A proposta, que prevê corte da jornada e do salário de servidores públicos, será apensada a outra em tramitação na Casa
29/01/2020 - 21:56
Em São Paulo, ao participar do encerramento de um evento internacional para investidores, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que a chamada PEC emergencial (PEC 186/19), em análise no Senado, poderá ter rito de votação abreviado na Câmara e ter parte de seu texto promulgado imediatamente depois de votada pelos deputados.
J. Batista/Câmara dos Deputados
Rodrigo Maia disse que a proposta de reforma tributária também terá rito de votação acelerado
Maia informou que a proposta, que prevê corte de até 25% da jornada e do salário de servidores públicos que recebem acima de três salários mínimos, será apensada à Proposta de Emenda à Constituição PEC 438/18, que teve sua admissibilidadeaprovada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania em dezembro passado e será analisada agora por uma comissão especial.
Esta proposta, de autoria do deputado Pedro Paulo (DEM-RJ), cria gatilhos para conter as despesas públicas e preservar a regra de ouro. De acordo com esse dispositivo constitucional, o governo não pode se endividar para pagar despesas como folha salarial, manutenção de órgãos e programas sociais.
Na prática, as duas medidas reduzem os gastos com servidores públicos, o que Rodrigo Maia considera fundamental para que o Estado volte a ter condições de investir. “O importante é que temos que abrir espaço para despesas discricionárias, para investimentos. E só dá para fazer isso se reduzir despesas”, disse.
De acordo com Maia, as duas propostas serão transformadas em uma só na comissão especial da Câmara e a parte que já foi aprovada pelo Senado poderá ser promulgada imediatamente assim que aprovada no Plenário da Câmara, o que abreviaria o rito de tramitação em pelo menos 45 dias.
O restante da proposta deverá ser apreciado ainda pelo Senado.
Maia também disse esperar o envio ao Congresso, pelo governo, da proposta de reforma administrativa, que deve reduzir salários e benefícios de novos servidores. “O Estado existe para servir o cidadão, não para servir seus próprios funcionários. Se ele custa caro, sobram poucos recursos para servir o cidadão”, disse.
Reforma tributária Rodrigo Maia declarou ainda que a reforma tributária também terá tramitação acelerada, com a criação de uma comissão mista composta por deputados e senadores. A comissão terá o objetivo de apresentar um texto único para as duas propostas diferentes em tramitação no Congresso, uma na Câmara (PEC 45/19) e outra no Senado (PEC 110/19).
Na Câmara, já está em funcionamento uma comissão especial criada para analisar a PEC 45/19. A comissão mista deve ser criada na semana que vem pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre. De acordo com Maia, o texto resultante da comissão será levado para análise da comissão especial já em funcionamento na Câmara.
Sessão deliberativa no Plenário do Senado Jonas Pereira/Agência Senado
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Neste ano, o Senado estará à frente de temas decisivos para o país. Proposições sobre a reforma tributária, as parcerias público-privadas (PPPs), a continuidade do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e a possibilidade de prisão após segunda instância estão em análise na Casa. Além delas, o Senado tem como tarefa discutir o Plano Mais Brasil, que reúne propostas apresentadas pelo governo para descentralizar o controle do dinheiro e racionalizar gastos.
Após a aprovação da reforma da Previdência, em 2019, a agenda de reformas segue com a reforma tributária como tema prioritário para 2020. O tema, complexo, é discutido em várias propostas que já estão em análise no Congresso. A construção de um texto de consenso que reúna todas essas propostas caberá a uma comissão mista, formada por deputados e senadores, cuja instalação é esperada já para fevereiro.
— A comissão é para conciliar um texto, harmonizar os que já foram estudados há anos e entregar ao Plenário uma proposta que seja palatável na Câmara e no Senado, para essa matéria ser aprovada no ano que vem — disse o presidente do Senado Davi Alcolumbre, após o final dos trabalhos de 2019.
O presidente e o relator do colegiado já foram definidos: o senador Roberto Rocha (PSDB-MA) e o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).
Entre os textos com mais força estão duas proposições: uma proposta de emenda à Constituição (PEC 110/2019) apresentada por Davi Alcolumbre (DEM-AP) e outra (PEC 45/2019) apresentada pelo deputado Baleia Rossi (MDB-SP). Ambas propõem a substituição de vários tributos que incidem sobre bens e serviços por um só imposto sobre valor agregado.
