terça-feira, 3 de março de 2020

Apoio à cidade do Rio de Janeiro domina debate sobre MP que reformula Embratur



Da Redação | 03/03/2020, 19h56
Especialistas ouvidos nesta terça-feira (3) pela comissão mista que analisa a medida provisória (MP) 907/2019, que reformula a Embratur, ressaltaram o grande potencial inexplorado do turismo no país. Eles também elogiaram o protagonismo do governo federal a favor do setor. A maioria dos dirigentes e parlamentares presentes na audiência considera essencial que a nova Embratur — convertida de empresa em agência — seja instalada no Rio de Janeiro para reafirmar o papel da cidade como "porta de entrada" do Brasil, além de contribuir para a recuperação econômica do estado e do município.
Apelidada de A Hora do Turismo, a MP modifica a Embratur e inclui várias medidas: isenta a cobrança de direitos autorais para execução de músicas em hotéis e embarcações; aumenta de maneira gradativa o Imposto de Renda sobre remessas ao exterior de até R$ 20 mil; e acaba com a isenção de Imposto de Renda nas operações de arrendamento (leasing) de aeronaves e motores de aeronaves de empresas internacionais — a partir do ano que vem.
A norma também afeta o Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas (Sebrae), que teve mais de 19% das suas dotações retiradas para favorecer a nova Embratur: pelo texto, a nova agência receberá 15,75% das alíquotas das contribuições sociais pagas ao Sistema S. A medida provisória ainda transfere contratos da Embratur para o Ministério do Turismo, além de devolver bens móveis e imóveis ao patrimônio da União.
Ao defender o retorno da Embratur ao Rio, Mauro Osório, diretor-presidente do Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos (IPP), cobrou a defesa dos “legítimos interesses regionais” em face das dificuldades econômicas e da falta de compensações ocorridas com a mudança da capital do Rio de Janeiro para Brasília.
— A volta da Embratur é uma questão de salvação para o estado do Rio. Não estou exagerando — argumentou.
Para Mauro Osório, que pediu “justiça, não favor” para o Rio, o estado fluminense ainda corre o risco de ser prejudicado por uma “irresponsabilidade” do Supremo Tribunal Federal (STF) no iminente julgamento da repartição dos royalties do petróleo.
Pedro Augusto Guimarães, presidente da Associação de Promotores de Eventos do Setor de Entretenimento (Apresenta Rio), considera que o formato de agência para a Embratur dará mais força à promoção do país. Guimarães espera que o estímulo ao turismo faça o país realizar grandes eventos, um setor no qual o Rio de Janeiro tem participação, segundo ele, preponderante — ele citou a realização da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016, e afirmou que o Carnaval atraiu R$ 4 bilhões para a cidade.
— O papel da Embratur é muito importante. Captar os eventos é um trabalho hercúleo, mas é preciso manter uma política de atratividade, e o Rio é a porta de entrada para o país — disse ele.
Guimarães lamentou que o Brasil esteja "abaixo" de sua posição merecida no turismo mundial, apesar dos esforços dos empresários, e defendeu a autorregulação do setor.
Sávio Neves, presidente da Companhia Trem do Corcovado, reafirmou o destaque do Rio no turismo nacional, lembrando que o Cristo Redentor é a atração mais visitada do Brasil. Para ele, a Embratur deve ser fortalecida e precisa ser instalada no Rio por uma questão de eficiência operacional.
— Tem que deixar de ser um órgão burocrático para ser um órgão eminentemente executivo. No Rio tratamos o turismo de frente, podendo irradiar o turismo para todo o Brasil — declarou.
Cláudio Magnavita, representando a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro (Abih-RJ), considera plausível para a Embratur seguir o modelo da Agência Nacional de Cinema (Ancine), também sediada no Rio, para que a Embratur tenha um “olhar diferenciado” para a capital fluminense.
— Temos a oportunidade histórica de ter uma agência com musculatura — avaliou.
Por sua vez, Gilson Machado Guimarães Neto, presidente da Embratur, resumiu as ações do governo federal com foco no papel do turismo na recuperação econômica nacional. Citando México e Colômbia, entre outros, como países que são exemplos positivos de divulgação do turismo, elogiou a conversão da Embratur em agência. Ele questionou por que os recursos naturais do país não têm contribuído para o aumento do turismo e criticou o amplo desconhecimento internacional sobre a situação ambiental do Brasil — situação que, para ele, foi alimentada por uma onda de “fake news”.
— Hoje a imprensa sabe que a Amazônia não pegou fogo. E o povo está vindo ao Brasil conhecer a Amazônia. Vamos colocar o Brasil no lugar que o país merece, como um dos protagonistas do turismo no mundo — disse.
O deputado Newton Cardoso Júnior (MDB-MG), relator da MP, disse ter respeito pelos argumentos a favor da transferência da Embratur para o Rio, mas salientou que se trata de um “tema nacional”, e que a situação fiscal é desfavorável para todos os estados brasileiros. O parlamentar pediu ênfase ao financiamento da promoção do turismo, com a definição de fontes de recursos.
A deputada Clarissa Garotinho (Pros-RJ) considera que a mudança da Embratur teria baixo custo, pois a União tem, segundo ela, uma grande quantidade de imóveis no Rio. Além disso, a parlamentar argumenta que a mudança sinalizaria a importância da cidade como capital turística. O deputado Marcelo Calero (Cidadania-RJ) citou várias agências federais que já estão sediadas no Rio de Janeiro, e disse que não faz sentido a nova Embratur ficar próxima do Ministério do Turismo. Também apoiou a aprovação da MP o deputado Felipe Carreras (PSB-PE).
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Sessão do Congresso é suspensa com três vetos em votação




