quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Mulheres presas enfrentam obstáculos para exercer maternidade em SP



Presas com seus filhos na Penitenciária Feminina do Distrito Federal (Colmeia)

Luiz Silveira/Agência CNJ/ Direitos Reservados

Relatório diz que elas cumprem condições impostas pela Justiça

Publicado em 06/02/2020 - 09:03
Por Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil  São Paulo
Relatório do programa Mães em Cárcere da Defensoria Pública do estado de São Paulo, divulgado hoje (6), revelou que a maioria das mulheres em prisão domiciliar cumprem as condições impostas pela Justiça e não tem conduta que as faça voltar a cumprir pena em regime fechado.
“Conclusões importantes que a gente pode tirar é que a maioria dessas mulheres que cumprem prisão domiciliar, elas trabalham ou estudam, elas não cometem faltas disciplinares, nem deixam de cumprir algumas das condições impostas e a maioria não regride para o regime fechado”, disse a defensora do Núcleo Especializado da Infância e Juventude Ana Carolina Schwan.
Apesar desse resultado, pesquisa do Instituto Terra, Trabalho e Cidadania (ITTC) mostrou que os dispositivos previstos em lei não estão sendo aplicados às mulheres que teriam direito à prisão domiciliar, conforme descrito no Marco Legal da Primeira Infância (Lei nº 13.257/2016), que ampliou as possibilidades dessa modelo de prisão para mulheres presas provisoriamente quando gestantes, mães de crianças com até 12 anos, ou cujos filhos sejam portadores de deficiência.
Para a pesquisadora do ITTC, Irene Maestro, existe uma forte resistência do judiciário em aplicar a prisão domiciliar. Segundo ela, nas audiências de custódia, 83% das mulheres que eram potenciais beneficiárias tiveram o direito negado. No curso do processo, enquanto elas estavam presas no Centro de Detenção Provisória de Franco da Rocha, 80% das potenciais beneficiárias não conseguiram a prisão domiciliar.

Mães em Cárcere

No ano passado, mais de 3,1 mil mulheres foram atendidas dentro do programa. Desde 2015, quando começou a existir, o Mães em Cárcere já atendeu mais de 15 mil mulheres. Em 2015 foram 2,5 mil mulheres atendidas. O programa busca garantir os direitos da mãe no sistema prisional e o exercício da maternidade, além do direito à convivência familiar de seus filhos. Esta é uma política voltada para toda mulher que está encarcerada e que tem um filho até 18 anos ou maior de 18 com alguma deficiência.
“É importante dizer que Mães em Cárcere é uma política única no país, é a única defensoria que tem uma política institucional voltada para esse público. É um público que tem o número de direitos violados muito grande. É um público que carecia de uma atenção especial”, disse a defensora Ana Carolina Schwan sobre a motivação para surgimento desta política institucional.
Segundo a defensora, uma das formas de atuação da política para essas mães é fazer com que elas tenham o direito da prisão domiciliar reconhecido, no caso de gestantes ou de mulheres com filhos até 12 anos, conforme garante o Marco Legal da Infância e reforça o Habeas Corpus Coletivo nº 143.641.
Aquelas que tenham filho entre 12 e 18 anos, podem ser atendidas de outras formas. “Por exemplo, vendo se ela tem algum direito a um regime menos grave ou a algum benefício de liberdade condicional; se o direito dela e da criança de visita está sendo observado; para verificar a questão se o filho está sendo cuidado por quem ela indicou; fazer a defesa dela no processo de destituição do poder familiar ou de acolhimento institucional, que é quando o filho dela está no abrigo”.
Segundo dados do relatório, entre as mulheres atendidas pela política da Defensoria, 57% são negras (46% se declararam pardas e 11% pretas). “Essa é uma característica não só das mulheres encarceradas, mas é uma representação da população carcerária como um todo. Para a gente, isso identifica uma questão que é muito clara com relação ao sistema carcerário que é a seletividade na punição estatal”, disse Ana Carolina.

