quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Senado avalia fim da perda de cidadania brasileira de quem obtém outra nacionalidade



Da Redação | 29/01/2020, 15h46
O Plenário do Senado deve retomar a análise da proposta de emenda à Constituição (PEC) que acaba com a perda automática de cidadania brasileira de quem obtém outra nacionalidade (PEC 6/2018). Ela foi debatida ao longo de 2019 e já pode ser votada em primeiro turno.
Com a mudança constitucional, a perda de nacionalidade do brasileiro ficará restrita a duas possibilidades: quando a naturalização for cancelada por decisão judicial em virtude de fraude ou atentado contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; ou quando for feito um pedido expresso de perda de nacionalidade à autoridade brasileira competente, desde que a perda de nacionalidade não leve o cidadão a se tornar apátrida (sem qualquer nacionalidade).
A proposta passou por todas as cinco rodadas de discussão no ano passado, mas recebeu uma emenda do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) e precisou voltar para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Com novo relatório favorável do senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), ela já pode ser votada pelo Plenário.
A emenda deixou expresso no texto que a perda da nacionalidade será declarada em virtude de fraude “relacionada ao processo de naturalização”, mesmo que a situação leve a pessoa a ficar apátrida. 
A PEC também facilita o processo de reconquista da nacionalidade brasileira por quem renunciou a ela. O parecer de Pacheco aprovado pela CCJ previa a possibilidade de naturalização para quem tivesse renunciado à nacionalidade brasileira. Bezerra sugeriu a reaquisição da nacionalidade em vez da naturalização, com amparo na Lei de Migração (Lei 13.445, de 2017).

Origem

A inspiração para a proposta foi o caso da brasileira Cláudia Hoerig. Ela foi extraditada para os Estados Unidos em 2018 para responder à acusação de ter assassinado o próprio marido. A legislação proíbe a extradição de brasileiros natos, mas o Supremo Tribunal Federal (STF), na ocasião, julgou que Cláudia havia perdido a nacionalidade brasileira ao se casar com um cidadão americano.
O senador Antonio Anastasia observou que, desde a promulgação da Constituição de 1988, as orientações públicas tranquilizavam os cidadãos sobre a manutenção da nacionalidade em casos como o de Cláudia. Ele afirma que propôs a PEC para tranquilizar brasileiros que moram no exterior em situações semelhantes.
Se for aprovada pelo Plenário, com o voto favorável de pelo menos 49 senadores, a proposta precisará atravessar mais três sessões de discussão e um segundo turno de votação. Depois disso ela pode seguir para a Câmara dos Deputados.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Senadores estudam criação de rede integrada de pesquisas agropecuárias



Da Redação | 29/01/2020, 16h46
O Senado deve estudar a criação de um amplo sistema de informações sobre pesquisa agropecuária. Essa rede digital seria abastecida por universidades (públicas ou privadas), instituições públicas e empresas privadas de pesquisa agropecuária, além de organizações de trabalhadores rurais.
O projeto (PL 6.417/2019) que cria a rede — batizada de Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação para a Agropecuária (SNPA) — espera atualmente a escolha do relator na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA). De lá, seguirá para decisão terminativa da Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT).
De acordo com os senadores Styvenson Valentim (Podemos-RN), Luis Carlos Heinze (PP-RS) e Soraya Thronicke (PSL-MS), autores da proposta, a ideia é integrar a produção de instituições, processos e instrumentos necessários para inovar a agropecuária brasileira. Podem participar de forma voluntária, colaborativa e cooperativa, instituições científicas, tecnológicas e de inovação, públicas e privadas, que desenvolvam pesquisa agropecuária.

Patentes

Os senadores ressaltam que caberá ao governo gerenciar o SNPA. Um dos atributos do sistema vai ser concentrar informações sobre invenções patenteadas no Brasil e no mundo.
“Em 2017 foram registradas mais de 3 milhões de patentes no mundo, e o SNPA, assim como o Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, não poderá prescindir do acesso a essas informações, sob o risco de desperdiçar recursos no desenvolvimento de tecnologias já existentes”, destacam os autores.
Na justificativa do projeto, os parlamentares classificam o SNPA como “extremamente importante e estratégico para o desenvolvimento do setor agropecuário”, além de poder provocar uma influência positiva no agronegócio brasileiro “face aos desafios presentes e futuros de sustentabilidade e competitividade”.
A proposta altera parte da Lei Agrícola (Lei 8171, de 1991). Para chegar ao texto, os senadores fizeram uma série de debates com entidades como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a Embrapa, o Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi), a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Congresso abre o ano com 25 medidas provisórias na fila




Da Redação | 29/01/2020, 10h29
O Congresso Nacional vai iniciar os trabalhos em 2020 com 25 medidas provisórias (MPs) em análise. Dez delas já obstruem as pautas de votações da Câmara dos Deputados e do Senado, e outras cinco chegarão a esse ponto ainda em fevereiro.
A contar de 3 fevereiro, primeiro dia depois do recesso, três das MPs terão menos de duas semanas de validade e estarão sob maior risco. Uma delas está bem encaminhada e só precisa da aprovação do Senado, mas outras duas sequer iniciaram a sua tramitação e devem caducar.

