quarta-feira, 29 de maio de 2019

AP registra primeira morte do ano por H1N1; últimos casos foram confirmados em 2016



BRASIL


A Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS) confirmou, nesta quarta-feira (29), que um menino de 4 anos morreu por H1N1 no Amapá. Esta é a primeira morte do ano registrada em decorrência da influenza A. A morte, ainda segundo a SVS, ocorreu em abrilO menino era morador da área rural de Mazagão, cuja sede fica a 32 quilômetros de Macapá, e estava internado no Hospital da Criança e do Adolescente (HCA), na capital. A confirmação ocorreu após análise do Instituto Evandro Chagas (IEC), em Belém, no Pará.
Após a confirmação, a SVS fez busca ativa no município e não identificou nenhum paciente com suspeita de estar infectado com H1N1. Mazagão é um dos municípios com as menores coberturas de vacinação na campanha nacional contra a influenza, que encerra sexta-feira (31).
João Farias, responsável técnico pela vigilância da influenza da SVS, detalhou que em 2019 foram coletados 22 amostras de casos suspeitos; 15 deles foram descartados; quatro ainda estão sob investigação; e três foram confirmados para influenza, sendo duas para o tipo A (um bebê de dois meses e o menino de 4 anos, que morreu) e uma para o tipo B.A SVS descreveu que os quatro casos suspeitos e em investigação no Amapá são quatro crianças que estão internadas em um hospital em Laranjal do Jari, a 265 quilômetros da capital.Além disso, desde o início do ano, oito pessoas são suspeitas de morreram por H1N1, todas em Laranjal do Jari. Eram cinco crianças e três adultos A SVS destacou que, mesmo com as suspeitas, não há como diagnosticar se a causa das mortes foi mesmo desse subtipo de influenza.“Sobre esses casos que já evoluíram a óbito, nós fizemos apenas uma investigação, mas não tem como fazer investigação laboratorial porque foram óbitos que já tinham ocorrido, então não tinha mais como processar a investigação. Nosso foco é investigar essas crianças que estão hospitalizadas”, comentou Farias.As equipes em Laranjal do Jari foram treinadas pela SVS para identificar a doença. Febre, dor de garganta, tosse, dor de cabeça, dispneia e desconforto respiratório caracterizam uma síndrome respiratória aguda grave, como é considerada a influenza do tipo A.
Após serem coletadas amostras dos pacientes, o material é investigado por uma equipe em Macapá, cujo resultado preliminar sai em menos de uma semana; e também é levado para o IEC, cujo resultado definitivo sai, em média, em 15 dias.
A infectologista Liliane Rodrigues ressalta que os cuidados diários precisam continuar para evitar contaminação pelo vírus, além de procurar imunização através de vacina.
“A gripe, os resfriados são altamente contagiosos. Esses cuidados de higiene, no dia a dia, são fundamentais. O isolamento acontece quando já há um quadro instalado e quando tem alguns sintomas, como dificuldade de respirar e a febre muito alta”, comentou Liliane.
Os últimos dois casos confirmados de morte por H1N1 ocorreram em 2016 no Amapá: um médico cubano, de 42 anos, e um bebê de 8 meses. Ambos os casos foram diagnosticados após exames feitos no IEC.
Em 2018, uma mulher contraiu o subtipo H3N2 da Influenza A, segundo exame confirmado pelo governo. Na época, a família não autorizou nenhum tipo de divulgação do estado de saúde da paciente.

Vacinação

Os grupos prioritários de vacinação são crianças de 6 meses a 6 anos incompletos, mulheres grávidas ou até 45 dias pós-parto, idosos, trabalhadores da área da saúde, professores, povos indígenas, pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais, adolescentes que cumprem medida socioeducativa, presos e servidores do sistema prisional.