Desafios

Ana Carolina afirma que alguns dos obstáculos enfrentados pelas mães encarceradas é que o sistema carcerário é voltado ao público masculino – faltam até absorventes para as mulheres -, além da presunção de incapacidade dessas mulheres de exercício da maternidade apenas pelo fato de elas estarem cumprindo uma pena.
“O grande desafio é a gente quebrar essa presunção [de incapacidade], ultrapassar essa presunção de que, simplesmente pelo fato de estar presa, ela não pode exercer a sua maternidade. Tanto que o próprio Estatuto da Criança e do Adolescente reconhece que é um direito da criança visitar os pais, ter convivência com eles, ainda que eles estejam presos”, disse a defensora.
Entre os avanços conquistados pela Defensoria, a partir do programa, Ana Carolina citou o fortalecimento da atuação em defesa dessas mulheres e diversos casos em que os defensores conseguiram garantir a convivência familiar entre mãe e filho. “No final do ano passado, o juiz determinou que assim que a criança nascesse a mãe [que estava grávida e encarcerada] não poderia ter nenhum contato com ela, a criança deveria ser encaminhada para o acolhimento”. A decisão foi revertida, a criança nasceu e pode permanecer com a mãe.
Em outro episódio, uma criança de sete dias estava com a mãe na penitenciária e o juiz determinou que ela fosse para o acolhimento em razão de um suposto risco que a mãe ofereceria para o filho. “Foi comprovado no caso que o simples fato de a mãe estar presa não era um risco para a criança”. Além disso, pelos benefícios da amamentação, que é um direito da mãe e da criança, foi decidido que era melhor para a criança ficar o período de seis meses - que é previsto em lei - junto com a mãe.
“O Tribunal de Justiça de São Paulo garantiu o direito: determinou que essas crianças voltassem para o convício com a mãe dentro da penitenciária. Foram dois casos emblemáticos no final do ano passado e que foram em razão da política do Mães em Cárcere”, explicou.
Edição: Valéria Aguiar

Ômega-3 reduz morte de neurônios pelo vírus Zika, diz pesquisa



Estudo mostra que o ácido graxo combate morte de células nervosas

Publicado em 06/02/2020 - 06:05
Por Gilberto Costa - Repórter da Agência Brasil  Brasília
Testes clínicos realizados no Laboratório de Imunologia e Inflamação (Limi) da Universidade de Brasília (UnB) indicam que o ômega-3 - um ácido graxo normalmente encontrado em peixes que reduz o colesterol ruim no organismo - combate a inflamação dos neurônios causada pelo vírus Zika. A substância também auxilia na redução da carga viral nas células do sistema nervoso humano.  
O vírus Zika acarreta em complicações neurológicas, como encefalites, Síndrome de Guillain Barré e microcefalia. Com a infecção do vírus Zika, as mitocôndrias das células nervosas, que capturam energia e funcionam como uma espécie de “pulmão celular”, são atacadas e sofrem estresse oxidante. O desfecho é a morte dos neurônios.
“Quando o Zika infecta um neurônio, ele faz com que esse neurônio produza série de moléculas inflamatórias, citotóxicas e radicais livres que vão causar dano ao DNA”, descreve a coordenadora do Limi/UnB e professora do Depastamento de Biologia Celular Kelly Magalhães.
A Coordenadora do Limi Laboratório de Imunologia e Inflamação da UnB (Limi/UnB), Kelly Magalhães, fala sobre  a eficácia do uso de ômega-3 no combate a inflamação dos neurônios humanos e redução da carga viral do vírus Zika
A Coordenadora do Limi Laboratório de Imunologia e Inflamação da UnB (Limi/UnB), Kelly Magalhães, fala sobre a eficácia do uso de ômega-3 no combate a inflamação dos neurônios humanos e redução da carga viral do vírus Zika - Wilson Dias/Agência Brasil
“O pré-tratamento do ômega-3 faz com que a célula produza outras moléculas que têm atividade antagônica ao que o Zika faz”, detalha professora que orientou a pesquisadora Heloísa Braz-de-Melo, estudante de mestrado, responsável pelo estudo recentemente publicado em revista científica internacional. Com o ômega 3, os neurônios produzem moléculas neuro protetoras e anti-inflamatórias.
Estudo da UnB descobre que ômega-3 é nova arma contra o vírus Zika
Estudo da UnB descobre que ômega-3 é nova arma contra o vírus Zika - Robson Moura/TV Brasil
A investigação sobre os efeitos do ômega-3 sobre na prevenção e tratamento aos efeitos do vírus Zika foi feita a partir de amostra do vírus isolado de um paciente infectado em Pernambuco no ano de 2015, quando houve surto da doença em alguns estados brasileiros. Pesquisadores da Universidade de Brasília também realizaram testes com camundongos, os resultados deverão ser divulgados ainda neste semestre. O Limi/UnB participa de rede internacional com laboratórios do Canadá, Escócia e Estados Unidos para pesquisar o vírus Zika.

