domingo, 9 de fevereiro de 2020

Mais de 90% dos casos de feminicídios foram desvendados




Em função dessa capacidade de resolução de crimes de morte, a Polícia Civil do Distrito Federal  fechou o ano de 2019 com índices históricos. Registrou, por exemplo, a menor taxa de homicídios dos últimos 35 anos

Era noite de sexta-feira quando o delegado-chefe da 31ª DP de Planaltina, Fabrício Augusto Paiva, preparava-se para jantar e recebeu uma ligação. Uma mulher havia desaparecido na cidade e a família suspeitava de sequestro. Imediatamente, ele voltou para a delegacia, reuniu sua equipe de plantão, acionou a Divisão de Repressão a Sequestros e iniciou ali um plano de varredura e diligências na maior região administrativa do Distrito Federal. Em menos de 18 horas, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) chegava a Marinésio Olinto, o cozinheiro acusado de violentar várias mulheres – e matar pelo menos duas.
A resposta ágil na apuração do caso de feminicídio e estupro em Planaltina se soma a outras ações da Polícia Civil na resolubilidade de crimes. De janeiro de 2019 a fevereiro de 2020 foram registrados 37 casos de violência com morte de mulheres. Destes, 92% foram solucionados, uma eficácia que coloca o trabalho de excelência da PCDF como um dos melhores do país. O índice é superior à média de resolubilidade de feminicídios desde que o crime foi tipificado, em março de 2015, que é de 86% das 109 ocorrências.  
Mas não é só a eficiência na apuração de violência contra as mulheres que destaca o policiamento da capital. A morte do padre Cassimiro, na Asa Norte; o assassinato de uma jovem no altar de uma igreja na Candangolândia; e a prisão em tempo recorde dos assassinos de um motorista de aplicativo na Granja do Torto se somam a outros crimes de igual ou menor complexidade, dando respostas rápidas à população.
Foto: Agência Brasil/Arquivo
No ano passado, a PCDF traçou um plano de elucidações das infrações penais no DF. Aprimorou, por exemplo, a qualidade dos procedimentos de investigação, modernizou as técnicas de apuração, investiu na inteligência policial e reforçou as parcerias entre as delegacias (circunscricionais e especializadas) da capital. 
MobilizaçãoNo caso de Planaltina, pelo menos 60 policiais civis foram envolvidos nas investigações ouvindo testemunhas, reconstituindo as possíveis rotas de passagem da vítima e verificando imagens de câmeras de circuitos de TV. Em 70 horas o assassino de Letícia Sousa confessou o crime, identificou onde deixara o corpo da vítima e pôs fim a um dos casos de violência de grande repercussão no Distrito Federal.
“O imediatismo e a percepção de que algo grave estava acontecendo nos fizeram identificar rapidamente o modelo do veículo usado no crime e, na sequência, localizar o criminoso. Foi um trabalho incansável e com resultados positivos”, declara o delegado Fabrício Paiva.
ResultadosUm crime solucionado com brevidade não é só uma resposta à impunidade como um alento à família das vítimas de crimes. Entender o que se passou com um ente querido não diminui a dor, mas minimiza o desespero por uma resposta. Foi o caso de Kaio Fonseca, marido de Letícia Kurado, morta por Marinésio em Planaltina. Foi ele o primeiro a procurar a polícia civil na noite de 23 de agosto de 2019. 
O rapaz acompanhou de perto as investigações e colaborou com a polícia até que o corpo de sua mulher foi encontrada. “Eu fiz o boletim de ocorrência por volta das 19h e, pelo que sei, no dia seguinte, às 14h, o assassino já estava preso. A Polícia Civil, além de extremamente cuidadosa comigo, foi eficiente e eficaz”, declarou Kaio à Agência Brasília.
A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal fechou o ano de 2019 com índices históricos, de acordo com o secretário Anderson Torres. À frente da pasta desde o início da gestão do governador Ibaneis Rocha, ele lembra que o Distrito Federal registrou a menor taxa de homicídios dos últimos 35 anos – e o menor número de vítimas dos últimos 25. 
“Resultados assim são fruto de um forte trabalho integrado das forças de segurança do DF. E a contribuição da Polícia Civil, honrando seu lema de ‘excelência na investigação’, assegura que, aqui no DF, aquele que comete um crime, pode ter a certeza de que será alcançado pela lei.” 
AdrenalinaDelegado da 2ª DP, na Asa Norte, Laércio Rossetto esteve à frente das investigações que desvendou as mortes do padre Cassimiro e do jovem motorista Maurício Cuquejo. Nos dois casos, assim que os crimes foram informados pela Central de Investigações à delegacia, uma rápida mobilização foi iniciada. 
No primeiro caso, Rossetto chegou a ficar 30 horas sem dormir. Em quatro dias, três dos quatro autores já estavam presos. No segundo caso, em 7 horas, dois criminosos foram detidos e estavam prontos para fugir. “O tempo é nosso inimigo. Com ele, as provas somem, as testemunhas se esquecem de detalhes, as filmagens se auto apagam…”, observa ele, para quem a parceria com diversas unidades da Polícia 
“O empenho da equipe, aliado ao profissionalismo, ao comprometimento e ao espírito de grupo dos envolvidos nas investigações têm nos feito dar respostas rápidas na elucidação de crimes, mandando para a cadeia os infratores e tranquilizando as famílias das vítimas que buscam por justiça”, observa Rosseto.
No último ano, o número de homicídios registrados pela Polícia Civil caiu 12,99% de janeiro a novembro, comparado ao mesmo período de 2018. Dos 39.303 inquéritos instaurados em 2019, 36.303 passaram por diligências e foram enviados ao Judiciário com informações relevantes para que pudessem ser julgados.