FONTE: G1 AP

PF desarticula esquema milionário de fraude previdenciária no Amapá

BRASIL

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira (29/5), a segunda fase da Operação Ex Tunc, para desarticular organização criminosa que praticava fraudes ao benefício de auxílio-reclusão, no estado do Amapá.
A ação decorreu de trabalho em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF) e com a Coordenação Geral de Inteligência Previdenciária (COINP) e contou com o apoio do Batalhão de Operações Especiais (BOPE/AP).
118 Policiais Federais dão cumprimento a 150 mandados judiciais expedidos pela 4a Vara da Justiça Federal no Amapá, sendo 30 mandados de prisão e 120 mandados de busca e apreensão em Macapá/AP, Santana/AP e Ferreira Gomes/AP, além de medidas de sequestro e indisponibilidade de valores e bens móveis e imóveis.
A operação é um desdobramento da operação Ex Tunc, deflagrada em junho de 2016, que investigou fraude em documentos para obtenção de benefícios indevidos de auxílio-reclusão e pensão por morte junto ao Instituto Nacional de Seguro Social (INSS).
De acordo com as investigações, constatou-se que os processos concessórios eram instruídos com datas alteradas e falsa situação prisional, inexistência de vínculo entre instituidor e o dependente, bem como a ausência de efetiva contribuição ao INSS. O esquema criminoso contou com a participação de servidores públicos, advogados, presos e ex-presidiários.
Em levantamentos preliminares, a COINP demonstra que, apenas em relação aos benefícios identificados por amostragem e sob investigações, pagos de forma retroativa, houve um prejuízo causado de mais de R$ 12,5 milhões, sendo que o prejuízo estimado aos cofres públicos ultrapassa o valor de R$ 38 milhões.
Os investigados poderão responder, na medida das suas responsabilidades, pelos crimes de estelionato majorado contra o INSS, falsificação e uso de documentos falsos, organização criminosa, dentre outros que poderão ser identificados no decorrer das investigações. Se condenados, poderão cumprir pena de até 21 anos de reclusão.
Comunicação Social da Polícia Federal no Amapá

Programa Minha Casa Minha Vida pode ter exigências de adequação ambiental

POLÍTICA  

Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) realiza reunião com 10 itens. Entre eles, o PLC 34/2018, que exige adequação ambiental para casas populares.  Em pronunciamento, senador Jaques Wagner (PT-BA).  Foto: Edilson Rodrigues/Agência SenadoO relator do texto, senador Jaques Wagner (PT-BA), acatou mudanças que já haviam sido aprovadas pela Comissão de Meio Ambiente (CMA) Edilson Rodrigues/Agência Senado
Proposições legislativas
A Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) aprovou nesta quarta-feira (29) projeto que impõe regras de adequação ambiental para empreendimentos do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV). O PLC 34/2018ainda terá que ser votado pelo Plenário.
O texto, da ex-deputada Moema Gramacho, exige que os imóveis do MCMV contem com estrutura para gestão de resíduos sólidos, aproveitamento de água da chuva, reutilização de água usada e geração de energia solar. Além disso, o projeto traz estímulos à atividade econômica, exigindo a instalação de espaços físicos para o funcionamento de cooperativas, associações, profissionais e microempreendimentos.
Atualmente, a lei já traz várias exigências de infraestrutura: vias de acesso, iluminação pública, esgotamento sanitário e ligações domiciliares de abastecimento de água e energia elétrica.
O relator do texto, senador Jaques Wagner (PT-BA), acatou mudanças que já haviam sido aprovadas pela Comissão de Meio Ambiente (CMA), grande parte delas de redação. Outras mudanças acatadas preveem a regulamentação de pontos do texto pelo Executivo. O relator também fez mudanças na técnica legislativa, para a melhor compreensão do texto.

