segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Conheça algumas opções de crédito para renovar sua frota de tratores e máquinas



Crédito: Divulgação
Para que as linhas de financiamento sejam liberadas pelo BNDES, os itens deverão estar habilitados no Credenciamento de Fornecedores Informatizado (CFI) (Crédito: Divulgação)

O setor agrícola é um dos principais no quesito produtividade com o auxílio de novas tecnologias. Principalmente quando o assunto são tratores, máquinas e equipamentos, cuja indústria não para de inovar para facilitar a vida no campo. Como se trata de aquisições que exigem grande capital, o País conta com alguns programas de acesso ao crédito para a renovação de frotas de tratores e maquinários.
Entre os maiores financiadores está o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A instituição criou diversos modelos de financiamento, sendo o principal para a área de tratores, o Moderfrota.
A linha de crédito é exclusiva para a aquisição de maquinários destinados à produção agropecuária. Contempla tratores, colheitadeiras, plataformas de corte, pulverizadores, plantadeiras, semeadoras e equipamentos para preparo, secagem e beneficiamento de café.
O programa é destinado a produtores rurais, tanto pessoas físicas quanto jurídicas, e cooperativas agropecuárias.
Para que as linhas de financiamento sejam liberadas pelo BNDES, os itens deverão estar habilitados no Credenciamento de Fornecedores Informatizado (CFI).
Financiamento direto
Nessa modalidade, o produtor faz a sua solicitação de crédito direto na página do sistema de Consulta Prévia Eletrônica do BNDES (www.bndes.gov.br/ consulta-eletronica).
As taxas de juros variam de 8,5% ao ano, para receita operacional bruta ou renda anual bruta até R$ 90 milhões, a 10,5% ao ano, para receitas acima de R$ 90 milhões.
A plataforma inclui itens novos, com prazo de até 7 anos de parcelamento, e itens usados, com parcelamento de até 4 anos. Ambas linhas têm até 14 meses de carência. É necessário um aporte do comprador para liberar até 85% do financiamento.
Financiamento indireto
É possível enviar uma proposta a um ou mais bancos credenciados por meio do Canal MPME (www.bndes.gov.br/canal-mpme).
O programa irá indicar o financiamento mais adequado ao produtor interessado. Ou enviar uma solicitação diretamente ao banco de preferência.
Bancos
O Banco do Brasil, Bradesco e Santander trabalham com as mesmas condições ofertadas pelo BNDES, de acordo com informações disponíveis nos sites das instituições financeiras.
Já a Caixa Economia Federal oferece juros de 7% ao ano para as empresas com faturamento anual inferior ou igual a R$ 90 milhões. Ou 9,5% ao ano nos financiamentos para quem acumula receita superior a R$ 90 milhões.
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DINHEIRO RURAL 







Folia em Brasília atrai turistas de blocos de rua e tem bons preços




A cidade está em 2º lugar na lista de destinos mais baratos em passagem e hospedagem

