sexta-feira, 17 de maio de 2019

Governo planeja estender acordo de revitalização da Praça dos Três Poderes a outros espaços no DF


Na manhã desta quinta-feira (16), parceria foi firmada com o Supremo Tribunal Federal para recuperação de área ao redor do Palácio do Judiciário

Governador Ibaneis Rocha assina acordo de cooperação técnica para revitalização da Praça dos Três Poderes. Foto: Renato Alves/Agência Brasília
O Governo do Distrito Federal (GDF) estuda ampliar para outros monumentos e espaços públicos de Brasília um plano de revitalização de áreas administradas pelo Executivo local. Nesta quinta-feira(16) o governador Ibaneis Rocha assinou um acordo de cooperação com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Tofolli, dando ao órgão do judiciário o direito de administrar parte da Praça dos Três Poderes.
A partir hoje e por um prazo de 60 meses, ficará a cargo do STF cuidar do espaço em frente à sede do Judiciário e da área verde que circunda o órgão, o que inclui o Bosque dos Ministros e o Bosque dos Pinus.
De acordo com o governador Ibaneis, a ideia é cuidar do conjunto arquitetônico da Esplanada dos Ministérios por meio de parcerias, desde a Catedral até a Praça dos Três Poderes. “Nos temos aqui vários palacios abandonados, os ministérios abandonados e até as paradas de ônibus precisam ser revistas.”
Ibaneis também ressaltou a necessidade de construção de mais banheiros públicos na cidade, principalmente nas áreas de concentração de visitantes e lembrou da implantação do Centro de Apoio do Turista (CAT), reaberto da Casa de Chá da praça, está ano.
O acordo de cooperação técnica assinado com o STF inclui órgãos da União e do GDF. Para a revitalização da Praça estão previstos investimentos em torno de R$ 10 milhões.
Veja também:


Após outra chuva forte, GDF atua emergencialmente em Vicente Pires


Ações paliativas buscam minimizar transtornos com lama e alagamentos para garantir a circulação de veículos e pessoas na RA



Desde as primeiras horas desta quinta-feira (16), técnicos de diversos órgãos do GDF, integrantes do Gabinete de Gestão de Risco instalado na Administração de Vicente Pires, vistoriam e atuam de forma emergencial nas principais vias do Setor Habitacional, após a chuva que atingiu o DF, no final da noite de quarta-feira (15).  “Logo após a precipitação, começamos a agir nos casos emergenciais, como atolamentos de veículos. Hoje, estamos atuando na raspagem e limpeza da marginal da EPTG, próximo ao viaduto Israel Pinheiro, e nas ruas 3, 3B, 4, 4B, 5, 6, 8 e 10, principalmente”, explicou o secretário de Obras do GDF, Izídio Santos. Serviços de tapa-buraco, na Avenida Contorno, na Colônia Agrícola Samambaia, também estão sendo realizados na cidade.
GABINETE DE GESTÃO DE RISCO
Em menos de 20 dias, essa é a segunda chuva forte que atinge o Setor Habitacional em um período no qual o índice pluviométrico é menor do que vem sendo registrado. O fato coincide com a implantação do Gabinete de Gestão Integrada na Administração Regional de Vicente Pires, composto por diversos órgãos do GDF, no início de maio, período da última chuva forte na região. “Com o Gabinete, em dez dias, conseguimos recuperar diversas vias de forma paliativa e, com o período seco dos últimos dias, novas frentes de trabalho para a pavimentação definitiva foram abertas. Alguns serviços terão de ser refeitos e os paliativos continuarão por quanto tempo for necessário”, afirmou Marcelo Galimberti, chefe da subsecretaria de Acompanhamento e Fiscalização de Obras do GDF e coordenador do Gabinete na Administração.
FIM DOS TRANSTORNOS
Além de ser condicionante para a regularização da região, ocupada de forma desordenada, o Governo reforça que somente com a conclusão das obras de infraestrutura, prevista para 2020, os problemas de alagamento e lama, no período de chuvas, e poeira, na época de seca, serão solucionados definitivamente. “Estas ações emergenciais são paliativas para garantir a mínima circulação dos carros e pedestres e tentar reduzir os transtornos para a população. Simultaneamente, estão sendo feitas as obras definitivas pelas empresas contratadas para execução dos serviços. E vamos estar aqui, do lado da população, até 2020, ou por quanto tempo for necessário, para minimizar os transtornos e intensificar ao máximo os serviços”, explicou Izídio.
“O Governo assumiu este desafio de melhorar a vida de mais de cem mil habitantes e, com a colaboração dos próprios moradores e comerciantes, mesmo com todos os transtornos, vamos chegar lá”, enfatizou o secretário de obras.
*Com informações da Secretaria de Obras

