quinta-feira, 5 de março de 2020

Com teatro infantil, PMDF planta semente contra a dengue



De forma lúdica, corporação informa e orienta estudantes da capital

Cerca de 1,5 mil meninos e meninas já assistiram à peça sobre o combate ao mosquito | Foto: Renato Araújo / Agência Brasília
O super-herói lobo-guará derrota a dupla de vilões Aedes aegypti e forma uma Liga da Justiça de pequenos guardiões do meio ambiente e protetores da cidade. O enredo tem escolas do Distrito Federal como palco, quando entra em cena o grupo de teatro da Polícia Militar (PMDF) com informação e orientação, de forma lúdica, às salas de aula. Apenas nestes dois primeiros meses de 2020, cerca de 1,5 mil meninos e meninas já assistiram à peça específica sobre o combate ao mosquito transmissor de doenças como dengue, zika, chikungunya e febre amarela.
Dengosinho e Dengosão, a dupla vilã da peça teatral, usam humor e criatividade para apresentar os riscos de descartar lixo incorretamente, permitir acúmulo de água e relaxar com a prevenção. Lata de refrigerante, garrafa de plástico, pneu, balde: tudo é apontado como possível foco a ser eliminado e combatido. É o lobo-guará, uma das mascotes da educação ambiental, quem enfrenta o problema, com ajuda das crianças. “Se a gente lutar, esses mosquitos vão acabar”, avisa.
“A criança é porta de entrada das famílias. O que elas absorvem, contam em casa, cobram dos pais, insistem nos cuidados”Patrícia Florencio, diretora da EC Lobeiral
O teatro faz parte do Programa Educacional Lobo Guará, vinculado ao Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA), e está prestes a completar 500 mil atendimentos. Sob a fantasia, o subtenente João Batista explica que a ação faz parte de uma polícia preventiva. “Considerando o cenário atual, resolvemos desenvolver uma peça com a temática sobre dengue e começamos a apresentar no começo do ano”, diz. De acordo com ele, o tema ficou adormecido nos últimos quatro anos.
O cenário atual a que ele se refere é dimensionado pela Secretaria de Saúde. O último boletim epidemiológico mostra que o número de diagnósticos prováveis de dengue aumentou 84,1% em 2020, quando comparado ao mesmo período de 2019. Neste ano foram 1.419 registros e uma morte em virtude da doença. O DF ainda teve um caso confirmado de febre chikungunya, 12 prováveis da doença aguda causada pelo vírus zika e quatro notificações de febre amarela.

Lobeiral

Nesta semana a Escola Classe Lobeiral, na zona rural de Sobradinho, foi palco da apresentação. Ali estudam quase 230 crianças da Educação Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental, um público de alunos com até dez anos. A diretora Patrícia Florencio conta que o tema de combate ao mosquito já é tratado em sala de aula, e celebra a articulação com a PMDF para reforçar as lições.
Ação! Lobo-guará contra Dengosinho e Dengosão faz a alegria da criançada | Foto: Renato Araújo / Agência Brasília
“A peça traz mobilização aos alunos em um tema atual e preocupante”, resume. Dados da indicam que a região Norte do DF – composta por Fercal, Planaltina, Sobradinho e Sobradinho II – tem o maior número de casos prováveis em 2020: 338. “A criança é porta de entrada das famílias. O que elas absorvem, contam em casa, cobram dos pais, insistem nos cuidados”, acrescenta a diretora.
Com a peça interativa, perguntas são feitas às crianças de forma a provocar o entendimento pleno da mensagem. “O lobo-guará conseguiu acabar com os mosquitos que queriam atacar a gente. Tem que derramar a água para não deixar eles crescerem”, conta João Ítalo, de sete anos, depois de muito correr dos “ataques”. “Aprendi muita coisa”, garante Larissa da Silva, de sete anos. “É importante cuidar das ruas e combater a dengue para não ficar doente”, destaca.

Como funciona

Para uma escola receber a apresentação, é preciso fazer um pedido formal para que um agendamento seja realizado. São, em média, cinco peças de aproximadamente uma hora por dia. Os atores são policiais militares que, em sua maioria, passaram por cursos de teatro e linguagem cênica.
Há quatro meses no grupo, o sargento Márcio Andrade conta que não tinha qualquer experiência nas apresentações, mas sempre foi desenvolto. “Aqui encontrei todo o aparato, apoio e paciência dos colegas”, diz o policial, caracterizado como Dengosão.
Na Escola Classe Lobeiral, a equipe ainda contava com o Dengosinho, encenado pelo sargento Maendli Tenis da Hora Júnior. A parte técnica é responsabilidade do sargento Marlos Veras.