Zika

Primeira das propostas na fila, a MP 894/2019 institui uma pensão mensal vitalícia, no valor de um salário mínimo, para crianças com síndrome decorrente do Zika vírus. Ela foi aprovada pela Câmara em dezembro e não deve ter problemas para passar também pelo crivo dos senadores.
O relator da MP, senador Izalci Lucas (PSDB-DF), estendeu a medida para todas as crianças afetadas que tenham nascido até o fim de 2019. Izalci destacou que o benefício significará um alento para os pais das crianças, que atravessam uma rotina de sacrifícios e preconceito.
— São pessoas que lutam diariamente pela sobrevivência de seus filhos. A todas as pessoas que perseveram nessa luta, prestamos nossa homenagem e nossa solidariedade — destacou ele no dia da votação da MP pela comissão mista.
A MP ainda precisa ser oficialmente recebida pelo Senado, com a sua leitura em Plenário, antes de ser votada. Se for aprovada com modificações, ela deverá voltar para a Câmara. Se for aprovada como está, poderá ir para a sanção presidencial. O prazo de validade da medida é dia 12 de fevereiro.

Atraso

As duas MPs “condenadas” vencem no dia 16 de fevereiro. As comissões mistas que precisam estudar as medidas antes das votações pela Câmara e pelo Senado ainda não foram instaladas, indicando que não haverá tempo hábil para que as duas sejam aprovadas dentro do prazo de validade.
A MP 895/2019 cria a carteira estudantil em formato digital. O documento é gratuito para todos os estudantes, mediante cadastro em aplicativo de celular que será vinculado a um banco de dados do Ministério da Educação. A medida tiraria as carteirinhas do controle das entidades estudantis, que hoje são responsáveis pela emissão.
Já a MP 896/2019 ficou travada por motivo judicial. A proposta desobriga órgãos da União, estados, Distrito Federal e municípios de publicar documentos relativos a licitações em jornais de grande circulação — bastaria o anúncio em site oficial e no Diário Oficial da União. O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu a MP no mês seguinte à sua publicação, após um questionamento da Rede Sustentabilidade.

Urgência

Essas são três das propostas que já entraram em regime de urgência. Dessa forma, elas sobem automaticamente para o topo da pauta de votações da Câmara e do Senado assim que chegam em cada uma das Casas. No total, são dez as MPs atuais que já estão nessa condição.
Também está nessa situação a MP que cria a 13ª parcela do Bolsa Família (MP 898/2019). Ela ainda não foi votada pela sua comissão mista, mas já tem relatório favorável, do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Originalmente a MP 898 previa o pagamento extra apenas no ano de 2019, mas o relatório de Randolfe tornou permanente a parcela adicional. Além disso, o Benefício de Prestação Continuada (BPC) também ganha um 13º no texto do senador.
“O BPC tem por objetivo amparar pessoas à margem da sociedade e que não podem prover seu sustento. [Conceder o 13º visa] corrigir essa desigualdade, para garantir a isonomia entre esses beneficiários e os demais do INSS, que já recebem a renda extra no mês de dezembro de cada ano”, escreve Randolfe.
Outras medidas provisórias em urgência, porém em situação já mais avançada, são as MPs 897/2019 (sobre crédito rural) e 901/2019 (que transfere terras da União para Amapá e Roraima). Ambas já foram aprovadas pelas suas comissões mistas e agora aguardam análise dos deputados.
A MP 897 trata de novas regras para operações financeiras no setor rural. A sua principal inovação é a criação da possibilidade de produtores rurais se associarem para criar fundos solidários que servirão como garantia para a quitação de dívidas.
Já a MP 901 facilita a transferência definitiva para os estados de Roraima e do Amapá de terras ainda pertencentes à União. Essa transferência já é plenamente autorizada desde 2009, mas tem sido prejudicada por exigências burocráticas para a comprovação da posse de alguns terrenos que devem ser excluídos do processo.
Outras cinco entrarão em urgência antes do fim no mês de fevereiro.