Audiência

A comissão aprovou, ainda, requerimento para audiência pública para discutir os aspectos legais, infralegais, logísticos, fiscais, financeiros e contábeis que justificaram a venda da Transportadora Associada de Gás (TAG) pela Petrobras para grupo liderado pela elétrica francesa Engie. A venda foi suspensa por liminar concedida na última semana pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal.
FONTE: Agência Senado)

Governo entrega neste sábado licenciamento ambiental a suinocultores da região do Alto Acre

BRASIL

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RDM Rural
Uma espera de três anos chega ao fim neste sábado, 1º, para 29 suinocultores da região do Alto Acre quando recebem, das mãos do governador Gladson Cameli, as licenças ambientais que credenciam os empreendimentos como ambientalmente corretos. O licenciamento viabiliza o acesso ao crédito, já disponível para este segmento produtivo no Banco da Amazônia, para o produtor que se interessar em ampliar ou concluir as obras em suas propriedades. Toda a produção de porcos da região do Alto Acre é comprada pela empresa de processamento de carne suína, Dom Porquito.
Para a cooperativa de suinocultores (Coopersuínos), as licenças eram uma necessidade urgente para que os produtores pudessem trabalhar com tranquilidade atendendo as exigências ambientais, como a construção de lagoa de dejetos, evitando a contaminação do solo e de outros animais.
Todo o processo de emissão das licenças foi concluído em 50 dias, trabalho realizado a partir de esforço conjunto dos servidores do Instituto do Meio Ambiente do Acre (Imac). A ação é uma determinação do governador Gladson Cameli, desde o início de sua gestão, com orientação do secretário de Meio Ambiente, Israel Milani, de reduzir a burocracia para a expedição de licenças ambientais com o propósito de promover o desenvolvimento dos empreendimentos do setor de agronegócio.
Governo vê na desburocratização das licenças ambientais uma forma de promover o agronegócio no estado (Foto: Angela Peres/Secom)
O presidente do Imac, André Hassem, ressalta que o Acre tem dois milhões e 400 mil hectares de áreas abertas (consolidadas) e degradadas e que para promover o desenvolvimento da pecuária e do agronegócio não é preciso desmatar a floresta.  “Temos ido até os produtores, temos sido parceiros. Nosso objetivo é fiscalizar, encontrar soluções e oferecer condições para que eles estejam atuando de forma legal, licenciados, gerando emprego e renda, garantindo a subsistência, mas sem tanta burocracia”, explica Hassem. Ele lembra que o governo entregou licenciamentos em todo o estado para empreendimentos na área de infraestrutura e que a demanda existente da gestão passada já foi atendida.
A Dom Porquito Industrial, frigorífico instalado no Alto Acre, é a compradora da carne suína produzida na região. A empresa atende o mercado consumidor do estado, tem planos de exportar para o mercado externo e vê a liberação dos licenciamentos como um reconhecimento do Imac ao trabalho ambientalmente correto que já é feito pelos produtores.
“Só temos a agradecer ao governo, como empresa, por esse feito. Isso traz um benefício enorme para toda a cadeia produtiva, que ansiava por esta medida. O produtor passa a trabalhar de forma legal oficialmente, sem oferecer prejuízo ao meio ambiente e com garantia jurídica de que ele não vai ter nenhuma sanção de órgão fiscalizador, porque ele tem a sua licença emitida”, avalia o diretor de produção da Dom Porquito, Luiz Fernando Portolez. Agora, cem por cento dos fornecedores da empresa serão licenciados.
A entrega das licenças ambientais aos suinocultores da regional do Alto Acre será feita às 11 horas deste sábado, 1º, na sede da Cooperativa dos Agricultores Familiares do Alto Acre, a CooperSuínos, no km 20 da BR 317, em Epitaciolândia.