Região central tem 40 escolas reformadas



Neste ano, R$ 1 milhão foi investido para reparos e melhorias em unidades vinculada à regional do Plano Piloto. Parte das obras contou com repasses de emendas parlamentares

As escolas públicas da capital seguem sendo preparadas para melhor receber os estudantes no ano letivo que começa nesta segunda-feira (10). Na região central, 40 escolas vinculadas à Coordenação Regional de Ensino do Plano Piloto começaram a passar por reparos. Foram R$ 1,07 milhão investidos em compras e serviços executados em janeiro. 
A Coordenação Regional de Ensino (CRE) do Plano Piloto abrange escolas das Asas Norte e Sul, Lagos Norte e Sul, Cruzeiro, Octogonal, Setor Militar Urbano, Jardim Botânico, Varjão, Granja do Torto e Vila Planalto. A maioria das obras é executada a partir de repasses de emendas parlamentares. Elas tiveram início em janeiro e, nas contas da gestão, estão 90% executadas. 
Lúcio Bernardo Jr/Agência Brasília
“Temos colégios bem cuidados, mas sem manutenção profunda há muito tempo. Várias têm rachaduras, infiltrações, problemas por terem a estrutura antiga, construídas na época da inauguração de Brasília”, diz o coordenador, Álvaro Matos. De acordo com ele, a parceria com as administrações regionais permite manutenção constante. 
Este ano, a Escola Classe 8 do Cruzeiro passa a ter ensino integral no próprio colégio, e os alunos não terão que se deslocar até uma Escola Parque na Asa Sul. Matos explica que a mudança levou a Secretaria de Educação a se empenhar para melhorar o atendimento aos 350 estudantes que passarão todo o dia na unidade.  
Com verba da pasta, toda a parte elétrica foi trocada – e o forro, substituído. “Essa obra era fundamental. Como a escola é muito antiga, há problemas. O telhado metálico causa muito calor. Só a mudança já melhora o aspecto visual e a temperatura. Com a nova estrutura, podemos pensar inclusive na instalação de ar condicionado”, conta a diretora da escola, Luciana Araújo  (foto). 
Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília
O repasse do Programa de Descentralização Financeira e Orçamentária (PDAF) também foi usado no último mês na unidade. Com R$ 39.677,50 recebidos referente ao segundo semestre de 2019, foi possível trocar a cerâmica de toda a parte administrativa. Durante o ano, são feitas revisões de desgastes do prédio. O parquinho, por exemplo, passa por pintura e manutenção constantes. 
No Centro de Ensino Fundamental 1 de Brasília, na 106 Sul, a obra foi custeada por emenda parlamentar direcionada à unidade. Foram R$ 31 mil para restauração de portas, janelas, telhados, paredes de sala de aula e restauração da parte elétrica. Na escola desde 1996, a atual diretora conta que a estrutura jamais havia passado por reparos profundos. 
“Terminamos 2019 com problemas elétricos, com muitos picos e quedas de energia. Se ligássemos algo em uma sala, na outra cairia”, lembra Maria Auxiliadora de Souza. A gestora revela tensão quanto à segurança dos servidores e alunos. “Estava perto de um curto circuito. Muitos fios secos, velhos, da idade de Brasília, foram retirados. Por sorte, não tivemos acidentes.”
Com a intervenção, o colégio ganhou cerca de 150 lâmpadas de LED, o que deve, ainda, ajudar com economia na unidade. As salas de aula ficaram prontas para receber os 500 estudantes, mas há previsão de continuidade no feriado de Carnaval.
DA AGÊNCIA BRASÍLIA 

