domingo, 5 de maio de 2019

O cala-boca de Felipão. O resgate do respeito aos 70 anos


O treinador que foi execrado em 2014, é o campeão brasileiro e iguala recorde no Palmeiras. Ninguém ganhou tantos títulos no século XXI

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Felipão desfruta. Deu a volta por cima. Pelo menos dentro do Brasil

Felipão desfruta. Deu a volta por cima. Pelo menos dentro do Brasil

Palmeiras
São Paulo, Brasil
Ressentido com a imprensa brasileira.
Com a CBF.
Com a Globo.
Com o narrador Galvão Bueno.
Acredita que foi a maior vítima dos 7 a 1.
Derrota tamanha que conseguiu encobrir o histórico Maracanazo, a perda da Copa do Mundo para o Uruguai, na final de 1950. Até então, a mais dolorida derrota da Seleção deste país.
Sentiu a solidão do fracasso. 
Ao contrário de 2002, quando a conquista teve inúmeros pais: ele, Ronaldo, Rivaldo, Marcos e até mesmo Ricardo Teixeira, que se gaba de ter conseguido, nos bastidores, que o Brasil não fosse prejudicado pelos árbitros.
Até mesmo o primeiro clube do coração, o Grêmio, o tratou sem paciência. Sonhava em limpar seu nome no Brasil, mas tendo de sair 'de sua casa', depois de dez meses de novo trabalho pífio.
Se exilou do outro lado do mundo. Liga dos Campeões Asiáticos, tricampeão chinês,  Copa e Supercopa da China.
Aos 69 anos e oito meses, milionário, com propriedades no Brasil e Portugal, quando analisava se valeria a pena seguir trabalhando ou iria desfrutar tudo o que conseguiu, veio o inesperado convite.
A vida oferecia a grande chance que ele mesmo não acreditou que teria. 
Voltar ao Palmeiras, clube que ganhou a Libertadores, mas encaminhou para a Segunda Divisão. 
Só ele sabe o quanto sofreu nos 7 a 1. E o erro em confiar no hoje presidiário Marin

Só ele sabe o quanto sofreu nos 7 a 1. E o erro em confiar no hoje presidiário Marin

Reprodução/Sportv
Com a experiência de quem tinha 36 anos como treinador, trabalhando em sete países diferentes, campeão do mundo, vice da Eurocopa, bicampeão da Libertadores, ele sabia o que tinha nas mãos.
Estrutura que comparou à do Chelsea. Clube de maior potencial financeiro da América Latina. Moderna arena particular com a melhor localização no país. Melhor elenco. 
Maior salário do que todos os técnicos do país, recebe mais do que Tite na Seleção. Contrato até dezembro de 2020, com multa altíssima.
Poder ilimitado no futebol.
Patrocinadores bilionários.
O Palmeiras atual é um oásis em um país ainda mergulhado na recessão.
Mas para quem conseguir domá-lo.
Luiz Felipe Scolari encontrou o desafio que queria.
Teria toda a infraestrutura de calar seus críticos que o massacraram e tanto fizeram sua família sofrer em 2014.
E também mostrar que é o Felipão da conquista da Libertadores e não o de postura egoísta, que pensou em vencer a Copa do Brasil, e fez o clube trilhar para seu segundo vergonhoso rebaixamento.
Montou uma equipe à sua semelhança. De trás para a frente. Fortíssima na defesa, compacta nas intermediárias e veloz no ataque. Sem paciência para troca de bola. Vertical, objetiva na frente.
A volta por cima começou na China. Mas ele queria voltar a vencer no Brasil

A volta por cima começou na China. Mas ele queria voltar a vencer no Brasil

Guangzhou Evergrande
Sem vergonha de fazer faltas, travar o adversário com rispidez.
Especialista em bolas paradas, fundamento que é treinado à exaustão por Felipão.
E aquela pitada de raiva com que o treinador faz questão de manter nos times que dirige. Presente em cada bola disputada, em cada reclamação com o árbitro, bandeira.
Chegou até a semifinal da Libertadores. E deu um espetáculo no Brasileiro, não perdendo sequer um jogo desde que assumiu em julho. Fez o Palmeiras o indiscutível campeão.
Se vingou não dando entrevista exclusiva para ninguém.
Virou as costas para a Globo e a CBF de uma vez, não indo buscar seu prêmio como melhor técnico do Brasileiro.
Acompanhou o vexame que foi o humorista Carioca receber o troféu no seu lugar.
Saboreou o ridículo.
Começou 2019 querendo trilhar um caminho forte na Libertadores e vencer o Paulista, para Maurício Galiotte se vingar da Federação Paulista de Futebol. Nas semifinais, os pênaltis derrubaram seu time contra o São Paulo.
Mas a equipe já está classificada antecipadamente para as oitavas da Libertadores. Joga em casa para terminar a fase de grupos em primeiro lugar. Não precisa nem vencer, basta empatar na quarta-feira contra o San Lorenzo.
A partida de ontem contra o Internacional foi a sua 460ª no comando do Palmeiras. É o segundo da história, só atrás de Oswaldo Brandão, com 580 partidas. Já deixou longe o terceiro, Vanderlei Luxemburgo, com 369 jogos.
E Felipão sabia que a noite era de comemoração. Ele igualou a marca histórica de Brandão, com a vitória por 1 a 0, chegou a 26 partidas no Brasileiro sem derrotas, somando a competição de 2018 e a deste ano.
Brandão conseguiu o mesmo no bicampeonato nacional de 1972 e 1973. Basta empatar com o Atlético Mineiro, no próximo domingo, em Belo Horizonte, e a marca será derrubada.
Felipão não perdeu um jogo sequer na conquista do Brasileiro em 2018