Também deve ser enviada ao Congresso, após o início dos trabalhos, a reforma administrativa. O formato não está fechado, mas as informações já fornecidas pelo governo indicam que pode haver mudança no regime dos servidores de algumas carreiras, que passariam a ser celetistas (regidos pela CLT), e redução dos salários para futuros servidores. A expectativa é de que as mudanças não estejam em um só texto. Além de uma PEC, podem ser enviados projetos de leis e editados decretos.
Plano Mais Brasil
No alto da lista de prioridades do governo estão ainda as três propostas que fazem parte do Plano Mais Brasil, apresentado pelo governo em novembro. De acordo com o líder do governo no Senado, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), a intenção é de que as três propostas do plano sejam aprovadas pelo Congresso até o final de junho, antes do início das convenções partidárias para as eleições de 2020.
— As convenções só começam a se realizar de meados de julho até o início de agosto, portanto nós temos todo o primeiro semestre para poder aprovar essas matérias, que são prioritárias para o governo. Existe uma disposição dos presidentes do Senado e da Câmara e das lideranças partidárias para agilizar a tramitação dessas matérias — afirmou o líder no início de janeiro.
A primeira PEC que deve ser analisada, em fevereiro, é a que propõe a extinção de todos os fundos infraconstitucionais para desvincular o dinheiro hoje destinado a finalidades específicas. Conhecida como PEC da Revisão dos Fundos (PEC 187/2019), a proposta, segundo o governo, pode liberar cerca de R$ 220 bilhões para ajudar a pagar a dívida pública.
Em seguida, já em março, a intenção é votar no Senado a PEC Emergencial (PEC 186/2019) que traz um ajuste fiscal gradual, com contenção do crescimento das despesas obrigatórias para todos os níveis de governo. A proposta cria gatilhos para medidas como a proibição de concursos públicos e a redução da jornada e de salários dos servidores públicos.
A última proposta, PEC do Pacto Federativo (PEC 188/2019), pode ser aprovada em abril, segundo Bezerra. A proposta unifica gastos mínimos obrigatórios em saúde e educação e dá mais autonomia para que estados e municípios aloquem os recursos público. As três PECs aguardam discussão e votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Fundeb
Outra pendência que corre contra o calendário eleitoral é o financiamento da educação básica no Brasil. No dia 31 de dezembro de 2020, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) perderá a validade. Para que isso não aconteça, o Congresso precisa garantir a a transformação do fundo em um mecanismo permanente, ao contrário do que ocorre hoje na Constituição.
A renovação do Fundeb está prevista em três propostas de emenda à Constituição (PECs 15/2015, 33/2019 e 65/2019), que também promovem mudanças no modelo atual. Além de garantir a permanência do fundo, as propostas buscam aumentar a contribuição do governo federal. Atualmente a União contribui com um valor equivalente a 10% do valor arrecadado de estados e das prefeituras. As propostas elevam esse percentual para 30% e para 40% de forma gradual.
Outros textos
A possibilidade de prisão apósa condenação em segunda instância é outro destaque na pauta do Senado. A PEC 5/2019 está na CCJ, mas só deve ser votada depois que a Câmara dos Deputados deliberar sobre a PEC 199/2019, que trata do mesmo tema. Ainda na área de Justiça, pode ser votada na CCJ a PEC 35/2015, que fixa em 10 anos o mandato dos ministros do Supremo Tribunal Federal, além de determinar que o presidente da República escolha os ministros do STF por meio de lista com três indicações (lista tríplice).
Os senadores também podem analisar projetos relativos ao setor elétrico, como o que modifica o marco regulatório do setor (PLS 232/2016). O texto está pronto para entrar na pauta da Comissão de Infraestrutura (CI). Além desse, há o projeto do governo para privatização da Eletrobras, que está sendo analisado pela Câmara e pode chegar ao Senado. Com relação à prestação de serviços públicos por empresas, outro projeto em análise no Senado busca tornar parcerias público-privadas (PPPs) mais atraentes aos investidores (PLS 337/2018).
Também é esperada para o início do ano a análise do novo marco regulatório do saneamento básico (PL 4.162/2019). O projeto centraliza a regulação dos serviços de saneamento na esfera federal, institui a obrigatoriedade de licitações e regionaliza a prestação a partir da montagem de blocos de municípios. O projeto que trata do marco regulatório do licenciamento ambiental (PLS 168/2018) também pode ser votado em fevereiro.