FONTE: AGÊNCIA ACRE

Tenda de hidratação da Candangolândia muda para a UBS 1 do Guará

DF

Transferência visa melhorar o fluxo para pacientes

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FOTO: REPRODUÇÃO AGÊNCIA BRASÍLIA 
A tenda da força-tarefa de hidratação de pacientes com suspeita de dengue, localizada na Unidade Básica de Saúde (UBS) 1 da Candangolândia, mudará para a UBS 1, do Guará. A partir desta quinta-feira (30), os pacientes com suspeita de dengue poderão procurar o local, das 7h às 19h, todos os dias da semana.
A mudança tem o objetivo de facilitar o trânsito de pacientes que precisam fazer exame laboratoriais. Esse grupo estava tendo dificuldades em se deslocar da tenda da UBS para o Hospital Regional do Guará e, em seguida, retornar à tenda com o resultado dos exames.
A partir de agora, em novo local, o laboratório do hospital prestará todo o apoio à força-tarefa, na tenda de triagem e hidratação dos pacientes com suspeita de dengue.
BALANÇO – As tendas foram montadas no sábado (25), no Varjão, Candangolândia, Itapoã, Planaltina, Estrutural e Sobradinho II. Posteriormente, outras três foram abertas: uma em Samambaia e outras duas nas unidades de Pronto Atendimento (UPA) de Ceilândia e em São Sebastião.
Desde que começaram a funcionar, até ontem (28), atenderam 2.569 pessoas. Destas, 1.620 estavam com suspeita de dengue. Um total de 395 receberam hidratação ou medicação e 32 foram removidas para hospitais.
Nos locais, escolhidos estrategicamente, de acordo com a incidência de casos de dengue, a assistência está sendo prestada por médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, que dão rápida resposta ao cidadão que busca atendimento.  Nesses centros são oferecidas as hidratações oral e venosa, e o diagnóstico clínico, que é soberano.
*Com informações da Secretaria de Saúde

Instituto Brasília Ambiental comemora 12 anos de história

DF

Ao longo desse tempo, o Ibram enfrentou muitos desafios, mas também registrou muitas conquistas na preservação do meio ambiente do Distrito Federal

Foto: Ibram/Divulgação
“Estou no Ibram desde 2009. Meu sentimento aqui é de pertencimento, pois me sinto muito bem integrado as atividades que realizo. Isso me motiva a cada vez mais buscar melhores resultados”, comentou o servidor Rogério de Castro, nesta terça-feira (28), durante café da manhã oferecido aos servidores e colaboradores  em comemoração ao aniversário de 12 anos do Instituto Brasília Ambiental.
Realizado em parceria pela Associação dos Servidores do Ibram (Asibram) e a Associação dos Auditores Fiscais de Controle Ambiental do Distrito Federal (Aficam), o evento teve sorteio de brindes e a apresentação da nova logomarca “Brasília Ambiental”. A arte, desenvolvida pela Secretaria de Comunicação do DF (Secom), foi aprovada pelo Grupo de Trabalho (GT) do Ibram criado para conduzir a temática de padronização da identidade visual, atualização do manual de uso da logomarca e elaboração de manual de uniformes e caracterização das viaturas da autarquia. Para garantir a representatividade dos diferentes setores do instituto, o GT é composto por um representante de cada superintendência.
Ao longo de 12 anos, o Ibram enfrentou houve muitos desafios, mas também muitas conquistas na preservação do meio ambiente do Distrito Federal. O instituto se modernizou para oferecer uma gestão ambiental ágil que atenda aos anseios dos cidadãos para controlar e fiscalizar o manejo do desenvolvimento sustentável, de forma a garantir à população os benefícios alcançados pelo crescimento econômico, sem colocar em risco a qualidade de vida dos moradores do DF.
“Nestes quatro meses que estou no instituto, tenho percebido a dedicação dos servidores, que, mesmo com as dificuldades, se empenham em preservar as questões ambientais no DF”, destacou o presidente do Ibram, Edson Duarte. “Parabéns a todos pelo trabalho realizado nesses 12 anos”.

Com informações do Ibram

Rios do mundo inteiro estão contaminados por antibióticos, revela estudo global inédito

MEIO AMBIENTE
Quase dois terços dos rios estudados continham antibióticos suficientes para contribuir com o crescente problema da resistência bacteriana.