Médica youtuber ensina sobre temas de saúde com humor e descontração


Hoje, o canal possui mais de 7,5 mil inscritos, acumulando 110 postagens até o momento

Tornar os temas da saúde mais acessíveis e leves, com uma pitada de humor, foi o incentivo da médica de família e comunidade Luísa Portugal para criar, nas redes sociais, o canal Diário de um posto de saúde. Com o celular, microfone e força de vontade, ela coloca vídeos no Youtube desde 2012, sendo que a iniciativa tomou corpo a partir de 2016, com os amigos colaborando na edição do material.
Hoje, o canal possui mais de 7,5 mil inscritos, acumulando 110 postagens até o momento. Agora, a profissional se junta à Assessoria de Comunicação da Secretaria de Saúde, numa parceria que objetiva disseminar informações, de forma descontraída, sobre a saúde da família.
De forma humanizada, ela discute os assuntos mais ligados à Atenção Primária, Estratégia Saúde da Família (ESF) e ao Sistema Único de Saúde (SUS). “Me encontrei na profissão médica, mas a comunicação está em mim. Queria levar informação qualificada, porque percebia, dentro da Medicina de família, que, se a gente não se comunicar, não ver o que os outros estão passando e se apoiar, vai ser a especialidade mais difícil que existe”, avalia.
Para Luísa, atuar na Atenção Primária já é uma tarefa árdua por si só. Como os profissionais de saúde precisam dar conta de 85% de todos os casos que surgem nas unidades, e ainda serem resolutivos em uma estrutura que não está 100% adequada, a pressão assistencial é muito grande. “Por isso, quis usar essa ferramenta como apoio”, complementa.
Desde quarta-feira (15), os vídeos produzidos pela médica são publicados no perfil oficial da Secretaria de Saúde no Facebook, bem como nas demais redes sociais e plataformas de comunicação da pasta, como o site institucional.
ABORDAGEM 
Como a maior parte do seu público são os profissionais que atuam no SUS e estudantes de Medicina, a youtuber decidiu emplacar no canal, recentemente, uma série de vídeos para ajudá-los a se comunicarem melhor durante uma consulta. Técnicas, formas de abordagem e o reenquadramento de consultas, conforme a necessidade do paciente, estão entre as dicas, sempre em um tom informal e divertido.
“Falo de empatia e até mesmo de estratégias de comunicação para ensinar a como ser mais resolutivo na consulta. Um exemplo é quando o paciente ou o acompanhante é mais difícil. Então, é preciso saber como lidar com eles”, comenta.
Entre os vídeos que mais foram acessados, ela cita o que fez sobre o trabalho dos agentes comunitários de saúde, hoje com mais de 61 mil visualizações. Na época, a médica usava o formato de histórias para ilustrar os temas, sempre usando do humor, o que incluía mostrar até mesmo os percalços dos agentes, como levar uma porta na cara. “Só fiz um retrato do que eles me falavam, e muitos devem ter achado interessante saber mais da profissão deles”.
INÍCIO
Na época que se formou e morava em Goiânia, Luísa decidiu fazer um vídeo despretensioso sobre um lixão que ficava justamente atrás da Unidade Básica de Saúde onde trabalhava.
“Comecei a fazer vídeos em tom de denúncia. Na época, foi uma repercussão grande. Só que amadureci depois disso e pensei: o que isso está mudando? Estou só reclamando, mas não estou sendo proativa, no sentido de propor nada. Mudei um pouco e sai desse lugar de denunciar para agir”, conta.
Depois de ser aprovada no concurso da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, esperou concluir o estágio probatório para se dedicar ao seu canal, agora no formato voltado a ensinar sobre os temas da saúde. “Acabei tendo um retorno das pessoas que são engajadas no SUS. Não só médicos, enfermeiros, mas as pessoas que trabalham com a Estratégia Saúde da Família perceberam que a gente passa pelos mesmos problemas e dificuldades”.
VIDA DE YOUTUBER 
Equilibrar o trabalho médico com a função de mãe e a vida de youtuber não é uma das tarefas mais fáceis, brinca Luísa. A prioridade sempre será a filha, de apenas um ano e três meses, seguida da profissão. Já o seu canal, usa os fins de semana e feriados para produzir material. “Em umas cinco horas, gravo logo uns cinco vídeos. Agora, com o roteiro já tenho mais dificuldade”, revela.
Além disso, como os vídeos mais longos costumam ser menos acessados na plataforma, a médica tem dado preferência para produções mais curtas como forma de incentivar a curiosidade dos inscritos no canal. “Estou tentando, cada vez mais, fazer vídeos curtos, porque a ideia não é aprofundar nos assuntos, mas mostrar o suficiente para estimular as pessoas a investigarem mais sobre o que as interessa”.
Agora, ela já pensa em expandir sua atuação para outras redes sociais, como o Instagram. “Percebi que, pelos stories, as pessoas se engajam muito. Comecei a filmar meu dia a dia e o que achei mais engraçado é que as pessoas mandam, o tempo todo, direct perguntando várias coisas, principalmente estudantes de Medicina”, informa.
Para continuar no Instagram, sem perder a qualidade que alcançou em seu canal no Youtube, Luísa já procura mais pessoas para auxiliar no Diário de um posto de saúde.
*Com informações da Secretaria de Saúde