Da Redação | 03/03/2020, 21h02
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, suspendeu a sessão do Congresso desta terça-feira (3) com votação em andamento de três vetos presidenciais. Os vetos já receberam os votos dos deputados, mas o resultado não foi informado.
O Congresso voltará a se reunir na quarta-feira (4), a partir das 14h, quando a apuração dos votos dos deputados será feita. Na sequência, caso o resultado seja pela derrubada de algum dos vetos, os senadores deverão votar. Se, por outro lado, os deputados decidirem manter todos os três vetos, não será necessária a análise dos senadores.
Os vetos pendentes de apuração dizem respeito ao saque do FGTS (VET 48/2019), à regulamentação dos contratos de desempenho na administração pública (VET 50/2019) e à revalidação de diplomas de medicina por universidades privadas (VET 54/2019).
O veto 48 é ligado à lei que criou que novas regras para saque do FGTS (Lei 13.932, de 2019), entre elas a modalidade do saque-aniversário, que pode ser feito no mês em que o cidadão completa anos. Ao todo foram vetados oito dispositivos, entre eles trechos que fixavam percentual do resultado do FGTS como condição para aplicações em habitação popular.
O veto 50 interveio sobre a lei que regulamentou os contratos de desempenho no âmbito da administração pública federal (Lei 13.934, de 2019). Apenas um item foi vetado: o dispositivo que obrigava os gestores a incluir na proposta de Lei Orçamentária Anual (LOA) os recursos necessários à execução do contrato.
Já o veto 54 tem a ver com a lei do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituição de Educação Superior Estrangeira (Revalida) (Lei 13.959, de 2019). O Executivo vetou a possibilidade de participação das entidades privadas no Revalida, restringindo à prova às universidades públicas.
Além desses três, a pauta do Congresso será retomada com outros quatro vetos. Entre eles está o veto às emendas de execução obrigatória para o relator do Orçamento, centro das discussões dos parlamentares nesta semana.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Congresso adia votação de veto a orçamento impositivo



Da Redação | 03/03/2020, 21h05
O presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre, decidiu, nesta terça-feira (3), após reunião com lideranças do Senado e da Câmara, adiar a votação do veto parcial do presidente Jair Bolsonaro (VET 52/2019) a um projeto de lei aprovado pelo Congresso (PLN 51/2019) que trata do chamado orçamento impositivo na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2020. A sessão do Congresso foi suspensa por Davi e será retomada às 14h da quarta-feira (4), quando os parlamentares devem dar continuidade à votação dos vetos 48, 50, 51, 52, 53, 54 e 55 de 2019.
A manutenção do veto de Bolsonaro ao orçamento impositivo deve ser confirmada, já que houve amplo acordo entre Executivo e Legislativo nesse sentido, que contou com a apresentação, na tarde desta terça-feira, pela Presidência da República, de três projetos de lei (PLNs 2, 3 e 4) que regulamentam o orçamento impositivo na LDO e na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2020.
Davi Alcolumbre avisou que os três projetos, que terão prazo para receber emendas, irão para análise da Comissão Mista de Orçamento (CMO) e, depois, poderão ser votados pelo Plenário do Congresso Nacional, o que deve ocorrer na semana que vem.
Atualmente, as emendas individuais de deputados e senadores ao Orçamento já são impositivas, ou seja, têm preferência para serem executadas.
A LDO 2020 previu pela primeira vez a impositividade também para as emendas das comissões permanentes da Câmara e do Senado e para as emendas do relator-geral da peça orçamentária, deputado Domingos Neto (PSD-CE). Isso levou Bolsonaro a vetar a mudança, com o argumento de que essa imposição poderia engessar demais o orçamento e não deixaria margem para o Executivo utilizar as verbas discricionárias.
Ao voltar ao Congresso após horas de negociação com o governo, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, disse que o orçamento impositivo é importante por ser uma forma de descentralizar recursos. Ele ressaltou que o tema é algo novo e o país está aprendendo a viver com essa nova realidade. Davi acrescentou que tanto o governo quanto o Congresso reconhecem que ainda há ajustes a fazer sobre o orçamento impositivo. De acordo com ele, os líderes construíram um entendimento de modo republicano e democrático.
Para Davi, os três projetos enviados pelo governo têm o objetivo de tentar resolver “vácuos legislativos em relação ao orçamento impositivo”, relativos às emendas constitucionais que tratam de emendas individuais ao Orçamento (EC 85), emendas de bancadas (EC 100) e de comissões (EC 102).

