domingo, 9 de fevereiro de 2020

CNI propõe medidas para agilizar comércio do Paraguai, Uruguai e Chile



Atracação de navios no Caís do Porto do Rio de Janeiro, guindaste, container.

Tânia Rêgo/Agência Brasil

São 263 sugestões para melhoria do ambiente de negócios

Publicado em 09/02/2020 - 13:24
Por Kelly Oliveira - Repórter da Agência Brasil  Brasília
Enquanto o Brasil avançou na redução da burocracia para exportar e importar, países da América do Sul ainda precisam investir em modernização dos processos relacionados ao comércio exterior. Para estimular esses países, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) tem feito convênios com entidades do setor industrial para levantar os gargalos que impedem um fluxo de comércio mais rápido.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com o BID, levantou 368 oportunidades de melhorias em processos ou políticas públicas relacionados ao comércio exterior no Paraguai, no Uruguai e no Chile. Para levantar essas oportunidades, foram feitas reuniões com representantes de empresas exportadoras e importadoras e de órgãos públicos ligados ao comércio exterior, totalizando 320 participantes. Ao final do levantamento, foram feitas 263 propostas de solução.
O diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi, contou que a experiência do Brasil com a criação do Portal Único de Comércio Exterior ajudou na elaboração de propostas para os três países. O portal foi lançado em 2014, e passou a ser um guichê único de interação entre o governo e os importadores e exportadores. “Para criar o Portal Único, foram reunidas pessoas que trabalham com exportações nas empresas e elas orientaram sobre como era o processo e como deveria ser. Nossas burocracias são muitos parecidas. O Chile, por exemplo, tem ainda emissão de fatura e certificado de origem não digitalizados, é tudo no papel. Hoje, no Brasil quase tudo é informatizado. Fizemos a proposta de informatizar, dar transparência e evitar atrasos para esses três países”, disse. Segundo Abijaodi, o BID também fez convênio na Argentina para fazer o mesmo levantamento.
Para Abijaodi, a redução da burocracia nesses países vai ajudar também os exportadores e importadores brasileiros. “Como temos um grande comércio com o Mercosul [Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai] e com o Chile, vamos ganhar primeiro em rapidez. Aqui no Brasil, com o Portal Único, o processo de exportação foi reduzido de cerca de 15 dias para 8 dias. Há também ganhos em transparência. Por exemplo, no Portal Único do Brasil, o exportador coloca todos os documentos digitalizados dentro dessa página e aí os órgãos que participam desse processo vão aprovando e o exportador consegue acompanhar o encaminhamento. Lá nesses países ainda não foi feito isso”, explicou.
Abijaodi acrescentou que é preciso reduzir os prazos do comércio exterior nos outros países também. “Quando exportamos para esses países, a nossa saída está acelerada, está com transparência, está com segurança, mas na chegada encontra essa dificuldade da burocracia: vai ser tudo em papel e a aprovação demora. E se eles estiverem importando para nós, lá tem uma demora inicial pela burocracia e chega aqui no Brasil já está mais acelerado. Precisamos ganhar prazo tanto na origem como no destino”, acrescentou.
Com o levantamento feito, disse Abijaodi, agora cabe aos governos dos países implementarem as mudanças.
O resultado do trabalho da CNI e do BID está disponível na internet. Assim, quem quiser exportar para Paraguai, Uruguai ou Chile pode conhecer todo o processo nesse site. Segundo a CNI, há um acordo com os países para que na medida em as mudanças forem implementadas, será atualizado o processo de exportação e importação no site.
Edição: Narjara Carvalho


Rio: Polícia faz operação especial para atuação em blocos de carnaval


 Blocos fazem a abertura não oficial do carnaval de rua no centro do Rio de Janeiro