Rio Bramaputra, Bangladesh. Alguns pontos do rio em Bangladesh possuem níveis de antibióticos 300 vezes acima do nível considerado seguro ao meio ambiente.

IMAGEM CEDIDA POR JONAS BENDIKSEN, NAT GEO IMAGE COLLECTION


A cada ano, os humanos produzem, prescrevem e ingerem mais antibióticos do que no ano anterior. Esses medicamentos fazem maravilhas à saúde pública, salvando milhões de pessoas de infecções que poderiam matar se os remédios não existissem.
Mas os medicamentos continuam atuando no meio ambiente muito depois de terem cumprido seu papel no corpo humano. Eles acabam chegando ao mundo externo, onde podem permitir o desenvolvimento de cepas bacterianas "resistentes a antibióticos". Em um novo estudo que analisou 72 rios em todo o mundo, pesquisadores encontraram antibióticos nas águas de quase dois terços de todos os locais amostrados, do rio Tâmisa ao Mekong e ao Tigre.
Essa descoberta é séria, afirma Alistair Boxall, um dos cientistas que liderou o estudo e químico ambiental da Universidade de York, no Reino Unido. "São moléculas biologicamente ativas, e nós, como sociedade, estamos descartando toneladas delas no meio ambiente", afirma ele.
Isso pode ter grandes efeitos na ecologia dos rios, bem como na saúde humana.

A resistência cresce

Os antibióticos impedem o desenvolvimento de infecções, salvando milhões de vidas todos os anos. Mas as populações de bactérias conseguem evoluir como resposta à ameaça de um medicamento, modificando-se para escapar dos efeitos dos medicamentos criados para eliminá-las. Isso significa que uma infecção causada por uma dessas cepas bacterianas "resistentes" é mais difícil e, às vezes, impossível de tratar. A diretora médica do governo do Reino Unido, a professora Dame Sally Davies, afirma que o problema piora a cada ano, "ameaçando de forma catastrófica" a capacidade dos médicos de tratarem infecções simples no futuro.
Um relatório de 2016 descobriu que a cada ano cerca de 700 mil pessoas morrem em todo o mundo de infecções resistentes aos antibióticos que temos hoje. Cientistas, médicos especialistas e oficiais de saúde pública temem que esse número aumente exponencialmente conforme aumenta a resistência aos medicamentos normalmente utilizados. Em 2014, um estudo solicitado pelo Reino Unido alertou que até 2050 infecções resistentes a antimicrobianos podem ser a principal causa de morte em todo o mundo.
E a "poluição" de antibióticos ajuda a acelerar o desenvolvimento de cepas resistentes, pois antibióticos em excesso atingem os sistemas naturais e influenciam as bactérias que lá habitam. Essa poluição também rompe o delicado equilíbrio ecológico de rios e córregos, alterando a composição das comunidades bacterianas.
Isso pode afetar todos os tipos de processos ecológicos, afirma Emma Rosi, ecologista aquática do Instituto Cary de Estudos do Ecossistema, em Millbrook, Nova York, porque muitas bactérias desempenham papéis essenciais no ecossistema dos rios, por exemplo, ajudando a reciclar nutrientes como carbono ou nitrogênio.
Um grande problema para os cientistas é que ninguém sabe exatamente como, onde e quando os antibióticos vão parar no meio ambiente. Muitos países possuem poucos ou nenhum dado sobre a concentração de antibióticos em seus rios. Então Boxall e colegas decidiram começar a mapear o tamanho do problema.