Taguaparque volta às origens: ser espaço de lazer



Duzentas mudas de plantas como Ipê, Pau Brasil e frutíferas foram plantadas no local onde ‘sobreviviam’ apenas lixo e entulho jogados por carroceiros. Várias obras estão sendo finalizadas no lugar

No lugar do lixo e do entulho, haverá duas quadras de areia e 200 mudas de plantas nativas e frutíferas. A vigilância também ficará em estado de alerta para evitar novos descartes de inservíveis. A churrasqueira, a cascata e a quadra do ginásio também passam por reforma. Desta forma, o Taguaparque começa a recuperar a finalidade com a qual foi criado: de espaço destinado ao esporte e lazer da comunidade de Taguatinga e Vicente Pires.
Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília
O tempo chuvoso deu uma atrasada nos serviços – mas, no geral, eles estão bem adiantados. A bola do futebol de areia, por exemplo, está a apenas a um dia ensolarado para rolar. Os caminhões com a terra especial serão derramados tão logo a chuva dê uma trégua. 
Foto: Administração de Taguatinga/Divulgação
Por enquanto, quem já está por lá mesmo são as traves que farão ainda mais a alegria dos atletas de plantão. As balizas já chegaram e aguardam somente a implantação dos outros equipamentos para tomarem seu lugar numa extremidade e noutra.
Depois que tudo estiver em seu devido lugar, a Companhia Energética de Brasília (CEB) deverá instalar postes em torno das quadras para que o esporte ali não pare nem mesmo ao cair da noite.
Mas nem só para atrapalhar vive a chuva. O período é bom para que as 200 mudas de Ipê, Pau Brasil, Pequi, Abacate, Acerola e Jabuticaba cresçam até ganhar caule e folhas fortes. Dezenas de mudas foram plantadas neste sábado (8/2) no local onde floresciam apenas lixo e entulho jogados. 
 “Essas melhorias vão evitar que carroceiros voltem a jogar lixo ali”, acredita o administrador de Taguatinga, Geraldo César, que contabiliza experiências bem-sucedidas com a implantação de equipamentos esportivos em lugares antes tomados pelo lixo. “No Setor de Oficinas Norte, há um ano não colocam lixo lá”, emenda.
Responsável por gerir o Taguaparque, Daniel Leite afirma que as melhorias nas instalações do parque serão concluídas brevemente. Ele conta que a churrasqueira estava desativada havia quatro anos. E, agora, ganha piso, pintura e telhado novos. Tudo isso para acomodar ainda melhor o frequentador do espaço. “Estamos trabalhando para deixar esse parque melhor do que encontramos. A comunidade vai ser orgulhar de viver aqui”, vaticina.
Freqüentador assíduo do Taguaparque, o pizzaiolo Edson Barbosa Fernandes, 43 anos, está empolgado com as benfeitorias. Apesar de preferir a corrida, ele garante que irá jogar futebol de areia nas novas quadras. “Temos de cuidar do parque. Ele é da comunidade”, disse o morador de Vicente Pires.

Segurança e impostos serão temas do fórum de governadores



Chefes do Executivo debaterão o Plano Mansueto, que tem como objetivo ajudar estados e municípios a equilibrarem as contas, e a perda de investimentos na educação