Bolsonaro

Das 25 MPs em andamento, apenas uma foi editada em 2020, a MP 918/2020, que cria funções comissionadas na Polícia Federal. As 24 remanescentes de 2019 representam exatamente metade de todas as medidas provisórias editadas pelo presidente Jair Bolsonaro em seu primeiro ano de governo. Até agora, 11 das 48 foram rejeitadas ou expiraram sem análise do Congresso.
O Congresso vive a expectativa da chegada de mais uma MP, em breve: Bolsonaro já anunciou a intenção de reajustar o valor do salário mínimo para o ano de 2020, aumentando em R$ 6 o que está previsto na Lei Orçamentária Anual (LOA) (Lei 13.978, de 2020). O clima no Senado é favorável à medida.
tramitacao_mps (002).jpg

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Procuradoria denuncia Lula e Boulos por invasão do tríplex de Guarujá




O MPF acusa Lula de ter incentivado a invasão do MTST em virtude de um discurso em 7 de abril de 2018, horas antes de se entregar à Polícia Federal.

Procuradoria denuncia Lula e Boulos por invasão do tríplex de Guarujá
Notícias ao Minuto Brasil
29/01/20 19:00 ‧ HÁ 1 MIN POR FOLHAPRESS
POLÍTICA JUSTIÇA-SP
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O Ministério Público Federal em Santos (SP) denunciou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o coordenador nacional do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) e ex-candidato a presidente pelo PSOL, Guilherme Boulos, pela invasão do tríplex atribuído ao petista em Guarujá (SP).
 
O imóvel foi invadido em 16 abril de 2018, dias após Lula ter sido preso para iniciar o cumprimento de sua pena no primeiro processo em que foi condenado na Operação Lava Jato.
O apartamento é ponto central da ação penal e seria uma contrapartida por um esquema de corrupção envolvendo contratos entre a Petrobras e a empreiteira OAS. Lula já foi condenado no STJ (Superior Tribunal de Justiça) por esse caso.
Lula, Boulos e três militantes do MTST são acusados pelo crime previsto no artigo 346 do Código Penal: tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa em poder de terceiro por determinação judicial, cuja pena é de detenção de seis meses a dois anos.
O MPF acusa Lula de ter incentivado a invasão do MTST em virtude de um discurso em 7 de abril de 2018, horas antes de se entregar à Polícia Federal. O ex-presidente teria dito a Boulos que o MTST poderia ocupar o imóvel.
Em fevereiro de 2019, quando ainda estava preso em Curitiba, Lula prestou depoimento sobre o caso e negou ter incentivado a invasão. Sua defesa alegou à época que ele usou "uma força de expressão" por estar indignado com a condenação em segunda instância no caso do tríplex.
Após o oferecimento da denúncia, a Justiça marcou para 16 de julho deste ano uma audiência para o oferecimento de proposta de transação penal pelo MPF.
A transação penal é um instrumento legal pelo qual os acusados por crimes com pena máxima de dois anos podem ter a pena substituída por restrições de direitos e penas alternativas, como o pagamento de cestas básicas e prestação de serviços à comunidade, mediante a admissão do delito, o que encurta o processo.
O processo está em segredo de Justiça e tramita na 6ª Vara Federal de Santos. Contudo, a reportagem teve acesso a uma manifestação do MPF em que a Procuradoria pede o recebimento da denúncia e se posiciona contra Lula ter direito à transação penal, uma vez que o ex-presidente já foi condenado na Justiça.
Apesar de ser contra a transação penal no caso de Lula, o MPF diz que Boulos e os outros três acusados –Anderson Dalécio Feliciano, Andreia Barbosa da Silva e Ediane Aparecida do Nascimento – podem ter esse direito.
Na peça, "em atenção ao princípio constitucional da rápida duração do processo", o Ministério Público pede que Lula seja processado separadamente dos demais e que o processo para uma eventual transação siga em relação aos outros acusados.
No Twitter, Boulos respondeu à acusação do MPF: "É a nova farsa do tríplex". "Que fique claro: a criminalização das lutas não vai nos intimidar, nem nos calar", disse o líder do MTST.
A reportagem tenta contato com os outros denunciados.

