CIDADANIA Saíram de 6,8 mil para 7,4 mil RJ é destino mais procurado Crescem pedidos de estrangeiros para fixar residência no Brasil FOTO: REPRODUÇÃOMarcelo Camargo/Agência Brasil
O número de estrangeiros autorizados a trabalhar no Brasil cresceu no 2º trimestre na comparação com o mesmo período do ano passado, com Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais liderando a preferência de quem imigra para o país por motivos laborais.
Levantamento do Ministério da Justiça e Segurança Pública (íntegra) mostra que as concessões para residência fixa no país saltaram 36% no período, saindo de 6.865 para 7.467.
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Ainda que a maioria das concessões seja para homens, o número de mulheres que estão autorizadas a trabalhar no Brasil cresceu de 526 para 716 ao longo de 1 ano.
De acordo com a pesquisa, grande parte das autorizações foi para pessoas com alto grau de escolaridade, principalmente aqueles que tem ensino superior completo.
Eis os dados:
Pedidos para fixar residência no Brasil
em milhares
Pedidos para fixar residência no Brasil
em milhares
ano
homens
mulheres
ensino médio
ensino superior
2018
6,34
526
1,99
4,10
2019
6,75
716
2,47
4,19
ano
homens
mulheres
ensino médio
ensino superior
2018
6,34
526
1,99
4,10
2019
6,75
716
2,47
4,19
PAÍSES
No recorte por países, os Estados Unidos lideram o ranking de autorizações, com 899 concessões, seguido por China (749), Filipinas (669) e Índia (549).
Por outro lado, o interesse de estrangeiros oriundos de países que integram o Mercosul caiu de 204 para 168 no 2º trimestre deste ano em relação ao de 2o18.
Nesse caso, caíram as autorizações de cidadãos da Venezuela (71 para 37), Argentina (34 para 28), Colômbia (34 para 26) e Peru (32 para 12). Os únicos que tiveram aumento foram do Chile, de 14 para 45, e do Uruguai, de 1 para 4.
O Banco do Brasil (BBAS3)conseguiu atrair R$ 7 bilhões em investimentos de pessoas físicas para sua reemissão de ações. Uma parcela de 30% da operação foi destinada ao varejo, superando a marca da oferta da Petrobrás, em junho, quando pessoas físicas ficaram com pouco mais de 20% do volume.
O resultado foi bem recebido pelo mercado financeiro. As ações ordinárias do BB fecharam na sexta-feira, 19, em alta de 2,56%, cotadas a R$ 46,06.
Ao ultrapassar a marca de R$ 7 bilhões somente no público de varejo, a demanda seria mais suficiente do que todo o valor da oferta, de R$ 5,8 bilhões. Deste total, 40% foram captados com investidores estrangeiros.
Por causa da alta demanda de investidores, os bancos que coordenaram a oferta conseguiram puxar para cima o preço da ação, que no início da oferta estava em R$ 43,42.
As próprias ordens dos investidores institucionais estavam abaixo desse patamar, concentradas em R$ 43, mas o preço foi elevado para R$ 44,05, valor superior ao cotação no dia em que a oferta foi lançada.
Resultados
A elevada demanda do investidor pessoa física vem a reboque de uma reviravolta nos resultados do BB nos últimos anos. Além de mais lucrativo, o banco conseguiu melhorar sua rentabilidade, encostando nos rivais privados.
No primeiro semestre, o BB teve lucro líquido ajustado de quase R$ 9 bilhões, o que o coloca bem perto do teto da previsão para este ano, de R$ 14,5 bilhões a R$ 17,5 bilhões. Já o retorno era de 17,6% ao fim de junho ante 13,2% um ano antes.
Com a nova oferta, o BB também reforçou o peso da sua rede de distribuição. A movimento pode beneficiar a instituição em outras operações em um momento que o banco público negocia uma joint venture com o suíço UBS na área de mercado de capitais.
Vendedores
Os vendedores na oferta do BB foram a Caixa Econômica Federal e a própria instituição, que tinha ações em tesouraria. A oferta seria cerca de R$ 1 bilhão maior não fosse o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ficar fora após falta de consenso na diretoria sobre a operação. Procurados, BB e Caixa não comentaram.