Felipão não perdeu um jogo sequer na conquista do Brasileiro em 2018

Palmeiras
Firme, ele não se deixava contagiar com o feito.
Na coletiva, destacava que o importante era o título.
Scolari sabe que tem elenco para vencer novamente o Brasileiro.
Só que o sonho é a Libertadores.
Além da competição que mais gosta, a Copa do Brasil, que venceu quatro vezes.
Scolari se vê cercado das palavras vitórias, títulos, recordes.
No mesmo país que o execrou, o condenou.
O apontou como ultrapassado.
E agora precisa enaltecer seus feitos.
Aos 70 anos.
Como ser o treinador brasileiro mais vencedor do século XXI.
São 15 títulos até agora: Copa Sul-Minas: 2001 (Cruzeiro) Copa do Mundo FIFA: 2002 (Seleção Brasileira), Campeonato Uzbeque: 2009 e 2010 (Bunyodkor), Taça Uzbequistão: 2010 (Bunyodkor), Copa do Brasil: 2012 (Palmeiras), Copa das Confederações: 2013 (Seleção Brasileira), Campeonato Chinês: 2015, 2016 e 2017 (Guangzhou Evergrande), Liga dos Campeões da Ásia: 2015 (Guangzhou Evergrande), Copa da China: 2016 (Guangzhou Evergrande),Supercopa da China: 2016 e 2017 (Guangzhou Evergrande) e Brasileiro de 2018 pelo Palmeiras.
Scolari conseguiu o que queria ao aceitar, voltar pela terceira vez, ao Palestra Itália.
Calou a voz dos críticos.
O pecado dos dez gols que fez o Brasil tomar dez gols, na semifinal e, na decisão de terceiro lugar da Copa de 2014, foi pura empolgação, que o fez deixar a maneira espartana com que monta times competitivos.
Além de estar certo na avaliação que José Maria Marin, hoje presidiário, e Marco Polo del Nero, se recusaram a ler, após a Copa de 2014.
Felipão alertava sobre a fragilidade, a imaturidade da atual geração de jogadores brasileiros. Citava a necessidade de um trabalho intenso, próximo de Neymar e de seus contemporâneos. 
Incrível, mas o treinador foi ingênuo. Acreditou na palavra de Marin, que ficaria comandando o Brasil, fosse qual fosse o resultado da Copa no Brasil. 
Só que o vexame dos 7 a 1 foi grande demais.
Foi entregar o relatório que fez da Copa para Marin, mas chegou demitido no prédio. E, por coincidência, lógico, havia uma equipe da rede Globo na entrada do prédio do agora presidiário ex-presidente da CBF.
Scolari jurou dar a volta por cima.
Mostrar que não estava acabado para o futebol.
Viu o vexame de Tite, seu ex-protegido, na Copa da Rússia.
Acompanha o comportamento infantil de Neymar.
Segue a instabilidade da mediana geração atual da Seleção.
E se cala.
Apenas desfruta a sensação da certeza na análise de 2014.
Mas quer distância da Seleção, da CBF.
De Galvão Bueno, que foi seu confidente no Mundial.
Dos seis jornalistas amigos com quem se queixou na Copa.
Percebeu os erros que cometeu em 2014.
Felipão sabe que tem respaldo e dinheiro no Palmeiras. Respeito aos 70 anos

Felipão sabe que tem respaldo e dinheiro no Palmeiras. Respeito aos 70 anos

Palmeiras
Virou a página.
E calou os críticos dos 7 a 1.
Pelo menos por aqui.
Neste país.
Segue a satisfação de estar no clube certo.
Na hora certa.
O futebol deste país ainda se dobra a Felipão...