Infertilidade masculina

Além de identificar novos benefícios do ômega-3 contra o Zika, o laboratório também identificou que o vírus pode acarretar infertilidade masculina. “A gente está demonstrando que a infecção do zika vírus também causa a infertilidade masculina. Quando o camundongo é infectado, o vírus se aloja no testículo, causa morte de espermatozoides ou anormalidades morfológicas de movimento”, assinala Kelly Magalhães.
O Zika Vírus é transmitido por picada do mosquito Aedes Aegypti, relação sexual, e da mãe para o feto durante a gravidez. Os sintomas mais comuns são vermelhidão no corpo e coceira depois de alguns dias. Pode ocorrer febre baixa, nem sempre percebida, conjuntivite sem secreção, dor de cabeça, dor muscular e até dor nas juntas.
As medidas de controle são semelhantes às da dengue e chikungunya. Conforme o Ministério da Saúde, “a melhor forma de prevenção, e a mais eficaz, é evitar a proliferação do mosquito Aedes Aegypti, eliminando água armazenada que pode se tornar um possível criadouro, como em vasos de plantas, lagões de água, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e manutenção, e até mesmo em recipientes pequenos, como tampas de garrafas e pratos de plantas”.
Estudo da UnB descobre que ômega-3 é nova arma contra o vírus Zika
Estudo da UnB descobre que ômega-3 é nova arma contra o vírus Zika - Robson Moura/TV Brasil
O ômega-3 é encontrado no óleo de peixes de águas frias e profundas (salmão, atum, bacalhau, cação) e óleos vegetais e linhaça. O nutriente é vendido em cápsulas por farmácias e lojas de suplementos alimentares. A compra não exige prescrição médica, a orientação especializada, no entanto, é recomendada pelos pesquisadores. O preço do produto varia conforme a concentração da substância.
Edição: Pedro Ivo de Oliveira
da Agência Brasil

Sensível e importante, 'Jojo Rabbit' faz comédia para destacar drama



Tentando ridicularizar o nazismo, filme de Taika Waititi faz espectador rir do absurdo e o leva às lágrimas com momentos impactantes

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O protagonista Jojo e sua dualidade: Seguir o amigo imaginário ou a mãe

O protagonista Jojo e sua dualidade: Seguir o amigo imaginário ou a mãe

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Poucas unanimidades deveriam ser tão inquestionáveis quanto o total desprezo ao nazismo. Mas com o surgimento de novos grupos que usam a intolerância pregada por Hitler, 2020 parece ser um bom momento para relembrar o passado e prevenir algo semelhante para o futuro.
Se, ao primeiro olhar, Jojo Rabbit parece ser apenas uma piada (tida como de mau gosto por alguns, inclusive), o diretor Taika Waititi trata de demonstrar que o tom pueril é apenas uma faceta do longa para conversar com um público mais amplo.
Waititi e Davis no quarto do jovem Jojo

Waititi e Davis no quarto do jovem Jojo

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Ao mesmo tempo em que o jovem hitlerista (Roman Griffin Davis) — que tem no Fuhrer do Terceiro Reich (vivido magistralmente pelo próprio Waititi) seu melhor amigo imaginário — demonstra como é fácil convencer que até mesmo as mais detestáveis teorias podem ser válidas para uma mente altamente exposta a ela, a sátira escancarada no acampamento de treinamento nos faz refletir sobre nossa própria evolução desde 1945.
E puxando tudo de volta para o chão está a mãe de Jojo, interpretada por Scarlett Johansson com a sutileza necessária para transparecer a doçura de uma mãe que tenta, sozinha, mostrar o caminho para o filho, mas que não deixa de se aborrecer com o fanatismo do rebento. Uma maestria que não somente a garantiu uma justa indicação ao Oscar, como a coloca no posto mais alto em uma categoria muito disputada.
Scarlett Johanson brilha no papel da mãe que tenta resgatar o filho dos ideal nazista