Os espaços públicos têm sido aproveitados para receber moradores e turistas que procuram pular o carnaval em eventos gratuitos ou de baixo custo. Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília
O carnaval de Brasília está em ascensão e vem se firmando, nos últimos anos, como uma das grandes festas do país em relação aos blocos de rua. Em 2020, dezenas de bloquinhos farão a alegria dos foliões, numa grande festa acessível e democrática. Os espaços públicos da cidade têm sido cada vez mais aproveitados para receber moradores e turistas que procuram pular o carnaval em eventos gratuitos ou de baixo custo, e com segurança garantida.
De acordo com levantamento do site de buscas Kayak, Brasília está em 2º lugar na lista de destinos mais em conta nos valores de passagem e hospedagem para os dias de folia. O preço médio final de Brasília, que inclui as passagens de ida e volta e as diárias para os seis dias, ficou em R$ 665,00. A capital federal ficou atrás apenas de São Paulo, com valor médio de R$ 608,00.
A pesquisa foi feita com voos entre os dias 21 e 26 de fevereiro, saindo de todos os aeroportos do país e com destino a qualquer cidade do mundo. Foram considerados na busca os hotéis três estrelas que incluem café da manhã, estacionamento e rede wi-fi.
Estamos preparando uma festa especial, à altura dos 60 anos de Brasília. O carnaval 2020 será diferenciado, com opções para todos os públicos.Bartolomeu Rodrigues, secretário de Cultura e Economia Criativa
Hotelaria
A chegada de turistas para as festividades deve movimentar o setor de hotelaria. A estimativa da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do DF (Abih/DF) é de uma taxa de ocupação de 32%, um crescimento em relação a 2019, quando a ocupação média foi de 24% no período do carnaval. “Temos que valorizar as características da nossa cidade, que tem muitos espaços abertos que podem ser aproveitados para receber os foliões com conforto e segurança. O carnaval é uma grande força que podemos explorar para movimentar a economia e trazer vida e alegria à capital federal, mostrando mais uma vez que somos muito mais do que o centro do poder no país”, destaca a secretária de Turismo, Vanessa Mendonça.
“Estamos preparando uma festa especial, à altura dos 60 anos de Brasília. O carnaval 2020 será diferenciado, com opções para todos os públicos. O GDF trabalha em conjunto para garantir segurança e diversão para quem brinca o carnaval e também para quem não gosta folia”, complementa Bartolomeu Rodrigues, secretário de Cultura e Economia Criativa do DF.
A psicóloga Juliana Souza, 39 anos, mora em São Paulo e vai unir à folia com a visita à família. Ela chega à capital federal no dia 21 de fevereiro para aproveitar os bloquinhos com os primos, moradores da cidade. “Eu sempre passo o carnaval no Rio de Janeiro ou Salvador, que são os circuitos mais conhecidos. Mas minha família que mora em Brasília diz que o carnaval da cidade está melhor a cada ano e tem muitas atrações acessíveis. Além disso, as passagens aéreas também são mais baratas, ainda mais se você comprar com antecedência. Estou na expectativa e empolgada por fazer algo diferente”, afirma.

Pdaf garante reforma na Escola Parque de Ceilândia




Verba viabiliza troca de rede de esgoto e do piso da cozinha e do refeitório por onde passam cerca de 1,8 mil alunos diariamente