Bolsonaro confirma militar para a presidência da Apex


O nome de Barbosa já vinha sendo cotado para assumir o cargo

Bolsonaro confirma militar para a presidência da Apex
Notícias ao Minuto Brasil
HÁ 1 HORA POR ESTADAO CONTEUDO
POLÍTICA DECISÃO
Opresidente Jair Bolsonaro indicou o contra-almirante Sergio Ricardo Segovia Barbosa para ser diretor-presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), segundo informou o site BR18, do jornal O Estado de S. Paulo.
Desde o mês passado, o nome de Barbosa já vinha sendo cotado para assumir o cargo. A nomeação do militar foi publicada no Diário Oficial da UNião. Ele era o atual subchefe de Inteligência Estratégica do Ministério da Defesa.
O comando da Apex está vago desde 9 de abril, quando o embaixador Mario Vilalva foi demitido após desentendimentos com diretores do órgão. Barbosa será o quarto nome a assumir a presidência da Apex desde o começo do governo Bolsonaro.

Quem é Bill de Blasio, prefeito de Nova York que criticou Bolsonaro antes de cancelamento de viagem


Presidente brasileiro citou 'agressões' de político norte-americano na nota em que informava ter cancelado a ida aos EUA; de Blasio chamou o mandatário de racista e homofóbico

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 O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, criticou publicamente Jair Bolsonaro, dizendo que ele representava um perigo

O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, criticou publicamente Jair Bolsonaro, dizendo que ele representava um perigo

BBC NEWS BRASIL
"Jair Bolsonaro acabou de aprender, da maneira mais difícil, que os nova iorquinos não fecham os olhos para opressão. Nós denunciamos sua intolerância. Ele fugiu. Não é uma surpresa - os valentões não aguentam um soco. Bolsonaro, seu ódio não é bem-vindo aqui".
Com essas palavras, o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, comemorou a desistência do presidente brasileiro Jair Bolsonaro de participar de um evento na cidade americana, em 14 de maio, no qual seria homenageado como a Personalidade do Ano de 2019 da Câmara de Comércio Brasil-EUA.
A mensagem foi postada na conta do Twitter de de Blasio neste sábado, 4 de maio, pela manhã, mobilizando apoiadores e opositores do presidente brasileiro.
De Blasio foi uma das figuras públicas mais importantes por trás das iniciativas que buscaram inviabilizar o evento de homenagem a Bolsonaro em Nova York.
Ao justificar sua decisão de não comparecer à premiação, Bolsonaro chegou a destacar os "ataques deliberados" do prefeito americano.
"Em face da resistência e dos ataques deliberados do prefeito de Nova York e da pressão de grupos de interesses sobre as instituições que organizam, patrocinam e acolhem em suas instalações no evento anualmente, ficou caracterizada a ideologização da atividade", disse, por nota, o porta-voz do governo, general Otávio do Rêgo Barros.
"Em função disso, e consultados vários setores do governo, o presidente Bolsonaro decidiu pelo cancelamento da ida a essa cerimônia e da agenda prevista para Miami."
Bolsonaro não é o único presidente a ser criticado por Bill de Blasio. O prefeito de Nova York também é um grande opositor do mandatário americano Donald Trump.
Mas quem é Bill de Blasio e o que motivou sua oposição a Bolsonaro?
Bolsonaro visitou os Estados Unidos em março, quando foi recebido pelo presidente Donald Trump

Bolsonaro visitou os Estados Unidos em março, quando foi recebido pelo presidente Donald Trump

BBC NEWS BRASIL/ Getty Images
 Pressão de Bill de Blasio contra homenagem a Bolsonaro
A pressão do prefeito americano começou em abril. Em entrevista à rádio americana WNYC, de Blasio pediu que a homenagem ao brasileiro fosse cancelada, dizendo que Bolsonaro era um ser humano "perigoso", devido a "seu racismo e homofobia evidentes" e por ser "a pessoa com maior poder de impacto sobre o que se passará na Amazônia daqui para a frente".
Na época, o Assessor Especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Filipe Martins, criticou o americano: "Não há surpresa alguma em ver Bill de Blasio - um sujeito que colaborou com a revolução sandinista, que considera a USSR (sic) um exemplo a ser seguido e que faz comícios no monumento dedicado a Gramsci no Bronx - criticando o PR Bolsonaro. Surpresa seria uma toupeira dessas o elogiar".
Naquela altura, o evento estava previsto para ser realizado no Museu de História Natural de Nova York. Em 15 de abril, no entanto, o Museu se recusou a sediar a cerimônia.
"Com respeito mútuo pelo trabalho e pelos objetivos de nossas organizações individuais, concordamos em conjunto que o Museu não é o local ideal para o jantar de gala da Câmara de Comércio Brasil-EUA. Este evento terá lugar em outro local na data e hora originais", declarou a instituição, pelo Twitter.
A desistência foi logo celebrada por de Blasio, também pelo Twitter. "Bolsonaro é um homem perigoso (...) Em nome da nossa cidade, obrigada AMNH (sigla em inglês para Museu de História Natural de Nova York) por cancelar este evento".
Foi a primeira de uma série de desistências. Depois disso, outros dois lugares se recusaram a sediar o evento. Uma companhia aérea e uma consultoria também desistiram de patrocinar a homenagem.
De Blasio com a mulher, Chirlane, e os filhos, Chiara e Dante