Scarlett Johanson brilha no papel da mãe que tenta resgatar o filho dos ideal nazista

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A partir do momento em que Elsa (Thomasin McKenzie) entra na trama, o mundo idealizado por Jojo começa a desmoronar. Perceber que a garota judia que a mãe esconde no sótão é igual a si próprio ou qualquer um de seus amigos nazistas faz com que o menino — e seu amigo Hitler, por consequência — comece a questionar a maneira como sempre enxergou o mundo.
E a interação entre os personagens que é, de fato, o ponto alto do longa, se torna ainda melhor com as incertezas e descobertas vividas pelos dois jovens. Os momentos de pura ternura em meio aos horrores que a guerra traz conduzem a emoção do espectador com competência ímpar.
A judia no sótão e o membro da juventude hitlerista no andar de baixo

A judia no sótão e o membro da juventude hitlerista no andar de baixo

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Apesar desta ternura e da comédia do filme serem excelente — acertando no tom até de piadas que poderiam deixar a audiência levemente desconfortável — nada supera os momentos em que elas são quebradas pela realidade. A construção do roteiro trabalha a favor dos dois pontos, dando tensão para que o humor possa romper e leveza para que os pontos críticos do longa tenham um impacto profundo na audiência.
Como comprovam produções desde o princípio da mídia, a comédia pode ser o melhor canal para discutir os principais dramas da sociedade e trazer aos olhos do grande público, de modo mais palatável, toda sorte de problema. Jojo Rabbit faz isso com o brilhantismo das maiores peças já produzidas e, por isso, se torna o melhor e mais importante filme desta temporada de premiações.
R7

Câmara derruba decisão do STF que afastou deputado acusado de corrupção



O atual Congresso foi eleito por uma onda que tinha entre seus principais discursos o combate implacável à corrupção

Câmara derruba decisão do STF que afastou deputado acusado de corrupção
Notícias ao Minuto Brasil
06/02/20 07:00 ‧ HÁ 2 HORAS POR FOLHAPRESS
POLÍTICA CONTRA-MÃO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - No primeiro caso concreto da atual legislatura de análise de suspeita de corrupção contra um de seus membros, o plenário da Câmara dos Deputados anulou nesta quarta-feira (5) a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que afastou do mandato o deputado federal Wilson Santiago (PTB-PB).
 