Enfrentamento diário

O BPMA tem ação específica de combate à dengue no DF. A Operação Degallier consiste em identificar, verificar e combater focos do Aedes aegypti durante resgates e apreensões de animais.
Anualmente, cerca de seis mil visitações são feitas às unidades escolares, quando também há trabalho de orientação aos moradores.

DA AGÊNCIA BRASÍLIA

Número de desaparecidos no litoral sobe para 43, segundo bombeiros



Segundo a Defesa Civil, as chances de que sobreviventes sejam localizados em meio à terra diminui a cada segundo.

Número de desaparecidos no litoral sobe para 43, segundo bombeiros
Notícias ao Minuto Brasil
05/03/20 17:00 ‧ HÁ 25 MINS POR FOLHAPRESS
BRASIL CHUVA-SP
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O número de desaparecidos nos deslizamentos da Baixada Santista saltou de 22 para 43, segundo o Corpo de Bombeiros. A atualização ocorreu por volta das 12h10 desta quinta-feira (5).
 
Segundo o tenente-coronel Henguel Ricardo Pereira, diretor estadual de Proteção e Defesa Civil, o número aumentou após um trabalho de triagem feito pelo órgão, juntamente com os bombeiros e assistentes sociais.
"Fizemos um cruzamento de informações, que fez com que o número aumentasse. Isso demorou um pouco", explicou.
Pereira ainda disse que há a possibilidade de que famílias inteiras tenham sido soterradas e, por isso, ninguém havia dado informações sobre o eventual desaparecimento delas, por exemplo. "Graças ao trabalho de assistentes sociais, que já atuavam nas regiões afetadas, conseguimos levantar nomes de pessoas que estão desaparecidas", explicou o tenente-coronel.
Ele ainda afirmou que existe a possibilidade de o número de desaparecidos aumentar novamente.
Segundo a Defesa Civil, as chances de que sobreviventes sejam localizados em meio à terra diminui a cada segundo.
Até o momento, foram confirmadas 27 mortes, sendo 22 no Guarujá 86 km de SP), 3 em Santos (72 km de SP) duas em São Vicente (65 km de SP).
Dos 43 desaparecidos, 37 são de Guarujá, cinco de Santos e um de São Vicente.
BRASIL AO MINUTO 

IBGE abre concurso para 200 mil vagas temporárias para Censo



O orçamento para o Censo Demográfico de 2020 é de R$ 2,3 bilhões

IBGE abre concurso para 200 mil vagas temporárias para Censo
Notícias ao Minuto Brasil
05/03/20 13:45 ‧ HÁ 1 HORA POR ESTADAO CONTEUDO
ECONOMIA OPORTUNIDADE
OInstituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) abriu concurso público para mais de 200 mil vagas de trabalho temporárias para a realização do Censo Demográfico 2020. Mais de 180,5 mil desses postos de trabalho são para a função de recenseadores, que visitarão todos os domicílios brasileiros no período de coleta de informações da operação censitária e serão remunerados por produtividade.
 