De Blasio com a mulher, Chirlane, e os filhos, Chiara e Dante

BBC NEWS BRASIL/ Getty Images
 O primeiro democrata a governar Nova York em duas décadas
Bill de Blasio é considerado parte de uma ala progressista do Partido Democrata. É prefeito de Nova York, a maior cidade americana, desde 2013. Foi eleito com 73% dos votos e reeleito com 66%.
Entre suas bandeiras, de Blasio se comprometeu a combater a desigualdade em Nova York, por meio de taxações aos mais ricos e da construção de 200 mil habitações populares.
Em um comercial de televisão, seu filho Dante também prometeu que o pai acabaria com a polêmica política "stop-and-frisk" (pare e reviste), incentivada pelo então prefeito Michael Bloomberg. A medida autorizava que a polícia de Nova York revistasse qualquer pessoa, mesmo que não houvesse suspeitas aparentes - estatísticas mostraram que negros e latinos eram os mais abordados, levantando críticas de que a prática era discriminatória.
Dante é filho de de Blasio com Chirlane McCray, uma escritora afro-americana e ativista política, que, antes desse relacionamento se identificava como gay.
Em seu primeiro grande discurso como prefeito, de Blasio prometeu que sua administração "honraria" o trabalho de todos os nova-iorquinos, não apenas dos ricos, e prometeu que os imigrantes sem documentos não seriam forçados a viver e à trabalhar "nas sombras".
Ainda no primeiro ano no cargo, de Blasio também declarou que boicotaria uma parada anual do Dia de São Patrício, porque os organizadores proibiram os manifestantes de portarem cartazes fazendo referência ao orgulho gay.
"Por toda minha vida, eu tenho sido um progressista, eu sei muito sobre a esquerda. Eu conversei com muitos progressistas sobre o que estamos fazendo, ativistas, políticos eleitos, especialistas. E descobri que há muita concordância com nossa agenda", declarou de Blasio em 2018, segundo o jornal The New York Times.
Assim, de Blasio e Jair Bolsonaro estão em diferentes lados do espectro político.
De Blasio foi o primeiro democrata em 20 anos a ganhar a Prefeitura de Nova York; ele está em seu 2o mandato e é considerado da ala progressista de seu partido

De Blasio foi o primeiro democrata em 20 anos a ganhar a Prefeitura de Nova York; ele está em seu 2o mandato e é considerado da ala progressista de seu partido

BBC NEWS BRASIL/ Getty Images
 Críticas a sua administração e apoio aos sandinistas
A efetividade das bandeiras progressistas de Blasio é criticada por opositores. Por outro lado, de Blasio também tem sido criticado por grupos progressistas, que argumentam que o prefeito não está fazendo o suficiente para cumprir suas promessas de campanha - especialmente em relação aos mais pobres e imigrantes.
Além disso, o prefeito de Nova York é criticado por grupos conservadores por já ter apoiado o movimento sandinista, na Nicarágua, e por ter marchado na parada do Dia de Porto Rico, evento em que também estava Oscar López Rivera, visto por alguns como um terrorista e por outros como um ativista pela liberdade.
O apoio de de Blasio aos sandinistas remete a sua juventude. Quando tinha 26 anos, viajou à Nicarágua para ajudar a distribuir comida e medicamentos. Na época, o país estava mergulhado em um conflito entre a guerrilha sandinista e os chamados Contras - resistência armada apoiada pelo governo do então presidente americano Ronald Reagan.
Na Nicarágua, de Blasio passou a ter uma "visão de possibilidades" de um governo de esquerda, segundo o jornal The New York Times. De volta aos Estados Unidos, passou a trabalhar para uma organização que buscava melhorar a saúde na América Central, além de arrecadar fundos para os sandinistas.
Questionado sobre esses episódios, de Blasio disse que o período em que apoiou os sandinistas foi de "aprendizado" e que era um defensor do "socialismo democrático". Já hoje, diz ser crítico aos sandinistas.