O atual Congresso foi eleito, majoritariamente, por uma onda que tinha entre suas principais bandeiras a do combate implacável à corrupção.
O placar mostrou apenas 170 votos favoráveis à decisão do STF -eram necessários ao menos 257- e 233 contrários, em consonância com o relatório do deputado Marcelo Ramos (PL-AM). Houve 7 abstenções e 102 ausências, que contaram, na prática, a favor de Santiago.
A discussão sobre manter ou não o afastamento do petebista envolvia discussões políticas e jurídicas.
Decisões do Supremo Tribunal Federal de afastar parlamentares do mandato são controversas -especialmente as tomadas por um único ministro, sem que houvesse condenação, como no caso de Santiago. Por outro lado, defensores do afastamento apontavam risco às investigações.
A decisão da Câmara foi precedida de uma longa reunião entre o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), parlamentares do centrão e a área técnica.
A posição de que eram necessários pelo menos 257 dos 513 votos para a manutenção do afastamento foi anunciada por Maia no plenário, após a reunião. Ele submeteu a voto o seu entendimento, que foi mantido por 407 votos contra 5.
O presidente da Câmara chegou a ameaçar adiar a votação em razão dos ausentes, mas acabou voltando atrás.
Na tentativa de amenizar o desgaste da decisão, deputados decidiram apoiar o envio de uma representação contra o petebista ao Conselho de Ética da Câmara.
Diferentemente da decisão do STF, porém, um processo no Conselho de Ética pode durar meses e, em caso de condenação, não resulta necessariamente na cassação. A palavra final cabe, sempre, ao plenário da Casa.
"A manutenção do afastamento por uma decisão cautelar representaria uma verdadeira cassação prévia de mandato, algo que contraria a Constituição, que exige prévia condenação criminal transitada em julgado", afirmou Marcelo Ramos. Ele foi escolhido relator após a reunião de Maia e o centrão, em substituição a Fábio Trad (PSD-MS), que era favorável à decisão do STF.
Ramos sugeriu em seu voto que seja aberto o processo de cassação contra o petebista no Conselho de Ética, o que pode ser feito pela Mesa da Câmara.
Santiago foi afastado do mandato no final de dezembro de 2019 em decisão do ministro Celso de Mello, decano do STF, sob o argumento de que a sua manutenção no cargo representava ameaça às investigações.
O parlamentar é acusado pelo Ministério Público de desviar verbas de obras contra a seca no sertão da Paraíba. Contra ele há, entre outros pontos, vídeos gravados pela Polícia Federal indicando a suspeita de que propina foi entregue em seu gabinete e em seu apartamento.
Durante busca em sua residência em João Pessoa, a Polícia Federal encontrou um aparelho celular escondido em uma caixa de remédio, dentro de um frigobar.
Apesar do temor do desgaste que a decisão pode provocar na opinião pública, houve um movimento liderado pelos partidos do centrão (PP, PTB, SD, entre outros) para livrar Santiago sob o argumento de que não há amparo legal no afastamento de um parlamentar por uma decisão monocrática de um juiz, feita de forma cautelar, sem que haja condenação.
A medida foi apoiada inclusive por integrantes da oposição, como do PT e do PC do B, unindo alguns partidos antagônicos na mesma decisão.
"É uma verdadeira carta branca que está a se dar a todos os juízes, de todas as instâncias, para caçar mandato parlamentar", discursou no plenário o advogado de defesa de Santiago, Luís Henrique Machado, o mesmo que defendeu Renan Calheiros (MDB-AL) na época em que houve uma ameaça de afastamento do então presidente do Senado por parte do STF.
Mesmo afastado, Santiago estava no plenário da Câmara. Ele não quis discursar durante a sessão.
Nos bastidores, o temor de vários deputados era o de que a manutenção do afastamento abriria um precedente que colocaria em risco outros parlamentares também com problemas na Justiça.
Durante busca em sua residência em João Pessoa, a Polícia Federal encontrou um aparelho celular escondido em uma caixa de remédio, dentro de um frigobar.
Apesar do temor do desgaste que a decisão pode provocar na opinião pública, houve um movimento liderado pelos partidos do centrão (PP, PTB, SD, entre outros) para livrar Santiago sob o argumento de que não há amparo legal no afastamento de um parlamentar por uma decisão monocrática de um juiz, feita de forma cautelar, sem que haja condenação.
A medida foi apoiada inclusive por integrantes da oposição, como do PT e do PC do B, unindo alguns partidos antagônicos na mesma decisão.
"É uma verdadeira carta branca que está a se dar a todos os juízes, de todas as instâncias, para caçar mandato parlamentar", discursou no plenário o advogado de defesa de Santiago, Luís Henrique Machado, o mesmo que defendeu Renan Calheiros (MDB-AL) na época em que houve uma ameaça de afastamento do então presidente do Senado por parte do STF.