Pesca de antibióticos

A equipe, que apresentou seus resultados na segunda-feira na Sociedade de Toxicologia e Química Ambiental em Helsinque, reuniu um grupo de colaboradores de todos os cantos do mundo e cada um coletou amostras dos rios de suas localidades: 72 no total, em todos os continentes, exceto na Antártida. Os cientistas acessavam uma ponte ou píer, jogavam um balde dentro do rio, coletavam um pouco de água como amostra, cuidadosamente filtravam a amostra, a congelavam e a enviavam por correio aéreo para o Reino Unido para análise.
As amostras foram analisadas quanto à presença de 14 tipos diferentes de antibióticos normalmente empregados. Nenhum continente está imune: eles encontraram traços de pelo menos um medicamento em 65% de todas as amostras estudadas.
"O problema realmente é global", afirma Boxall.
Não é surpreendente, diz Rosi, porque "em todos os lugares as pessoas usam medicamentos todos os dias, vemos as evidências correndo rio abaixo."
Nosso organismo não decompõe os medicamentos e o excesso é excretado na urina ou atinge o esgoto. Em muitos países desenvolvidos, o esgoto – e sua carga de antibióticos – passa por tratamento, mas nem mesmo as usinas de tratamento mais modernas conseguem limpar todos os medicamentos. Em locais onde o esgoto não é tratado, os antibióticos atingem rios e córregos de forma mais direta.
Isso foi demonstrado pelos dados encontrados. As concentrações de muitos desses antibióticos foram mais altas à jusante de usinas de tratamento, em rios próximos de aterros sanitários e em locais onde o esgoto ia direto para os rios.
Em um rio de Bangladesh, as concentrações de metronidazol, um medicamento normalmente prescrito para infeções cutâneas e orais, estavam 300 vezes acima do limite recentemente determinado e considerado "seguro" para o meio ambiente. No Danúbio, o segundo rio mais longo da Europa, os pesquisadores detectaram sete tipos diferentes de antibióticos. Eles encontraram claritromicina, utilizado para tratar infecções do trato respiratório como bronquite, em concentrações quatro vezes acima dos níveis "seguros".
"De certa forma, é como o problema da poluição do plástico", explica Boxall. "A questão é que não pensamos sobre o destino daquilo que descartamos e tudo o que jogamos fora continua influenciando o meio ambiente."
Até mesmo discretos traços de antibióticos podem ter efeitos drásticos no desenvolvimento da resistência, afirma William Gaze, ecologista microbiano da Universidade de Exeter. As bactérias são especialmente boas em substituir seus genes, conseguindo evoluir rapidamente em resposta a uma ameaça, como um antibiótico. Essa evolução pode acontecer na presença até mesmo de baixas concentrações do medicamento, concentrações como as encontradas pelos pesquisadores nos rios de todas as partes do mundo.
Gaze explica que ainda precisam ser realizadas mais pesquisas para que os cientistas compreendam exatamente como a evolução da resistência aos antibióticos funciona. Mas, afirma ele, agora é o momento de as comunidades encontrarem soluções que impeçam que os antibióticos atinjam os rios, pois os possíveis efeitos à saúde humana são extremamente sérios.
"Há uma tendência em dizer que devemos adotar uma abordagem de precaução", afirma ele. "Mas quando finalmente conseguirmos obter todas as evidências científicas, pode ser tarde demais. É possível que cheguemos a uma era pós-antibiótico, com pessoas morrendo porque arranharam o dedo em uma rosa plantada no jardim e contraíram infecções intratáveis."



FONTE: National Geographicbrasil



Qual o impacto do seu cafezinho no meio ambiente? Pesquisadoras do IPT comparam lixo gerado por cápsulas de café e filtros de papel