"Quanto mais pessoas ele visitar, quanto mais questionários ele responder, mais ele vai ganhar", disse Bruno Malheiros, coordenador de Recursos Humanos do IBGE. "Ele não tem salário específico, ele ganha por produção, mas ele recebe também 13º salário e férias proporcionais em relação ao que produziu", completou.
O orçamento para o Censo Demográfico de 2020 é de R$ 2,3 bilhões, sendo aproximadamente R$ 1,6 bilhão para o pagamento dos trabalhadores envolvidos na operação.
O IBGE não revela a remuneração média dos recenseadores, mas informa que disponibilizou em sua página na internet um
simulador onde os candidatos podem verificar sua eventual remuneração com base nos valores pagos por setor censitário nos diferentes municípios do País.
"Um município na Amazônia que tem que pegar dois ou três dias de barco para chegar, ele demanda um esforço muito maior, então o valor é maior. Então tem variação enorme no valor (de remuneração do recenseador", justificou Malheiros.
A remuneração do recenseador será calculada com base no número de domicílios visitados, na taxa de remuneração da localidade de cada domicílio, no número de questionários respondidos e de pessoas recenseadas.
Os candidatos classificados no processo seletivo serão convocados para treinamento e contratação no mês de julho. Há vagas em todos os municípios do País, mas o recenseador se inscreverá para trabalhar em regiões específicas em casos que possam abranger favelas, aldeias indígenas ou comunidades quilombolas, por exemplo. A intenção do IBGE é que moradores das próprias comunidades sejam os recenseadores da região, o que facilitaria o trabalho de coleta.
"A gente sabe que, em algumas comunidades, o trajeto interno é mais complicado. Não tem nome de rua, não tem número. Então o recenseador ser morador da área facilita muito esse trabalho. Isso não acontece só em comunidades, também acontece em bairros", explicou Malheiros. "No Sul, a gente tem municípios em que grande parte dos moradores fala outro idioma, não falam português, então é mais fácil que o recenseador também seja um morador da área", argumentou.
As inscrições para o processo seletivo começam nesta quinta-feira, dia 5, e se estendem até 24 de março. Podem se candidatar às vagas de recenseadores quem tiver terminado o ensino fundamental. Há outras 5.462 vagas para Agentes Censitários Municipais e mais 22.676 postos de trabalho como Agentes Censitários Supervisores, ambos com exigência de ensino médio completo.
Os agentes censitários terão remuneração de R$ 2.100 para coordenar a operação de coleta, enquanto os agentes supervisores receberão R$ 1.700 para supervisionar as equipes de recenseadores.
Os contratos terão duração de três meses, mas podem ser renovados caso haja disponibilidade orçamentária e a operação precise ser estendida. Por conta de uma mudança na legislação em vigor, trabalhadores que atuaram recentemente como temporários para o IBGE ou qualquer outro órgão público também poderão se inscrever e atuar no Censo 2020, caso sejam aprovados nesse novo processo seletivo.
As inscrições devem ser feitas pela internet, no site do Cebraspe, que organiza o processo seletivo. A taxa de inscrição para as funções de nível médio é de R$ 35,80, enquanto a de recenseador é de R$ 23,61. Os valores podem ser pagos em qualquer banco, casa lotérica ou pela própria internet.
ECONOMIA AO MINUTO 

Secretário do Tesouro diz que 'não é normal' um país como o Brasil crescer 1% e que 'não dorme tranquilo'

ECONOMIA

Mansueto reconhece que resultado do PIB causa 'frustração' e que está 'preocupado' porque a economia está frágil


O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida Foto: Fernando Lemos / Agência O Globo


 O secretário do TesouroNacional, Mansueto Almeida , disse nesta quinta-feira que "não é normal" um país como o Brasil crescer 1% ao ano. Na quarta-feira, o IBGE divulgou que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1,1% em 2019 , menor alta em três anos.
Mansueto disse ainda que "não dorme tranquilo" diante da necessidade de o Brasil seguir com a agenda de reformas propostas pelo governo.
— Estamos num país que ainda está passando por uma enorme dificuldade. 

Se vocês me perguntarem se eu durmo tranquilo, eu não durmo tranquilo. Estou muito preocupado, porque a gente está num país ainda muito frágil. Não é normal um país em desenvolvimento como é o Brasil crescer 1% ao ano — disse Mansueto, durante um seminário em Brasília.

O resultado do PIB veio em linha com as projeções oficiais do Ministério da Economia, que era exatamente de 1,1%. Ontem, o comunicado oficial da pasta e o ministro Paulo Guedes afirmaram que o número veio dentro do esperado . Mansueto, no entanto, reconheceu que o número causa "frustração".

— Um país com tanta necessidade crescer 1% ao ano claramente causa frustração em vários segmentos da sociedade. Por isso, é tão importante a gente chegar a um consenso sobre o que o país precisa fazer — completou o secretário.

Carga tributária

Mansueto destacou ainda a importância de equilibrar as contas públicas para aumentar a capacidade de investimento dos governos. Ele comentou a fala do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que, ao analisar o resultado do PIB, afirmou que o setor privado não seria capaz de retomar o crescimento sozinho.
— Ontem, quando o presidente Rodrigo Maia falou que é bom aumentar o gasto público, acho que ele estava se referindo, pelo que eu conheço dele, ao aumento de investimento público. Criar espaço fiscal para aumentar investimento público — afirmou o secretário.