Medidas provisórias
Além dos projetos, na fila para as votações estão 25 medidas provisórias em análise no Congresso, entre comissões mistas, Câmara e Senado. Dez delas já obstruem as pautas de votações e outras cinco passarão a obstruir em fevereiro. Apenas uma das medidas já chegou ao Senado: a MP 894/2019, que institui uma pensão mensal vitalícia para crianças com síndrome decorrente do Zika vírus. O prazo de validade da medida é dia 12 de fevereiro.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A blogueira catarinense Ana Bruna Avila estava retratando a sua viagem pelas Bahamas quando decidiu boiar na água em meio aos tubarões. A foto é comum entre turistas da região, mas a influencer não deu tanta sorte.
"Todo mundo faz isso e nunca ninguém é mordido. Aconteceu", afirmou Ana Bruna em seus Stories. "Eu estava fazendo carinho neles, estava tudo bem tranquilo. Talvez eu tenha esticado demais o braço na hora de tirar a foto e posso ter batido exatamente na boca dele", explicou a moça.
Uma das fotos registradas mostra exatamente o momento em que o tubarão abocanhou o braço da blogueira.
Assim que foi mordida e sentiu o sangue, Ana Bruna nadou para sair rapidamente do local. "Pensei em tubarão e sangue e entrei em desespero, mas eles mesmo se dispersaram nesse momento, graças a Deus".
Logo que voltou do passeio, a blogueira foi ao hospital para fazer um curativo e ser medicada adequadamente.
Conheça outros grandes arquitetos que ajudaram na construção da capital. É nos blocos residenciais, especialmente os da Asa Sul, que aparece a variedade de nomes
GIZELLA RODRIGUES, DA AGÊNCIA BRASÍLIA
Projeto de Brasília: blocos de seis pavimentos e erguidos sobre pilotis, para permitir a livre circulação de pessoas | Foto: Arquivo Público de Brasília
Quando inaugurou uma nova forma de viver em apartamento nas superquadras, Lucio Costa estabeleceu as diretrizes de como deveriam ser os prédios multifamiliares: blocos de seis pavimentos e erguidos sobre pilotis, permitindo a livre circulação de pessoas.
Oscar Niemeyer fez as curvas no concreto e deixou seus traços na grande maioria dos monumentos da nova capital. Apesar de idealizada por dois dos maiores arquitetos do país, Brasília foi desenhada a várias mãos. Há muitos outros nomes, alguns reconhecidos e outros nem tanto, que contribuíram para a riqueza arquitetônica da cidade identificada como Patrimônio Cultural da Humanidade.
Mesmo tento elaborado os projetos urbanísticos de várias quadras do Plano Piloto, Lucio Costa não projetou nenhum prédio residencial. No entanto, são dele dois elementos fundamentais do projeto: a Torre de TV e a Rodoviária do Plano Piloto, marco zero da capital.
“A rodoviária é um edifício que é um mercado, um shopping e, ao mesmo tempo, é o coração urbano de Brasília, o que é muito importante para uma obra de arquitetura”, afirma o professor aposentado da Universidade de Brasília (UnB) Cláudio Queiroz.
“Para mim, a rodoviária é a obra mais importante de Brasília, não é a mais bela. É ela que articula os eixos Rodoviário [Norte-Sul] e Monumental [Leste-Oeste], que determinam o traçado do Plano Piloto”, completa o também arquiteto e professor aposentado da UnB José Carlos Córdova Coutinho. “Sem a rodoviária, Brasília não existiria.”
Já Oscar Niemeyer não projetou apenas os prédios públicos e monumentos pelos quais se tornou conhecido. Também são de sua autoria os desenhos dos primeiros prédios residenciais erguidos na capital, em blocos nas superquadras Sul 105, 106, 206, 207, 104, 304, 107, 307 e 108.
Cobogós
Invenção pernambucana da década de 1930, o cobogó acabou se tornando marca de Brasília e usado por inúmeros arquitetos em seus projetos. Foto: Acácio Pinheiro / Agência Brasília
Em todos os edifícios residenciais projetados por Niemeyer, um elemento se repete: os cobogós, aqueles buraquinhos nas fachadas dos prédios da Asa Sul e da Asa Norte. Muitos brasilienses até podem não saber o nome, mas reconhecem esse diferencial em qualquer fotografia da cidade.
