após cada uso, enquanto os balcões devem ser limpos várias vezes ao dia.
Outro alerta da Gerência de Alimentos: não tocar o rosto após manusear embalagens como sacos plásticos, sacolas plásticas e embrulhos. Tanto comerciantes quanto clientes devem evitar a manipulação desnecessária de notas e moedas e, quando for inevitável, lavar as mãos após tocar nesses materiais. As máquinas de cartão também devem ser limpas após cada uso.
Atenção aos sintomas
Funcionários que apresentem febre ou sintomas respiratórios – como tosse seca, dor de garganta, mialgia, cefaleia e prostração e dificuldade para respirar –  deverão ser afastados do trabalho, retornando somente após 14 dias se não apresentarem mais sintomas.
As aglomerações e o longo tempo de permanência nas feiras não são recomendados. Os frequentadores devem usar álcool gel a 70% após tocar superfícies, produtos e outras pessoas. Quem apresenta sintomas respiratórios deve impreterivelmente ficar isolado, em casa.
Com informações a Secretaria de Saúde (SES)


Comércio eletrônico surge como solução para artesãos de Brasília




Secretaria de Turismo e entidades ligadas ao setor se unem para enfrentar a crise provocada pela pandemia

Com o lançamento do aplicativo Square City, artesãos poderão divulgar e vender seus produtos pelo sistema on-line | Foto: Divulgação / Setur
O artesanato sempre esteve entre as pautas prioritárias da Secretaria de Turismo (Setur). Diante do cenário imposto pela pandemia de coronavírus, a secretaria se uniu à Federação das Associações de Artesãos do DF e Entorno (Faarte/DF) e às demais associações do setor para criar uma plataforma de vendas on-line.
Assim foi lançado o aplicativo Square City, com a meta de firmar o artesanato virtual de Brasília para incentivar as vendas e apoiar os pequenos produtores da cidade. Trata-se de uma plataforma colaborativa para conectar o turista à cidade e proporcionar novas experiências de venda. A loja virtual será acessada pelo link www.squarecity.app.
“Estamos vivendo o impacto da crise em todas as atividades do setor”, lembrou a secretária de Turismo, Vanessa Mendonça, durante uma videoconferência com as representações do artesanato local. “Vamos trabalhar a realidade de hoje, já preparando com o trade [negociação simultânea de compra e venda] as ações para a retomada”.
Novas oportunidades
O presidente da Faarte/DF, Herbert Amorim, reforçou que a solução é a mais adequada para o momento. “Analisamos diferentes plataformas, e a mais completa é a da Square City”, disse. “Estamos criando um movimento de todos para todos”.
A mesma avaliação foi feita pela presidente do Sindicato dos Artesãos do DF, Sandra Madeira. “Essa iniciativa é necessária em um momento difícil”, destacou. “As pessoas estão preocupadas e buscando soluções. A Setur está de parabéns, e tenho certeza que a plataforma vai ajudar muitos artesãos do DF”.
O diretor-executivo da Square City, Helder da Silva Ramos, ressalta que a assinatura do Termo de Cooperação Técnica (TCO) entre a Setur e a plataforma também vai facilitar a vida do turista, que terá todas as informações na palma da mão. “A ideia é deixar todo mundo interligado, criando mais oportunidades de venda”, resume. “Vamos oferecer uma experiência e produtos locais de forma integrada, colaborativa e inteligente”.
“A ideia é deixar todo mundo interligado, criando mais oportunidades de venda”Helder da Silva Ramos, diretor-executivo da Square City
Como fazer parte
Após contratado o aplicativo – operação para a qual não há custo –, o artesão deve aguardar a liberação do administrador para iniciar o cadastro de produtos e, em seguida, preencher um formulário. Depois de feito o cadastro de todos os produtos, é gerado um QR Code e um link próprio da loja virtual para ser compartilhado. A partir desse momento, as vendas podem ser iniciadas.
 O cadastro pode ser acionado pelo link www.square-city.com.