PLNs recém-chegados

O PLN 3/2020 altera o identificador de R$ 9,599 bilhões em emendas apresentadas pelo relator-geral. Assim, esse montante volta para o montante de gastos discricionários do Executivo. O projeto também destina outro R$ 6,67 bilhões para o Ministério da Saúde.
O PLN 4/2020 determina que, na execução de emendas, relator-geral ou comissão do Congresso somente serão ouvidos pelo governo quando a iniciativa parlamentar reforçar dotação original proposta pelo governo — e apenas em relação ao montante que foi acrescido.
Já o PLN 2/2020 altera a LDO com objetivo de estabelecer regras para o cumprimento da Emenda Constitucional 100, que trata das emendas parlamentares impositivas, e da Emenda Constitucional 102, que estabeleceu a divisão com estados e municípios dos recursos do leilão de excedentes do pré-sal.
Segundo a justificativa do ministro da Economia, Paulo Guedes, as alterações na LDO são necessárias para permitir eventuais ou futuras modificações nas emendas apresentadas pelo relator-geral e pelas comissões, e também para assegurar o cumprimento da meta fiscal deste ano — um déficit primário de R$ 124,1 bilhões.
Com Agência Câmara 
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Congresso elege novos integrantes do Conselho de Comunicação Social



Da Redação | 03/03/2020, 20h56
O Congresso Nacional escolheu, em reunião conjunta nesta terça-feira (3), os nomes dos novos integrantes do Conselho de Comunicação Social (CCS). Foram eleitos 13 titulares e 13 suplentes para um mandato de dois anos.
Formam o conselho três representantes de empresas de rádio, televisão e imprensa escrita; um engenheiro especialista na área de comunicação social; quatro representantes de categorias profissionais e cinco representantes da sociedade civil. O Colegiado reúne-se toda primeira segunda-feira do mês nas dependências do Senado.
Os membros do Conselho são eleitos por senadores e deputados federais, a partir de sugestões de entidades representativas dos setores da comunicação social e da sociedade civil.
Previsto na Constituição (Art. 224), o conselho é um órgão auxiliar do Congresso Nacional. Entre as suas atribuições, está a de realizar estudos, pareceres e outras solicitações encaminhadas pelos parlamentares sobre liberdade de expressão, monopólio e oligopólio dos meios de comunicação e sobre a programação das emissoras de rádio e TV.

Integrantes do conselho

Representante das empresas de rádio: Flavio Lara Resende (titular), Guliver Augusto Leão (suplente)
Representante das empresas de televisão: João Camilo Júnior (titular), Juliana dos Santos Noronha (suplente)
Representante de empresas da imprensa escrita: Ricardo Bulhões Pedreira (titular), Juliana Toscano Machado (suplente)
Engenheiro com notórios conhecimentos na área de comunicação social: Valderez de Almeida Donzelli (titular), Olimpio José Franco (suplente)
Representante da categoria profissional dos jornalistas: Maria José Braga (titular), Elisabeth Villela da Costa (suplente)
Representante da categoria profissional dos radialistas: José Antonio de Jesus da Silva (titular), Edwilson da Silva (suplente)
Representante da categoria profissional dos artistas: Zezé Motta (titular), Fabio Almeida Mateus (suplente)
Representante das categorias profissionais de cinema e vídeo: Sonia Santana (titular), Luiz Antonio Gerace (suplente)
Representantes da sociedade civil: Miguel Matos, Patricia Blanco, Davi Emerich, Luis Roberto Antonik, Fábio Andrade (titulares), Angela Cignachi, Renato Godoy de Toledo, Bia Barbosa, Daniel José Queiroz Ferreira e Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães (suplentes)
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)