Para Mansueto, o nível de investimento público no Brasil não é compatível com a carga tributária de 35% do PIB, acima da média para países no mesmo grau de desenvolvimento:
— Não é normal também um país como o Brasil, em que a carga tributária chega a ser perto de 35% do PIB, que o investimento público seja de 22,5% do PIB. O investimento público no Brasil é muito baixo. Hoje, seja município, seja estado, seja o governo federal, a gente não tem capacidade de aumentar rapidamente o investimento público.




Governo do DF firma protocolo de intenções contra a fome



Parceria foi firmada com o WFP Centro de Excelência contra a Fome no Brasil para compartilhar boas práticas na área de segurança alimentar e agricultura familiar



Foto: WFP/Felipe Sandrini
No bojo das propostas previstas pela campanha Década de Ação sobre Nutrição da ONU, nesta semana, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, assinou protocolo de intenções com o WFP Centro de Excelência contra a Fome no Brasil. 
O documento formaliza parceria no sentido de promover o compartilhamento de boas práticas na área de segurança alimentar e agricultura familiar adotadas no âmbito da rede pública do Distrito Federal.
“Temos uma série de iniciativas no GDF voltadas para essas temáticas – como os centros de referência de assistência social e os restaurantes comunitários – e queremos disponibilizar nossa experiência para outros países”, avaliou o governador. Como exemplo, ele citou os programas Criança Feliz Brasiliense, Unidades de Acolhimento e Programa de Aquisição da Produção da Agricultura (PAPA/DF).
As iniciativas permeiam vários setores do governo, sendo desenvolvidos pelas secretarias de Agricultura, Educação, Saúde, Desenvolvimento Social e pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF).
O protocolo de intenções também visa a proporcionar a capacitação de gestores em alimentação saudável, valorizar a agricultura familiar, além de aprimorar o programa de alimentação escolar e o combate ao desperdício. “Temos aqui uma ótima oportunidade para aprender com países parceiros”, acrescentou o governador.
O Centro de Excelência e o GDF têm trabalhado juntos ao longo dos anos no compartilhamento de boas práticas observadas no Distrito Federal, recebendo delegações de países da África e da Ásia. “Com esse acordo, estamos consolidando a parceira com o GDF, que já vem acontecendo há alguns anos. A experiência do GDF na área de educação, saúde, segurança alimentar deverá continuar a ser compartilhada com países em desenvolvimento, especialmente os países africanos, por meio da cooperação internacional”, destacou o diretor do Centro de Excelência contra a Fome no Brasil do Centro de Excelência do WFP, Daniel Balaban.
Entre 2012 e 2019, Brasília recebeu visitas de delegações de países como: Gana, Bangladesh, Congo, Filipinas, Etiópia, Camboja, Libéria, Malaui, Ruanda, Índia, Myanmar e Uganda. O Centro de Excelência também recebeu apoio do GDF em visitas de autoridades, como a da Primeira-Dama de Moçambique e a de representantes do Departamento de Desenvolvimento Internacional do Reino Unido (DFID), ambas em 2016. De acordo com a chefe do Escritório de Assuntos Internacionais (EAI) do GDF, Renata Zuquim, as delegações acompanharam a implementação do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e outros equipamentos públicos, a exemplo dos Centros de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS).
Por meio do protocolo de intenções, o GDF quer, ainda, promover o modelo brasileiro e o distrital de compras locais e de inclusão de agricultores familiares na cadeia de suprimento de alimentos para redes de segurança alimentar e nutricional, seus equipamentos públicos e programas de políticas públicas.
Saiba mais
Em estudo publicado em 2019, as Nações Unidas indicaram que cerca de 820 milhões de pessoas sofrem com a fome no mundo. Por isso, o combate à fome e a promoção de políticas públicas voltadas para a segurança alimentar estão entre os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030.
O WFP é a maior agência de combate à fome no mundo, buscando melhorar a resiliência de indivíduos, comunidades e países para que esses grupos tenham saúde, segurança alimentar e nutricional, e nutrição adequada e sustentável, no longo prazo, além de prover respostas de caráter humanitário imediato a crises, guerras e catástrofes naturais por meio da distribuição de alimentos.
O Centro de Excelência Contra a Fome é uma parceria entre o WPF e o governo brasileiro, com a finalidade de apoiar os governos de países da África, Ásia e América Latina no desenvolvimento de soluções contra a fome, funcionar como um fórum global para diálogos políticos, bem como fomentar o aprendizado Sul-Sul nas atividades relacionadas com alimentação, nutrição e segurança alimentar e nutricional.
* Com informações do Escritório de Assuntos Internacionais (EAI)
 DA AGÊNCIA BRASÍLIA *