Na fila da privatização, Metrô-DF perdeu R$ 2,4 mi durante greve

DF
Balanço foi divulgado pela empresa na manhã desta sexta-feira (17/05/2019). No mesmo período, foram transportados 900 mil usuários a menos

Daniel Ferreira/Metrópoles
DANIEL FERREIRA/METRÓPOLES


A greve dos metroviários no Distrito Federal chega ao 16º dia nesta sexta-feira (17/05/2019). Com a paralisação e sem acordo com os trabalhadores, a Companhia do Metropolitano do DF (Metrô-DF) informou que a empresa deixou de arrecadar R$ 2,4 milhões nos primeiros 11 dias de movimento dos servidores.
Foram transportados 900 mil usuários a menos no período. A estatal também informou que os funcionários continuam descumprindo a determinação judicial, que ordenou a circulação de 18 dos 24 trens, ou 75% do total, nos horários de pico. Na manhã desta sexta-feira, 15 composições estavam rodando, segundo o Metrô. No restante do dia, 30% devem transitar. O resultado são vagões lotados.
Privatização
Em meio à greve dos metroviários, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), lançou o edital de chamamento público para concessão da Companhia do Metropolitano. Na prática, a medida transfere a gestão do transporte de trilhos do DF para as mãos da iniciativa privada.
Publicado no Diário Oficial no dia 06/05/2019, o edital estabelece que os interessados em participar do processo deverão apresentar “projetos, levantamentos, investigações e estudos para modelagem técnica, operacional, econômico-financeira e jurídica referentes à concessão de gestão, operação, manutenção e expansão dos serviços de transporte metroviário do DF”.
Esta semana, o governo também anunciou que vai vender 51% das ações Companhia Energética de Brasília (CEB) Distribuidora. “Caesb e Metrô estão na mesma linha. A Caesb precisa urgentemente da abertura de capital, para que possa fazer os investimentos necessários e superar as dificuldades pelas quais passa. Eu reconheço o esforço dos servidores. Mas eles não vão dar conta de sair da crise. Então, nós temos que pensar na abertura de capital”, afirmou Ibaneis, na terça-feira (14/05/2019).
Segundo o governador, o Executivo deverá privatizar as duas empresas com o objetivo de levantar recursos a fim de melhorar a prestação dos serviços públicos. “O Metrô simplesmente não tem capacidade nenhuma de investimento e consome milhões do DF”, argumentou.
O governador ainda estuda qual será o modelo de privatização das empresas, se por meio de venda de ativos ou abertura de capital. E adiantou que pretende entrar nos programas de apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES). Mesmo com as concessões, o emedebista garante que o governo irá preservar os empregos do atual quadro de funcionários de cada uma.