Invenção pernambucana da década de 1930, o cobogó acabou se tornando marca de Brasília e foi usado por inúmeros arquitetos em seus projetos. O nome cobogó é formado pelas iniciais dos sobrenomes de seus criadores, então donos de uma fábrica de tijolos: Amadeu Oliveira Coimbra (co), Ernest August Boeckmann (bo) e Antônio de Góis (go).
Os cobogós são blocos vazados de cimento que, além do efeito estético, permitem a circulação de ar e a entrada de luz no edifício. Em Brasília, foram usados como forma de vedar o edifício para adequá-lo às condições climáticas do país, nem frio nem quente demais.
“O ar entra e sai do outro lado”, explica Cláudio Queiroz. “Eles trazem essa possibilidade de vedar sem fechar e impedir a circulação de ar”. Segundo ele, Niemeyer usou os cobogós mais simples, pequenos, pré-fabricados e mais baratos.
Colegas de Niemeyer
Muitos dos arquitetos que vieram para Brasília nos primeiros tempos e ajudaram a erguer a capital trabalharam ao lado de Niemeyer – que, segundo Coutinho, contou com colaborações de grandes talentos da arquitetura brasileira. “Alguns mais jovens, recém-formados, outros mais velhos”, conta o professor. “Falam que Brasília é do Niemeyer, e não é. Primeiro, o projeto urbanístico é do Lucio Costa. Depois, parece que Niemeyer fez tudo sozinho, e não é verdade. É preciso fazer justiça”.
Nauro Esteves, que era chefe do Departamento de Arquitetura e Urbanismo (DAU) da Novacap, atuou como assessor imediato de Oscar. Nenhum outro arquiteto, depois de Niemeyer, deixou tantos riscos no quadradinho quanto ele. São de Esteves, entre outros, prédios icônicos da cidade, como o Conjunto Nacional, o Hotel Nacional, o Palácio do Buriti e a sede da Polícia Militar (no Setor Policial Sul).
Em entrevista ao Programa de História Oral, do Arquivo Público do DF, Nauro reconheceu que “nada nessa cidade” deixou de passar por suas mãos – pelo menos período entre 1956 e 1968, quando ele deixou a Novacap.
O prédio do Bloco D da 112 Sul foi projetado por Nauro Esteves | Foto: Acácio Pinheiro / Agência Brasília
Nauro também projetou prédios residenciais, como o bloco duplo JK, da SQS 112, com a fachada revestida em esmalte azul e partilhas brancas, com 36 unidades de 138 metros quadrados.
São ainda de sua lavra projetos de edifícios nas superquadras Sul 403, 406, 407, 410, 411 e 413 e de prédios com apartamentos de três e quatro quartos na SQS 115 e na SQN 102. O bloco H da 115 Sul, projetado por Esteves, foi um dos primeiros a ser erguido na quadra.
Nauro Esteves e Niemeyer se conheceram em 1949. O primeiro estava se formando em arquitetura no Rio de Janeiro e o segundo já era um dos principais nomes do século.
Esteves se inscreveu em um concurso interno de projetos na universidade e ganhou o prêmio principal. Niemeyer estava no júri e, pouco tempo depois, contratou o pupilo para atuar no escritório.
Chegou em 1956 e fez parte da primeira caravana de arquitetos e projetistas que vieram para a nova capital, com Bernardo Sayão (engenheiro agrônomo), Niemeyer e Israel Pinheiro (político). Morou em Brasília até 2007, quando morreu.
Variedade de nomes
É nos blocos residenciais, especialmente os da Asa Sul, que aparece a variedade de nomes que contribuíram para a construção da capital. Foram muitos os arquitetos que projetaram prédios das superquadras, como Marcílio Mendes Ferreira, Hélio Uchôa, Eduardo Negri, Milton Ramos, Stéllio Seabra, Marcelo Graça Couto, Sérgio Rocha e muitos outros que deixaram, impressos em concreto, singularidades nas fachadas, nos pilotis, na distribuição interna dos espaços, nas janelas e nos basculantes.