Inscrições abertas para audiência pública sobre credenciamento para programas habitacionais

Publicado: 04/05/19 17:21

Agência Goiana de Habitação (Agehab) está com inscrições abertas para audiência pública sobre credenciamento de entidades sociais interessadas em atuar em parceria com os programas estaduais de habitação. Interessados devem se inscrever preferencialmente pelo site www.agehab.go.gov.br  ou pelo telefone (62) 3096-5000. A audiência que explicará a nova sistemática de trabalho da Agehab será realizada no dia 10, sexta-feira, às 8h30, no Auditório Mauro Borges, do Palácio Pedro Ludovico Teixeira.
O credenciamento atende à Lei Federal 13.019/2014, que regulamenta as parcerias entre o Estado e as Organizações da Sociedade Civil sem fins econômicos. De acordo com o presidente da Agehab, Eurípedes do Carmo, a orientação do governador Ronaldo Caiado é pela uniformização do procedimento de parcerias com foco no resultado, transparência e prestação de contas. “Vamos credenciar a partir do dia 20 as entidades aptas a firmar parcerias com a Agência, para levarmos os benefícios habitacionais a todos os municípios e às pessoas que mais precisam”, destaca Eurípedes do Carmo.
Representantes de associações ou entidades que já realizaram parceria com a Agehab estão sendo convidados por e-mail. Novas associações também poderão participar.
O edital de credenciamento será divulgado no site da Agehab no dia 20 de maio, com prazo de 30 dias para inscrição. O credenciamento é requisito para a entidade social ter acesso a recursos para construção e reforma de moradias e equipamentos sociais.
Mais informações: (62) 3096-5015/5016

Não é porque é artista que não tem de prestar conta', diz ministro


Osmar Terra, responsável hoje pelo Ministério da Cidadania, que inclui a Secretaria de Cultura, fala sobre as mudanças recentes na Lei Rouanet

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Osmar Terra foi ministro de Michel Temer