METRÓPOLES



GDF promove ações de conscientização sobre universo infanto-juvenil


A Secretaria de Desenvolvimento Social atua com parcerias em atividades referentes ao Dia Nacional de Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes



Com apenas oito anos de idade, Araceli Cabrera Sanches foi sequestrada,  drogada, espancada, estuprada e morta, no Espírito Santo, em 18 de maio de 1973. Mesmo com uma grande repercussão na época, esse crime ficou impune. Para lembrar esse caso e garantir mais segurança a crianças e adolescente, o Governo do Distrito Federal organiza, nesta semana, uma série de ações em parceria.
Desde o início da semana envolvida em ações de conscientização sobre cidadania e segurança, a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes-DF), nesta sexta (17), promove atividades voltadas ao tema. São ações que remetem ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, data oficialmente criada em 2000.
A primeira manifestação ocorre na feira da Fercal, onde, a partir das 8h, a unidade local do Centro de Referência em Assistência Social (Cras) fará uma intervenção, da qual participam o conselho tutelar, a administração local e o Centro de Referência Especializado em Assistência Social (Creas) de Sobradinho participarão do movimento.
O Cras do Guará é um dos locais de onde partirão caminhadas de conscientização, nesta sexta (17) /Foto: Divulgação/Cras Unidade Guará
Outras regiões também se mobilizam. Às 8h30, tendo como ponto de partida o Cras, que fica ao lado da 4ª Delegacia de Polícia do Guará, haverá uma caminhada na qual várias escolas já confirmaram presença.
Já no Gama, por volta das 9h, o Centro de Convivência Gama Leste participará de um projeto com a administração regional, o conselho tutelar e a rede de proteção da cidade. O evento será na Praça do Castelinho, no Gama Oeste. A programação terá a tradicional Caminhada Contra o Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, além de diversas apresentações culturais.
Próximas ações
 No sábado (18), no Taguaparque, a partir das 9h, a Rede Taguatinga/Águas Claras/Vicente Pires promove palestras e oficinas do tema para a família. O trabalho envolve o Cras e o Creas de Taguatinga, os conselhos tutelares das regiões, a Secretaria de Saúde e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).
Na próxima segunda-feira (20), no Areal, o Cras levará ao Caic local uma oficina sobre o tema. Realizado em parceria com a Rede Taguatinga Sul, o evento conta com participação de representantes do MTDFT e da Universidade Católica de Brasília (UCB), entre outras entidades. Cerca de 300 crianças são esperadas.
Também na próxima semana, no dia 24 (sexta-feira), a Rede Social do Núcleo Bandeirante fará uma caminhada em alusão ao dia 18 de maio, data marcada pela morte de Araceli. A partida está marcada para as 8h30, no CEM Urso Branco, localizado na 3ª Avenida.
* Com informações da Sedes