O Fórum de Governadores chega a sua oitava edição na próxima terça-feira (11). O primeiro encontro no ano entre os chefes do Executivo de todo o país terá como principais temas a Segurança Pública; o preço dos combustíveis; e a renovação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). O evento está marcado para às 9h no edifício-sede do Banco do Brasil, na Asa Norte.
Também vão compor a pauta de debates o Fundo de Participação dos Estados (FPE), o Plano Mais Brasil (Plano Mansueto), a securitização e a distribuição dos royalties de petróleo.
Nesta edição, o Fórum terá manifestação dos governadores sobre propostas relativas ao tema da Segurança Pública, com a participação do Presidente do Conselho Nacional de Comandantes-Gerais das Polícias e Bombeiros Militares do Brasil (CNCG), coronel Carlos Alberto de Araújo Gomes Júnior.
O encontro tem como anfitrião o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha e, como coanfitriões, os governadores de São Paulo, João Doria, e do Rio de Janeiro, Wilson Witzel. Ao longo de 2019, os representantes dos estados discutiram assuntos importantes para o país, medida que será retomada nos fóruns de 2020. 
Brasil em pauta
Os governadores ainda devem discutir o percentual cobrado sobre o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no caso dos combustíveis. O assunto ganhou o noticiário nos últimos dias e deverá ser alinhado com o governo federal. 
O Plano de Promoção do Equilíbrio Fiscal (PEF), apelidado de Plano Mansueto, retorna à mesa de discussões. O programa tem como objetivo ajudar estados e municípios a equilibrarem as contas, tendo como contrapartida a recuperação da capacidade de pagamento. A medida é para que os entes federativos possam tomar empréstimos com garantia da União desde que façam ajuste fiscal com prazo definido.  
Na área de educação os governadores lutam contra a perda de investimentos. Criado em 2006, o Fundeb é a principal fonte de financiamento da Educação Básica e vence em 31 de dezembro de 2020. A corrida contra o tempo nesse tema caminha no Congresso Nacional, com três Propostas de Emenda Constitucional (PEC). Elas preveem o aumento do percentual de colaboração do governo federal e tornar o fundo permanente. A União, por sua vez, estuda essas e outras medidas para a educação.

DA AGÊNCIA BRASÍLIA

Paco homenageia bombeiro que salvou vítima de raio




Em culto no Recanto das Emas, o sargento Elcio Souza teve atuação reconhecida pelo Governo do DF, pela corporação e pelos familiares do jovem Renato Júnior  

O vice-governador Paco Britto esteve, na noite desta sexta-feira (7/02), em um culto de ação de graças na Igreja Pentecostal Missionária Arca de Deus, no Recanto das Emas. Na celebração, que comemorou a vida do jovem Renato Júnior da Silva – atingido por raio no último dia 22 de janeiro – o bombeiro militar Elcio Barreira de Souza, responsável por socorrer o jovem, foi homenageado com o Título de Honra ao Mérito e com uma carta de agradecimento especial do comando do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF).
Em seu discurso, Paco ressaltou o trabalho dos bombeiros militares e elogiou a atitude do primeiro-sargento Elcio Souza que, no dia do acidente, estava de folga em uma noite chuvosa no Recanto das Emas. “Isso é ser bombeiro: salvar vidas. O Elcio foi um anjo mensageiro de um milagre de Deus na vida do Renato”, afirmou. O Distrito Federal conta com 5.749 bombeiros militares, treinados para socorrer a população da capital. 
Elcio também ganhou um elogio que foi publicado no boletim oficial da corporação e lido pelo comandante-geral do Corpo de Bombeiros do DF, coronel Lisandro Paixão. “Ele teve uma atuação audaciosa e decisiva para que o jovem Renato pudesse estar aqui hoje, agradecendo pela sua vida”, frisou. Lisandro lembrou que os bombeiros treinam e operam em equipe e com utilização de vários recursos. “Quando está sozinho, de folga, sem equipamento, corre um sério risco num salvamento desses”, explicou.
O jovem Renato Júnior, que se emocionou diversas vezes durante o culto, agradeceu às orações dos membros da igreja e, mais uma vez, a Elcio. “Ele foi instrumento de Deus para salvar a minha vida e por isso estou aqui”, disse o rapaz que, contrariando os diagnósticos, não apresenta nenhuma sequela do acidente. “Ele agora é da minha família”, completou Selma da Silva, mãe de Renato, e missionária na igreja Pentecostal.
As chances de uma pessoa ser atingida por um raio são de uma para 1 milhão. As estatísticas apontam um alto índice de letalidade nesses casos. Somente naquele dia chuvoso de 22 de janeiro de 2020 no DF, 25 raios caíram na capital.
Renato jogava bola com amigos na Quadra 206 do Recanto das Emas, onde mora com os pais. Chovia bastante. Um raio atingiu o rapaz que caiu no chão e teve uma parada cardiorrespiratória. Por cerca de 15 minutos, o bombeiro Elcio fez massagem cardíaca e tentou manter os sinais vitais de Renato até a chegada do Samu. O militar estava em um bar próximo ao local do acidente.
O jovem foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade em estado grave. No dia seguinte, foi transferido para uma UTI no Hospital Regional do Gama (HRG), onde ficou três dias em coma induzido. Segundo o tio de Renato, Roberto Silva, as notícias não eram animadoras. “No hospital nos falaram que, se ele sobrevivesse, ficaria com sequelas. Ficamos muito abalados, embora tínhamos muita fé em Deus”, contou. 
Segundo o pai do rapaz, o socorro do bombeiro, juntamente com a agilidade do Samu e o atendimento dos médicos tanto na UPA do Recanto das Emas quanto no HRG foram fundamentais para a vida do filho. “Em menos de uma semana ele recebeu alta”, disse Renato da Silva.
Ao lado da sua esposa, Ana Paula, Paco Britto se emocionou com os agradecimentos dos familiares de Renato ao atendimento prestado ao filho pela equipe da saúde Pública do DF. “O governador Ibaneis sempre fala que quer fazer o bem. E eu, há cinco anos, sofri um infarto e também estive entre a vida e a morte. Tenho algo a cumprir. Este governo tem algo a cumprir e está cumprindo. E ficamos muito felizes em saber que uma vida foi salva”.
  DA AGÊNCIA BRASÍLIA