Osmar Terra foi ministro de Michel Temer

Marcos Corrêa/Presidência da República - 3.1.2019
'Enquanto tenta acalmar os ânimos da classe artística com as mudanças na Lei Rouanet, o ministro da Cidadania, Osmar Terra, não foge de outras polêmicas envolvendo a sua pasta, que agrega os antigos ministérios da Cultura, Esporte e Desenvolvimento Social.
Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, o ministro disse que “não é porque é artista que não precisa prestar contas”, que o deputado federal Alexandre Frota (PSL-SP), um de seus maiores críticos, “quer nomear todo mundo no ministério” e que ele recebeu do presidente Jair Bolsonaro “liberdade de dizer não às indicações até do vice-presidente”, tanto que demitiu um apadrinhado do general Hamilton Mourão.
Sobrou até para a reforma da Previdência. “O maior programa de combate à pobreza não é a Bolsa Família nem o BPC, é a aposentadoria do trabalhador rural. Não pode mexer”. Sobre não ter reajuste para o Bolsa Família este ano, afirma: “Para que reajuste? O 13º já é um up”. A seguir os principais trechos.
A classe artística reagiu à redução do teto da Lei Rouanet de R$ 60 milhões para R$ 1 milhão. A atriz Ingrid Guimarães disse ao jornal O Estado de São Paulo que “quando a lei acabar, a cultura vai parar nesse país”.
Quem é Ingrid Guimarães?
A atriz...
Ah, sim. De todos os projetos culturais aprovados pela Lei Rouanet, 85% não têm mais de R$ 1 milhão e 95% usam, no máximo, R$ 6 milhões. Hoje, poucos artistas e espetáculos tinham acesso superior a isso. Qual a razão para ser R$ 60 milhões? Não estamos limitando a doação. Estamos estabelecendo um limite na captação. O valor vai circular pelo País, sair do circuito Rio-São Paulo e disseminar pelo Nordeste, Sul, Norte. No Nordeste, onde tem 26% da população, há menos de 4% de incentivos da Lei.
A classe artística diz que está sendo criminalizada pelo governo. Como o senhor responde?
Estamos fazendo um pente-fino nas contas. Tinha muita prestação de contas ruim. Tem gente que morreu sem prestar conta. Mas isso é dinheiro público e tem de ter o mínimo de controle. Não posso dizer que só porque é artista não precisa prestar conta.
O que o senhor já identificou?
Tem um musical que arrecadou R$ 13 milhões, cobriu toda a despesa e faturou R$ 15 milhões livres. Qual foi o benefício para a população? Eles pagaram caro para assistir. Ah, mas vão dizer que tem 10% de gratuidade. Isso não funciona. Esses ingressos grátis estavam nas mãos de ONGs que nem sei quais são. Tinha uma que trocava o ingresso por lata de leite condensado.
Houve descuido das gestões anteriores?
Não estou dizendo que os ministros anteriores tiveram culpa, mas estava mal amparado. Estamos tentando dar uma modernizada, democratizá-la. A gente quer que a prefeitura faça um cadastro único, convide as pessoas e dê transporte para leva-las à peça de teatro e depois as leve de volta.
O deputado Alexandre Frota (PSL-SP) é um dos seus maiores críticos e defende a volta do Ministério da Cultura...
O problema do Alexandre é que ele quer nomear todo mundo no ministério. Ele apresentou nomes para todos os cargos. Até atendi um que achei o currículo interessante. Mas para os outros cargos eu busquei técnicos. Quem vai responder depois sou eu e não o deputado. Acho que o Alexandre tem certa inexperiência na prática política. Ele nunca foi político. Respeito o trabalho dele e acho que ele é importante na cultura, mas o ministério é responsabilidade minha.
Também há um movimento para o Esporte voltar a ser ministério. Teme o esvaziamento da sua pasta?
Os ministérios (Cultura, Esporte e Desenvolvimento Social) foram unificados, mas o operacional continua o mesmo. Não reduzimos orçamento.
O governo tem força para barrar a volta dos ministérios?
Mas por que o Congresso vai recriar os ministérios? Não há argumento, já que não está diminuindo recurso, não diminuiu a estrutura operacional. Essa tentativa de recriar as pastas é o pensamento de alguns, é o lobby corporativo.
O que o senhor identificou no pente-fino do programa Bolsa Atleta?
Isso ainda está em andamento. Mas todos os programas que têm incentivos têm rolos. Não quer dizer que todo mundo faça. Aliás, 98% não fazem, mas 2% fazem. Então temos de ter mecanismos de controle mais detalhados.
Assim como a Lei Rouanet, pode haver mudanças no Bolsa Atleta (o programa patrocina atletas de alto rendimento em competições)?
Estamos estudando isso, não significa que vá ter. A forma como acontece favorece o desvio, então o estudo que estamos fazendo é sobre o formato da concessão. A gente quer que uma pessoa pegue o recurso incentivado e que aquilo tenha algum resultado.
O governo teme que o Congresso não aprove o 13° para os beneficiários do Bolsa Família?
O deputado que não aprovar vai ficar sujeito à pressão dos beneficiários do Bolsa Família. O 13º vai ser um aumento global no final do ano de 8,3%, o que é acima da inflação. A partir de junho também vamos começar a colocar R$ 48 a mais para o jovem do Bolsa Família que esteja fazendo curso técnico. Eu peço ao Paulo Guedes (ministro da Economia) para, em vez de cortar o Sistema S, colocar para me ajudar a fazer a capacitação dos jovens nem-nem (nem trabalham nem estudam).
O 13º compensa o reajuste que não teve este ano?
Para que precisa de reajuste? O 13º já é um up. A partir do ano que vem sim, vai ter 13º e o reajuste.
A recuperação da economia ainda está acanhada...
Eu confio muito no Paulo [Guedes] e é muito importante essa liberdade que Bolsonaro nos deu de montar as equipes. Ele não pediu cargos, não loteou e deu liberdade total para escolher sem interferência de partido político. Tirando as pressões corporativas, temos liberdade para agir.
Mas o senhor tinha no ministério o general Marco Aurélio Vieira, indicado pelo vice Hamilton Mourão para a secretaria de Esportes. Por que demitiu?
Ele estava jogando para voltar o Ministério do Esporte para ele ser o ministro. Não tenho nada contra ele. E não há nada contra militares também porque ele saiu e eu botei outro militar no cargo.
O general Décio Brasil, que assumiu a vaga, é indicação de quem?
Eu conversei com [o deputado federal] Luiz Lima (PSL-RJ), que falou muito bem dele.
Foi indicação do Luiz Lima?
Não. Foram sugestões do setor. Ele está disposto a trabalhar em equipe. E qualquer cargo público é assim. Tem de ter a experiência de convívio.
O senhor avisou ao vice-presidente que iria demitir o apadrinhado dele?
Eu expliquei ao Mourão. Eu tinha liberdade de dizer não às indicações até do vice. O presidente não me impôs nada. Eu tinha achado bom o nome indicado por ele. Mas depois, no andar da carruagem, ele foi numa direção diferente. Aí, ou você toma uma atitude ou perde a autoridade.
O senhor defendeu que a concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC) não fosse tratado na reforma da Previdência?
No passado, convenci o presidente Michel Temer [de quem foi ministro] a deixar o BPC fora da reforma e defendi o mesmo para Paulo [Guedes] e Rogério [Marinho]. Disse que não deveria entrar e que, se entrasse que fosse de uma maneira que não tenha perda. E isso já está acertado.
A aposentadoria rural também?
A rural também não pode mexer. O maior programa de combate à pobreza não é a Bolsa Família nem o BPC, é a aposentadoria do trabalhador rural. É ela que mantém uma família no sertão. E o impacto é gigantesco, de R$ 110 bilhões por ano. O Bolsa Família é de R$ 30 bilhões. Tem de ser fiscalizado, mas não pode acabar e nem fazer redução abrupta.
No ano passado, o senhor defendeu os caminhoneiros. Como o senhor viu a decisão do Bolsonaro de intervir nos preços de combustíveis da Petrobras?
Estava começando a ter aumentos quase diários. Fica impossível o caminhoneiro trabalhar. Ele inicia uma viagem, faz contrato de frete e chega lá o preço tá diferente. O presidente se preocupou em perguntar por que era assim e se não tinha como ser diferente.