Tomaz Silva/Agência Brasil

Publicado em 09/02/2020 - 14:09
Por Cristina Indio do Brasil – Repórter da Agência Brasil  Rio de Janeiro
A Secretaria de Estado de Polícia Militar do Rio de Janeiro montou pontos de bloqueio, onde agentes utilizam detectores de metais no esquema de segurança em locais de apresentação dos megablocos no carnaval 2020. Nesses bloqueios, os policiais não permitem o ingresso de foliões com garrafas, patinetes, carrinhos e outros objetos que possam pôr em risco a segurança. 
De acordo com a Polícia Militar, a estrutura de controle preventivo é "a mesma expertise" empregada nos grandes eventos sediados no Rio de Janeiro nos últimos anos. A PM pediu para que o folião também façam a sua parte para auxiliar na segurança pública, “contribuindo assim para que os desfiles de blocos sejam apenas espaço de alegria e diversão”.
O esquema foi adotado hoje (9) no Carnaval Square, liderado pela cantora Cláudia Leitte, que abriu a temporada dos megablocos na Avenida Antônio Carlos, no centro do Rio e atraiu uma multidão para o local. Houve ainda a participação de parte da bateria da escola de samba Beija-Flor de Nilópolis.
“Agora tem mais segurança, né? No ano passado não tinha tanta segurança, como agora. Acho bom, ainda mais aqui no centro da cidade. Vem muito ladrão”, disse a estudante de 17 anos, Alice Gosi, que ajudava a mãe na venda de água.
A operadora de Serviço de Atendimento ao Consumidor, Iris Policeno, que aproveitou a folga no domingo de sol para ver de perto a cantora Claudia Leitte, também achou que a segurança está reforçada. “Revistaram na entrada. Não pode entrar vidro. Está bem legal. Todas as entradas e ruas têm policiamento. Está bem diferente este ano”, disse.

Planejamento em conjunto

A PM informou ainda que além do reforço de policiamento previsto na Operação Verão 2019/2020, há um planejamento adicional em conjunto com outros órgãos do estado e prefeituras municipais para atender a demanda do carnaval de rua. Neste fim de semana, somente no Rio, policiais militares estão nas ruas para garantir a segurança de foliões e cidadãos em desfiles de 14 grandes blocos em todas as regiões da cidade, incluindo o centro, onde se apresentam os megablocos.
A Polícia Militar recomendou que o folião, no seu deslocamento, dê preferência ao transporte público, beba moderadamente, tome cuidado quando comprar bebidas nos blocos, se certificando se a embalagem está realmente lacrada. A secretaria sugeriu ainda que o folião evite comentar em público o local onde mora ou está hospedado, dê preferência a se divertir em grupo, sempre acompanhado de pessoas da sua confiança. Para o caso de qualquer caso de violência, roubo ou perda, deve procurar a ajuda de um policial militar ou agente público. Na alimentação a preferência deve ser por comidas leves.

Guarda Municipal

Já a Guarda Municipal do Rio montou um esquema com 1.015 guardas. Desses, 795 atuam em ações de ordenamento urbano e 220 no controle e na fiscalização de trânsito. O planejamento foi feito para apoiar os desfiles dos 384 blocos de carnaval autorizados pela Riotur, entre sexta (7) e este domingo, em diferentes pontos da cidade.
Conforme a Guarda Municipal, os agentes trabalham em pontos estratégicos para ordenar o trânsito, coibir o estacionamento irregular e orientar pedestres e foliões, permanecendo até o final dos eventos.
Hoje, além do megabloco da cantora Claudia Leitte, o efetivo de 418 guardas atua na Barra da Tijuca, na zona oeste, em apoio aos blocos Amigos da Barra e Me Chama; na zona sul, no Me Esquece; e no Alegria sem Ressaca, em Copacabana; na zona norte, no Foliões do Rio e Se Cair, Eu Como, na Ilha do Governador; e ainda no ensaio técnico do Multibloco, que interrompeu o trânsito na Avenida Gomes Freire, na Lapa, também no centro da cidade.

Comlurb

A passagem dos blocos também obrigou a Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) a montar esquema especial. Ontem (8) o desfile Desliga da Justiça, na Gávea, zona sul da cidade, resultou na coleta de cinco toneladas de lixo, com 47 foliões multados em flagrante por urinar em via pública, no valor de R$ 607,54, e cinco multados em R$ 221,75, por despejar pequenos resíduos fora dos contêineres. 
No Bloco do Moreno, na Tijuca, zona norte da capital, a Comlurb coletou 150 quilos. “A Comlurb pede para que os foliões fiquem atentos e evitem ser autuados”, informou em nota a companhia.
Edição: Fábio Massalli