Em entrevista à DW, líder caiapó rebate Bolsonaro, afirma que nunca vai aceitar a destruição de suas terras e pede que governo deixe os indígenas em paz: "Somos os verdadeiros brasileiros".
Com fala incisiva e gestos imperativos, o cacique Raoni Metuktire, do povo caiapó, liderança indígena de destaque internacional, repete a mensagem que tem espalhado pelo mundo há mais de cinco décadas: "Minha luta é a proteção da floresta para que, assim, todos vocês possam viver em paz. Minha luta é pela proteção da Amazônia, pela proteção do Brasil."
Desde os anos 1960, Raoni se encontra com líderes globais em defesa da Amazônia e dos povos indígenas. Durante a Constituinte, pressionou os congressistas a aprovarem uma Constituição favorável às demandas dos povos indígenas. Neste ano, o cacique indicado ao prêmio Nobel da Paz esteve em vários países europeus para alertar sobre retrocessos nas políticas ambientais e indigenistas no Brasil.
Raoni, de 87 anos, falou à DW a partir de Peixoto de Azevedo, em Mato Grosso, a cidade mais próxima de sua aldeia dias antes de participar, na quinta-feira (17/10), de um ato nacional em defesa do meio ambiente e dos povos da Amazônia, em Marabá, no Pará.
O cacique rebateu as declarações do presidente da República, Jair Bolsonaro, de que é uma "peça de manobra" de governos estrangeiros. "Quem quer o controle de tudo é você [Bolsonaro] , o que eu quero é proteger os territórios indígenas", afirmou. "Nós somos os verdadeiros brasileiros. Você quer nos desunir."
02:07
DW: No Fórum de Investimentos Brasil 2019, o presidente Jair Bolsonaro disse que acabou o que chama de "monopólio do Raoni na Amazônia". Segundo o presidente, a visão de um líder indígena não representa a de todos os índios brasileiros. Como o senhor avalia essas afirmações?
Raoni Metyktire: Nós somos os verdadeiros brasileiros. Você [Bolsonaro] quer nos desunir, quer enfraquecer a Funai para não demarcar mais nossos territórios. Vocês [governo] têm que proteger nossos territórios para que nós possamos viver em paz com a nossa cultura e tradição. É para isso que eu estou lutando. Enquanto eu estiver aqui eu vou continuar lutando em defesa do meu povo. O que você chama de monopólio, eu chamo de luta pela defesa dos povos indígenas. Quem quer o controle de tudo é você, o que eu quero é proteger os territórios indígenas.
No discurso na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o senhor é usado como peça de manobra por governos estrangeiros que têm interesse na Amazônia. Qual é a importância da sua atuação internacional para a proteção da floresta amazônica?
Já faz um bom tempo que eu venho falando para os líderes brasileiros: Vamos nos respeitar, nos amar para que todos vivam em paz. Quando viajo para outros países, eu levo a minha mensagem que é para todos os povos se respeitarem. Eu não sou peça de manobra, como alguns dizem. Minha luta sempre foi e sempre será em defesa do meu povo, em defesa da floresta. Eu tenho uma grande preocupação com as gerações futuras, como será o futuro de nossas crianças se não protegermos as florestas, os rios e os animais.
O que senhor tem a dizer sobre as intenções do governo de regulamentar garimpos em áreas de reserva e de não avançar com a demarcação de terras indígenas?
O que esse atual governo vem falando sobre a mineração em terras indígenas me preocupa muito.Eu não aceito a destruição das terras indígenas. Eu não aceito garimpeiro, madeireiro no meu território. Nos deixem em paz, nos deixem viver em paz em nossos territórios.Não destruam o futuro de nossas crianças com suas ganâncias. Se o invasor entrar em nossas terras, destruirá tudo. E o que será do nosso futuro? Essa é a minha preocupação.
Como o senhor vê o futuro da Amazônia e das populações indígenas no Brasil?
Eu gostaria de falar algo para todos vocês: Minha luta é pelo futuro e pelo presente de todos vocês. Minha luta é a proteção da floresta para que, assim, todos vocês possam viver em paz. Minha luta é pela proteção da Amazônia, pela proteção do Brasil. Se as florestas forem destruídas, o que será de todos nós? Se tudo for desmatado, não existirá mais nada. Esse é meu recado para vocês.