Não é porque é artista que não tem de prestar conta', diz ministro


Osmar Terra, responsável hoje pelo Ministério da Cidadania, que inclui a Secretaria de Cultura, fala sobre as mudanças recentes na Lei Rouanet

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Osmar Terra foi ministro de Michel Temer

Osmar Terra foi ministro de Michel Temer

Marcos Corrêa/Presidência da República - 3.1.2019
'Enquanto tenta acalmar os ânimos da classe artística com as mudanças na Lei Rouanet, o ministro da Cidadania, Osmar Terra, não foge de outras polêmicas envolvendo a sua pasta, que agrega os antigos ministérios da Cultura, Esporte e Desenvolvimento Social.
Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, o ministro disse que “não é porque é artista que não precisa prestar contas”, que o deputado federal Alexandre Frota (PSL-SP), um de seus maiores críticos, “quer nomear todo mundo no ministério” e que ele recebeu do presidente Jair Bolsonaro “liberdade de dizer não às indicações até do vice-presidente”, tanto que demitiu um apadrinhado do general Hamilton Mourão.
Sobrou até para a reforma da Previdência. “O maior programa de combate à pobreza não é a Bolsa Família nem o BPC, é a aposentadoria do trabalhador rural. Não pode mexer”. Sobre não ter reajuste para o Bolsa Família este ano, afirma: “Para que reajuste? O 13º já é um up”. A seguir os principais trechos.
A classe artística reagiu à redução do teto da Lei Rouanet de R$ 60 milhões para R$ 1 milhão. A atriz Ingrid Guimarães disse ao jornal O Estado de São Paulo que “quando a lei acabar, a cultura vai parar nesse país”.
Quem é Ingrid Guimarães?
A atriz...
Ah, sim. De todos os projetos culturais aprovados pela Lei Rouanet, 85% não têm mais de R$ 1 milhão e 95% usam, no máximo, R$ 6 milhões. Hoje, poucos artistas e espetáculos tinham acesso superior a isso. Qual a razão para ser R$ 60 milhões? Não estamos limitando a doação. Estamos estabelecendo um limite na captação. O valor vai circular pelo País, sair do circuito Rio-São Paulo e disseminar pelo Nordeste, Sul, Norte. No Nordeste, onde tem 26% da população, há menos de 4% de incentivos da Lei.
A classe artística diz que está sendo criminalizada pelo governo. Como o senhor responde?
Estamos fazendo um pente-fino nas contas. Tinha muita prestação de contas ruim. Tem gente que morreu sem prestar conta. Mas isso é dinheiro público e tem de ter o mínimo de controle. Não posso dizer que só porque é artista não precisa prestar conta.
O que o senhor já identificou?
Tem um musical que arrecadou R$ 13 milhões, cobriu toda a despesa e faturou R$ 15 milhões livres. Qual foi o benefício para a população? Eles pagaram caro para assistir. Ah, mas vão dizer que tem 10% de gratuidade. Isso não funciona. Esses ingressos grátis estavam nas mãos de ONGs que nem sei quais são. Tinha uma que trocava o ingresso por lata de leite condensado.
Houve descuido das gestões anteriores?
Não estou dizendo que os ministros anteriores tiveram culpa, mas estava mal amparado. Estamos tentando dar uma modernizada, democratizá-la. A gente quer que a prefeitura faça um cadastro único, convide as pessoas e dê transporte para leva-las à peça de teatro e depois as leve de volta.
O deputado Alexandre Frota (PSL-SP) é um dos seus maiores críticos e defende a volta do Ministério da Cultura...
O problema do Alexandre é que ele quer nomear todo mundo no ministério. Ele apresentou nomes para todos os cargos. Até atendi um que achei o currículo interessante. Mas para os outros cargos eu busquei técnicos. Quem vai responder depois sou eu e não o deputado. Acho que o Alexandre tem certa inexperiência na prática política. Ele nunca foi político. Respeito o trabalho dele e acho que ele é importante na cultura, mas o ministério é responsabilidade minha.
Também há um movimento para o Esporte voltar a ser ministério. Teme o esvaziamento da sua pasta?
Os ministérios (Cultura, Esporte e Desenvolvimento Social) foram unificados, mas o operacional continua o mesmo. Não reduzimos orçamento.
O governo tem força para barrar a volta dos ministérios?