Obras foram viabilizadas pelos R$ 523,3 mil provenientes do Pdaf 2019 | Foto: Joel Rodrigues / Agência Brasília
O mau cheiro provocado por problemas na tubulação de esgoto na cozinha da Escola Parque Anísio Teixeira, em Ceilândia, não fará parte do novo ano letivo dos mais de 1,8 mil alunos da unidade. A reforma na estrutura e nos pisos da cantina e do refeitório é uma das providências viabilizados pelos R$ 523.319,00 provenientes do Programa de Descentralização Financeira e Orçamentária (Pdaf). Em 2019, mais de R$ 70 milhões foram repassados ao DF com esta rubrica.
Trata-se da única escola parque fora do Plano Piloto. A preparação para receber em melhores condições os estudantes começou em 2 de janeiro, quando as carteiras deram lugar a tinta e cimento exatamente um mês antes do início das aulas. Ali, a pintura é renovada, pisos são reparados, quadras externas são reformadas. “São obras necessárias e possíveis pela verba que chegou no fim do ano”, afirma a diretora da escola, Neide Rodrigues.
“A gente quer que o aluno chegue e encontre nem que seja uma pintura nova na parede. É uma forma de passar carinho”Neide Rodrigues, diretora da Escola Parque
Os pisos da cozinha, da cantina e do refeitório são reconstruídos depois de troca de toda tubulação de esgoto, que, pelo tempo de uso, estava entupido. “No meio do ano passado tivemos um problema seríssimo com o esgoto, que estava voltando pelos encanamentos antigos. Passamos uma semana com mau cheiro horrível dentro da cozinha”, lembra a diretora.
Ela conta que o dinheiro da primeira parcela do Pdaf de 2019 viabilizou a reforma de parte do auditório e a pintura do ginásio, além da troca de redes de quadras esportivas e de vasos sanitários. Aos poucos, diz Neide, reparos e ajustes são feitos na unidade com estrutura boa, mas antiga. A expectativa é sempre iniciar um período letivo com mudanças.
Neide Rodrigues: “Trabalhamos na questão do cidadão, não atribuindo as responsabilidades só ao Estado” | Foto: Joel Rodrigues / Agência Brasília
“A gente quer que o aluno chegue e encontre nem que seja uma pintura nova na parede. Para ele se sentir acolhido, perceber que se preocupou com ele durante as férias. É uma forma de passar carinho”, defende Neide Rodrigues. “Trabalhamos na questão do cidadão, não atribuindo as responsabilidades só ao Estado, mas para preservar de forma que seja possível ampliar as possibilidades”, emenda.
Fora do Plano
No coração da cidade mais populosa do Distrito Federal, a Escola Parque Anísio Teixeira é a única do modelo fora do Plano Piloto. Ali, cerca de 1,8 mil crianças e adolescentes, de 10 a 18 anos, passam o contraturno escolar participando de até três atividades de uma cartela com mais de 20 modalidades oferecidas, entre esportes, música, teatro e artes.
Aluna do 1º ano do Ensino Médio, Bianca Torres pratica dança, boxe e guitarra. “É um  lugar em que você se acha. Faz muitos amigos, os professores são inspiradores. É um privilégio e ao mesmo tempo uma conquista porque ter um espaço desse na Ceilândia, de graça. é maravilhoso”, opina a adolescente de 15 anos. “A estrutura estava deteriorada, mas está mudando. O lugar é todo bem antigo e, agora, passa por certa modernização”, acrescenta.
Bianca Torres: “A estrutura estava deteriorada, mas está mudando” | Foto: Joel Rodrigues / Agência Brasília
No do 3º ano do Ensino Médio, Sabrina Lima Silva, 16, faz dança, fitness e vôlei. Esta última atividade, garante, tornou-se “um grande amor” e, exatamente por isso, espera seguir a vida como atleta. Na unidade desde 2016, ela diz que realmente era necessária a manutenção nas quadras externas, que agora passam por manutenção.
Inscrições abertas
As inscrições para a Escola Parque Anísio Teixeira estão abertas até o dia 1º de fevereiro, com 800 vagas. Para participar das oficinas oferecidas pela Escola Parque Anísio Teixeira, é preciso cursar do 6º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio em escolas públicas de Ceilândia ou de Taguatinga.
As aulas são realizadas nos contraturnos escolares, das 7h30 às 11h30 ou das 13h30 às 17h30. Os estudantes contam também com alimentação e transporte, além de terem vestiários a disposição e almoço servido diariamente para quem finaliza ou inicia as atividades.
A matrícula deve ser feita, presencialmente, das 8h às 16h. Para a inscrição é necessário apresentar: declaração escolar original, RG e CPF do responsável e do estudante e duas fotos 3X4 do aluno. O endereço da escola é QNM 27, módulo B, área especial, Ceilândia Sul.
A Anísio Teixeira é a única escola parque fora do Plano Piloto | Foto: Joel Rodrigues / Agência Brasília
PDAF
O Programa de Descentralização Financeira e Orçamentária disponibiliza recursos financeiros em caráter complementar e suplementar diretamente às unidades escolares e coordenações regionais de ensino da rede pública de ensino do Distrito Federal. O intuito é promover a autonomia das escolas, contribuindo com a melhoria da qualidade de ensino e o fortalecimento da gestão democrática.
Segundo a Secretaria de Educação, em 2019, o valor total do Pdaf liberado para as Unidades Executoras no primeiro semestre foi de R$ 48,4 milhões (R$ 48.485.410). Para o segundo semestre, o repasse foi de R$ 25 milhões. No primeiro semestre de 2019 também foram destinados R$ 550 mil do Pdaf para a realização dos Jogos Escolares do DF.
DA AGÊNCIA BRASÍLIA