Juros baixos, reformas e estímulos podem manter crescimento em 2020
Adesaceleração da economia global em 2019 e em 2020 vai impor desafios a todos os países. O Brasil, no entanto, pode minimizar os efeitos da retração se prosseguir com medidas internas. Segundo economistas, o país precisa executar ações que vão da continuidade das reformas estruturais a medidas de estímulo da demanda, para que a recuperação econômica não seja afetada.
Na semana passada, o Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu, de 3,2% para 3%, a previsão de crescimento da economia mundial em 2019. O fundo também revisou para baixo a estimativa de 2020: de 3,5% para 3,4%. Desde 2017, quando a economia global cresceu 3,8%, o mundo vem passando por uma desaceleração.
Para o Brasil, o FMI ajustou a previsão de crescimento econômico em 2019 de 0,8% para 0,9%. No início do ano, a estimativa estava em 2,5%. Para 2020, o cenário para a economia brasileira deve ser melhor, mas o organismo internacional reduziu a projeção de crescimento de 2,4% para 2%.
Reformas Professor do Ibmec e economista da Órama Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários, Alexandre Espírito Santo diz que o Brasil pode sair relativamente ileso da desaceleração global se prosseguir com a agenda de reformas após a aprovação da reforma da Previdência.
“O próprio FMI destacou, no relatório, que somente a reforma da Previdência não basta para garantir a sustentabilidade da economia do país. O país precisa prosseguir com as reformas tributária e administrativa para reduzir os gastos públicos e modernizar o Estado.”, diz Alexandre.
Segundo o economista da Órama, dois fatores externos darão vantagem ao Brasil no próximo ano. O primeiro são os juros baixos em todo o planeta, o que deve continuar a atrair parte do capital financeiro para o país, mesmo com a taxa Selic – juros básicos da economia – no menor nível da história. O segundo é a instabilidade em países emergentes, como Argentina, o México e a Turquia, que, na avaliação dele, atravessam situações mais complicadas que o Brasil.
“O Brasil continua atraente para investimentos internacionais, seja no mercado financeiro, seja nos investimentos diretos [de empresas], mesmo com um cenário externo mais difícil em 2020. Mas tudo depende de o país fazer o dever de casa e seguir com as reformas internas”, destaca.
Demanda Professor da Universidade Federal Fluminense e especialista em economia internacional, André Nassif diz que o Brasil precisa tomar medidas internas. Ele, no entanto, diverge do diagnóstico do FMI de que apenas as reformas bastam para impedir o desaquecimento da economia brasileira no próximo ano.
“O governo precisa ir além das reformas e encontrar algum mecanismo na política fiscal que permita a retomada dos investimentos públicos, que geram emprego em um primeiro momento, e da demanda agregada”, diz Nassif. Segundo ele, uma das opções poderia ser a retirada dos investimentos públicos do teto federal de gastos, mas ele acha que o governo deveria estudar alternativas.
“As medidas tomadas até agora, como os saques do FGTS [Fundo de Garantia do Tempo de Serviço] e a redução de juros pela Caixa Econômica, têm fôlego pequeno para reativar a economia. São necessárias ações mais profundas para estimular a demanda”, aconselha.
Estados Unidos O relatório do FMI ainda não contemplou os impactos de uma eventual recessão dos Estados Unidos na economia mundial. Diversos indicadores têm mostrado a desaceleração da maior economia do planeta nos últimos meses, em meio ao agravamento das tensões comerciais com a China. Para Nassif, essa será a principal preocupação externa no próximo ano. “A política de confrontação do Trump pode jogar os Estados Unidos na recessão. Aí será complicado para todos os países.
Alexandre Espírito Santo, da Órama, diz não enxergar os riscos imediatos de uma recessão norte-americana. “Nossos relatórios mostram a economia dos Estados Unidos rodando num ritmo mais lento, mas não a ponto de entrar em recessão, como na crise de 2008 e 2009. A desaceleração global apontada pelo FMI deve-se muito mais à estagnação de várias economias europeias e do Japão, além da desaceleração da China”, comenta.