CNI propõe medidas para agilizar comércio do Paraguai, Uruguai e Chile



Atracação de navios no Caís do Porto do Rio de Janeiro, guindaste, container.

Tânia Rêgo/Agência Brasil

São 263 sugestões para melhoria do ambiente de negócios

Publicado em 09/02/2020 - 13:24
Por Kelly Oliveira - Repórter da Agência Brasil  Brasília
Enquanto o Brasil avançou na redução da burocracia para exportar e importar, países da América do Sul ainda precisam investir em modernização dos processos relacionados ao comércio exterior. Para estimular esses países, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) tem feito convênios com entidades do setor industrial para levantar os gargalos que impedem um fluxo de comércio mais rápido.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com o BID, levantou 368 oportunidades de melhorias em processos ou políticas públicas relacionados ao comércio exterior no Paraguai, no Uruguai e no Chile. Para levantar essas oportunidades, foram feitas reuniões com representantes de empresas exportadoras e importadoras e de órgãos públicos ligados ao comércio exterior, totalizando 320 participantes. Ao final do levantamento, foram feitas 263 propostas de solução.
O diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi, contou que a experiência do Brasil com a criação do Portal Único de Comércio Exterior ajudou na elaboração de propostas para os três países. O portal foi lançado em 2014, e passou a ser um guichê único de interação entre o governo e os importadores e exportadores. “Para criar o Portal Único, foram reunidas pessoas que trabalham com exportações nas empresas e elas orientaram sobre como era o processo e como deveria ser. Nossas burocracias são muitos parecidas. O Chile, por exemplo, tem ainda emissão de fatura e certificado de origem não digitalizados, é tudo no papel. Hoje, no Brasil quase tudo é informatizado. Fizemos a proposta de informatizar, dar transparência e evitar atrasos para esses três países”, disse. Segundo Abijaodi, o BID também fez convênio na Argentina para fazer o mesmo levantamento.
Para Abijaodi, a redução da burocracia nesses países vai ajudar também os exportadores e importadores brasileiros. “Como temos um grande comércio com o Mercosul [Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai] e com o Chile, vamos ganhar primeiro em rapidez. Aqui no Brasil, com o Portal Único, o processo de exportação foi reduzido de cerca de 15 dias para 8 dias. Há também ganhos em transparência. Por exemplo, no Portal Único do Brasil, o exportador coloca todos os documentos digitalizados dentro dessa página e aí os órgãos que participam desse processo vão aprovando e o exportador consegue acompanhar o encaminhamento. Lá nesses países ainda não foi feito isso”, explicou.
Abijaodi acrescentou que é preciso reduzir os prazos do comércio exterior nos outros países também. “Quando exportamos para esses países, a nossa saída está acelerada, está com transparência, está com segurança, mas na chegada encontra essa dificuldade da burocracia: vai ser tudo em papel e a aprovação demora. E se eles estiverem importando para nós, lá tem uma demora inicial pela burocracia e chega aqui no Brasil já está mais acelerado. Precisamos ganhar prazo tanto na origem como no destino”, acrescentou.
Com o levantamento feito, disse Abijaodi, agora cabe aos governos dos países implementarem as mudanças.
O resultado do trabalho da CNI e do BID está disponível na internet. Assim, quem quiser exportar para Paraguai, Uruguai ou Chile pode conhecer todo o processo nesse site. Segundo a CNI, há um acordo com os países para que na medida em as mudanças forem implementadas, será atualizado o processo de exportação e importação no site.
Edição: Narjara Carvalho