Portaria normatiza atendimento à população LBGTI nas unidades




Regras para tratamento humanizado no Sistema Socioeducativo, como respeito ao nome social e uso de vestimentas em acordo com identidade de gênero, valem a partir desta segunda-feira (27)



Os jovens e adolescentes LGBTI atendidos no Sistema Socioeducativo do Distrito Federal contam, a partir desta segunda-feira (27), com normas para tratamento humanizado, como respeito ao nome social e uso de vestimentas em acordo com sua identidade de gênero, além de acesso aos tratamentos hormonal e biopsicossocial de acompanhamento de seus processos de transição de gênero, entre outros direitos. É o que estabelece a Portaria nº 04, de 23 de janeiro de 2020, publicada no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF). A iniciativa é da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus), responsável pela coordenação do Sistema Socioeducativo no DF e pelas políticas voltadas à população LGBTI. 
“Este é o primeiro instrumento, no âmbito do DF, para o direcionamento e normatização do tratamento dispensado à população LGBTI atendida no sistema socioeducativo”, informou o titular da Sejus, Gustavo Rocha, que complementou: “O atendimento digno e respeitoso já ocorria nas unidades, que buscavam assegurar a esses adolescentes o direito de serem chamados pelo nome social e o reconhecimento da sua identidade de gênero. Mas, agora, isso foi transformado em regra”, disse.
A portaria proíbe qualquer forma de discriminação por parte de servidores ou de terceiros baseada na orientação sexual e/ou na identidade de gênero dos adolescentes e jovens acompanhados pelo Núcleo de Atendimento Integrado (NAI). A medida vale, ainda, para os que estão em cumprimento de medida de internação, semiliberdade, liberdade assistida ou de prestação de serviços à comunidade. Também estabelece a realização de cursos de formação inicial e continuada para preparar e capacitar os profissionais das unidades socioeducativas em relação à perspectiva dos direitos humanos e dos princípios de igualdade e não discriminação.

Confira as principais determinações da portaria: 

Alojamento 
O cumprimento de medida socioeducativa por adolescentes ou jovens LGBTI em restrição ou privação de liberdade não deverá ocorrer em espaços segregados. De acordo com a portaria, as adolescentes travestis e as adolescentes trans deverão ser encaminhadas às unidades femininas, ou seja, em acordo com a identidade de gênero autodeclarada. No entanto, o adolescente trans, considerando o potencial risco de violência de gênero, também cumprirá a medida socioeducativa em unidade feminina. 
Nome social 
A adolescente travesti, a adolescente transexual e o adolescente transexual atendidos(as) no sistema socioeducativo têm o direito de serem tratados pelo seu nome social, de acordo com a sua identidade de gênero. Portanto, os sistemas e instrumentos de registro de informações referentes aos(as) adolescentes ou jovens deverão conter campos próprios destinados ao Nome Social e Identidade de Gênero. 
Identificação 
A identificação da adolescente travesti, da adolescente transexual e do adolescente transexual será por autodeclaração desde o início do atendimento no sistema socioeducativo ou a qualquer momento da execução da medida, a ser registrado no Plano Individual de Atendimento (PIA) e Sistemas de Informação.
Os (as) adolescentes e jovens que se autodeclararem travestis ou transexuais, e aqueles(as) que se autodeclararem lésbicas, gays ou bissexuais não deverão ser submetidos(as) a quaisquer atendimentos médicos, psiquiátricos ou psicológicos com a finalidade ou intenção de realizar diagnóstico que resulte em patologização da identidade de gênero ou da orientação sexual. 
Saúde 
Os (as) jovens transexuais maiores de 18 anos terão garantido o direito ao tratamento hormonal e acompanhamento de saúde específico. Os que são menores de 18 terão acesso a tratamento biopsicossocial de acompanhamento de seus processos de transição de gênero na rede pública de saúde. 
Revista 
A portaria proíbe a realização de revista minuciosa na adolescente travesti, na adolescente transexual, no adolescente transexual em ambiente público que permita a exposição da nudez diante dos demais adolescentes ou jovens. Neste caso, a diligência deverá ocorrer em ambiente reservado, que assegure a privacidade e respeito à sua condição.
A revista superficial e a revista minuciosa na adolescente travesti e na adolescente transexual serão procedidas por agente socioeducativo do gênero feminino. A revista superficial e a revista minuciosa no adolescente trans será procedida por agente socioeducativo do gênero feminino, em acordo com o sexo designado no nascimento do adolescente.
Vestimentas 
Nas atividades externas à unidade, como consultas médicas, audiências judiciais, cursos, entre outras, será assegurado à adolescente travesti, à adolescente trans e ao adolescente trans o uso de vestimentas em acordo com sua identidade de gênero.
À adolescente travesti, à adolescente trans e ao adolescente trans em privação ou restrição de liberdade será facultado o uso de vestimentas femininas ou masculinas, incluindo roupas íntimas, e acessórios (bojo, binder etc.), conforme sua identidade de gênero. 
Deverá ser respeitado o direito de uso de cabelos longos às adolescentes travestis, às adolescentes trans e de cabelos curtos aos adolescentes trans quando do momento de ingresso, das transferências e durante a sua permanência no sistema socioeducativo.
*Com informações da Secretaria de Justiça e Cidadania

