BRASIL
Menino de 4 anos morreu em abril, segundo a SVS. Ainda há quatro casos em investigação.
Mazagão é um dos municípios com as menores coberturas de vacinação na campanha nacional contra a influenza — Foto: Reprodução
A Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS) confirmou, nesta quarta-feira (29), que um menino de 4 anos morreu por H1N1 no Amapá. Esta é a primeira morte do ano registrada em decorrência da influenza A. A morte, ainda segundo a SVS, ocorreu em abrilO menino era morador da área rural de Mazagão, cuja sede fica a 32 quilômetros de Macapá, e estava internado no Hospital da Criança e do Adolescente (HCA), na capital. A confirmação ocorreu após análise do Instituto Evandro Chagas (IEC), em Belém, no Pará.
Após a confirmação, a SVS fez busca ativa no município e não identificou nenhum paciente com suspeita de estar infectado com H1N1. Mazagão é um dos municípios com as menores coberturas de vacinação na campanha nacional contra a influenza, que encerra sexta-feira (31).
João Farias, responsável técnico pela vigilância da influenza da SVS, detalhou que em 2019 foram coletados 22 amostras de casos suspeitos; 15 deles foram descartados; quatro ainda estão sob investigação; e três foram confirmados para influenza, sendo duas para o tipo A (um bebê de dois meses e o menino de 4 anos, que morreu) e uma para o tipo B.A SVS descreveu que os quatro casos suspeitos e em investigação no Amapá são quatro crianças que estão internadas em um hospital em Laranjal do Jari, a 265 quilômetros da capital.Além disso, desde o início do ano, oito pessoas são suspeitas de morreram por H1N1, todas em Laranjal do Jari. Eram cinco crianças e três adultos A SVS destacou que, mesmo com as suspeitas, não há como diagnosticar se a causa das mortes foi mesmo desse subtipo de influenza.“Sobre esses casos que já evoluíram a óbito, nós fizemos apenas uma investigação, mas não tem como fazer investigação laboratorial porque foram óbitos que já tinham ocorrido, então não tinha mais como processar a investigação. Nosso foco é investigar essas crianças que estão hospitalizadas”, comentou Farias.As equipes em Laranjal do Jari foram treinadas pela SVS para identificar a doença. Febre, dor de garganta, tosse, dor de cabeça, dispneia e desconforto respiratório caracterizam uma síndrome respiratória aguda grave, como é considerada a influenza do tipo A.
Após serem coletadas amostras dos pacientes, o material é investigado por uma equipe em Macapá, cujo resultado preliminar sai em menos de uma semana; e também é levado para o IEC, cujo resultado definitivo sai, em média, em 15 dias.
A infectologista Liliane Rodrigues ressalta que os cuidados diários precisam continuar para evitar contaminação pelo vírus, além de procurar imunização através de vacina.
“A gripe, os resfriados são altamente contagiosos. Esses cuidados de higiene, no dia a dia, são fundamentais. O isolamento acontece quando já há um quadro instalado e quando tem alguns sintomas, como dificuldade de respirar e a febre muito alta”, comentou Liliane.
Os últimos dois casos confirmados de morte por H1N1 ocorreram em 2016 no Amapá: um médico cubano, de 42 anos, e um bebê de 8 meses. Ambos os casos foram diagnosticados após exames feitos no IEC.
Em 2018, uma mulher contraiu o subtipo H3N2 da Influenza A, segundo exame confirmado pelo governo. Na época, a família não autorizou nenhum tipo de divulgação do estado de saúde da paciente.
Vacinação
Desde abril, uma campanha mobiliza a população pelo país para que busque se vacinar contra a gripe. O Amapá atingiu, na sexta-feira (24), a meta, com quase 92% de cobertura vacinal.
Os grupos prioritários de vacinação são crianças de 6 meses a 6 anos incompletos, mulheres grávidas ou até 45 dias pós-parto, idosos, trabalhadores da área da saúde, professores, povos indígenas, pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais, adolescentes que cumprem medida socioeducativa, presos e servidores do sistema prisional.
FONTE: G1 AP
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