MEIO AMBIENTE
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onsumir café passado no filtro do papel causa menos impacto no meio ambiente do que em cápsulas. Créditos: Divulgação
Que o brasileiro gosta de um cafezinho pela manhã, nas pausas do trabalho, depois do almoço e para receber um amigo em casa, todo mundo já sabe: segundo estudo da Euromonitor International, só em 2017 cada brasileiro consumiu em média 817 xícaras de café, o que corresponde a seis vezes a média mundial e 15% do volume global consumido. É o país que mais bebe café no mundo. Mas será que a forma como fazemos uma das nossas bebidas favoritas faz diferença no meio ambiente?
Pesquisadoras do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) compararam os resíduos gerados pelos filtros de papel e as cápsulas de café disponíveis no mercado e concluíram: no Brasil, tornar um hábito tomar um cafezinho de cápsula pode ser até 14 vezes mais prejudicial ao meio ambiente do que ‘passá-lo’ no coador de papel (veja o vídeo no Instagram no IPT).
“Consideramos as embalagens das cápsulas, feitas de alumínio e de plástico, e os coadores, constituídos por 100% fibra de celulose. Um brasileiro descartaria por ano cerca de 2,6 kg de plástico e alumínio com as cápsulas para uso individual, contra apenas 183 g de papel no coador para ‘passar’ até 10 cafezinhos”, aponta Cláudia Teixeira, pesquisadora e chefe do Centro de Tecnologias Geoambientais do IPT.
Extrapolando essa média para o País, que em 2017 tinha 207,7 milhões de habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), seriam 540 mil toneladas de alumínio e plástico contra 38 mil toneladas de papel, 14 vezes menos resíduo considerando apenas a massa. Só que esse aspecto não é o único e, nem necessariamente, o mais importante para que o café de coador saia ganhando quando o assunto é meio ambiente.
“O papel é um recurso biodegradável e renovável. Ele não poderia ser reciclado, nesse caso, porque teria resíduos em grande quantidade, mas poderia passar pela compostagem junto com o próprio resíduo de café e gerar adubo, ou outros compostos orgânicos”, explica Cláudia. “Já o alumínio e o plástico não são recursos renováveis. Caso não sejam reciclados, levam muito tempo para se decompor junto ao resíduo comum, além de ocuparem espaço em um aterro, por exemplo”.
Além do descarte, há ainda outra questão: produzir papel (de madeira de reflorestamento) gasta muito menos energia e gera menos resíduo do que produzir plástico e alumínio. Estima-se para uma tonelada de papel produzida um gasto de 7,7 MWh de energia e geração de 22 kg de resíduos. Para uma tonelada de alumínio, são 276 MWh consumidos e 183 kg de resíduos gerados. Os materiais poliméricos na sua produção também consomem mais energia e geram mais resíduos que a produção do papel.
“Avaliar qual o impacto do uso de um recurso no meio ambiente não é algo trivial. Não basta apenas considerar o que é gerado de resíduo, mas sim toda a etapa de produção desses materiais, a forma como são usados e descartados. Nossa avaliação é um recorte dessa realidade”, conclui a pesquisadora.
CÁPSULA, NÃO MAIS? – O consumo de café em cápsulas vem crescendo no mundo segundo pesquisa da Euromonitor, foram consumidas 750 milhões de cápsulas em 2015, e o mercado movimentou cerca de R$ 1,4 bilhão nesse mesmo ano, contra R$ 19 milhões de 2005. As embalagens das cápsulas não são as mesmas para todas as marcas, podendo variar entre plástico, alumínio e uma mistura de ambos – como a avaliada pelo IPT.
A mistura de materiais pode tornar mais difícil a reciclagem, o que tem feito algumas empresas fabricantes das cápsulas disponibilizarem sistemas de logística reversa para seus consumidores – diante das críticas e até ações governamentais, como a cidade de Hamburgo, na Alemanha, que proibiu o consumo em repartições públicas.
“Além de disponibilizar o sistema, o fabricante precisa informar ao consumidor o que fazer para descartar. É responsabilidade dele levar os materiais até os pontos de coleta. Sem a informação e sem o incentivo para descartar corretamente, as cápsulas acabam no resíduo comum”, comenta Cláudia. “Se coletadas, as empresas encaminham o material para a reciclagem. Caso a residência seja assistida pela coleta seletiva, o consumidor deve se informar se ela está recebendo cápsulas”, sugere a pesquisadora.

FONTE: ECO DEBATE