Secretaria de Saúde abre pregão para comprar luvas


Outros 20 itens também estão contemplados

A Secretaria de Saúde abriu dois pregões eletrônicos para comprar diversos itens de enfermagem, entre eles luvas de procedimento e cirúrgicas. Ao todo, são 21 produtos, como coletores de urina, bolsa e cinto elástico para estomia, cateter nasal e máscaras para oxigenoterapia.
Os dois pregões foram publicados no Diário Oficial do Distrito Federal na quarta-feira (15) e preveem um investimento de R$ 12.415.457,50.
As propostas já podem ser entregues e devem ser abertas no dia 27 de maio, às 9h, no site www.comprasnet.gov.br. O edital pode ser baixado, gratuitamente, da página eletrônica ou retirado, com ônus, no edifício sede da Secretaria de Saúde, no Setor de Áreas Isoladas Norte, bloco A, 1° andar, sala 83, na Central de Compras.
COMO FUNCIONA – O processo de aquisição de insumos começa  com a programação. “É feita a solicitação de registro de preço para uma quantidade suficiente para atender à secretaria por um ano. Depois disso, vai à Subsecretaria de Administração Geral (Suag), onde passa por vários processos até a aquisição”, explica a gerente de Programação de Insumos para a Saúde, Rogéria Romanholo.
Ela complementa que, depois de dois meses do registro da ata, que vale por um ano, a Secretaria de Saúde já abre nova solicitação de ata de preço para gerar outra ata. Isso é feito na tentativa de se evitar o desabastecimento. A Suag vai conduzir o processo licitatório até a formalização de uma nova Ata de Registro de Preço.
Porém, pode haver intercorrências, como o recente caso das luvas cirúrgicas, em que a empresa decretou falência em fevereiro e, por isso, não fez a entrega do pedido feito pela secretaria.
Neste momento, a rede está abastecida via Programa de Descentralização Progressiva das Ações de Saúde (PDPAS).
*Com informações da Secretaria de Saúde

Dois eixos e uma cidade única


Lucio Costa trouxe para a capital conceitos inovadores que deram qualidade de vida aos moradores e fizeram Brasília ser triplamente reconhecida enquanto patrimônio cultural



O cruzamento dos eixos Monumental e Rodoviário é o princípio da organização de Brasília Foto: Paulo H. Carvalho / Agência Brasília
Dois eixos cruzando-se, formando o sinal da cruz. Assim nasceu Brasília na cabeça e nas mãos de Lucio Costa. Inspirado na cidade-verde do arquiteto franco-suíço Le Corbusier, o urbanista trouxe para a capital conceitos inovadores como a horizontalidade, a setorização e a funcionalidade. Características que deram qualidade de vida aos moradores e fizeram de Brasília uma cidade única, triplamente reconhecida enquanto patrimônio cultural: protegida pelo Governo do Distrito Federal, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e reconhecida como Patrimônio da Humanidade pela Unesco.
O cruzamento dos dois eixos, o Monumental e o Rodoviário, é o princípio da organização da cidade. Na primeira proposta, eles eram retos, mas o horizontal acabou arqueado para facilitar o escoamento das águas, resultando, assim, na conhecida forma de avião. Ao longo do eixo vertical, Lucio Costa ordenou os setores de administração governamental. “Os centros cívico e administrativo, o setor cultural, o centro de diversões, o centro esportivo, o setor administrativo municipal, os quartéis, as zonas destinadas à armazenagem, ao abastecimento e às pequenas indústrias locais, e, por fim, a estação ferroviária, foram-se naturalmente ordenando e dispondo ao longo do eixo transversal”, explica o próprio Lucio Costa no poético Relatório do Plano Piloto de Brasília. “Lateralmente à intersecção dos dois eixos localizaram-se o setor bancário e comercial, o setor dos escritórios de empresas e profissões liberais e, ainda, os amplos setores do varejo comercial”, acrescenta o texto.
Faixa verde em volta dos blocos cria uma barreira para o barulho e garante sombra na superquadra Foto: Paulo H. Carvalho / Agência Brasília
Na extremidade leste do Eixo Monumental, está a Praça dos Três Poderes, contrariando o posicionamento mais central das praças em outras cidades. Na convergência dos dois eixos está a Rodoviária, “uma grande plataforma liberta do tráfego que não se destine ao estacionamento”, explica o Relatório. “Lucio Costa traz para o centro o cotidiano da cidade. Ele põe de um lado os ministérios e o Congresso Nacional, cuja melhor vista é da plataforma da Rodoviária. Do outro lado, ele coloca a Torre de TV, os edifícios que completam a escala monumental e na ponta coloca a Rodoferroviária. O sol nascendo atrás do Congresso e se pondo no Parque Nacional”, afirma Cláudia Garcia, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB).
No Eixo Rodoviário, ele distribuiu uniformemente o conjunto residencial de Brasília: 16 quadras do lado norte e 16 quadras do lado sul. E aplicou princípios da técnica rodoviária à técnica urbanística, “inclusive a eliminação de cruzamentos conferindo-se ao eixo arqueado a função circulatória tronco, com pistas centrais de velocidade e pistas laterais para o tráfego local”, relatou Lucio Costa. O urbanista também criou as tesourinhas para os carros circularem pela cidade no sentido leste/oeste, também sem cruzamentos para garantir a fluidez do trânsito.

