sexta-feira, 3 de abril de 2020

Ordem presidencial para atirar em quem descumprir isolamento preocupa brasileiro retido nas Filipinas

CORONAVÍRUS
Turista carioca não consegue deixar o país por causa do confinamento imposto pelo governo para conter a rápida expansão do coronavírus.

Brasileiro se diz preocupado com ordem do presidente Rodrigo Duterte para atirar em quem desrespeitar regras de isolamento nas Filipinas — Foto: Arquivo pessoal
A declaração do presidente da Filipinas, Rodrigo Duterte, de que autorizou as forças de segurança a atirar em quem perturbar as regras de confinamento impostas por causa da pandemia de Covid-19 provocou ainda mais preocupação em um turista do Rio de Janeiro que não conseguiu deixar o país.
“Se o presidente está dando aval para militar disparar contra alguém que está descumprindo uma ordem, eu prefiro não pagar pra ver. Eu me sinto mal, porque nunca passei por uma situação desse tipo. Não sei o que esperar. A gente fica com medo”, disse ao G1 o brasileiro que pediu para não ser identificado.
O país já registrou mais de 90 mortes e 2,3 mil casos de Covid-19, praticamente todos nas últimas três semanas.
Atualmente, quase metade da população do arquipélago de 110 milhões de habitantes está em isolamento. Praticamente todas as atividades sociais, religiosas e comerciais estão suspensas. Como milhões vivem em condições de extrema pobreza e sem trabalho, a situação se torna mais dramática.
A declaração do presidente foi dada logo depois de um conflito, na capital Manila, entre a polícia e manifestantes que protestavam contra a falta de ajuda alimentar. O protesto terminou com várias prisões.

Duterte é conhecido pelas declarações polêmicas e também pela violenta política contra as drogas, que já deixou milhares de mortos e órfãos. As forças de segurança e atiradores desconhecidos são acusados de matarem deliberadamente mais de 7 mil suspeitos de usar ou vender drogas.

Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, conversa com jornalistas na segunda-feira (30)  — Foto: King Rodriguez/ Malacanang Presidential Photographers Division/ APPresidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, conversa com jornalistas na segunda-feira (30)  — Foto: King Rodriguez/ Malacanang Presidential Photographers Division/ AP
Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, conversa com jornalistas na segunda-feira (30) — Foto: King Rodriguez/ Malacanang Presidential Photographers Division/ AP
Desde o dia 20 de março, um carro da polícia passa nas ruas às 20h com um megafone anunciando que as pessoas devem se recolher. “A sirene da polícia já é meio macabra. Com essa notícia do presidente ficou ainda mais. Claro que não vou permitir que ele me veja caminhando na rua”, afirmou o brasileiro.
De acordo com o Itamaraty, mais de 100 viajantes brasileiros entraram em contato com a Embaixada do Brasil em Manila desde o início da quarentena nas Filipinas, em 16 de março. No total, 75 brasileiros deixaram as Filipinas e 29 permaneceram no arquipélago formado por mais de 7 mil ilhas.

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Presidente das Filipinas diz que mandou atirar em quem descumprir regras de isolamento

O carioca disse estar em contato com a representação diplomática brasileira em Manila e que até o momento não teriam uma proposta de auxílio para o grupo chegar até a Tailândia e, eventualmente, se beneficiar do voo que levará os brasileiros para casa.
“A única ideia que um funcionário nos deu foi de fretar um avião até Bangcoc, o que sairia algo em torno de R$ 20 mil por cabeça. Eu não tenho esse dinheiro”, conta.
O brasileiro também acredita que até chegar à capital filipina nesse momento não é possível sem ajuda da representação diplomática.
Bangalô onde turista brasileiro está hospedado nas Filipinas — Foto: Arquivo PessoalBangalô onde turista brasileiro está hospedado nas Filipinas — Foto: Arquivo PessoalBangalô onde turista brasileiro está hospedado nas Filipinas — Foto: Arquivo Pessoal
“Para isso, eu precisaria de um transporte terrestre e um voo doméstico até Manila. Esses serviços estão suspensos no momento. Dizem que a restrição vai até dia 15. Não sei se vão prorrogar. ”
Enquanto isso, o brasileiro vê os amigos voltarem para casa. “Quando cheguei isso aqui estava cheio de turistas. Agora somos poucos. Fico sozinho no meu bangalô. Tem só um quintalzinho para arejar a mente. Para a rua eu não saio.”
Ele pede ajuda para a funcionária que cuida dos conjuntos de bangalôs, onde atualmente ele é o único hóspede.
“Ela busca para mim, mas não é tudo que consegue comprar. Não tenho frutas, por exemplo. Outro dia ela me trouxe uma maçã e uma laranja. Estou comendo mais ovo do que já comi a minha vida inteira. Eu só queria ter a previsão de algo mais concreto.”