Ex-PM investigado por envolvimento no caso Marielle é morto na Bahia




Adriano Nóbrega era um dos criminosos mais procurados do Rio

Publicado em 09/02/2020 - 14:51
Por Cristina Indio do Brasil – Repórter da Agência Brasil  Rio de Janeiro
O ex-capitão do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Adriano Nóbrega, foi morto hoje (9), no município de Esplanada na Bahia. Nóbrega era investigado por diversos homicídios e era um dos criminosos mais procurados do Rio de Janeiro. Ele também era investigado por envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Franco.
Nóbrega morreu após ser ferido durante uma operação conjunta da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol) do Rio de Janeiro; e do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope); da Companhia Independente de Policiamento Especializado (Cipe) Litoral Norte; do Grupamento Aéreo (Graer); e da Superintendência de Inteligência (SI) da Secretaria da Segurança Pública da Bahia.
Segundo a secretaria baiana, no momento do cumprimento de mandado de prisão, Adriano Nóbrega “resistiu com disparos de arma de fogo e terminou ferido”. Ainda conforme o órgão, o ex-policial chegou a ser socorrido em um hospital da região, mas não resistiu aos ferimentos.

Operação conjunta

De acordo com a Secretaria de Polícia do Rio, há cerca de um ano, o seu serviço de inteligência e o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), vinham investigando o ex-capitão.
“Ao longo deste tempo, os agentes o monitoravam e chegaram ao paradeiro do ex-policial militar na Bahia. A ação foi realizada com apoio operacional do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar daquele estado”, informou em nota o órgão fluminense.
Segundo a secretaria fluminense, a operação conjunta foi montada para capturar Nóbrega, que era investigado por diversos homicídios e era um dos criminosos mais procurados do Rio de Janeiro. O ex-policial militar foi localizado na área rural do município de Esplanada (BA).

Suspeito armado

A Secretaria de Segurança da Bahia informou em nota publicada no seu site que o foragido foi encontrado com uma pistola austríaca calibre 9 mm. Ainda na operação os policiais encontraram mais três armas na casa.
“Procuramos sempre apoiar as polícias dos outros estados e, desta vez, priorizamos o caso por ser de relevância nacional. Buscamos efetuar a prisão, mas o procurado preferiu reagir atirando”, disse, na nota, o secretário da Segurança Pública da Bahia, Maurício Teles Barbosa.
Também na nota, a secretaria informou que Adriano Nóbrega era investigado por envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson, na noite do dia 14 de março de 2018, no Estácio, região central do Rio de Janeiro.
“O criminoso passou a ser monitorado por equipes da SI da SSP da Bahia, após informações de que ele teria buscado esconderijo na Bahia. Nas primeiras horas da manhã ele foi localizado em um imóvel, na zona rural de Esplanada”, informou a secretaria na nota.

Milícia da Muzema

Em janeiro do ano passado, Adriano foi considerado foragido durante a Operação Intocáveis, desencadeada pelo MPRJ e as polícias Militar e Civil para prender integrantes de uma organização criminosa que agia na zona oeste do Rio de Janeiro. Na época, as investigações apontavam que os integrantes de uma milícia atuavam nas comunidades de Rio das Pedras, da Muzema, da Tijuquinha e adjacências. 
Após a Operação Intocáveis, a promotora de Justiça do MPRJ Simone Síbilio considerou que não era possível fazer a relação entre os integrantes da organização criminosa e as mortes de Marielle e Anderson, mas apontou, que, se no futuro fosse comprovado o envolvimento, seria incluído nas investigações desse crime.
Edição: Fábio Massalli