Grupo vai revisar plano de habitação de interesse social




Seduh e Codhab elaboram portaria conjunta para alinhar diretrizes o Plandhis



Para alinhar as duas áreas responsáveis pela política de habitação para a população de baixa renda, foi formado um grupo de trabalho para elaborar o Plano Distrital de Habitação de Interesse Social (Plandhis). 
Integram a equipe servidores da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh) e da Companhia de Desenvolvimento Habitacional do DF (Codhab). Juntos, os representantes dos dois setores vão estabelecer os critérios e as formas de atuação dos diversos órgãos do Governo do Distrito Federal na elaboração do Plandhis.
A duração das atividades é de 90 dias, a contar da publicação da Portaria Conjunta nº1, publicada no Diário Oficial do DF desta segunda-feira (27). Os debates entre a área de planejamento urbano, por meio da Seduh, e de execução da política habitacional, a cargo da Codhab, é fundamental para o êxito do Plandhis. 
Com isso, consegue-se um entendimento comum em relação a forma como o programa vai atuar, etapa tecnicamente chamada de modelagem.
Os encontros serão semanais. A coordenação do grupo de trabalho fica sob responsabilidade da Subsecretaria de Políticas e Planejamento Urbano (Suplan), ligada à Seduh.
* Com informações da Seduh