Saiba como limpar os dados que o Facebook recebe sobre você




Usuário pode ainda definir grau de visibilidade de suas informações

Publicado em 29/01/2020 - 17:37
Por Jonas Valente – Repórter Agência Brasil  Brasília
O Facebook anunciou mudanças em suas configurações de privacidade para permitir que os usuários aumentem a proteção de seus dados. Entre as novidades estão a possibilidade de “limpar” os dados que a plataforma compartilha com terceiros, além de novas configurações de perfil e avisos de login.
As medidas foram divulgadas por ocasião do Dia Internacional da Privacidade de Dados, celebrado ontem (28). O Facebook vem sendo criticado nos últimos anos pelo uso que faz das informações de seus usuários. O emprego de dados de dezenas de milhões de pessoas para fins de manipulação de eleições e processos pela empresa Cambridge Analytica colocou a empresa em evidência.
Com o recurso “Atividade Fora do Facebook”, o usuário pode configurar as informações que empresas e instituições compartilham com a plataforma, como as visitas realizadas aos sites delas. O usuário pode clicar em “gerenciar sua atividade fora do Facebook” e optar pela exclusão dos dados – ou “desconectar o histórico” na linguagem da plataforma. Ao configurar esse recurso como teste durante a redação desta matéria, o repórter descobriu que 262 aplicativos e sites enviavam dados para o Facebook. Veja um guia rápido para desabilitar os acessos:
A ferramenta permite também desativar a atividade fora do FB a partir do momento do ajuste feito pelo usuário. Contudo, isso não impede o compartilhamento de dados por terceiros, que continuarão sendo procedidos “para fins de mensuração e para fazer melhorias em nossos sistemas de anúncios, mas estará desconectada da sua conta”, explica a página do mecanismo. Anúncios continuarão sendo exibidos com base nas preferências e na atividade do usuário na rede social.

Privacidade

Na ferramenta de “Verificação de Privacidade”, na seção “configuração de dados”, o usuário pode gerir as informações disponibilizadas pelo Facebook a terceiros. Esse acesso ocorre por diversas ferramentas da plataforma, como o login utilizando a conta do FB. É possível definir quais apps e sites podem manter este acesso, ou retirá-los da lista.
Na seção “quem pode ver o que você compartilha”, uma das funções é definir o grau de visibilidade das informações do usuário. Registros como telefone, e-mail, escola e cidade, além das próprias publicações na plataforma, podem ser ajustados para acesso público, por amigos, por amigos dos amigos ou apenas pelo próprio usuário. É possível bloquear e gerir a lista de pessoas colocadas em cada uma dessas listas.
Por meio da nova ferramenta, o usuário pode ainda controlar quem pode lhe enviar solicitações de amizade, se qualquer pessoa na rede social ou apenas amigos de amigos.

Mudanças

Em mensagem publicada no site da companhia, o diretor-executivo, Mark Zuckerberg, afirmou que o intuito das mudanças é fazer com que o usuário “possa entender e gerenciar facilmente suas informações, por isso fortalecer seus controles de privacidade é tão importante”.
O Facebook oferece guias e opções de customização para usuários que desejam bloquear o compartilhamento de dados sensíveis.
O Facebook oferece guias e opções de customização para usuários que desejam bloquear o compartilhamento de dados sensíveis. - Agência Brasil
Para a organização internacional de defesa da privacidade Eletronic Frontier Foundation (EFF), o anúncio foi um “bom passo”, mas uma “medida incompleta”, tanto pelo desconhecimento da população quanto por não cessar a coleta intensa de dados dos usuários.
“Nós sabemos que usuários dificilmente vão ajustar suas configurações. Nos Estados Unidos, 75% dos adultos não conhecem as preferências de anúncio. A ferramenta não cobre todas as formas pelas quais o Facebook coleta e monetiza os dados dos usuários. Estes continuarão sendo objeto de anúncios segmentados”, pondera a coordenadora de pesquisa em direitos dos consumidores e vigilância da entidade, Gennie Gebhart.
Edição: Lílian Beraldo