Superquadras

Especialistas apontam que a grande contribuição de Lucio Costa ao urbanismo mundial está no projeto das superquadras, que criou uma nova forma de se viver em apartamento. “Quanto ao problema residencial, ocorreu a solução de criar-se uma sequência contínua de grandes quadras dispostas de ambos os lados da faixa rodoviária e emolduradas por uma larga cinta densamente arborizada”, descreve o Relatório do Plano Piloto de Brasília. “Ele criou um renque de árvores em volta das superquadras preocupado em garantir uma qualidade ambiental e acústica. A faixa verde tem uma dupla função: garantir a melhoria da acústica porque a árvore cresceria e criaria uma barreira para o barulho e garantir sombra em torno do quadrado da superquadra onde as pessoas circulam”, diz a professora Cláudia Garcia.
Para o superintendente do Iphan-DF, Carlos Madson Reis, é na superquadra que a cidade esquece seu papel de capital do país e símbolo mundial da arquitetura moderna e revela seu lado citadino. “Lucio Costa, ao romper com a estrutura do quarteirão convencional, abrindo-o e transformando-o em um amplo bosque entremeado por blocos residenciais multifamiliares, de até seis pavimentos em pilotis livres, liberando o chão para uso público indistinto, concebeu uma nova maneira de morar em área urbana”, diz. “Falar em superquadra é falar de Brasília. É aqui, neste ambiente intimista e bucólico, que aflora no brasiliense o sentido de pertencimento a um lugar e a uma comunidade”, completa.