Rio: Polícia faz operação especial para atuação em blocos de carnaval


 Blocos fazem a abertura não oficial do carnaval de rua no centro do Rio de Janeiro

Tomaz Silva/Agência Brasil

Publicado em 09/02/2020 - 14:09
Por Cristina Indio do Brasil – Repórter da Agência Brasil  Rio de Janeiro
A Secretaria de Estado de Polícia Militar do Rio de Janeiro montou pontos de bloqueio, onde agentes utilizam detectores de metais no esquema de segurança em locais de apresentação dos megablocos no carnaval 2020. Nesses bloqueios, os policiais não permitem o ingresso de foliões com garrafas, patinetes, carrinhos e outros objetos que possam pôr em risco a segurança. 
De acordo com a Polícia Militar, a estrutura de controle preventivo é "a mesma expertise" empregada nos grandes eventos sediados no Rio de Janeiro nos últimos anos. A PM pediu para que o folião também façam a sua parte para auxiliar na segurança pública, “contribuindo assim para que os desfiles de blocos sejam apenas espaço de alegria e diversão”.
O esquema foi adotado hoje (9) no Carnaval Square, liderado pela cantora Cláudia Leitte, que abriu a temporada dos megablocos na Avenida Antônio Carlos, no centro do Rio e atraiu uma multidão para o local. Houve ainda a participação de parte da bateria da escola de samba Beija-Flor de Nilópolis.
“Agora tem mais segurança, né? No ano passado não tinha tanta segurança, como agora. Acho bom, ainda mais aqui no centro da cidade. Vem muito ladrão”, disse a estudante de 17 anos, Alice Gosi, que ajudava a mãe na venda de água.
A operadora de Serviço de Atendimento ao Consumidor, Iris Policeno, que aproveitou a folga no domingo de sol para ver de perto a cantora Claudia Leitte, também achou que a segurança está reforçada. “Revistaram na entrada. Não pode entrar vidro. Está bem legal. Todas as entradas e ruas têm policiamento. Está bem diferente este ano”, disse.

Planejamento em conjunto

A PM informou ainda que além do reforço de policiamento previsto na Operação Verão 2019/2020, há um planejamento adicional em conjunto com outros órgãos do estado e prefeituras municipais para atender a demanda do carnaval de rua. Neste fim de semana, somente no Rio, policiais militares estão nas ruas para garantir a segurança de foliões e cidadãos em desfiles de 14 grandes blocos em todas as regiões da cidade, incluindo o centro, onde se apresentam os megablocos.
A Polícia Militar recomendou que o folião, no seu deslocamento, dê preferência ao transporte público, beba moderadamente, tome cuidado quando comprar bebidas nos blocos, se certificando se a embalagem está realmente lacrada. A secretaria sugeriu ainda que o folião evite comentar em público o local onde mora ou está hospedado, dê preferência a se divertir em grupo, sempre acompanhado de pessoas da sua confiança. Para o caso de qualquer caso de violência, roubo ou perda, deve procurar a ajuda de um policial militar ou agente público. Na alimentação a preferência deve ser por comidas leves.

Guarda Municipal

Já a Guarda Municipal do Rio montou um esquema com 1.015 guardas. Desses, 795 atuam em ações de ordenamento urbano e 220 no controle e na fiscalização de trânsito. O planejamento foi feito para apoiar os desfiles dos 384 blocos de carnaval autorizados pela Riotur, entre sexta (7) e este domingo, em diferentes pontos da cidade.
Conforme a Guarda Municipal, os agentes trabalham em pontos estratégicos para ordenar o trânsito, coibir o estacionamento irregular e orientar pedestres e foliões, permanecendo até o final dos eventos.
Hoje, além do megabloco da cantora Claudia Leitte, o efetivo de 418 guardas atua na Barra da Tijuca, na zona oeste, em apoio aos blocos Amigos da Barra e Me Chama; na zona sul, no Me Esquece; e no Alegria sem Ressaca, em Copacabana; na zona norte, no Foliões do Rio e Se Cair, Eu Como, na Ilha do Governador; e ainda no ensaio técnico do Multibloco, que interrompeu o trânsito na Avenida Gomes Freire, na Lapa, também no centro da cidade.