A tributaçãosobre a renda das empresas brasileiras é uma das mais elevadas do mundo, segundo levantamento daConfederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo a entidade, a alíquota nominal sobre as empresas que recolhem pelo regime de lucro real (regra geral para a apuração de tributos, determinada pelo lucro contábil acrescido de ajustes) é de 34%. Esse é o pior índice em um ranking com 18 países que competem diretamente com o Brasil no mercado internacional, segundo análise a partir da base de dados Tax Rates Online da KPMG, elaborada pela confederação.
O documento revela também que quando o total de impostos e contribuições recolhidos pelas empresas é medido como percentual do lucro, o Brasil está entre os últimos colocados. Essa proporção é de 65,1% no Brasil, à frente da Colômbia (71,9%) e da Argentina (106%), no comparativo internacional. Sob outra ótica, o valor registrado no Brasil chega a ser três vezes maior que o verificado para o Canadá (20,5%), o melhor colocado no ranking. Os números são do relatório Doing Business 2019, do Banco Mundial. Segundo o gerente executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, esse dado indica que cerca de dois terços dos resultados das empresas brasileiras são transferidos para o erário.
Castelo Branco argumenta que a tributação elevada reduz a capacidade de investimento das empresas. “Isso é ruim porque grande parte dos investimentos é realizado a partir do lucro que as empresas conseguem separar para aumentar a sua capacidade produtiva”, disse.
O gerente da CNI acrescentou que como a tributação sobre a renda das empresas é mais alta do que em outros países, também fica reduzida a capacidade de atrair investimentos externos para o Brasil. “Na última década, vem sendo obervada uma tendência de redução da tributação sobre o lucro das empresas. Mais recentemente, os Estados Unidos e a Argentina reduziram, e a Europa já vem nesse movimento há muito tempo. Isso faz com que nós fiquemos atrasados nesse processo e com isso perdemos a nossa capacidade de atrair empresas estrangeiras para cá. Ou, no caso das empresas que já operam aqui, ficam sem capacidade de realizar novos investimentos porque suas matrizes preferem operar a partir de países que têm condições melhores de tributação”, afirmou, ao defender a redução no Brasil do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica.
Reformas Para a CNI, os dados reforçam a necessidade de reforma do sistema tributário brasileiro. A entidade defende prioridade para a reforma tributária, logo após a aprovação das alterações nas regras da Previdência. Na avaliação da CNI, além da redução da carga tributária, o sistema tributário deve perseguir a simplicidade, neutralidade, transparência e isonomia. Nesse primeiro momento, diz a CNI, o foco da reforma tributária deve ser a adoção de um Imposto sobre o Valor Adicionado (IVA) que permita a remoção da cumulatividade e simplifique o sistema.
De acordo com a confederação, em função da cumulatividade, empresas não conseguem compensar parte de tributos – ou a totalidade deles – paga em etapas anteriores do processo produtivo. Essa dinâmica torna os produtos fabricados no Brasil mais caros. Na maioria dos países, diz a CNI, os seis tributos que, no Brasil, incidem sobre a circulação de bens e serviços – PIS/Pasep, Cofins, IPI, ICMS, Combustíveis e ISS – são substituídos por apenas um, o IVA. O último grande país que ainda tinha um IVA fora do padrão global era a Índia, que já promoveu uma reforma.
Atualmente há duas proposta de emenda à Constituição em tramitação no Congresso – a PEC Nº 45 na Câmara dos Deputados e a PEC Nº 110 no Senado. O governo também pretende enviar ao Congresso uma proposta de reforma tributária, que ainda não foi detalhada.
“A expectativa é que a reforma não vai alterar a carga tributária global da economia, mas deve buscar promover um sistema mais eficiente. Hoje temos um sistema muito desigual, alguns segmentos têm uma tributação mais elevada que outros. No caso da indústria, é um dos segmentos mais tributados da economia. Em outros países, às vezes tem disparidade, mas poucos têm uma desigualdade tão grande.”, disse Castelo Branco.