Quadra modelo

Lucio Costa disse que os blocos residenciais poderiam dispor-se de maneira variada nas super-quadras (assim mesmo, com hífen, como foram chamadas por ele em 1957), mas teriam que obedecer a alguns princípios: gabarito máximo uniforme de seis pavimentos (apesar de o bloco D da 308 Sul ter quatro andares), pilotis e separação do tráfego de veículos do trânsito de pedestres.
Bloco D da 308 Sul é o único do Plano Piloto com quatro andares Foto: Vinícius de Melo / Agência Brasília
“A mãe saía na janela e chamava a criança no parquinho para almoçar sem ter que descer”, relata João Luiz Valim Batelli, 65 anos, que presenciou essa cena inúmeras vezes na década de 1960. Nascido em São Paulo e morador da capital desde os 5 anos, ele cresceu na SQS 308, considerada a quadra modelo porque seguiu à risca o projeto de Lucio Costa de como deveriam ser todas as quadras do Plano Piloto. “Meus pais vieram para Brasília em 1959, com a transferência de meu pai. Minha mãe deu aula na Metropolitana e de lá veio para a Escola Classe 308 em 1960”, conta.
Batelli, que acabou formando-se arquiteto, fez o primário na Escola Classe 308 e, no contra turno das aulas, frequentava a Escola Parque 308 Sul. “Era um estudo complementar, na proposta do Anísio Teixeira. Eu passava a manhã na escola classe e o outro período lá. Tinha aulas de artes, música… Era fantástico. A gente ia paro auditório, às vezes era só uma palestra, mas colocavam música clássica… Aprendi a gostar de música clássica assim. Tenho o hábito de frequentar o teatro até hoje, aprendi a gostar na escola”, recorda-se.
A proposta de Brasília mudou a imagem de ‘morar em apartamento’, e isto porque morar em apartamento na superquadra significa dispor de chão livre e gramados generosos contíguos à “casa”, numa escala que um lote individual normal não tem possibilidade de oferecerLucio Costa, Brasília Revisitada, 1987
João Luiz Valim Batelli, 65 anos, mora em Brasília desde os 5 anos e cresceu na SQS 308, a quadra modelo Foto: Vinícius de Melo / Agência Brasília

Unidade de Vizinhança

O garoto viveu de perto outro conceito inovador implementado por Lucio Costa em Brasília: a Unidade de Vizinhança, formada pelo conjunto de quatro superquadras que deveria dispor, numa distância acessível a pé, todas as facilidades necessárias à vida cotidiana. O plano consistia em conferir serviços básicos a cada quatro superquadras para atender os blocos residenciais com comércio, lazer, instituições educacionais, religiosas, desportivas e culturais. “A ideia era que, antes de fazer a opção de pegar o carro, o morador refletisse se queria mesmo tirá-lo da garagem, já que teria o comércio aqui à mão, como a padaria e a farmácia, o cinema, o clube, a igreja. Tudo perto de casa”, afirma João Luiz Valim Batelli.
A ideia também era promover a sociabilidade e as relações de vizinhança, onde os moradores se conhecem, compartilham dos mesmos espaços e necessidades. Entretanto, apenas uma Unidade de Vizinhança ficou completa, com todos os equipamentos previstos no projeto original – o conjunto formado pelas Superquadras 107, 307, 108 e 308 Sul, construídas nos primeiros momentos de Brasília.
As demais estão incompletas e não contam com os equipamentos comunitários previstos, a não ser o comércio local, sendo frequentes também as igrejas. Cinemas e Clubes de vizinhança, por exemplo, só existem na citada Unidade da Asa Sul. “Aprendi a nadar no Unidade de Vizinhança, ia para o clube durante a semana nos intervalos da escola. O cinema que frequentávamos era o Cine Brasília, assistíamos missa na Igrejinha”, conta. “Quando eu vim para Brasília eu era muito novo e convivia sem questionar muito. Depois de velho é que percebi o privilégio de ter vivido tudo isso, de ter crescido dentro do projeto de Lucio Costa”, afirma.
O uso comunitário seria a tônica dominante da convivência urbana. Esse conceito de uso coletivo do espaço vai além das áreas externas das edificações. Passa também pelo espaço dos próprios blocos residenciais, que foram erguidos sobre pilotis, permitindo a livre circulação de pessoas em qualquer direção. “Com os pilotis, Lucio Costa liberou o uso do solo. Foi uma desapropriação por parte de uma única pessoa daquele espaço. O espaço da superquadra é de ninguém específico e, ao mesmo tempo, é de todo mundo. Por isso que é proibido o fechamento dos pilotis. Ele pensou que essa área pública seria de todos. É uma cidade que tem uma visão humanista e social muito forte”, diz a professora da UnB, Cláudia Garcia.
No memorial do projeto do plano piloto, Lucio Costa batizou a capital como Brasília em homenagem a José Bonifácio que já tinha proposto o nome em 1823

