quarta-feira, 4 de março de 2020

Análise: Coudet cumpre promessa com Inter mais solto e encontra time ideal em melhor jogo do ano



Por Eduardo Deconto — Porto Alegre
 

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Melhores momentos: Internacional 3 x 0 Universidad Católica pela 1ª rodada da Libertadores
Eduardo Coudet mal havia respirado aliviado com a conquista da vaga na fase de grupos da Libertadores e já fazia uma promessa para a próxima etapa da competição: o Inter teria um time "mais solto" a partir de então para brigar pelas oitavas de final. Dito e feito.
Nesta terça-feira, o Inter fez o seu melhor jogo do ano venceu a Universidad Católica a por 3 a 0 no Beira-Rio, na estreia no Grupo E da Libertadores. Uma atuação quase irretocável que fala por si só. E escancara o rumo a ser seguido para a equipe assumir o protagonismo pretendido para 2020.
O Colorado entrou em campo com uma "fome" que parecia insaciável para buscar o gol. Teve posse, criou chances e foi agressivo com e sem a bola, antes e depois de abrir o placar. Fez tudo o que Coudet tanto pede desde o primeiro dia de trabalho no CT do Parque Gigante. E isso passa pelo encaixe da escalação que tem tudo para ser a ideal.
Time do Inter que começou a partida contra a Universidad Católica — Foto: Ricardo Duarte / InternacionalTime do Inter que começou a partida contra a Universidad Católica — Foto: Ricardo Duarte / Internacional
Time do Inter que começou a partida contra a Universidad Católica — Foto: Ricardo Duarte / Internacional
"Fomos muito bem. Estou muito contente. Eles (jogadores) trabalham de uma grande forma. Foi um lindo jogo, e pudemos oferecer á torcida um bom espetáculo (Eduardo Coudet)"
O primeiro gol saiu apenas aos 16 minutos do segundo tempo. E com uma pitada de sorte. Guerrero cobrou falta e contou com o desvio em um adversário para vencer o goleiro rival. Mas não foi por acaso.
Antes disso, o Inter havia finalizado nada menos do que 20 vezes. Depois, foram mais dois gols no intervalo de nove minutos. A equipe chutou 26 bolas à meta adversária e beirou os 60% de posse de bola.
Todos à frente
Tudo começa pela formação, novamente no 4-1-3-2. Coudet centralizou Edenilson e iniciou a partida com Marcos Guilherme aberto pela direita. No ataque, Thiago Galhardo foi o titular ao lado de Guerrero, na vaga de D'Alessandro, suspenso.
As três novidades caíram como luvas para fazer a equipe funcionar, especialmente nos 15 minutos inicias, de intensidade pura. Em alta rotação, o Inter encurralou a Universidad Católica e não a deixou respirar.
Com a bola, a equipe manteve a mecânica de sempre. Musto recuava entre os zagueiros, Edenilson também "descia", e os laterais espetavam para se juntar aos meias e aos atacantes.
O acréscimo veio na intensidade da marcação. O Inter de Eduardo Coudet tem no sistema de pressão sobre o adversário o seu principal "armador". Um "camisa 10" que cresce com a formação armada contra os chilenos. Edenilson, Marcos Guilherme e Galhardo dão mais agressividade na frente.
O resultado foi ao menos quatro chances criadas a partir de erros provocados na saída de bola da Universidad Católica. O segundo gol de Guerrero surge justamente a partir desse comportamento. Galhardo recupera a posse e já "pifa" o centroavante.
Na função antes de Lindoso, Edenilson encaixou bem na equipe — Foto: Ricardo Duarte / InternacionalNa função antes de Lindoso, Edenilson encaixou bem na equipe — Foto: Ricardo Duarte / Internacional
Na função antes de Lindoso, Edenilson encaixou bem na equipe — Foto: Ricardo Duarte / Internacional
O terceiro gol também evidencia outra postura enraizada por Coudet: o ataque com o maior número possível de jogadores. A equipe constrói a jogada rapidamente pelo lado esquerdo, até entrar na área com seis jogadores. Aí, Guerrero aciona Marcos Guilherme já na pequena área para empurrar no gol. Galhardo também estava lá.
"Foi uma grande atuação. Se não a melhor, uma das melhores do ano" (Marcelo Lomba)
O Inter lidera o Grupo E da Libertadores com os mesmos três pontos do Grêmio, mas com vantagem no saldo de gols – 3 a 2. Os dois rivais duelam na próxima quinta-feira, às 21h, na Arena, pela 2ª rodada da chave. Antes, o Colorado recebe o Brasil de Pelotas no domingo, no Beira-Rio, pelo Gauchão, às 16h.

Renato elogia Matheus Henrique e brinca sobre substituição após gol: "Camisa ficou pesada"



Por Eduardo Moura — Direto de Cali, na Colômbia
 

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Confira e entrevista coletiva de Renato e Matheus Henrique após vitória na Libertadores
Eterno dono da camisa 7 no Grêmio, o técnico Renato Gaúcho foi só elogios ao atual detentor do número no time: Matheus Henrique. O volante marcou um dos gols da vitória por 2 a 0 sobre o América de Cali na noite desta terça-feira, pela Libertadores, e lembrou o treinador em sua comemoração.
Em entrevista coletiva após a partida, Renato não deixou de brincar com o garoto, que acabaria substituído por cansaço. Além disso, valorizou - e muito - os três pontos somados na Colômbia.
Renato vestia a 7 quando jogava pelo Grêmio nos anos 80. Nesta noite, viu o jovem Matheus Henrique fechar o placar na estreia pelo Grupo E da Libertadores com o número às costas. Aos 29 minutos do segundo tempo, pediu para sair. O comandante descontraiu ao falar sobre o cansaço do atleta.
— O garoto ficou tão emocionado que fez o gol e cansou. A camisa ficou pesada. Garoto bom, tem futuro grande no Grêmio, tem evoluído bastante. Sem dúvida alguma, é nível de Seleção. Brinco com eles (jogadores) que a 7 é pesada, mas é tom de brincadeira. Nas férias, (Matheus) ligou pedindo. Dei porque sabia que faria bom uso. No futuro, sem dúvida vai estar jogando na Europa — comentou.

Renato Portaluppi em América de Cali x Grêmio, pela Libertadores — Foto: Eduardo Moura/GloboEsporte.com

Renato Portaluppi em América de Cali x Grêmio, pela Libertadores — Foto: Eduardo Moura/GloboEsporte.com
Apesar das brincadeiras, Renato valorizou os três pontos somados, ainda mais fora de casa. Também falou sobre a principal característica do Grêmio e as dificuldades pelas quais a equipe passou.
— Fizemos um gol que deu tranquilidade, para usar o que temos de melhor: o toque de bola. Infelizmente o campo não ajudou, minha equipe recuou e o América cresceu. Poderíamos ter matado o jogo, estava bem controlado. Libertadores é bem difícil, principalmente fora de casa. O América valorizou nossa vitória, o estádio aplaudiu — finalizou.
A delegação gremista desembarca em Porto Alegre na noite desta quarta-feira. Com o resultado, o Tricolor soma os mesmos três pontos que o líder Inter, mas fica em segundo lugar pelo saldo de gols. Agora, terá o histórico Gre-Nal no dia 12, às 21h, na Arena. Antes disso, o Tricolor atua pelo Gauchão no domingo, às 16h, contra o Pelotas, na Boca do Lobo.
globo esporte . com G1