Projeto social traz alívio para pacientes com infecção óssea



Doença provoca dores limitantes e tem difícil cura com tratamentos convencionais

Um projeto implantado pela equipe da Unidade de Ortopedia para tratar infecção óssea está mudando a vida de pacientes no Hospital de Base (HB). Mais de 40 já foram beneficiados pela nova técnica. Joeri Alves, 45 anos (foto abaixo), é um deles. Depois de noites inteiras sem dormir por causa de uma dor intensa na perna, ele foi diagnosticado com osteomielite, uma infecção no fêmur. O alívio só chegou após ser submetido ao tratamento que conta com uma abordagem inovadora e de forte caráter social.
Davidyson Damasceno/Iges-DF
“Acordei com uma dor muito forte que teve continuidade nos dias seguintes. Se eu me deitasse, uma hora depois já estava de pé, porque sentia muita dor. Passava a noite pulando da cama para o sofá na tentativa de um cochilo. Graças a Deus esse sofrimento acabou. Hoje durmo a noite inteira”, relatou.
O cirurgião da Unidade de Ortopedia e Traumatologia do Hospital de Base Mário Soares foi quem operou o paciente e teve a iniciativa de implementar o projeto. Ele explicou que conheceu essa abordagem fora do Brasil e que ela promove a cura em mais de 90% dos casos. “O mundo inteiro tem dificuldade de tratar essa infecção. Essa técnica existe há alguns anos em parte da Europa e nos Estados Unidos. Aprendi o tratamento na Alemanha e trouxe esse conhecimento para o Brasil. Com o apoio do Hospital de Base, preparamos a equipe e compramos o material para colocá-la em aplicação”, ressaltou.
O cirurgião esclarece que já foram beneficiados mais de 40 pacientes com a nova técnica e faz questão de reforçar que os ganhos para os pacientes são diversos, principalmente nas esferas social, pessoal e econômica. “ Eles sofrem muito, durante um bom tempo, sem uma solução definitiva para o caso. São inúmeros dias internados, várias cirurgias sem sucesso e uso de antibióticos por longos períodos, além de todos os efeitos colaterais” disse.
Mário Soares relata, ainda, que muitos pacientes acabam abandonando o emprego e tendo sempre uma história de sofrimento familiar. “Esse projeto de luta contra a osteomielite é a grande oportunidade desses pacientes e a grande contribuição do Hospital de Base para a comunidade do DF. Além de representar uma medida coerente e inteligente para economia de recursos que poderão ser destinados a outros tipos de tratamentos. Nosso objetivo é curar essa doença da maneira mais rápida e eficiente possível”, destacou.
O diretor-presidente do Iges-DF, Francisco Araújo, elogia a técnica que está sendo utilizada e ressalta a importância desse projeto para “a diminuição do tempo de internação, do número de cirurgias por paciente, além da redução de gastos com antibióticos e de tratamentos que não resultam em sucesso”. Francisco Araújo também destacou o aspecto social do projeto e o trabalho multidisciplinar feito pelos profissionais de saúde do Hospital de Base.
BactériaO projeto consiste em algumas etapas importantes. Antes de tudo, é identificada a bactéria causadora da infecção para melhor definição do antibiótico. Posteriormente, é feita a cirurgia.
Durante a operação, o médico limpa o local para retirada de todos os tecidos infectados e dos implantes ortopédicos, quando for o caso. Depois, são colocados os implantes ortopédicos. O cuidado com as partes moles, que são peles e tecidos ao redor, é responsabilidade da equipe de cirurgia plástica. Posteriormente é feita a cirurgia geral.
O tratamento cirúrgico pode ser realizado em um tempo, quando na mesma cirurgia é retirado o tecido infectado e inserida a prótese ou outro material. A segunda opção consiste em fazê-la em dois tempos, quando se opta por retirar o tecido morto, aguardar a recuperação e realizar uma segunda cirurgia em até 60 dias para inserção da prótese.
“A indicação do tipo de tratamento cirúrgico dependo de cada caso. Fazemos sempre o que é melhor para o paciente. O resultado é parecido, mas a vantagem é que em um tempo é mais cômodo para o paciente e permite uma otimização do tempo das salas cirúrgicas”, explicou.
Davidyson Damasceno/Iges-DF
O médico ressaltou que é de grande importância também a atendimento multidisciplinar. O paciente é atendido por enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos, fonoaudiólogos, farmacêuticos clínicos, infectologistas, geriatra, técnicos de enfermagem e de gesso, assistentes sociais, além de cirurgião plástico, que cuidam do paciente em todas as esferas.
DoençaA osteomielite é a infecção do osso causada por uma bactéria que provoca gradativamente a morte do tecido. A bactéria pode chegar aos ossos pela corrente sanguínea. Pacientes que sofreram fraturas, principalmente, as expostas também podem ter a infecção, já que muitas vezes o osso entra em contato com terra, asfalto e outras superfícies que têm bactérias.
“No Hospital de Base, recebemos muitos pacientes nessa situação. Uma vez que a bactéria contamina e mata o osso, somente a cirurgia tem potencial curativo”, ressaltou.
Os sintomas mais comuns incluem dor, vermelhidão local, vazamentos nas feridas, febre e calafrios. Os fatores de risco são desnutrição, obesidade, diabetes descompensado, pacientes fumantes, aqueles que fazem uso de corticóide e que têm doenças que causam baixa imunidade.
Com informações do Iges-DF
AGÊNCIA BRASÍLIA