Ministério da Saúde aumentará faturamento financeiro das UBS


Unidades são a porta de entrada do sistema de saúde



 Setenta e seis unidades básicas de saúde (UBS) do Distrito Federal funcionam, diariamente, por 12 horas consecutivas, das 7h às 19h, e aos sábados, das 7h ao meio-dia. Esse horário estendido, de 65 horas semanais, em vigor há alguns meses na capital federal, garante maior oferta de assistência à população e é tema de um projeto lançado nesta quinta-feira (16), pelo Ministério da Saúde, que leva a ampliação do horária para todos os municípios brasileiros. A jornada comum é de 40 horas.
“A portaria do Ministério da Saúde vai ao encontro do que a Secretaria de Saúde já está fazendo, que é a ampliação do horário de atendimento, inclusive no horário de almoço. Assim, garantimos a assistência e todos os serviços em maior quantidade de tempo para a população do Distrito Federal. Esperamos atender o maior número de pessoas dentro desse horário em que trabalhamos hoje”, destacou o coordenador de Atenção Primária à Saúde, Elissandro Noronha.
Com o lançamento do programa pelo governo federal, denominado Saúde na Hora, o Distrito Federal receberá, por essas 76 unidades com horário já ampliado, cerca de 106% a mais de faturamento. A portaria que regulamenta a iniciativa foi assinada pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
Outras 96 unidades, das 172 existentes no DF, poderão aderir ao programa. A estimativa do ministério é de que mais de 2 mil UBS já estejam aptas a participar do programa em 400 municípios, incluindo a capital federal.
As UBS precisam estar de portas abertas no horário de almoço e à noite, podendo também abrir aos finais de semana. Para participar do Programa Saúde na Hora, os gestores já podem solicitar a adesão de suas unidades.
“Com as Unidades de Saúde da Família [Unidades Básicas de Saúde, no DF] funcionando por cerca de quatro horas a mais por dia, a gente espera ajudar a desafogar as UPAs e emergências, possibilitando que os pais, que retornam do trabalho às 18h ou 19h, possam levar as crianças para colocar a vacina em dia ou buscar outros cuidados nesse horário, que, antes, tinha como única opção uma UPA”, apontou o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
COMO FUNCIONA O PROGRAMA
As secretarias municipais enviam a proposta ao Ministério da Saúde, por meio do sistema E-Gestor, indicando quais são as UBS que desejam adaptar para o modelo de horário estendido.
Após análise e aprovação do pedido, o Ministério da Saúde repassa o incentivo no momento do início do horário estendido de R$ 22,8 mil para UBS que optar pela carga de 60 horas, sem atendimento odontológico, e de R$ 31,7 mil para a UBS que contar com equipes de saúde bucal. Para as que optarem pelo turno de 75 horas semanais, serão repassados cerca de R$ 60 mil de incentivo. Esses recursos devem ser usados para preparar as unidades que vão funcionar no novo formato.
No final do primeiro mês de funcionamento no novo horário, as UBS já passam a receber mais recursos para custeio das equipes. As unidades que recebiam R$ 21,3 mil para custeio de até três equipes de Saúde da Família receberão cerca de R$ 44,2 mil e, caso optem pela carga horária de 60 horas semanais, receberão um incremento de 106,7% no incentivo de custeio.
Caso a unidade possua atendimento em saúde bucal, o aumento pode chegar a 122%, passando de R$ 25,8 mil para R$ 57,6 mil. Já as unidades que recebem atualmente cerca de R$ 49,4 mil para custeio de seis equipes de Saúde da Família e três de Saúde Bucal e optarem pelo turno de 75 horas, receberão R$ 109,3 mil se aderirem à nova estratégia, o que representa um aumento de 121% no custeio mensal.
*Com informações da Secretaria de Saúde