da Agência Brasil  Rio de Janeiro

Cãibra pode ser sinal de Doença Arterial Obstrutiva Periférica



 Atividade física


Doença é comum em homens e causa muita dor na prática de exercícios

Publicado em 09/02/2020 - 15:39
Por Ludmilla Souza - Repórter da Agência Brasil  São Paulo
A claudicação intermitente – ato de mancar – é muito comum entre as pessoas que sofrem com a Doença Arterial Obstrutiva Periférica (DAOP). Em geral, as crises ocorrem durante a prática de exercícios físicos. O paciente sente uma dor parecida com a cãibra, o que acaba gerando grande incômodo na execução dos movimentos.
A DAOP é uma obstrução das artérias da perna, que dificulta a passagem sanguínea, da forma correta, pelo membro. Isso impede que o corpo envie oxigênio para os músculos e pode causar, além da dor, gangrena e úlceras nos locais afetados.
O angiologista e presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), Bruno Naves, explica que a DAOP nada mais é o que a falta de circulação na perna. “O fator mais importante para que isso aconteça chama-se tabagismo, que vai deteriorando os vasos arteriais. Associado ao cigarro tem a vida sedentária, o colesterol alto, o stress, isso tudo vai deteriorando a parede da artéria, e essa parede vai acumulando gordura e dificultando a chegada de sangue”.
Naves explica que a manifestação maior aparece ao andar. “Para andar o músculo precisa de sangue, de nutrição e oxigênio, com a doença não chega da forma adequada e o corpo sinaliza com dor: a pessoa anda, dói, ela para e melhora, anda de novo, dói, para e melhora. A gente chama isso de claudicação intermitente. Essa dor é uma sinalização que está faltando circulação no músculo, aí a pessoa não consegue andar”.
Exercícios
O administrador aposentado Armado Camillo, de 73 anos, convive com a doença há cerca de 20 anos. Ele contou que no caso dele são determinadas artérias que estão entupidas, com gordura calcificada, e o problema é decorrente do tabagismo, embora já tenha abandonado o vício há 18 anos.
“Quando faço algum esforço, sinto uma fadiga extremamente dolorosa na barriga, que às vezes me impedem inclusive de andar, tenho que parar, esperar um pouco, depois continuar. E uma das soluções é justamente o andar, e o andar provoca a dor, então é um círculo que a gente tem que ficar administrando. Como a doença é progressiva, o andar é a alternativa para que não progrida ainda mais”.
Além das caminhadas, ele faz hidroginástica e exercícios na bicicleta ergométrica. “Estou numa situação estável há quatro anos, isso decorrente dessas atividades que pratico, mas por sofrer da doença aconselho aos jovens, não fume. Vejo a moçada com sua vida de fumante e a gente que foi fumante vê como é perigoso esse hábito maléfico”, recomenda Camillo. 
Cãibras
Segundo o angiologista, a cãibra pode ser também uma manifestação da falta de circulação. “O músculo, às vezes, por falta de irrigação, contrai e causa dor e pode também ser por deficiência de magnésio. O solo do Brasil é pobre em magnésio, mesmo comendo as verduras verde escuras, que são fonte de magnésio, nem sempre é o suficiente para manter esse mineral na quantidade ideal para o nosso corpo. A gente tem que fazer o diagnóstico diferencial para saber se a cãibra é por falta de algum mineral ou se é por falta de circulação”, alertou.  
Para quem sofre com a falta do mineral, é feita a reposição por meio de medicamento. No caso da pessoa com a doença arterial periférica quando está no estágio inicial, o tratamento é motivar o paciente a andar. “Toda vez que ele anda e sente dor, o cérebro recebe uma mensagem assim: ‘olha, não estou dando conta de jogar sangue o suficiente lá na perna, tenho que me virar’. E o nosso organismo é fantástico, ele consegue criar uma circulação colateral que é novinha, fininha, essa circulação colateral consegue refazer a circulação jogar a quantidade necessária de oxigênio novamente, mas para isso acontecer tem que ter motivo”, descreveu Naves.
Ele explica que para todo paciente que tem sintoma de claudicação, e sente dor ao andar, o tratamento é justamente andar. “No começo ele vai andar 100 metros, depois 200m. Quando ele perceber está andando 1km, porque o próprio organismo vai fazer essa melhora. É claro, a melhora acontece aliada à cessação total do tabagismo, controle muito vigoroso do colesterol e da glicose, se ele for diabético, e se estiver obeso, também deve diminuir o peso melhor, porque ele vai andar com mais facilidade”, recomenda o médico.