Comlurb

A passagem dos blocos também obrigou a Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) a montar esquema especial. Ontem (8) o desfile Desliga da Justiça, na Gávea, zona sul da cidade, resultou na coleta de cinco toneladas de lixo, com 47 foliões multados em flagrante por urinar em via pública, no valor de R$ 607,54, e cinco multados em R$ 221,75, por despejar pequenos resíduos fora dos contêineres. 
No Bloco do Moreno, na Tijuca, zona norte da capital, a Comlurb coletou 150 quilos. “A Comlurb pede para que os foliões fiquem atentos e evitem ser autuados”, informou em nota a companhia.
Edição: Fábio Massalli

Ex-PM investigado por envolvimento no caso Marielle é morto na Bahia




Adriano Nóbrega era um dos criminosos mais procurados do Rio

Publicado em 09/02/2020 - 14:51
Por Cristina Indio do Brasil – Repórter da Agência Brasil  Rio de Janeiro
O ex-capitão do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Adriano Nóbrega, foi morto hoje (9), no município de Esplanada na Bahia. Nóbrega era investigado por diversos homicídios e era um dos criminosos mais procurados do Rio de Janeiro. Ele também era investigado por envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Franco.
Nóbrega morreu após ser ferido durante uma operação conjunta da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol) do Rio de Janeiro; e do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope); da Companhia Independente de Policiamento Especializado (Cipe) Litoral Norte; do Grupamento Aéreo (Graer); e da Superintendência de Inteligência (SI) da Secretaria da Segurança Pública da Bahia.
Segundo a secretaria baiana, no momento do cumprimento de mandado de prisão, Adriano Nóbrega “resistiu com disparos de arma de fogo e terminou ferido”. Ainda conforme o órgão, o ex-policial chegou a ser socorrido em um hospital da região, mas não resistiu aos ferimentos.

Operação conjunta

De acordo com a Secretaria de Polícia do Rio, há cerca de um ano, o seu serviço de inteligência e o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), vinham investigando o ex-capitão.
“Ao longo deste tempo, os agentes o monitoravam e chegaram ao paradeiro do ex-policial militar na Bahia. A ação foi realizada com apoio operacional do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar daquele estado”, informou em nota o órgão fluminense.
Segundo a secretaria fluminense, a operação conjunta foi montada para capturar Nóbrega, que era investigado por diversos homicídios e era um dos criminosos mais procurados do Rio de Janeiro. O ex-policial militar foi localizado na área rural do município de Esplanada (BA).

Suspeito armado

A Secretaria de Segurança da Bahia informou em nota publicada no seu site que o foragido foi encontrado com uma pistola austríaca calibre 9 mm. Ainda na operação os policiais encontraram mais três armas na casa.
“Procuramos sempre apoiar as polícias dos outros estados e, desta vez, priorizamos o caso por ser de relevância nacional. Buscamos efetuar a prisão, mas o procurado preferiu reagir atirando”, disse, na nota, o secretário da Segurança Pública da Bahia, Maurício Teles Barbosa.
Também na nota, a secretaria informou que Adriano Nóbrega era investigado por envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson, na noite do dia 14 de março de 2018, no Estácio, região central do Rio de Janeiro.
“O criminoso passou a ser monitorado por equipes da SI da SSP da Bahia, após informações de que ele teria buscado esconderijo na Bahia. Nas primeiras horas da manhã ele foi localizado em um imóvel, na zona rural de Esplanada”, informou a secretaria na nota.

Milícia da Muzema

Em janeiro do ano passado, Adriano foi considerado foragido durante a Operação Intocáveis, desencadeada pelo MPRJ e as polícias Militar e Civil para prender integrantes de uma organização criminosa que agia na zona oeste do Rio de Janeiro. Na época, as investigações apontavam que os integrantes de uma milícia atuavam nas comunidades de Rio das Pedras, da Muzema, da Tijuquinha e adjacências. 
Após a Operação Intocáveis, a promotora de Justiça do MPRJ Simone Síbilio considerou que não era possível fazer a relação entre os integrantes da organização criminosa e as mortes de Marielle e Anderson, mas apontou, que, se no futuro fosse comprovado o envolvimento, seria incluído nas investigações desse crime.
Edição: Fábio Massalli