Com informações da Setur


Ciro Marcondes e o quadradinho em forma de quadrinhos




O professor e crítico de cinema e HQs diz que é difícil pensar num brasiliense mais típico do que ele. “Discreto, pacato, gosto de pensar que tenho apreciação estoica da vida”, apresenta-se

16dias para os 60 anos de Brasília
Em homenagem à capital federal, formada por gente de todos os cantos, a Agência Brasília está publicando, diariamente, até 21 de abril, depoimentos de pessoas que declaram seu amor à cidade.
Foto: Arquivo pessoal
Ciro Marcondes diz que em Brasília estamos constantemente dentro de um filme. “De um filme construtivista russo, pensado por Lucio Costa e pelo comunista Oscar Niemeyer”, completa | Foto: Arquivo pessoal
“Minha mãe é goiana e meu pai, paulistano. Eles já tinham dois filhos, nascidos em São Paulo, antes de virem buscar uma nova aventura do viver em Brasília, no ano de 1978. Eu nasci pouco depois, em 1981. Até hoje guardo minhas fotos de quando ainda era quase um bebê, caminhando pelos azulejos pretos do chão do Bloco C da 308 Sul, a ‘quadra modelo’. Daí deriva também minha vida no jardim de infância (com araras!), na Escola Classe e na Escola Parque dessa quadra, onde tive experiências cristalizadas na memória, e onde conheci pessoas que hoje são velhos e inseparáveis amigos.
É difícil pensar num brasiliense mais típico do que eu. Discreto, pacato, gosto de pensar que tenho apreciação estoica da vida. A matematização do espaço na cidade, com sua ordem cartesiana, se inocula também na mentalidade do cidadão daqui, tornando-o, de certa forma (ainda que isso seja apenas um véu), ordeiro. Cidades caóticas e com nomes de ruas sempre me deixaram um pouco apavorado. Quando morei em duas delas (Vitória e Paris), tive de reaprender o caminhar e a orientação cardinal. Gosto de calcular e aferir o espaço. Gosto de organizar as informações e apresentá-las. Sou brasiliense, virei professor.
A matematização do espaço na cidade, com sua ordem cartesiana, se inocula também na mentalidade do cidadão daqui, tornando-o, de certa forma (ainda que isso seja apenas um véu) ordeiro.
Desde muito pequeno eu gostava de desenhar histórias em quadrinhos. Tratava-se de uma família de personagens abobalhados que moravam em Brasília (mais especificamente, no Gama, sabe-se lá por que, já que eu nunca pisara lá) e, como se a cidade fosse o centro do universo, tudo acontecia no DF: invasões alienígenas, aventuras de super-heróis, terremotos. Durante um certo tempo, Brasília era para mim o mundo – escrevi contos, poemas e até um romance (inacabado) sobre a cidade.
Existe aqui também uma horizontalidade de cinemascope, com faixas e frequências de percepção (o céu, os prédios, a pista etc.). Olhar para esse ambiente, de certa forma, é se alojar na famosa ‘câmera-olho’, proposta pelo antigo cineasta soviético Dziga Vertov. Estamos constantemente dentro de um filme. De um filme construtivista russo pensado por Lucio Costa e pelo comunista Oscar Niemeyer. 
Meu interesse pelo cinema cresceu muito na adolescência. Devorava três, quatro filmes por dia e fui criando um repertório em VHS que me formou professor de cinema. Lembro-me de ter 19 anos quando vi Lavoura Arcaica vencer o Festival de Brasília, em 2001. Hoje, bate uma certa vergonha de ter cumprimentado Selton Mello com lágrimas nos olhos, após o arrebatamento causado por aquela obra-prima. Esse evento rendeu minha primeira crítica cinematográfica, no saudoso site Candango.
Já produzi centenas de críticas de cinema e quadrinhos, dei aula em várias instituições diferentes e ajudei a formar milhares de alunos. A turma da qual mais me orgulho é a que chamo de ‘classe de 2013’, quando ministrava ensino orientado na UnB, com a disciplina Oficina de Histórias em Quadrinhos. Alunos de artes, comunicação, filosofia, desenho industrial e outros cursos correram para fazê-la, já que não era oferecida havia anos. 
Criamos um ambiente contagiante e afetivo para investigar e produzir quadrinhos. Boa parte desses alunos seguiu profissionalmente como quadrinista (com projeção nacional) – uma carreira difícil e mal remunerada –, perseguindo sonhos, julgo eu, germinados naquele ambiente. Tenho orgulho de pensar que a cena brasiliense em HQs teria sido muito diferente, sem aquela turma, nos dias de hoje.
É neste ethos, portanto, que gosto de situar o brasiliense: uma mistura de sonho e resignação. Como o velho sonho de Dom Bosco: situado entre o que nunca foi e o que sempre será.”
Ciro Inácio Marcondes, 38 anos, professor universitário e crítico de cinema e histórias em quadrinhos, é morador da Asa Sul

* Depoimento concedido ao jornalista Lúcio Flávio

DA : AGÊNCIA BRASÍLIA