O Bloco C da 210 Sul é obra de Marcílio Mendes Ferreira | Foto: Acácio Pinheiro / Agência Brasília
A maioria dos brasilienses desconhece o nome do arquiteto que projetou o seu prédio, mas alguns deles aprenderam a valorizar a riqueza arquitetônica que garante qualidade de vida para o seu dia a dia.
O casal de servidores públicos Rafael, 40 anos, e Alice Della Nina, 36, morava em um apartamento de 80 metros quadrados no Guará II e passou a procurar um novo lar quando a família estava prestes a crescer.
Eles começaram procurando apartamentos em prédios com assinatura de Hélio Uchôa, que trabalhou no escritório de Lucio Costa e elaborou os projetos das SQS 105 e 305, além da sede da Petrobras em Brasília. Na 105 Sul foram projetados dez blocos, sendo oito com 288 apartamentos de três quartos e dois com 48 apartamentos de quatro quartos.
Os acabamentos dos edifícios são finos e a fachada principal é caracterizada pelas esquadrias e venezianas de madeira. Na fachada posterior, predominam os cobogós de cerâmica vermelha, lembrando os utilizados por Lucio Costa no Parque Guinle, no bairro do Flamengo, no Rio de Janeiro.
Durante a procura, o casal acabou descobrindo o mineiro Marcílio Mendes Ferreira, que, como funcionário do Departamento de Engenharia da Caixa Econômica Federal encarregado de promover a construção de residências para os funcionários transferidos para a capital, surgiu como um dos principais arquitetos de Brasília. Ele fez inúmeros projetos de edifícios de apartamentos entre 1973 e 1982.
Qualidade de vida
“Eu queria uma sala assim, ampla, iluminada e arejada”, conta Alice, que mora com o marido, Rafael, no Bloco C da 210 Sul | Foto: Acácio Pinheiro / Agência Brasília
Rafael e Alice moram em um dos 24 apartamentos de uma obra-prima projetada por Marcílio: o Bloco C da 210 Sul. Construído para os altos funcionários da Caixa Econômica Federal, o prédio se destaca pelo padrão nobre, uma forma de compensação pela mudança para a nova capital.
“Eu queria uma sala assim, ampla, iluminada e arejada”, conta Alice. “Esse prédio tem três irmãos gêmeos: o Bloco I dessa mesma quadra, o bloco C da SQS 312 e o K da 203. Chegamos a encontrar um à venda na 312, mas estava todo reformado e fora da nossa realidade. Até que achamos esse”, completa Rafael.
Os apartamentos possuem 221 metros quadrados divididos em uma ampla sala, cozinha, dependência de empregada, área de serviço, sala de jantar, lavabo, banheiro social e três quartos, sendo um deles suíte. Rafael e Alice moram no imóvel desde 2017 e fizeram questão de mantê-lo o mais original possível, com piso em madeira, azulejos da década de 1970 e louças verdes no banheiro.
A única alteração feita por eles foi na utilização da sala de jantar que fica nos fundos do apartamento. O cômodo virou a brinquedoteca da filha de dois anos e 10 meses, cujas brincadeiras são iluminadas pela luz do sol que invade o local na parte da manhã graças aos cobogós da fachada posterior do prédio.
Um tesouro preservado na 210 Sul: as portas de vidro se abrem para um pequeno jardim seguido por uma parede de cobogós que compõe a fachada principal do prédio | Foto: Acácio Pinheiro / Agência Brasília
O tesouro fica nos ambientes da frente do apartamento vazado. As janelas da sala foram substituídas por portas de correr com pequenos módulos basculantes na parte superior. As portas de vidro se abrem para um pequeno jardim seguido por uma parede de cobogós que compõe a fachada principal do prédio.
O jardim se estende por todo o apartamento, sendo interrompido apenas por pequenas varandas que ocupam um módulo de quebra-sóis. Não há divisórias, e é possível passar da sala para o quarto por esse espaço.
O casal sabe que vive em um prédio diferenciado e valoriza o patrimônio histórico e arquitetônico onde vive. Alice conta que, além da estética, o prédio é funcional. “Os cobogós e o jardim dão conforto térmico e acústico. Basta abrir essas janelas basculantes para refrescar todo o apartamento”, diz. Segundo Rafael, os vizinhos também reconhecem a importância do edifício.
“Estamos reformando as fachadas e todo mundo se prontificou a pagar mais caro e trazer a pastilha original de São Paulo para não descaracterizar o prédio”, conta.