Mesmo afastado, Santiago estava no plenário da Câmara. Ele não quis discursar durante a sessão.
Nos bastidores, o temor de vários deputados era o de que a manutenção do afastamento abriria um precedente que colocaria em risco outros parlamentares também com problemas na Justiça.
Diante da polêmica de decisões do STF de afastar parlamentares do mandato, hoje há um entendimento na corte de que a palavra final cabe ao plenário da Câmara ou do Senado.
A questão se tornou uma discussão prática em maio de 2016, quando o ministro Teori Zavascki afastou do mandato o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (MDB-RJ).
A decisão foi referendada no mesmo dia, de forma unânime, pelo plenário do STF.
O próprio Teori registrou que sua sentença era "excepcionalíssima". Críticos apontaram para o risco de violação ao princípio constitucional da separação dos Poderes.
A Câmara não se insurgiu, à época, e Cunha foi efetivamente afastado e teve, posteriormente, o mandato cassado pelos colegas. Ele acabou preso em decorrência das investigações da Lava Jato, situação em que se encontra até hoje.
Já no final de 2016 foi a vez de o ministro Marco Aurélio Mello determinar o afastamento do senador Renan Calheiros (MDB-AL) da presidência do Senado.
Marco Aurélio argumentou ter tomado a decisão com base no entendimento da maioria dos ministros da corte de que réus em ações penais não podem ocupar cargo na linha sucessória da Presidência -Renan havia se tornado réu uma semana antes.
O Senado não cumpriu a determinação de Marco Aurélio e recorreu ao plenário do STF, que manteve Renan no cargo por 6 votos a 3.
No ano seguinte foi a vez de o senador Aécio Neves (PSDB-MG), acusado de receber vantagem indevida da JBS e tentar atrapalhar as investigações, ser afastado do mandato por decisão da Primeira Turma do STF.
Na ocasião, em meio à ameaça de uma crise institucional, a corte deliberou, porém, que caberia ao Congresso a palavra final sobre a suspensão do mandato de parlamentares pelo Judiciário.
Com isso, o plenário do Senado derrubou por 44 votos a 26 a decisão do Supremo e restabeleceu o mandato do tucano.
ENTENDA O CASO
A acusação
O deputado federal Wilson Santiago (PTB-PB) é acusado pelo Ministério Público de desviar verbas da construção da Adutora Capivara, em Uiraúna, sertão da Paraíba, no valor de R$ 24,8 milhões.
Citados
Além de Santiago, o prefeito de Uiraúna, João Bosco Nonato Fernandes (PSDB), flagrado escondendo maços de dinheiro na cueca, e mais cinco pessoas.
Propina
A investigação indica que houve acordo para que 10% do total da obra fosse devolvido ao parlamentar e 5% ao prefeito. O deputado teria ficado até o momento com R$ 1,2 milhão em propina.Ações controladasHá vídeos feitos pela Polícia Federal mostrando que propina teria sido entregue no gabinete do parlamentar, na Câmara, e em seu apartamento em Brasília.
Os supostos crimes
Peculato, lavagem de dinheiro, fraude licitatória e formação de organização criminosa, cujas penas, somadas, ultrapassam 20 anos de reclusão.
Decisão do STF
Em dezembro, o ministro Celso de Mello decidiu afastar Santiago, argumentando que o congressista havia colocado seu mandato "a serviço de uma agenda criminosa". Ele cita decisão do colega Teori Zavascki, morto janeiro de 2017. No ano anterior, ele havia julgado compatível com a ordem constitucional a possibilidade de o STF decretar a suspensão de mandato de membro do Congresso Nacional.
Outros casos envolvendo Supremo e Congresso
Eduardo Cunha
Em maio de 2016, o ministro Teori Zavascki afastou do mandato o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (MDB-RJ). A Câmara não se insurgiu, à época, e Cunha teve, posteriormente, o mandato cassado pelos colegas. Ele acabou preso em decorrência das investigações da Lava Jato, situação em que se encontra até hoje.
Renan Calheiro
Em dezembro de 2016, o ministro Marco Aurélio Mello determina o afastamento do senador Renan Calheiros (MDB-AL) da presidência do Senado sob o argumento de que réus em ações penais não podem ocupar cargo na linha sucessória da Presidência -Renan havia se tornado réu uma semana antes. O Senado não cumpriu a determinação de Marco Aurélio e recorreu ao plenário do STF, que manteve Renan no cargo por 6 votos a 3.
Aécio Neves
Em setembro de 2017, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), acusado de receber vantagem indevida da JBS, é afastado do mandato por decisão da Primeira Turma do STF. Na ocasião, em meio à ameaça de uma crise institucional, a corte deliberou, porém, que caberia ao Congresso a palavra final sobre a suspensão do mandato de parlamentares pelo Judiciário. Com isso, o plenário do Senado derrubou por 44 votos a 26 a decisão do Supremo e restabeleceu o mandato.
POLITICA AO MINUTO