Cynthia Machado encontrou, aqui, seu lugar no mundo



Designer de joias e publicitária, ela construiu sua identidade junto com a da cidade. “A gente meio que protagonista de tudo o que acontece aqui”, diz



48dias para os 60 anos de Brasília
Em homenagem à capital federal, formada por gente de todos os cantos, a Agência Brasília está publicando, diariamente, até 21 de abril, depoimentos de pessoas que declaram seu amor à cidade. 

Em 37 anos de vida, a publicitária e designer de joias já teve pelo menos 15 endereços diferentes. “Mas é em Brasília que hoje me sinto em casa”, diz. Foto: Arquivo pessoal
Brasília, Manaus, Belém, Rio de Janeiro, Fortaleza, Londres, Florença. Se você pudesse escolher uma desses lugares para morar, qual seria? Pois bem, eu já morei em todos eles. Nos meus 37 anos de vida já tive pelo menos uns 15 endereços diferentes. E é em Brasília que hoje me sinto em casa. 
Me sinto em casa enquanto estou caminhando de manhã cedinho e o sol se esconde entre os flamboyants da minha quadra. Enquanto distribuo bons dias no caminho até a padaria. Nas risadas das crianças que passam correndo debaixo do bloco. Nas amizades que construí, no amor que encontrei, nos elos que criei.
Me sinto em casa enquanto estou caminhando de manhã cedinho e o sol se esconde entre os flamboyants da minha quadra.
Dos 60 anos que Brasília completa, os últimos 15 eu vi e vivi de perto. E enquanto a cidade ia aos poucos construindo sua identidade, eu ia também construindo a minha.
Essa história de viver em uma cidade ainda tão jovem – 60 anos é jovem, sim! – nos faz sentir meio que protagonistas de tudo que acontece aqui. Isso é tão poderoso!
É como se ainda tivesse tanto espaço pra ocupar, tanta coisa pra acontecer, tantas possibilidades… uma cidade que extrapolou o papel meramente político que lhe foi imposto e hoje é muito mais que isso.
É o lar de muita gente criativa, de negócios prósperos, de músicos, artistas, brasileiros e estrangeiros que, assim como eu, hoje se sentem verdadeiramente em casa aqui.
E depois de tantos anos trocando de CEP e procurando meu lugar no mundo, como é bom saber que, finalmente, encontrei.
Cynthia Machado, 37 anos, designer de joias, publicitária, brasiliense de coração e moradora da Asa Sul
  • Depoimento concedido ao jornalista Freddy Charlson
DA AGÊNCIA BRASÍLIA*

Novacap vai construir 500 salas de aulas em escolas já existentes



Medida cria até 35 mil vagas e permite que os custos com transporte escolar, hoje de R$ 150 milhões por ano, sejam reduzidos em 80%