O arquiteto Marcílio Mendes Ferreira também projetou os 11 blocos da SQN 206 | Foto: Joel Rodrigues / Agência Brasília
Marcílio também projetou os 11 blocos da SQN 206. A elaboração dos projetos e a preparação da licitação foi feita em apenas três meses. Cada prédio tem 36 apartamentos de cerca de 120 metros quadrados.
O arquiteto mineiro buscou racionalizar o processo construtivo por meio da modulação e da utilização de elementos pré-moldados, marca das obras de Oscar Niemeyer e de João Filgueiras Lima – mais conhecido como Lelé –, um dos grandes nomes da arquitetura moderna brasileira e que também deixou sua marca em Brasília.
Ambos utilizaram esse recurso para construir as primeiras edificações da Universidade de Brasília (UnB), como o Minhocão. Lelé também assina os projetos dos hospitais da Rede Sarah, em Brasília e no Brasil inteiro, do Hospital Regional de Taguatinga (HRT) e do Beijódromo, o Memorial Darcy Ribeiro, na UnB.
Os dois alegres edifícios do Setor Comercial Sul, o Morro Vermelho e o Camargo Correa, com as brises coloridas de concreto pré-moldado, também são dele, assim como os blocos da Colina, na UnB.
Sem paradas na EPTG, essas seis opções podem ser até 30 minutos mais rápidas e têm como destino a UnB, passando L2 Sul e Norte, ou o SIG e a W3 Sul
AGÊNCIA BRASÍLIA *
Seis linhas de ônibus do Setor O e uma linha do M Norte passaram a ser semiexpressas, desde esta quinta-feira (30). A medida vai beneficiar os usuários do transporte coletivo das regiões de Ceilândia e Taguatinga, que contarão com viagens mais rápidas com destino ao Plano Piloto.
As linhas passarão a transitar pelo corredor central da EPTG e não farão paradas para embarque e desembarque. Os usuários terão ganho de até 30 minutos nas viagens.
A linha 0.338 liga Ceilândia à UnB, indo da Expansão-P2 Norte do Setor O até a Universidade de Brasília, passando pela via L2 Sul e Norte. A viagem tem 57km e passará pelo corredor central da EPTG, não oferecendo possibilidade de embarque e desembarque nesta via.
Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília
Os usuários que desejarem ir para localidades próximas da EPTG devem utilizar as linhas 0.314, 334.4, 0.334, 0.335 e 0.930, conhecidas como linhas paradoras.
Outras duas linhas de Ceilândia com destino à UnB também passarão a ser semiexpressas: a 0.348, que liga o Setor O à UnB pela via L2 Sul e Norte; e a 348.1, que passa pela via leste de Ceilândia também com destino à UnB. Não será possível realizar embarque e desembarque na EPTG.
Os usuários de Ceilândia Norte e Sul que desejarem parar na via devem optar pelas linhas 0.311 e 0.930, que já operam com ônibus com portas dos dois lados. Já os usuários que desejarem ir para a Rodoviária do Plano Piloto ou para a W3 Norte, podem utilizar as linhas 0.920 e 0.374.
Os usuários de ônibus que se destinam à via W3 Sul e W3 Norte também contarão com linhas semiexpressas saindo do Setor O como a 313.2, que vai da Via O2, Pistão Norte e SIG até a W3 Sul (Quadra 716 sul); a linha 335.1, que vai do Setor O Norte e SIG até a W3 Sul (Quadra 716 sul); e a linha 374.1, que vai do Condomínio Privê (via leste) até a W3 Norte. As opções para quem desejar embarcar ou desembarcar na EPTG são as linhas: 0.313, 0.334, 0.335, 0.374, 920.4, 0.921 e 0.930.
M NorteA linha 323.2, que liga o Setor M Norte ao SIG e à via W3 Sul (Quadra 716 sul), também passará a ser semiexpressa e deixará de oferecer embarque e desembarque na EPTG.
Trata-se de uma linha com extensão de 35km, que se tornará ainda mais rápida. Os usuários da M Norte que desejarem ir para a Rodoviária do Plano Piloto podem contar com a integração do Metrô ou os serviços da linha 0.324, que passa pela Avenida Hélio Prates.
Já os que desejarem parar na via EPTG podem utilizar as linhas 0.322, 322.2, 0.323 e 0.377, todas operadas por ônibus que têm portas dos dois lados.