da Agência Brasil  Rio de Janeiro

Cãibra pode ser sinal de Doença Arterial Obstrutiva Periférica



 Atividade física


Doença é comum em homens e causa muita dor na prática de exercícios

Publicado em 09/02/2020 - 15:39
Por Ludmilla Souza - Repórter da Agência Brasil  São Paulo
A claudicação intermitente – ato de mancar – é muito comum entre as pessoas que sofrem com a Doença Arterial Obstrutiva Periférica (DAOP). Em geral, as crises ocorrem durante a prática de exercícios físicos. O paciente sente uma dor parecida com a cãibra, o que acaba gerando grande incômodo na execução dos movimentos.
A DAOP é uma obstrução das artérias da perna, que dificulta a passagem sanguínea, da forma correta, pelo membro. Isso impede que o corpo envie oxigênio para os músculos e pode causar, além da dor, gangrena e úlceras nos locais afetados.
O angiologista e presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), Bruno Naves, explica que a DAOP nada mais é o que a falta de circulação na perna. “O fator mais importante para que isso aconteça chama-se tabagismo, que vai deteriorando os vasos arteriais. Associado ao cigarro tem a vida sedentária, o colesterol alto, o stress, isso tudo vai deteriorando a parede da artéria, e essa parede vai acumulando gordura e dificultando a chegada de sangue”.
Naves explica que a manifestação maior aparece ao andar. “Para andar o músculo precisa de sangue, de nutrição e oxigênio, com a doença não chega da forma adequada e o corpo sinaliza com dor: a pessoa anda, dói, ela para e melhora, anda de novo, dói, para e melhora. A gente chama isso de claudicação intermitente. Essa dor é uma sinalização que está faltando circulação no músculo, aí a pessoa não consegue andar”.
Exercícios
O administrador aposentado Armado Camillo, de 73 anos, convive com a doença há cerca de 20 anos. Ele contou que no caso dele são determinadas artérias que estão entupidas, com gordura calcificada, e o problema é decorrente do tabagismo, embora já tenha abandonado o vício há 18 anos.
“Quando faço algum esforço, sinto uma fadiga extremamente dolorosa na barriga, que às vezes me impedem inclusive de andar, tenho que parar, esperar um pouco, depois continuar. E uma das soluções é justamente o andar, e o andar provoca a dor, então é um círculo que a gente tem que ficar administrando. Como a doença é progressiva, o andar é a alternativa para que não progrida ainda mais”.
Além das caminhadas, ele faz hidroginástica e exercícios na bicicleta ergométrica. “Estou numa situação estável há quatro anos, isso decorrente dessas atividades que pratico, mas por sofrer da doença aconselho aos jovens, não fume. Vejo a moçada com sua vida de fumante e a gente que foi fumante vê como é perigoso esse hábito maléfico”, recomenda Camillo. 
Cãibras
Segundo o angiologista, a cãibra pode ser também uma manifestação da falta de circulação. “O músculo, às vezes, por falta de irrigação, contrai e causa dor e pode também ser por deficiência de magnésio. O solo do Brasil é pobre em magnésio, mesmo comendo as verduras verde escuras, que são fonte de magnésio, nem sempre é o suficiente para manter esse mineral na quantidade ideal para o nosso corpo. A gente tem que fazer o diagnóstico diferencial para saber se a cãibra é por falta de algum mineral ou se é por falta de circulação”, alertou.  
Para quem sofre com a falta do mineral, é feita a reposição por meio de medicamento. No caso da pessoa com a doença arterial periférica quando está no estágio inicial, o tratamento é motivar o paciente a andar. “Toda vez que ele anda e sente dor, o cérebro recebe uma mensagem assim: ‘olha, não estou dando conta de jogar sangue o suficiente lá na perna, tenho que me virar’. E o nosso organismo é fantástico, ele consegue criar uma circulação colateral que é novinha, fininha, essa circulação colateral consegue refazer a circulação jogar a quantidade necessária de oxigênio novamente, mas para isso acontecer tem que ter motivo”, descreveu Naves.
Ele explica que para todo paciente que tem sintoma de claudicação, e sente dor ao andar, o tratamento é justamente andar. “No começo ele vai andar 100 metros, depois 200m. Quando ele perceber está andando 1km, porque o próprio organismo vai fazer essa melhora. É claro, a melhora acontece aliada à cessação total do tabagismo, controle muito vigoroso do colesterol e da glicose, se ele for diabético, e se estiver obeso, também deve diminuir o peso melhor, porque ele vai andar com mais facilidade”, recomenda o médico.

Edição: Nélio de Andrade