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do BNDES reúne-se nesta segunda-feira (21) para votar o parecer do deputado Altineu Côrtes (PL-RJ). O prazo limite para a conclusão dos trabalhos do colegiado se encerra na terça-feira (22).
Para evitar que as atividades da CPI se percam em razão da não aprovação de um relatório final, o presidente da CPI, deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP), já apresentou um pedido de prorrogação de prazo, que ainda não foi deliberado pela presidência da Casa.
Indiciamentos Ao apresentar a primeira versão do texto, Côrtes recomendou o indiciamento dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff e de outras de 62 pessoas.
Na semana passada, no entanto, em busca de um acordo com a oposição para a aprovação do parecer, o relator voltou atrás e decidiu retirar os ex-presidentes e outras 9 pessoas da lista de indiciados.
Partidos de oposição argumentam que os pedidos de indiciamentos foram feitos sem provas e com base nos cargos públicos que os acusados ocuparam.
A reunião está agendada para as 15 horas, no plenário 7.
Brasil e EUA assinaram o acordo de salvaguardas tecnológicas para utilização do centro de lançamento de foguetes
Luis Macedo/Câmara dos Deputados
Deputados também poderão votar projeto que amplia o porte de armas no País
O Plenário da Câmara dos Deputados poderá votar, na terça-feira (22), o acordo (PDL 523/19) sobre o uso da Base de Lançamentos de Alcântara (MA) pelos Estados Unidos. Um entendimento entre a maior parte dos partidos prevê que a oposição não mais fará obstrução na votação do texto.
Brasil e Estados Unidos assinaram o acordo de salvaguardas tecnológicas em março deste ano. O texto contém cláusulas que protegem a tecnologia americana de lançamento de foguetes e estabelece normas para técnicos brasileiros quanto ao uso da base e sua circulação nela.
Para os partidos oposicionistas, no entanto, o acordo fere a soberania nacional e afeta a vida dos quilombolas presentes na área.
Armas Também consta na pauta de terça-feira (22) o projeto de lei que aumenta os casos permitidos de porte de armas. O substitutivo do deputado Alexandre Leite (DEM-SP) para o Projeto de Lei 3723/19, do Poder Executivo, diminui de 25 para 21 anos a idade mínima para a compra de armas; permite o porte de armas para os maiores de 25 anos que comprovem estar sob ameaça; aumenta as penas para alguns crimes com armas; e permite a regularização da posse de armas de fogo sem comprovação de capacidade técnica, laudo psicológico ou negativa de antecedentes criminais.
Essa regularização do registro da arma poderá ser feita em dois anos a partir da publicação da futura lei. O interessado deverá apenas apresentar documento de identidade, comprovante de residência fixa e prova de origem lícita da arma, dispensados ainda o pagamento de taxas, comprovante de ocupação lícita e ausência de inquérito policial ou processo criminal contra si.
Em audiência organizada pela Comissão de Segurança Pública no último dia 9, a pedido da deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), o relator reconheceu que essa regularização é um dos pontos polêmicos que podem ser destacados para votação em separado no Plenário.
Venda de créditos Na quarta-feira (23), o destaque fica por conta do Projeto de Lei Complementar (PLP) 459/17, que viabiliza a cessão de créditos tributários ou não de titularidade da União, dos estados e dos municípios.
Segundo o texto vindo do Senado, do total de recursos obtidos com a cessão dos direitos sobre os créditos da administração, 50% serão direcionados a despesas associadas a regime de Previdência social; e a outra metade a despesas com investimentos. Essa regra consta da Lei de Responsabilidade Fiscal.
O primeiro relator da proposta em Plenário, o deputado André Figueiredo (PDT-CE) desistiu da relatoria após apresentar emendas ao texto que restringiam o alcance dessa cessão somente à dívida ativa e impunham regras para o leilão.
Na ocasião, alguns partidos defendiam a aprovação sem emendas para que o texto pudesse ser enviado diretamente à sanção presidencial.
Um novo parecer deve ser apresentado ao Plenário após negociações em andamento. Governadores têm interesse na aprovação do projeto para dar segurança jurídica a leis estaduais sobre o tema.