Fonte: Agência Senado

Itália eleva número de mortes por coronavírus para 79 Este trecho é parte de conteúdo que pode ser compartilhado utilizando o link https://valor.globo.com/mundo/noticia/2020/03/03/italia-eleva-numero-de-mortes-por-coronavirus-para-79.ghtml ou as ferramentas oferecidas na página. Textos, fotos, artes e vídeos do Valor estão protegidos pela legislação brasileira sobre direito autoral. Não reproduza o conteúdo do jornal em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização do Valor (falecom@valor.com.br). Essas regras têm como objetivo proteger o investimento que o Valor faz na qualidade de seu jornalismo.

MUNDO
A quantidade de vítimas supera o Irã, que, hoje, confirmou a 77ª morte em razão da doença, e perde apenas para a China, epicentro da epidemia
Resultado de imagem para CORONAVIRUS
FOTO: REPRODUÇÃO

O número de mortes por coronavírus na Itália chegou a 79 nesta terça-feira (3) um salto de 27 em relação à atualização de segunda-feira (2), informou a Defesa Civil italiana. Ao todo, 2.502 pessoas foram diagnosticadas com o vírus no país.

Entre os pacientes, 1.034 estão internados com sintomas e 229 estão sob tratamento intensivo. Outros mil estão em quarentena em casa e 160 foram curados.

FONTE: AGÊNCIA ESTADO




Netanyahu comemora desempenho nas eleições em Israel

MUNDO
Pesquisas de boca de urna atribuem ao Likud, de Netanyahu, entre 36 e 37 cadeiras. Com aliados da direita e dos partidos judeus ultraortodoxos, o Likud pode somar 59 cadeiras, ficando muito próximo das 61 de maioria parlamentar.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e sua esposa Sara falam a apoiadores na sede da campanha do partido Likud, na cidade de Tel Aviv — Foto: Gil Cohen-Magen / AFP Photo
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, comemorou nesta terça-feira (3) vitória nas eleições legislativas, cruciais para sua sobrevivência política.
"Lembro da nossa primeira vitória, em 1996, mas esta noite a vitória é maior ainda, porque foi contra todas as previsões", disse o premier, encantado por frustrar os que previram "o fim da era Netanyahu" em Israel.

"É a vitória mais importante da minha vida", afirmou Netanyahu a seus partidários, após três eleições em menos de um ano em Israel, tendo Benny Gantz como principal adversário.
"Chegou a hora de votar e formar um governo (...). Serei o primeiro-ministro de todos os israelenses, é hora de união", disse o premier, cujo julgamento por corrupção, malversação e abuso de poder começará em duas semanas, em Jerusalém.
Gantz admitiu que ficou decepcionado com os resultados obtidos por seu partido. "Compartilho os sentimentos de decepção e dor de vocês. Esperávamos um outro resultado", declarou Gantz, líder do partido de centro Azul e Branco, para seu partidários em Tel-Aviv.
"Mas é preciso olhar o copo meio cheio. Criamos algo maravilhoso chamado Azul e Branco e continuaremos porque não desistiremos dos nossos valores", disse Gantz, ex-chefe do Estado-Maior do Exército israelense.
As pesquisas de boca de urna atribuem ao Likud, de Netanyahu, entre 36 e 37 cadeiras, contra entre 32 e 34 para o partido de Gantz.
Com seus aliados da direita radical e dos partidos judeus ultraortodoxos, o Likud pode somar 59 cadeiras, ficando muito próximo das 61 de maioria parlamentar.
Com a votação, buscava-se o fim da crise política mais importante do Estado hebreu após as votações de abril e setembro de 2019, em que o Likud, de Netanyahu, e o Azul e Branco, de Gantz, ficaram muito igualados.
Desde as últimas eleições o país registrou uma mudança importante: a acusação contra Netanyahu (70 anos), que se tornou em novembro o primeiro chefe de Governo na história de Israel a ser indiciado, concretamente por corrupção, fraude e abuso de confiança.