Edição: Nélio de Andrade

Lista de espera do Sisu será publicada na segunda-feira



resultado do Sisu, educação. MEC

Agência Brasil

Segunda chamada ofertará vagas que ainda não foram ocupadas

Publicado em 09/02/2020 - 15:47
Por Pedro Ivo de Oliveira – Repórter da Agência Brasil  Brasília
Estudantes que fizeram a inscrição nas listas de espera de instituições de nível superior que usam o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) poderão conferir na próxima segunda-feira (10) a ordem de chamada para matrícula que será publicada pelo Ministério da Educação. 
A lista de espera é um mecanismo para alocar estudantes em vagas que não foram ocupadas durante a primeira chamada. A escolha de duas opções de curso assinaladas durante o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), continua valendo.
Para o primeiro semestre de 2020 valerão as notas do Enem 2019. Os resultados das provas, que foram aplicadas nos dias 3 e 10 de novembro serão divulgados em janeiro na Página do Participante e no aplicativo do Enem. Para acessar, é preciso informar CPF e senha. Ao todo, 3,9 milhões de candidatos participaram de pelo menos um dia de prova do Enem.
O Sisu oferece vagas em instituições públicas de ensino superior. A seleção é feita com base no desempenho no Enem. Para participar é preciso ter obtido nota acima de zero na redação do exame.
Edição: Fábio Massalli

Mobilização coletiva de acolhimento de alunos reduz bullying em escola


Brasília - O Facebook lançou plataforma com ferramentas para ajudar adolescentes, pais e professores a evitar e combater o bullying em redes sociais (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Marcello Casal jr/Agência Brasil

Publicado em 09/02/2020 - 15:56
Por Letycia Bond - Repórter da Agência Brasil  São Paulo
Mudanças promovidas na Escola do Ensino Fundamental Bairro Nossa Senhora da Conceição, em Juquitiba, interior de São Paulo, tiveram como resultado uma diminuição dos casos de bullying no estabelecimento de ensino. A experiência vitoriosa foi desenvolvida com base no projeto de pós-doutorado  da enfermeira Pamela Lamarca Pigozi, que o desenvolve no âmbito da Faculdade de Saúde Pública, na Universidade de São Paulo (USP).
O trabalho desenhado pela pesquisadora mobilizou dez professores e 150 alunos. Ela ressalta que a faixa etária em que se nota uma maior incidência do bullying é entre 11 e 14 anos de idade, fato que justificou a escolha de estudantes com esse perfil. Além dos membros da escola, participaram da ação dois enfermeiros e oito agentes de saúde. 
Os resultados quantitativos do estudo ainda não foram fechados, mas que os qualitativos indicam que a mobilização na escola teve "muito impacto", afirma Pamela.
 "Conversei com 20 adolescentes e uma das perguntas muito direta era: qual a sua percepção sobre a existência de bullying, com escala de 0 a 10, e a média foi 7. A maioria colocou [que houve] 8 de diminuição, de melhora. Alguns disseram que não aconteceu mais, que cessou o bullying, porque as vítimas começaram a se posicionar. E se posicionar não é ser reativo e violento, é só pedir: olha, você pode parar, por favor, que eu não estou gostando?", explica.
A estrutura projetada
Para combater a prática de bullying nas turmas, definiu-se que os alunos teriam à disposição três instrumentos: rodas de conversa, um jornal comunitário e a caixa de diálogo. Todos eles selecionados coletivamente e pertencentes à linha da metodologia participativa. 
Rodas de conversa
A roda de conversa serviu para que os alunos expressassem as próprias emoções e debatessem as formas de identificar casos de bullying e de como lidar caso testemunhassem um colega sofrendo com os atos. Pamela ressalta que buscou proteger os estudantes de julgamentos, não os dividindo em vítimas e agressores. 
"Evitei essa rotulação. Todos devem ser acolhidos", afirma ela. "Em todas as rodas, vi um ou dois alunos chorar. [A roda] Ativa uma via desse adolescente que é a empatia."
À medida que as rodas eram realizadas, a pesquisadora e os educadores constataram que vários dos agressores tinham "contextos de saúde e sociais muito importantes, muitas vezes até mais do que as vítimas". Garantir o direito à fala e à escuta, diz Pamela, equaliza o poder, horizontalizando as relações. "Basicamente, foi isso sobre a roda: dar poder de fala", sintetiza.
Jornal comunitário
Quanto ao jornal comunitário, os participantes do projeto decidiram que quem produziria o conteúdo seriam estudantes apontados pelos colegas como líderes.
"Escolhemos os líderes de cada sala, que eram alunos que os outros viam como reflexo, como espelho. Não exatamente populares, mas líderes”, diz a enfermeira. No jornal, acrescenta ela, “a gente queria discutir sobre o clima escolar, o que os afetava positiva e negativamente e eles manifestaram. Foi muito curioso. Falaram de questões que influenciavam o clima escolar, desde racismo, LGBTIfobia, questões de gênero e como o respeito dentro da escola e o modo como as relações estavam relacionados a essas questões levantadas por eles", explica. 
"Foi um dispositivo de comunicação muito potente para falar sobre respeito, diálogo, acolhimento dos colegas, direitos humanos, igualdade de direitos. As questões de classe social surgiram com muita força", emenda.
Sucesso de leitura, o jornal acabou sendo distribuído com tiragem de 200 exemplares, pelos agentes de saúde. O material pronto recebeu elogios ao ficar exposto em um museu a céu aberto da escola, por dois meses.
Caixa de diálogo
Já a caixa de diálogo foi o modo como Pamela e os professores encontraram de fortalecer o elo entre eles e os alunos. Por meio dela, os estudantes poderiam escrever tanto aquilo que os alegrava como aquilo que os incomodava. Dessa forma, teriam suas demandas, inclusive emocionais, escutadas por um professor de sua confiança.
"O objetivo é ser um canal de comunicação sigiloso, que vai garantir a privacidade e a resposta imediata a esse problema do adolescente", esclarece a acadêmica. 
"Combinamos que ele escrevia, lacrava a cartinha, colocava o nome dele dentro e por fora era o nome do adulto que ele queria que desse essa resposta pra ele. Pretendíamos responder em dois dias; no máximo, uma semana”, conta.
 “No início, tivemos uma média de cinco cartas por dia. Algumas continham elogios, mas a maioria falava dos sentimentos, de angústia, solidão", complementa a enfermeira, pontuando que a sua instrução para os professores foi de que não precisavam ser "especialistas" nem profissionais de saúde, mas sim demonstrar que os alunos estavam sendo verdadeiramente amparados por eles.
Bullying
A prática chamada de bullying tem origem na expressão de língua inglesa "bully", que significa "valentão, brigão e tirano", como menciona Pamela em um artigo sobre o tema (http://www.scielo.br/pdf/csc/v20n11/1413-8123-csc-20-11-3509.pdf). O conceito serve para caracterizar as situações em que um aluno persegue outro constantemente. Ou seja, há um padrão de atitudes. 
As agressões, como ressalta a pesquisadora, não devem ser naturalizadas. Podem ser de natureza verbal, quando aparece na forma de apelidos, xingamentos ou importunação, ou de cunho sexual. Frequentemente, as vítimas também são violentadas por meio de chutes, empurrões, socos, tapas ou tem seus pertences roubados e intencionalmente estragados.
Muitas vezes, as vítimas também acabam sendo excluídas e isoladas pelos agressores. Outro comportamento que não pode ser visto como normal é quando um aluno espalha rumores com o objetivo de manchar sua reputação e desqualificá-lo.
Edição: Nélio de Andrade