Rio de Janeiro é estado que vai receber mais recursos: R$ 2,3 bilhões. Minas Gerais ficará com R$ 837,8 milhões e São Paulo, R$ 624,4 milhões
FOTO: DIVULGAÇÃO
Foi sancionada sem vetos a lei (13.885/19) que define como será o rateio dos recursos do leilão de petróleo dopré-salque será realizado no dia 6 de novembro. O governo deve receber R$ 106,6 bilhões, sendo que R$ 34,5 bilhões ficarão com a Petrobras e pouco mais de R$ 48 bilhões com a União. Do restante, 3% vão para o estado produtor, o Rio de Janeiro; 15% para todos os demais estados e 15% para os municípios.
Os estados terão que usar o dinheiro para pagar despesas previdenciárias. Já os municípios poderão escolher entre despesas previdenciárias e investimentos.
Stéferson Faria/Agência Petrobras
Uma parte dos recursos deve ser liberada neste ano, e o restante em 2020
Divisão do dinheiro Os critérios de distribuição do dinheiro entre os estados foi objeto de acordo para que não levasse em conta apenas as regras do Fundo de Participação dos Estados (FPE). Estas regras são usadas para repartir impostos federais e privilegiam estados de menor renda.
A lei aprovada determina que dois terços do dinheiro serão distribuídos pelos critérios do fundo e um terço proporcionalmente às perdas dos estados com tributos que não incidem sobre exportações.
No caso dos municípios, os critérios para divisão dos recursos serão os do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
Acordo O relator do texto na Câmara, deputado Domingos Sávio (PSDB-MG), disse que o acordo possibilitou a aprovação. “Eu quero dizer a cada um que o fruto do entendimento possibilitou algo, sim, extremamente generoso, principalmente uma decisão de como aplicar isso com austeridade, com responsabilidade, mas sem tirar a autonomia dos entes federados, sem deixar de respeitar os nossos municípios e estados. "
O Rio de Janeiro será o estado que mais vai receber recursos: R$ 2,3 bilhões na soma de estados e municípios. O governo do estado de Minas Gerais vai receber R$ 837,8 milhões. Já a soma dos municípios de São Paulo terá R$ 624,4 milhões.
Reportagem - Sílvia Mugnatto Edição - Natalia Doederlein
O senador vai repassar recursos para escolas e para vários hospitais. Há também dinheiro para o combate à corrupção
Jorge Kajuru: prioridades são saúde e educação e combate à corrupção
O senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) diz que, focado no seu mandato, trabalhando em tempo integral, não está preocupado com as picuinhas nacionais e locais. “A partir de março de 2020, vários municípios de Goiás começarão a receber 28 milhões de reais. Os valores estão definidos. Defini as minhas prioridades: saúde e educação”.“Dos 28 milhões de reais, 27 milhões serão destinados às áreas de saúde e educação.
O dinheiro vai para o custeio e melhoria de escolas públicas — são vários os municípios — e, no campo da saúde, vão receber recursos financeiros o Centro Diabético de Goiânia, o Centro Diabético de Rio Verde, o Hospital do Câncer de Rio Verde, o Hospital Araújo Jorge [que trata de pacientes com câncer] e hospitais públicos estaduais. Há também dinheiro para a construção do primeiro Centro Diabético do Entorno de Brasília. O Entorno do DF é uma das minhas prioridades, porque é uma região tradicionalmente abandonada pelos políticos e porque tenho gratidão aos seus eleitores — minha votação foi gigante na região. Dezenas de municípios serão atendidos”, afirma Kajuru.
“O 1 milhão restante vou distribuir da seguinte forma: 600 mil reais vão para a Justiça — o recurso é para ajudar na compra de equipamentos para fóruns — e 400 mil reais serão destinados para a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes contra a Administração Pública (Dercap). O dinheiro é para ser utilizado pela polícia no combate à corrupção no setor público”, diz o senador do Cidadania. “Para o combate à corrupção, e a pedido dos meus amigos Deputado Delegado Eduardo Prado e do delegado Webert Leonardo, destinarei 400 mil para a Dercap, que vem realizando um belíssimo trabalho na repressão aos crimes do colarinho branco em nosso Estado.”“Vamos senadores me cumprimentaram pela definição de priorizar saúde e educação”, sublinha Kajuru.