Voto árabe

Netanyahu tem o apoio dos partidos judaicos ultraortodoxos Shas, que capta boa parte dos votos sefardis (judeus orientais), Judaísmo Unido da Torá, dirigido principalmente aos ortodoxos ashkenazis (do leste da Europa) e da lista Yamina (direita radical), do atual ministro da Defesa Naftali Bennett.
O "Azul e Branco" tem o apoio dos partidos de esquerda que se uniram em apenas uma lista e poderia, talvez, receber o respaldo pontual da "Lista Unida" dos partidos árabes israelenses, que surpreenderam em setembro com o terceiro lugar, com 13 lugares, uma façanha eleitoral que pretendem superar agora.
"Dessa vez esperamos conseguir 16 (cadeiras)", disse Ayman Odeh, à frente da Lista Unida.
A "Lista Unida" tenta colher os frutos da frustração entre a minoria árabe israelense (20% da população) com o plano apresentado pelos Estados Unidos para solucionar o conflito israelense-palestino, um projeto aplaudido por Israel e rejeitado pelos palestinos.
Neste contexto, o partido Israel Beitenu, que não simpatiza com nenhum dos grandes blocos, pode ser o fiel da balança. Seu líder Avigdor Lieberman é um nacionalista laico hostil aos partidos árabes e judeus ortodoxos.
O plano do presidente Donald Trump prevê a conversão de Jerusalém na capital "indivisível" de Israel e a transferência do controle de uma dezena de vilarejos e localidades árabes israelenses a um futuro Estado palestino.
Netanyahu centrou a campanha no plano de Trump, prometendo a rápida anexação do vale do Jordão e de colônias israelenses na Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel em 1967, como contempla o projeto americano.
Gantz, que também apoiou o projeto americano, baseou a campanha nos problemas judiciais do primeiro-ministro, que já governou o país durante 14 anos, os 10 últimos sem interrupção.

FONTE: AFP

Brasil e Estados Unidos fecham acordo militar inédito

MUNDO
Texto precisa passar pelo Congresso e prevê parcerias apoiadas por fundo de US$ 96 bi


Bolsonaro e Trump durante encontro no Salão Oval da Casa Branca, no ano passado - Brendan Smialowski - 19.mar.2019/AFP

Brasil e Estados Unidos fecharam um acordo militar inédito que, se explorado integralmente, poderá ajudar a abrir o maior mercado de defesa do mundo à indústria nacional.O acordo, conhecido pela sigla RDT&E (sigla inglesa para pesquisa, desenvolvimento, testes e avaliação), será assinado na semana que vem, durante a visita do presidente Jair Bolsonaro a Miami.

Politicamente, servirá para Bolsonaro dizer que sua opção pelo alinhamento automático aos EUA de Donald Trump está rendendo frutos.Na realidade, o RDT&E começou a ser negociado por iniciativa americana em 2017, no governo de Michel Temer (MDB), mas a aproximação entre Bolsonaro e Trump acelerou as tratativas.Em março do ano passado, o Brasil recebeu o status de aliado privilegiado fora da Otan (a aliança militar ocidental). Isso em si não significa nada sem tratados específicos, e essa lacuna deverá começar a ser suprida pelo RDT&E.O acordo, por ser internacional, precisa de ratificação dos Congressos dos dois países. A expectativa no Itamaraty é de uma tramitação rápida, ao estilo daquela do texto de salvaguardas que permitirá aos EUA lançar foguetes da base de Alcântara (MA) em cerca de seis meses.Essa visão otimista vai depender do Parlamento em pleno conflito político com Bolsonaro e paralisado a partir de julho, devido às campanhas eleitorais municipais.Dois acordos anteriores que permitiram a costura do RDT&E, de 2010, só foram aprovados cinco anos depois.O RDT&E permitirá, uma vez valendo, que os dois governos assinem acordos de projetos. A partir daí, empresas de ambos os países podem ser selecionadas e contratadas para tocar programas, que sempre terão a gerência de autoridades brasileiras e americanas.Negociadores do acordo não descartam que projetos sejam sugeridos diretamente por empresas interessadas e encampados pelos governos


Setor de defesa emprega 60 mil pessoas diretamente no Brasil•

US$ 1,23 bilhão exportado em 2019• 30% a mais do que em 2018• 220 empresas• 60 mil empregos diretos• 240 mil empregos indiretos• 85 países compram do Brasil• 4% do PIB é estimado ao setor

Anos dourados da venda de armas brasileira foram os 1980Valor de Indicador de Tendência*, só para sistemas de armas, em US$ milhões**