Mas por que o Congresso vai recriar os ministérios? Não há argumento, já que não está diminuindo recurso, não diminuiu a estrutura operacional. Essa tentativa de recriar as pastas é o pensamento de alguns, é o lobby corporativo.
O que o senhor identificou no pente-fino do programa Bolsa Atleta?
Isso ainda está em andamento. Mas todos os programas que têm incentivos têm rolos. Não quer dizer que todo mundo faça. Aliás, 98% não fazem, mas 2% fazem. Então temos de ter mecanismos de controle mais detalhados.
Assim como a Lei Rouanet, pode haver mudanças no Bolsa Atleta (o programa patrocina atletas de alto rendimento em competições)?
Estamos estudando isso, não significa que vá ter. A forma como acontece favorece o desvio, então o estudo que estamos fazendo é sobre o formato da concessão. A gente quer que uma pessoa pegue o recurso incentivado e que aquilo tenha algum resultado.
O governo teme que o Congresso não aprove o 13° para os beneficiários do Bolsa Família?
O deputado que não aprovar vai ficar sujeito à pressão dos beneficiários do Bolsa Família. O 13º vai ser um aumento global no final do ano de 8,3%, o que é acima da inflação. A partir de junho também vamos começar a colocar R$ 48 a mais para o jovem do Bolsa Família que esteja fazendo curso técnico. Eu peço ao Paulo Guedes (ministro da Economia) para, em vez de cortar o Sistema S, colocar para me ajudar a fazer a capacitação dos jovens nem-nem (nem trabalham nem estudam).
O 13º compensa o reajuste que não teve este ano?
Para que precisa de reajuste? O 13º já é um up. A partir do ano que vem sim, vai ter 13º e o reajuste.
A recuperação da economia ainda está acanhada...
Eu confio muito no Paulo [Guedes] e é muito importante essa liberdade que Bolsonaro nos deu de montar as equipes. Ele não pediu cargos, não loteou e deu liberdade total para escolher sem interferência de partido político. Tirando as pressões corporativas, temos liberdade para agir.
Mas o senhor tinha no ministério o general Marco Aurélio Vieira, indicado pelo vice Hamilton Mourão para a secretaria de Esportes. Por que demitiu?
Ele estava jogando para voltar o Ministério do Esporte para ele ser o ministro. Não tenho nada contra ele. E não há nada contra militares também porque ele saiu e eu botei outro militar no cargo.
O general Décio Brasil, que assumiu a vaga, é indicação de quem?
Eu conversei com [o deputado federal] Luiz Lima (PSL-RJ), que falou muito bem dele.
Foi indicação do Luiz Lima?
Não. Foram sugestões do setor. Ele está disposto a trabalhar em equipe. E qualquer cargo público é assim. Tem de ter a experiência de convívio.
O senhor avisou ao vice-presidente que iria demitir o apadrinhado dele?
Eu expliquei ao Mourão. Eu tinha liberdade de dizer não às indicações até do vice. O presidente não me impôs nada. Eu tinha achado bom o nome indicado por ele. Mas depois, no andar da carruagem, ele foi numa direção diferente. Aí, ou você toma uma atitude ou perde a autoridade.
O senhor defendeu que a concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC) não fosse tratado na reforma da Previdência?
No passado, convenci o presidente Michel Temer [de quem foi ministro] a deixar o BPC fora da reforma e defendi o mesmo para Paulo [Guedes] e Rogério [Marinho]. Disse que não deveria entrar e que, se entrasse que fosse de uma maneira que não tenha perda. E isso já está acertado.
A aposentadoria rural também?
A rural também não pode mexer. O maior programa de combate à pobreza não é a Bolsa Família nem o BPC, é a aposentadoria do trabalhador rural. É ela que mantém uma família no sertão. E o impacto é gigantesco, de R$ 110 bilhões por ano. O Bolsa Família é de R$ 30 bilhões. Tem de ser fiscalizado, mas não pode acabar e nem fazer redução abrupta.
No ano passado, o senhor defendeu os caminhoneiros. Como o senhor viu a decisão do Bolsonaro de intervir nos preços de combustíveis da Petrobras?
Estava começando a ter aumentos quase diários. Fica impossível o caminhoneiro trabalhar. Ele inicia uma viagem, faz contrato de frete e chega lá o preço tá diferente. O presidente se preocupou em perguntar por que era assim e se não tinha como ser diferente.