 Agência Brasil 

Crédito para cumprir regra de ouro pode ficar em R$ 79,9 bi



Governo poderá usar lucro do Banco Central para diminuir insuficiência

Publicado em 29/01/2020 - 17:56
Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil  Brasília
O valor do crédito que o governo deverá pedir ao Congresso Nacional para bancar o pagamento de aposentadorias e benefícios sociais sem descumprir a regra de ouro deverá ficar em R$ 79,9 bilhões. A estimativa foi divulgada hoje (29) pelo Tesouro Nacional.
Segundo o secretário adjunto do Tesouro, Otavio Ladeira de Medeiros, o projeto com o pedido de crédito suplementar só será enviado no início de abril, após a equipe econômica apurar as fontes e a insuficiência de recursos.
O Orçamento de 2020 autoriza o governo a pedir até R$ 343,6 bilhões em crédito suplementar ao Congresso. A autorização é necessária para que o governo emita títulos públicos – lance papéis no mercado financeiro – para cobrir gastos correntes. Desse total, a maior parte, R$ 213,7 bilhões, corresponde a benefícios da Previdência Social, e R$ 84,4 bilhões representam gastos com pessoal e encargos.
Neste ano, porém, o Poder Executivo poderá usar recursos disponíveis em caixa classificados de superávit financeiro para pedir uma autorização de menor valor ao Congresso. Atualmente, a insuficiência de recursos para cumprir a regra de ouro totaliza R$ 342,1 bilhões. O governo pode abater desse total até R$ 262,2 bilhões de superávit financeiro, o que reduziria o crédito suplementar para R$ 79,9 bilhões.
A maior parte do superávit financeiro é composta por lucros do Banco Central em 2018 (R$ 141,2 bilhões) e em 2019 (R$ 21,4 bilhões). Há ainda R$ 81 bilhões de devoluções do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao Tesouro Nacional e R$ 18,6 bilhões de outras fontes.
A possibilidade de usar o superávit financeiro para diminuir o valor do crédito suplementar pedido ao Congresso é uma novidade trazida pela Lei de Diretrizes Orçamentárias deste ano. Em 2019, o governo teve de pedir crédito suplementar de R$ 248,9 bilhões para custear o pagamento de aposentadorias, do Bolsa Família e do Benefício de Prestação Continuada (BPC), mesmo tendo, na época, R$ 154,2 bilhões de superávit financeiro em caixa.

Endividamento

Instituída pelo Artigo 167 da Constituição de 1988, a regra de ouro determina que o governo não pode endividar-se para financiar gastos correntes (como a manutenção da máquina pública), apenas para despesas de capital (como investimento e amortização da dívida pública) ou para refinanciar a dívida pública. Nos últimos anos, os sucessivos déficits fiscais têm posto em risco o cumprimento da norma, o que tem levado o Tesouro a buscar fontes de recursos para ter dinheiro em caixa e reduzir a necessidade de emissão de títulos públicos.
A desvinculação e o remanejamento de recursos para a conta única do Tesouro diminuem o rombo da regra de ouro porque reduzem a necessidade de o governo lançar títulos públicos no mercado para cobrir despesas correntes. A proposta de reforma do pacto federativo, em tramitação no Congresso, prevê uma série de gatilhos quando o governo estoura a regra de ouro. Uma delas é a redução temporária de 25% dos salários do funcionalismo público.
Edição: Liliane Farias

Promotoria da Flórida pede que 'caso Jean' seja arquivado na Justiça




Em decisão tomada pela assistente da promotoria, é sugerido que o goleiro ex-São Paulo não seja processado pela acusação de violência doméstica

 A- A+
Jean se envolveu em confusão com a esposa durante viagem de férias

Jean se envolveu em confusão com a esposa durante viagem de férias

Lance
Em documento publicado no dia 21 de janeiro, a promotoria do estado da Flórida pediu à Justiça dos Estados Unidos para que arquive a denúncia de violência doméstica contra Jean, que foi acusado e preso por ter agredido sua esposa durante férias em Orlando, no último mês.
Segundo decisão assinada pela assistente de promotoria Sarah Marie Castro, diante da investigação realizada no caso, não há motivo para que Jean seja processado. Além disso, ela afirma que se houve pagamento de fiança, o dinheiro deve ser liberado, e caso o acusado estiver preso, deve ser solto.

No mês passado, enquanto passava férias em Orlando, Jean foi acusado por sua esposa, Milena Bemfica, de tê-la agredido com oito socos, segundo depoimento prestado aos policiais que atenderam a ocorrência, em um hotel na cidade turística do estado da Flórida. A discussão teria começado por conta de ciúmes e aconteceu na frente das filhas do casal.

cadeia. Depois de passar por uma audiência de custódia, foi liberado, mediante condições estabelecidas, sem a necessidade do pagamento de fiança. Em seguida, voltou ao Brasil e ficou determinado pela Justiça americana que ficasse longe de sua mulher.
Por conta da atitude fora de campo, o São Paulo decidiu suspender o contrato de Jean, que não mais jogará pelo clube. Após a liberação, que aconteceu na volta das férias, o goleiro foi contratado por empréstimo pelo Atlético-GO. Antes, havia sido consultado pelo Ceará, que acabou desistindo do negócio devido à repercussão negativa criada entre os torcedores cearenses.
O goleiro Jean está recomeçando. Acusado de agredir sua esposa durante uma viagem da família aos Estados Unidos, o atleta, que teve seu vínculo com o São Paulo suspenso, assinou contrato com o Atlético-GO e, já há algumas semanas, treina com seus novos companheiros
Foto: Reprodução/Instagram @antoniotillemont
Filhas de Jean superam trauma de agressão à mãe e visitam pai em GO

P