Os signos do zodíaco que mais precisam ter cuidado com as decisões









Virgem
A vida sempre nos colocará em situações nas quais devemos escolher entre o certo e o errado. A tentação pode oferecer muito e ser fácil de aceitar, mas será que ela vale mesmo a pena?
Libra
Hora de iniciar novos episódios em sua vida e ter esperança e positividade para enfrentar desafios. Lembre-se que se destacar não é difícil para você e suas qualidades nobres irão ajudá-lo.
Escorpião
Não se deve lamentar por aquilo que já aconteceu e não pode ser alterado. Arrependimentos tardios não servem e as más decisões só podem ser reconsideradas para que novos e melhores caminhos sejam tomados a partir de agora.
Sagitário
Perseverança é a chave do sucesso. Insista e seja mais teimoso em tudo o que deseja, indo além dos pensamentos positivos. Você verá que todos os objetivos serão cumpridos.
Capricórnio
Obstáculos devem ser analisados e calculados para que o caminho se torne mais claro e você tome uma decisão. Conheça mais sobre si mesmo e saiba que isso o ajudará a ter ainda mais sucesso.
Aquário
Novas oportunidades e reconhecimentos devem deixá-lo feliz, mas não esqueça de que para manter este estado, é possível se desempenhar tudo com segurança e propriedade.
Peixes
Todos precisam olhar no espelho e praticar a autocrítica. Identifique suas tristezas e aborrecimentos para assimilar e finalmente poder tirar delas ensinamentos claros.
METRO 



O conselho para cada signo terminar esta semana da melhor forma



Por Victória Bravo
 

Navios autônomos







Em poucos anos, os oceanos do mundo deverão ver em ação a primeira frota de navios de carga autônomos, prometem donos de estaleiros e empresas de navegação japoneses.
De acordo com o jornal econômico Nikkei, uma coalizão dessas empresas já está empenhada em desenvolver embarcações com tais características para serem lançadas ao mar ainda em 2025.
Segundo os planos dos criadores da ideia, os navios estarão equipados com aparelhos que acessarão a internet para reunir informações como as condições meteorológicas e de navegação previstas e definirão as rotas mais curtas, eficientes e seguras.
As empresas envolvidas na iniciativa acreditam que, ao zerar a possibilidade de erros humanos, as novas embarcações vão reduzir drasticamente o número de acidentes nos mares.

PLANETA

Gracyanne Barbosa finge comer pizza ao vivo e vira piada na web



Após simular uma mordida em pedaço do quitute durante entrevista na TV, a musa fitness foi alvo de internautas: 'Ela é neurótica com comida'

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Gracy simulou mordida em pedaço de pizza

Gracy simulou mordida em pedaço de pizza

Reprodução/Facebook
Gracyanne Barbosa virou piada nas redes sociais depois que fingiu comer um pedaço de pizza ao vivo na televisão. A musa fitness simulou uma mordida durante entrevista para o jornalista Milton Cunha, no ensaio da União da Ilha do Governador, escola da qual é rainha de bateria.
A agremiação preparou uma mesa farta de quitutes e o jornalistou questionou Gracyanne qual daqueles pratos era o preferido dela. A musa escolheu a pizza de liquidificador e justificou: "Lembro da minha mãe fazendo quando eu era criança, muito bom".
Rapidamente, o vídeo viralizou entre os internautas que riram da situação."Eu reparei na hora! Sabia que ela não ia comer! E eu em casa aguando", comentou uma. "Ela é neurótica com comida, vocês acharam mesmo que ela fosse comer?", escreveu outra.
Gracyanne garantiu, em vídeo publicado no Instagram na noite de quarta-feira (5), que quando tem vontade, sai da dieta. "Pra vocês não acharem que sou completamente louca, de vez em quando eu como e não tem problema. A gente tem que encontrar o equílibro. Ser feliz é o que importa."
R7