FONTE: G1 

Senado suspende despejo de inquilino até 30 de outubro de 2020

CORONAVÍRUS
Em meio à pandemia do coronavírus, Senado aprova proibição de ...
FOTO: REPRODUÇÃO 

O Senado Federal aprovou nesta sexta-feira (3) o PL 1179/2020, do senador Antonio Anastasia (PSD-MG), que flexibiliza relações jurídicas privadas durante a pandemia de coronavírus. O texto busca atenuar as consequências socioeconômicas do covid-19, a fim de preservar as relações jurídicas e proteger os segmentos mais vulneráveis da população.
Um dos principais pontos do projeto refere-se à suspensão da concessão de liminar para despejo de inquilino até 30 de outubro de 2020. A relatora, senadora Simone Tebet (MDB-MS), modificou o texto para retirar a possibilidade de parcelamento dos aluguéis vencidos. O texto original previa que os locatários que forem demitidos ou tiverem redução de carga horária ou da remuneração pudessem suspender o pagamento dos aluguéis a partir de 20 de março de 2020 até 30 de outubro de 2020, mediante acréscimo de 20%.

“Buscaremos evitar uma moratória geral e irrestrita que poderia prejudicar não só o locador, mas também o inquilino”, justificou a senadora. Tebet ponderou que o locador muitas vezes depende da renda do aluguel, como complemento da aposentadoria, até para comprar remédios e se alimentar; enquanto o inquilino teria que, mensalmente, por vários meses após o período da suspensão, pagar um valor equivale ao dobro do que pagava, a fim de compensar os atrasados.
Veja abaixo outros pontos do projeto:
  • Suspensão da possibilidade de desistência na compra de produtos perecíveis ou de consumo imediato e medicamentos entregues por delivery;
  • Poderes emergenciais para que os síndicos de condomínios possam restringir o uso de áreas comuns; limitar ou proibir reuniões, festas e uso de estacionamentos para evitar a disseminação do coronavírus; e autorização para que as assembleias ocorram por meio virtual;
  • Suspensão da contagem de tempo para usucapião, a partir da vigência da lei;
  • Permissão de que dividendos e outros proventos sejam declarados, durante o exercício social de 2020 pelo Conselho de Administração ou, se não houver, pela Diretoria;
  • Ampliação, para 1º de janeiro de 2021, do prazo para que passem a valer artigos da Lei Geral de Proteção de Dados.
A votação foi simbólica. A matéria segue agora para análise da Câmara dos Deputados.

FONTE: CONGRESSO EM FOCO

Mundo já tem 1 milhão de infectados pelo coronavírus e 50 mil mortes

COVID-19
Depois do surgimento na China, o vírus se disseminou pela Europa, que concentra quase a metade do total dos casos confirmados, e chegou aos Estados Unidos

Mundo já tem 1 milhão de infectados pelo coronavírus e 50 mil ...
FOTO: REPRODUÇÃO

A pandemia do novo coronavírus atingiu nesta quinta-feira a marca de 1 milhão de casos confirmados e mais de 50 mil mortes em todo mundo, de acordo com dados compilados pela Universidade Johns Hopkins a partir dos balanços divulgados pelos 181 países e territórios afetados pela doença.]

Apesar das medidas restritivas adotadas por todas as partes do mundo, o vírus continua se espalhando e sobrecarregando os sistemas de saúde de vários países, que correm atrás de tratamentos e vacinas para lutar contra a pandemia.Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o vírus precisou de 67 dias para infectar as primeiras 100 mil pessoas.