A Secretaria de Educação gasta por ano R$ 150 milhões com transporte escolar para levar alunos que estudam fora de sua região domiciliar. Mesmo com esse suporte público, alguns pais reclamam: não gostam que os filhos estudem longe de casa. Com toda razão. Mas esse sistema viciado que perdura há anos e atravessa gestões será desidratado em breve. Um projeto da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) vai reduzir esse valor em 80%. Melhor ainda: irá economizar o tempo gasto pelos estudantes com deslocamento.
 A Novacap construirá 500 salas de aulas em escolas públicas já existentes no Distrito Federal. Cada uma vai acomodar 35 alunos. Se multiplicado por dois turnos, o quantitativo chega a 35 mil vagas. Enfim: o projeto, além de diminuir o custo com transporte escolar, atacará o déficit de vagas na rede pública de ensino.
Segundo a Secretaria de Educação, só em 2018 o governo gastou R$ 126,6 milhões com o transporte de 58 mil estudantes. Mas esse número aumentou no ano passado para R$ 150 milhões. Com a expansão das salas de aula, será reduzida progressivamente a dependência, transferindo-se o gasto atual com transporte escolar por investimentos em obras.
Salas modulares
O projeto Expansão Modular em Salas de Aula ocorrerá gradativamente ao longo de três anos. O objetivo é entregar ainda este ano 250 salas de aulas em 58 escolas – abrindo 8.750 novas vagas nessas unidades em cada turno. E se a escola funcionar pela manhã, tarde e à noite, esse número triplicará, podendo chegar a 26,2 mil. 
As salas obedecerão ao mesmo projeto, mas somente o layout. Para isso, a Novacap vai oferecer sete tipologias para cada unidade. “Isso se faz necessário por causa das condições do terreno”, disse a arquiteta da Novacap, Alessandra Bittencourt.
As salas modulares serão construídas em alvenaria convencional, com estrutura de concreto armado. Cada unidade vai custar em torno de R$ 150 mil. Além de ar condicionado, a escolas que receberem os novos espaços de aula contarão ainda com parquinho e área de convivência para os estudantes – sem que se gaste R$ 1 a mais.
“Essas salas vão receber toda uma infraestrutura. Haverá uma interligação com as salas já existentes. O projeto permite que você possa avançar de acordo com a necessidade da escola”, conta o diretor de Edificações da Novacap, Francisco Ramos. “Esse projeto se chama de ‘Salas Modulares’ porque permite abrir avançar de acordo com a crescimento de demanda”, emenda.
As escolas que receberão as salas modulares foram selecionadas pela Secretaria de Educação, após um estudo de viabilidade: este identificou a demanda reprimida (carência de vagas) e criança transportada de uma região a outra. De posse do levantamento, a secretaria requereu à Novacap um projeto para reduzir os custos e suprir essa carência.
Entre as cidades cujas escolas serão contempladas com as salas modulares, estão Gama, com 40 novas unidades; Planaltina (56), Paranoá 44 e São Sebastião (36).  Nesta última região, o coordenador regional de ensino, Luiz Eugênio Barros, diz que há alunos da cidade que estudam em Brazlândia e Paranoá porque não conseguiram vagas nas escolas de lá. 
Ele aproveitará as futuras salas, que deverão originar, ao menos, 2,5 mil vagas, para reduzir a lotação das salas já existentes: são duzentos estudantes à espera de vagas. “No Centro Educacional São Bartolomeu, cada sala tem hoje 40 alunos, sendo que a capacidade é para 32. Então, vamos dar preferência para quem não está em nenhuma escola”, pondera.
Mudando de lugarA professora Patrícia Lima, 45 anos, teve de mudar de emprego para ficar perto da filha, Sarah, 5, que estuda no Jardim Botânico. As duas moram no Jardim Mangueral em São Sebastião. Patrícia dava aula no Cruzeiro. Pediu transferência para Escola Classe Jardim Botânico, onde a filha conseguiu uma vaga. 
Patrícia: mudança de cidade para garantir vaga para a filha | Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília
Patrícia lamenta não ter um colégio perto de casa. “Devia ter uma escola aqui. Não sou só eu que tenho de levar o filho para estudar em outra cidade”, lamenta. Mas esse não é o único caso na família. A filha mais velha dela, Alice, de 13 anos, está matriculada no Centro de Ensino Fundamental 6 do Lago Sul porque não tinha vaga para ela em São Sebastião.  
O secretário de Educação afirma que a parceria com a Novacap permitirá a secretaria voltar seu foco cada vez mais para o processo de ensino-aprendizagem. 
É sua intenção ir retirando estas funções sem vínculos diretos com o processo pedagógico da administração da Secretaria ou mesmo terceirizá-las, como fará com a alimentação escolar, que nesta sexta-feira, 6/2, terá uma audiência pública para apresentar o novo modelo de gestão da merenda. 
 “A totalidade das matrículas na educação básica vem apresentando queda nos últimos anos, mas o Distrito Federal enfrenta o problema dos movimentos demográficos internos, que sobrecarregam a rede educacional em diversas regiões”, esclarece o secretário de Educação João Pedro Ferraz.
AGÊNCIA BRASÍLIA