Brasileiros resgatados na China chegam à Base Aérea de Anápolis (GO)



Brasileiros resgatados na China chegam à Base Aérea de Anápolis (GO)

Desembarque foi neste domingo (9) de manhã. Todos estão bem de saúde.

Publicado em 09/02/2020 - 08:00
Por Agência Brasil  Brasília
Os 34 brasileiros resgatados na China - são 31 repatriados e três diplomatas - chegaram à Base Aérea de Anápolis, em Goiás, na manhã deste domingo (9). Eles vieram em dois aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) enviados ao país asiático na última quarta-feira (5). As aeronaves pousaram às 6h05 e 6h12 vindas de Fortaleza, última escala técnica no trajeto da chamada Operação Regresso.
O resgate foi feito na cidade chinesa de Wuhan, epicentro do surto mundial do coronavírus. As aeronaves também trouxeram quatro poloneses e um chinês que desembarcaram em Varsóvia, na Polônia, um dos locais de escala para abastecimento.
Brasileiros resgatados na China chegam à Base Aérea de Anápolis (GO)
Brasileiros resgatados na China chegam à Base Aérea de Anápolis (GO) - Maristella Marszalek/Ministério da Defesa
Os repatriados vão permanecer em quarentena por 18 dias, no hotel de trânsito da Base Aérea de Anápolis, que foi especialmente preparado para essa operação. A tripulação –médicos, pilotos, enfermeiros, etc... – que participou do resgate também vai cumprir período de quarentena.
Todos ficarão em apartamentos individuais ou, no caso dos que são pais ou mães de crianças menores, poderão ficar no mesmo quarto. O grupo inclui crianças de 2 e 3 anos e outras de 7 a 12 anos. As visitas estão proibidas.
Os dois aviões da FAB com os resgatados a bordo decolaram de Wuhan, na China, no início da noite de sexta-feira (7). No trajeto para o Brasil, as aeronaves pararam para reabastecimento em Ürumqi (China), Varsóvia (Polônia), Las Palmas (Espanha), e em Fortaleza, já em território brasileiro.
* Matéria atualizada às 11h43 para alteração de informação.
Edição: Nélio de Andrade