O tempo necessário para que o número de casos duplicasse foi caindo com o passar do tempo. Passaram-se apenas 11 dias para que o total subisse para 200 mil. 

O número de infecções chegou a 500 mil há uma semana, no último dia 26. Só ontem, a Johns Hopkins contabilizou 75,1 mil pessoas a mais diagnosticadas com a doença.

Depois do surgimento na China, o vírus se disseminou pela Europa, que concentra quase a metade do total dos casos confirmados, e chegou aos Estados Unidos, atual país com o maior número de infectados: 234.462.A Itália, com 115.242 testes positivos para a covid-19, é quem tem mais mortes. 

De acordo com a Johns Hopkins, 13.915 pessoas foram vítimas da doença no país desde o início da pandemia.A Espanha, que registrou hoje um recorde no número de óbitos em apenas um dia (950), quebrou a barreira dos 110 mil casos e das 10 mil mortes. 


Alemanha e França somaram hoje mais 12 mil pessoas infectadas pela doença - cerca de 6 mil em cada país.Segundo o levantamento da universidade americana, 14 países já registraram ao menos 10 mil casos.


 A Coreia do Sul, que conseguiu controlar um primeiro pico de infeções, chegou hoje a 9.976 infectados pela doença. Ao menos 169 pessoas morreram no país asiático.

FONTE: VALOR 

Bolsonaro tem 42% de avaliação 'ruim' ou 'péssima' em abril

POLÍTICA
É o maior nível de avaliações ruins ou péssimas desde o início do mandato; em março, porcentual era de 36%



A reprovação ao governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) atingiu 42% em abril, ante 36% em março, de acordo com edição extra da "Pesquisa XP com a População", realizada pela instituição em parceria com o instituto Ipespe. É o maior nível de avaliações ruins ou péssimas desde o início do mandato, mas ainda estável no limite da margem de erro da pesquisa, de 3,2 pontos porcentuais.Bolsonaro tem 42% de avaliação 'ruim' ou 'péssima' em abril
Bolsonaro tem 42% de avaliação 'ruim' ou 'péssima' em abril
Foto: Dida Sampaio / Estadão
A proporção da população que avalia o governo como "ótimo ou bom" caiu de 30% para 28% no período, também estável dentro da margem. Nominalmente, é a primeira vez que a taxa fica abaixo do nível dos 30%. A pesquisa incluiu um questionário especial sobre a pandemia do coronavírus no País e mostrou que Bolsonaro tem tido aprovação menor que a do ministro da Saúde, Henrique Mandetta. A atuação de Bolsonaro no combate ao vírus foi considerada "ruim ou péssima" por 44% da população, enquanto 29% enxergaram o desempenho do presidente como "ótimo ou bom" e 21%, como "regular".
Ele tem a avaliação mais negativa entre todos os atores pesquisados. A aprovação da atuação do presidente está empatada na margem de erro com a do Congresso (30%), da população (34%), e do Supremo Tribunal Federal (29%), mas abaixo da do ministro de Mandetta (68%), dos governadores (59%), do ministro da Economia, Paulo Guedes (37%) e dos profissionais da saúde (87%).
A pesquisa também captou deterioração nas expectativas para o restante do mandato de Bolsonaro. A proporção da população que espera que o governo dele seja "ruim ou péssimo" avançou de 33% para 37%, enquanto a avaliação "ótima ou boa" recuou de 38% para 34%.
"O que estamos vendo é que Bolsonaro mantém esse núcleo de apoio em torno de 30% e isso é o que ele precisa para chegar até 2022. Não esperamos mudança no comportamento dele", disse o head de Macro Sales e Análise Política da XP, Richard Back, em webinário de divulgação da pesquisa.
Ao mesmo tempo, a avaliação dos governadores disparou e a proporção que considera os governos dos chefes de Estados como positiva subiu de 26% para 44%, enquanto a avaliação negativa derreteu de 27% para 15%.
A pesquisa ouviu 1000 pessoas, por telefone, entre os dias 30 de março e primeiro de abril. A amostragem leva em conta sexo, região, idade, tipo de cidade, religião, porte do município, ocupação, nível educacional e renda.

FONTE: TERRA/Cícero Cotrim