Em princípio, contudo, o financiamento dos projetos é público —o que não impede a possibilidade de investimentos de risco privados.Do lado americano, o pote financeiro é virtualmente ilimitado no país que concentra 39% do gasto militar global. O principal fundo americano da área de defesa somou US$ 96 bilhões (US$ 432 bilhões nesta terça, 3) no ano passado.Os EUA aplicam 29% de seu orçamento militar, o maior do mundo no ano passado com US$ 684,6 bilhões (R$ 3 trilhões) em investimentos: compra de equipamento, pesquisa e desenvolvimento.O Brasil vive um momento de expansão de gastos militares sob Bolsonaro, com um aumento de sua fatia de investimentos dos previstos 9,5% em 2019 para 15,9% ao fim do ano.Mas mesmo seus gastos totais (R$ 109,9 bilhões em 2019), os 11º maiores do mundo, não dão conta nem de duas semanas do dispêndio americano.Pelo RDT&E, os projetos terão de ter contrapartidas de lado a lado. Elas não precisam ser equivalentes, contudo, o que sugere a capacitação da indústria nacional.

Eventuais produtos desenvolvidos terão propriedade intelectual compartilhada, e o acordo prevê acesso de empresas brasileiras a laboratórios e a indústrias americanas —desde que autorizadas.A base industrial de defesa brasileira engloba cerca de 220 empresas, a maioria de pequeno e médio porte. Usualmente seu papel é ofuscado por vendas de grandes atores, como a Embraer, mas a vocação do setor é um ambiente semelhante ao das startups.

 O que falta é investidor.As exportações em si tiveram um salto em 2019, de 30% ante o ano anterior, e fecharam em US$ 1,23 bilhão (R$ 5,5 bilhões) —considerado um recorde recente, mas longe da meta de US$ 6 bilhões e uma fração mínima do total exportado (US$ 224 bilhões).Não há detalhamento, por questões metodológicas, mas é consenso na área que a era de ouro das vendas militares brasileiras foram os anos 1980.Ali, fornecendo para clientes como o Iraque de Saddam Hussein em guerra com o Irã, o Brasil estava entre os dez maiores exportadores do mundo. Um indicador de valor relativo de exportações do Instituto Internacional de Pesquisa da Paz de Estocolmo aponta essa curva e a decadência posterior.

O RDT&E, negociado pelo Departamento de Defesa do Itamaraty e pelo Ministério da Defesa, tem a pretensão de ampliar a penetração brasileira no mercado dos EUA. A lógica é simples: as parcerias farão as empresas brasileiras candidatas naturais a entrar em cadeias de produção global puxadas por americanos.Aí a mira se volta também para os outros 28 países membros da Otan, grande parte dos quais tem acesso ao fundo americano de defesa. Também o tem aliados como Israel e Coreia do Sul.


O Brasil já é o maior fornecedor de munição leve para a aliança militar ocidental, por exemplo. Para o governo brasileiro, é possível ampliar isso —o exemplo do cargueiro C-390 da Embraer, já encomendado por Portugal, é citado em toda conversa sobre o tema.
O novo acordo tem como um de seus pilares a adoção do padrão Otan para todos os produtos que vierem à luz, algo comum entre fabricantes ocidentais de produtos de defesa, mas que não é seguido de forma homogênea no Brasil.


Hoje há diversos entraves para vender armamento e sistemas correlatos aos EUA, um dos principais a exigência da presença física do vendedor em solo americano.Nos dias 11 a 13, depois da visita de Bolsonaro, a comitiva de empresários do setor que o acompanhará irá a Washington com membros do Itamaraty e da Defesa para um seminário que visará explicitar ao governo dos EUA dúvidas e angústias brasileiras.Mesmo vendedores com presença forte nos EUA se queixam de buracos negros tributários e legais que desestimulam negócios.

A simbiose estatal-privado é uma marca do setor de defesa no mundo todo.“Se por um lado exportar é preciso, dada a reduzida rubrica de investimentos, por outro a receptividade do produto brasileiro no exterior depende fortemente de que os mesmos sejam empregados pelas nossas próprias Forças”, diz o presidente da Abimde (Associação Brasileira de Indústrias de Material de Defesa e Segurança), Roberto Gallo.Um exemplo é o próprio C-390, que só existe porque a Força Aérea injetou R$ 5 bilhões em seu desenvolvimento desde 2008 e fez a primeira encomenda de 28 aparelhos, de R$ 7,2 bilhões.

FONTE: FOLHA DE S. PAULO