CPI das Fake News vai ouvir representantes de empresas de telefonia



Da Redação | 07/02/2020, 18h29
Está marcada para a próxima quarta-feira (12), às 13h, mais uma reunião da CPI mista das Fake News. Foram convocados o diretor de tecnologia da informação e segurança cibernética da Oi, Angelo Coelho da Silva Neto; o diretor de relações institucionais da Tim, Leandro Guerra; o diretor de relações institucionais da Telefônica/Vivo, Enylson Flávio Martinez Camolesi; e o vice-presidente de relações institucionais da Claro, Fábio Andrade.
O requerimento, apresentado pela deputada federal Luizianne Lins (PT-CE), afirma que “o mau uso da internet, inclusive incorrendo em atividade criminosa, só pode ser combatido se ocorrer um suficiente conhecimento do instrumental disponível e do histórico de alertas e providências em curso pelas empresas”. Segundo o texto, no caso das empresas de telefonia celular, que também ofertam outros serviços de comunicação, os depoimentos serão fundamentais para os trabalhos da CPMI.
Além dos representantes de empresas de telefonia, foram convidados o representante do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal, Alexandre Castro; e o superintendente de controle de obrigações da Anatel, Gustavo Santana. Os requerimentos de participação foram apresentados pelos senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Angelo Coronel (PSD-BA).
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
Fonte: Agência Senado

Especialistas debatem PEC da Desvinculação dos Fundos na terça



Da Redação | 07/02/2020, 18h31
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) deve debater na terça-feira (11) proposta de emenda à Constituição conhecida como PEC da Desvinculação dos Fundos (PEC 187/2019). Parte do pacote de medidas Mais Brasil, a proposta autoriza o governo usar para outras finalidades o dinheiro hoje retido em fundos infraconstitucionais, ou seja, que não previstos pela Constituição.
Os fundos concentram recursos em atividades ou projetos de áreas específicas, o que significa “amarrar” receitas a determinadas finalidades. Com isso, segundo o governo, o dinheiro fica “engessado” e muitas vezes acaba parado nos fundos, enquanto outras áreas sofrem com a falta de recursos.
De manhã, a partir das 9h, os senadores devem ouvir economistas, como o diretor da Instituição Fiscal Independente, Felipe Salto; o secretário adjunto de Orçamento, Geraldo Julião (Ministério da Economia) e os professores de economia José Luis Oreiro (UnB) e Esther Dweck (UFRJ). Também foram convidados o consultor aposentado Paulo Cesar Lima, da Câmara dos Deputados; o presidente do Sindicato Interestadual da Indústria Audiovisual, Leonardo Edde; o presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Ildeu Moreira;e a representante do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Isabel Figueiredo.
À tarde, a CCJ receberá o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco), Kleber Cabral; e o presidente do Conselho Nacional do Café, Silas Brasileiro. São esperados ainda representantes dos Ministérios da Economia e da Ciência e Tecnologia, do Conselho Nacional de Saúde, do movimento social Oxfam Brasil, do Fórum Brasileiro pelos Direitos Culturais e do Fundo Brasil de Direitos Humanos.
A CCJ deve votar a PEC na quarta-feira (12).
As duas audiências, sugeridas por requerimento do senador Humberto Costa (PT-PE), serão na sala 3 da Ala Alexandre Costa. Ambas terão transmissão ao vivo pelo canal da TV Senado no Youtube (www.youtube.com/tvsenado) e haverá possibilidade de participação em tempo real do público.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
Fonte: Agência Senado